Juste Attendre-II escrita por Melissa França


Capítulo 7
Solitude


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys!

Capítulo sem diálogos, contudo tentem prestar atenção mesmo assim, eu sei que fica meio chatinho quando não há falas, desculpem... Mas espero que gostem, de verdade.

Boa leitura!



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Belle se arrependera profundamente de ter dispensado o cocheiro que Branca de Neve havia a reservado. Não que precisasse de alguém a vigiando enquanto dormia, ela conseguia se defender de ladrões. Animais selvagens, entretanto, poderiam ser mais rápidos ao pensar do que ela. Pela primeira vez em muito tempo, a jovem teve sorte, não houve nenhum ataque noturno. E, caso houvesse, uma mulher grávida em meio a uma floresta sem nenhuma arma, realmente não era exatamente uma visão muito assustadora e o plano dela falharia logo de início.

Antes mesmo que o sol chegasse, Belle já estava a caminho do castelo. Não demorou a perceber que Rumple tinha razão, que a magia que protegia a propriedade estava totalmente fraca, mas que mesmo assim se ela não conhecesse tão bem o lugar provavelmente não conseguiria entrar. Assim que colocou os pés em casa um alívio a tomou, talvez ela pudesse passar um tempo ali. O local era tão reconfortante, estava escuro e cheio de lembranças, entretanto era o seu lar.

Não demorou muito para que a jovem abrisse uma das cortinas, a luz do sol logo preencheu um dos cômodos e um sorriso reconfortado tomou o rosto da ex princesa. Belle sentia falta de casa. A moça estava faminta, os suprimentos para a viagem haviam acabado pouco mais de duas horas atrás e o bebê já começava a se agitar, ela decidira levar isso como uma forma de reclamação da parte dele. Ao chegar na cozinha, entretanto, foi inevitável não reparar em um objeto que faltava ali. Sua xícara lascada. Ela procurou a peça por alguns minutos, no entanto logo desistira, decidiu acreditar que Rumple a guardara em outro lugar, talvez a peça fosse tão importante para ele como era para ela. Ninguém havia invadido o castelo, afinal, tudo estava na mais perfeita ordem, exceto pela falta da xícara.

Belle sabia que havia sido tola ao pensar que haveria comida a sua espera no local, pois já haviam se passado tantos meses desde que partiram, meses demasiados longos e intermináveis. Sentiu-se inútil naquela situação, ninguém precisava de uma mulher grávida de praticamente oito meses. Ela não possuía nenhuma serventia, talvez a única coisa que restara a ela naquele momento fosse sentar-se e tricotar algo bonito ao bebê. Como ela queria que Rumple estivesse ali e a convencesse do contrário, ele teria bons argumentos, argumentos esses que agora ela não conseguia enxergar.

A morena foi até o jardim do castelo na esperança de encontrar alguma fruta em bom estado e, por sorte, as plantações continuavam intactas. Todas as frutas, legumes e verduras encontravam-se no ponto ideal. Talvez Rumpelstiltiskin tivesse colocado um feitiço sobre a horta. Belle colheu suprimentos o suficiente para três noites e foi se deitar. Apesar de ter dormido na viagem, aquelas poucas horas de descanso não haviam sido o suficiente. Adentrou o quarto que compartilhava com o marido e estranhou ao ver uma pequena e fina caixa em cima da cama.

Como sempre fora curiosa e isso era algo que dificilmente mudaria em um futuro, a jovem sentou-se e tentou abrir a caixa. Um feitiço parecia tomar conta dela, contudo o mesmo parecia ter sido quebrado com apenas o toque de Belle. O conteúdo da caixa, porém, a surpreendeu. Uma carta. Rumple havia deixado uma carta para ela, a primeira explicação para isso poderia ser que ele conhecia o futuro, mas a verdade sobre este sistema de segurança era que ele conhecia a moça melhor do que ninguém.

"Querida Belle,

Queria ter a certeza de que você não colocará sua vida em risco e que não retornará para casa, entretanto possuo sérias dúvidas em relação a isso. Tenho medo que com a minha partida você fique em perigo, sendo este o fato que mais me aflinge no momento. Caso alguma coisa ocorra ou algum inimigo meu tente lhe fazer mal e sua volta para o castelo seja em busca de algo para derrotá-los, vá até a sua biblioteca. Encontrará meu cofre com a força do nosso amor, lá terá tudo o que precisa. Caso sua volta seja por qualquer outro motivo, não se preocupe, sei que você conseguirá resolver tudo o que for necessário. Nunca esqueça o quanto eu lhe amo, espero poder voltar logo.

Com amor,
Rumpelstiltiskin."

Seu marido nunca lhe contara a localização do cofre e saber que estava tão perto dela a fez ficar com uma pequena ponta de raiva. A ex princesa de Avonlea sempre fora perspicaz, inteligente e ter deixado algo tão importante passar diante de seus olhos a deixou com um pouco de frustração. No entanto, isto fora algo passageiro e ela pôde ver o quão importante deveria ser este cofre. Belle rapidamente rasgou a carta e com os pedaços dela ainda em mãos, desceu as escadas o mais rápido que lhe era permitido para que pudesse queimar o que sobrara na lareira.

