Juste Attendre-II escrita por Melissa França


Capítulo 11
Voyage


Notas iniciais do capítulo

Hello! Desta vez não demorou tanto, viram? Prometo tentar postar com uma frequência maior, amores!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531899/chapter/11

Belle parou em frente ao seu antigo lar e com um leve suspiro, sorriu. O lugar onde ela crescera, onde ela fora uma criança feliz e curiosa, cercada pelo amor dos pais, ainda continuava o mesmo. Pequenas modificações feitas na parte da segurança, entretanto nada muito excepcional. A jovem desceu da carruagem levando consigo apenas a bolsa que continha a Caixa de Pandora, no caso de haver algum imprevisto indesejado.

Após identificar-se para os guardas, dois deles a acompanharam até a sala do trono. Antes de chegar, no entanto, a morena pediu gentilmente para que eles a deixassem ir sozinha ao encontro do pai. Tantos anos longe dele, tanto tempo sentindo saudades. A moça pensava constantemente nele e esperava que ele pensasse com a mesma frequência nela. Depois da morte de sua mãe, Belle temia que Maurice largasse o reino, entretanto, ele nunca fizera isso. Sempre tinha um sorriso largo no rosto e um brilho forte nos olhos.

Quando ela abriu a porta que a levaria novamente para o colo do pai, porém, havia um homem velho, sem vida. O rei sábio e alegre estava cansado, estava sem o costumeiro sorriso, estava infeliz. A punhalada levada pela grávida fora forte, ela sentiu o peso da culpa vir tão rápido como Maurice correu em direção a ela. Ele estava assustado, com medo, havia algo diferente em seu pai que Belle não era capaz de explicar e isso era terrível. Ambos choravam, mas isso só deixara o abraço mais confortável.

– Você está grávida. - Foi a primeira vez que ela ouviu a voz do pai desde que saíra de casa e mesmo com o semblante assustado dele, ela se alegrou.

– O senhor será avô! - Belle sorriu e voltou a abraçar o pai, desta vez, no entanto, o abraço fora rejeitado. - Eu sei que temos muito o que conversar, mas estou morrendo de saudades, podemos deixar para depois?

– Belle, eu... eu... - As memórias de sua falecida esposa contando-lhe sobre seus poderes e o risco de perder ela e sua filha por causa deles, inundou sua mente. Ele precisava da Fada Azul, ele estava tão perdido. Ele não poderia deixar sua menina passar seus poderes para esta criança que carregava.

– O que está acontecendo, papai? - Ela chegou mais perto dele, já que segundos antes ele se afastara.

– Quem é o pai desta criança, filha? - Ele parou e tentou ser sensato.

– Papai, escute, nós teremos tempo para isso depois....

– Quem, Belle? - Maurice estava nervoso, alterou rapidamente o tom da voz, contudo ao perceber isso, tentou se acalmar. - Um nome, apenas um nome.

– Rumpelstiltiskin. - Mais pensamentos vinham a cabeça do rei, pensamentos que ele amaldiçoaria para o resto da vida. - Mas ele é um bom homem, papai. Nós nos apaixonamos.

O velho Maurice viu que sua filha dizia a verdade, ela estava feliz. Havia encontrado o amor. Ele não discutiria isto agora, obviamente o fato de que sua filha estava carregando o filho da criatura mais temida de todos os reinos era um assunto sério, mas ao ver dele, os poderes que ela carregava no sangue possuíam prioridade para serem resolvidos.

– E onde aquela fera está agora? - Ela lhe deu um olhar repreendedor. - Ele não é um homem, Belle.

– Rumpelstiltiskin não é uma fera, ele é um homem. Mas, respondendo a sua pergunta, ele está em uma viagem, ele foi em busca de algo muito precioso.

– Ele te deixou. Ele não pode ter feito isso, ele não pode te deixar morrer. - Confusão invadia Belle e, outra vez, desespero invadia o rei. Inicialmente ele achara que talvez o Senhor das Trevas poderia proteger Belle, mas com ele longe, sua menina ainda corria riscos. - Guardas!

– Papai, o que estás fazendo? Ele não me deixou, ele vai voltar, eu sei que vai.

– Eu sinto muito, minha filha, sinto muito mesmo. - O homem chorava, contudo sabia que não conseguiria fazer Belle entender o porquê da atitude que ele tomaria a seguir, amanhã ele contaria a ela sobre os poderes, a verdade sobre a morte da mãe dela, mas só amanhã, quando a Fada Azul viesse e o aconselhasse.

Quando os guardas vieram, Maurice ordenou-os que levassem e trancassem Belle no quarto dela. A jovem se debatera e resistira um pouco, entretanto decidira parar de gritar assim que avistara seu antigo quarto. Estava intacto, exatamente da maneira que ela havia deixado, todos os móveis e roupas, cada objeto que lhe tinha um valor. Aquele pequeno gosto da sua antiga vida a fizera sentir uma enorme saudades da mãe.