O cansaço a tomava, a gravidez estava deixando-a mais lenta e isto tudo a fizera deitar no tapete em frente ao fogo, adormecendo no mesmo instante. Ainda não era noite, sendo assim quando a mesma veio e os ruídos da floresta se faziam mais presentes, finalmente a morena acordou. Belle sentiu uma enorme dor nas costa, se arrependendo no mesmo instante de ter cedido a preguiça e por esta razão não ter subir as escadas novamente para descançar. Não querendo cometer o mesmo erro, ela foi para o quarto e sem o seu concentimento dormiu até o por do sol do dia seguinte.

Sentindo que perdera muito tempo inconsciente, a moça encaminhou-se para a biblioteca. Logo que entrou pôde sentir o cheiro familiar dos seus livros e sorrira. As informações dadas por Rumpelstiltiskin sobre o cofre haviam sido extremamente vagas, ela não sabia como ele tinha fé que ela encontraria. Primeiramente ela tentou encontrar algum livro com um feitiço exato, contudo os livros de magia eram escassos na biblioteca e a noite já caía, ela precisava ser mais rápida.

Com a força do nosso amor. Belle então tentou recordar-se do primeiro livro que ela lera para ele, não fora algo tão difícil e logo a moça estava na prateleira certa. Ela lembrava-se de ter começado a ler para Alexandra um conto de duas irmãs, mas Rumple escutara parte dele e se interessara rapidamente pelo mesmo. A morena retirou o livro com a capa empoeirada da prateleira e o abriu. Um esconderijo. Ele havia usado aquele livro para esconder algo de muito valor. Aquela pequena, singela e lascada xícara provavelmente era a chave do cofre. O que deveria fazer com ela ainda era um mistério, mas parte do enigma estava resolvido.

O restante da noite ela optou por dormir, o dia seguinte seria trabalhoso, ela precisaria encontrar a função da xícara. Ao deitar, no entanto, pensou em tudo que lhe ocorrera desde que aceitara vir para o Castelo das Trevas com Rumpelstiltiskin. Ela queria tanto ser uma heroína, queria ver o mundo, explorar cada reino e somente ser livre para isso. Quando o Senhor das Trevas a pediu como pagamento, a certeza de que sua aventura começaria fora dada. Então nada havia sido como o esperado, de repente ela tinha uma criança para cuidar e sem nenhuma preparação, sem nenhum aviso de que a sua pouca liberdade estava se esvaindo. Ela amava Alexandra, amava seu bebê ainda não nascido, ela só não conseguia enxergar onde encontraria tempo para ser uma heroína agora.

A manhã chegou rápida e Belle logo já estava na biblioteca. Ela sabia que toda chave precisava de uma fechadura, mas onde encontrá-la? O armário, aquele onde Rumple guardara o livro do Senhor das Trevas, talvez fosse a resposta do que ela tanto procurava. Assim que abrira a porta do móvel soube o que fazer. Havia um livro isolado em uma das pratileiras e em cima dele um pires, a sua fechadura. Belle colocou a xícara sobre ele e uma luz forte emanou do armário.

Ela havia conseguido, o cofre estava cercado de magia, a moça podia sentir a presença dela ali. Inconscientemente a grávida começou a sorrir e, decidindo não perder mais tempo, entrou apressada no lugar e por vezes desejou que a luz mágica que a seguia não fosse tão forte. Era um cofre demasiado grande, havia muitas coisas ali, não só objetos repletos de magia, havia coisas singelas também. Belle percorreu o local com medo de encostar em certas coisas, mas então ela viu algo, algo que fez o coração dela acelerar. Uma rosa, era difícil dizer se era a mesma que ele lhe dera no dia em que a deixou partir, entretanto havia um resquício de esperança que fosse.

Rumple guardara tantos objetos, contudo a xícara e aquela rosa eram as coisas que mais a fizeram sorrir. Aquela luz vermelha vindo dela, fez com que Belle percebesse outra relíquia do cofre. Havia um pedestal, nele um cubo pequeno que ela conhecia de seus livros e tinha a certeza de que era apenas uma lenda antiga. A Caixa de Pandora, seu marido possuía algo perfeito para ela. A moça não precisaria matar a Rainha de Copas, ela apenas a daria outro destino.

Sem querer perder mais tempo e precisando de mais respostas para derrotar a mulher, Belle decidiu que sua próxima parada seria o castelo de seu pai. Maurice merecia saber o que acontecera a ela, merecia saber que seria avô, assim como ela merecia saber o que acontecera para ela ter poderes e por fim, tentar descobrir qual era o objetivo de Cora.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu espero que não tenha ficado maçante. Opiniões são sempre bem aceitas, ok?

Se tudo for de acordo com o plano os dois próximos capítulos serão dedicados aos vilões. Na mesma ordem, Pan e depois Cora.

Beijinhos!



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