A ex princesa possuía pouquíssimas memórias de Elsa, lembrava-se dos contos que ela lia a noite, belas e longas histórias que duravam semanas. O último livro que Belle lera junto da mãe havia ficado intocado, a jovem tinha medo de que com ele, a saudade irreparável viesse. Sentada na beirada da cama, a súbita vontade de ler a história da linda princesa que se transformava em cisne veio. Ao abrir o compartimento secreto, entretanto, deparou-se com dois livros. Ambos empoeirados o bastante para terem o seu título escondido, contudo não seria o pó que impediria Belle de descobrir o conteúdo do segundo.

Após limpa-los, ela teve uma bela surpresa. O livro do qual ela não recordava-se, se tratava do diário de sua mãe. Um sorriso pleno tomou conta dos lábios da jovem ao reconhecer a letra de Elsa e, com um impulso, ela começou a ler. Uma das páginas, no entanto, lhe chamou a atenção. A página em questão, falava sobre uma mulher que fora a melhor amiga de sua mãe e tentara tomar os poderes dela. Grande parte do diário era sobre as duas, detalhes e mais detalhes faziam que Belle começasse a soluçar ao lembrar da mãe com tanta clareza.

As últimas folha, porém, falavam de algo ainda melhor. Elsa contava sobre a gravidez. Pela primeira vez na vida, a jovem podia escutar as sábias palavras da mãe a aconselhando. A situação que as duas se encontravam era extremamente igual e além de descobriu contra quem ela estava lutando, de descobrir sobre uma tia que morrera ainda muito jovem, ela pode ler a mãe falando sobre ela, ver o quanto ela a amava.

"Querida Anna,

Quinze anos sem você parecem uma eternidade, uma eternidade que eu não estou disposta a enfrentar sozinha. Eu descobri recentemente que terei uma menina, a Fada Azul veio verificar se ela estava bem e, por enquanto, tudo está normal. Ela me disse que minha filha terá seu espírito, que ela será doce, forte e aventureira. Uma mistura perfeita. Você finalmente vai voltar para mim.

Queria poder dar o seu nome a ela, mas Maurice nunca permitiria isso. Ele sabe como sua partida ainda me dói, então evita tudo o que é relacionado a você. Nós dois faremos uma pequena viagem após o nascimento do bebê, iremos até um reino vizinho conhecer o futuro marido de minha filha ainda nascida. Me machuca pensar nisso agora, por esta razão não lhe darei mais detalhes, somente falarei de coisas boas, como o nome da minha pequena. Anna não será possível, então, após uma longa procura em meus livros, posso lhe informar que o nome de sua sobrinha será Belle. [...]"

As cartas eram tão lindas, que a jovem planejou levá-las consigo para casa depois que tudo estivesse acabado. Agora que ela sabia quem era Cora e o passado dela com sua mãe, Belle ganhara a maior e melhor arma que poderia querer, o conhecimento. Ela só precisava pensar em alguma maneira de sair dali.

Eles estão vindo.

– Quem disso isso? - Uma dor de cabeça a invadiu imediatamente.

Os clérigos matarão seu filho.

A grávida conhecia aquela voz, as fortes pontadas que ela estava recebendo na cabeça, a impediam de pensar com clareza, mas ela conhecia.

– É você Cora!? Como conseguiu entrar aqui? - Belle gritou no quarto.

Eu não estou aqui, estou apenas em sua mente, querida. Mas eu vi, eu ouvi.

– Do que você está falando? - Ela sentira algo incomum, como se precisasse sair daquele quarto. Por esta razão, fora até a janela e tentara abri-la, em vão.

Seu pai acredita que este bebê é um demônio, que o Senhor das Trevas o enganou.

– Isso é mentira. - A dor que ela sentia na cabeça se aprofundou.

Ele acha que você foi forçada a prosseguir com a gravidez, ele não sabe sobre o casamento de vocês. Mas, no lugar dele, eu pensaria a mesma coisa. Afinal, Rumpelstiltiskin não é alguém que se pode confiar.

– Pare com isso! - Desta vez ela gritou.

Essa coisinha é uma aberração.

Foi neste momento que as dores vieram. Belle se curvou com as mãos no ventre, caindo no chão assim que sua mente começara a ficar confusa o suficiente para que ela cogitasse a ideia de pular para fora do quarto. Ela precisava sair dali. A janela que estava trancada, se abriu magicamente e, após analisar brevemente a altura do quarto, deduziu que usar seus poderes seria a melhor coisa a fazer naquele momento. Ela não sabia o que estava acontecendo, contudo uma loga escada de gelo se formara da sua janela até a floresta. Sem pensar em consequências, Belle correu para fora do castelo o mais rápido que conseguia.

Alguma coisa estava errada com ela, não havia nada de inteligente nesta atitude. Por alguma razão, a jovem continuava correndo para dentro da floresta. As dores estavam se intensificando, assim como o cansaço. Com as pernas totalmente adormecidas, Belle viu as árvores sumirem no momento em que seu corpo colidira com o chão, então os sonhos imediatamente vieram a embalar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Agora é oficial, estamos na reta final! Três capítulos para o fim, amores!

Obrigada a todos que comentaram e favoritaram a fic, isso é extremamente apreciado por mim. Beijoquinhas! *u*

Ps: A cena da Belle escutando a voz da Cora era apenas manipulação, ok? O Maurice é bonzinho.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Juste Attendre-II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.