Juste Attendre-II escrita por Melissa França


Capítulo 1
Prologue


Notas iniciais do capítulo

Hey, voltei com a segunda temporada aqui para vocês! Estou muito feliz porque a fanfic (primeira temporada) mesmo depois de terminada recebeu uma linda recomendação. Por esta razão este capítulo de estréia é dedicado a você Isabelle! Muito obrigada!

Boa leitura a todos!



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A mulher suava demasiadamente, o corpo estava exausto e já haviam se passado horas e horas desde que o trabalho de parto havia começado. A criança que ela estava trazendo ao mundo era especial, não havia dúvidas em relação a isso. Mas o quanto ela era especial ninguém tinha ideia, nem mesmo a fada que fizera questão de estar precensiando o momento do nascimento.

Um choro fraco, que aos poucos foi ganhando altura preencheu o local com alegria. Um sorriso bobo chegou ao sorriso da mais recente mãe, lágrimas preenchiam os seus olhos de forma que faziam a visão ficar até um pouco embassada. Tudo que queria era segurar aquela pequena criança que vinha do amor dela e de seu marido, um amor construido com o tempo, de forma forçada, mas bem aceita. Queria sentir o peso do bebê, ver a cor dos olhinhos, dos cabelos e até mesmo contar os dedinhos.

A fada que ali estava presente, tomou o recém-nascido das mãos da parteira e sorriu. Parecia querer analisar cada feição, o que a mãe achava extremamente injusto já que ela esperara oito meses para fazer isto. Com o passar dos minutos a moça começou a ficar impaciente com tamanha demora e irritou-se. Mesmo o cansaço a tomando por completo ela pôde ouvir o ser com asas murmurando algo.

- Então é mesmo uma menininha. Tão doce e frágil, é uma pena que o destino seja tão cruel. - A fada parecia estar realmente lamentando. Contudo estava completamente encantada com a criança, não conseguia ficar um minuto sequer sem tirar os olhos dela.

Uma filha. Ela havia tido uma filha, deveria ser a mais bela das criaturas que já havia visto. A mulher aproximou-se com o pequeno embrulho envolto em seus braços e lhe sorriu, assim garantindo que a criança era perfeita. A moça completamente suada e cansada, não poderia estar mais feliz. Ao sentir a filha tão perto de si conseguiu finalmente entender o significado da palavra que ouvira tantas e tanta vezes. Amor. Achava que amava o marido, mas não tinha ideia de que um pequeno e frágil bebê poderia ser a chave para descongelar o seu coração.

- Ela é linda, Azul.

- Eu sei, realmente um encanto de criança. Entretanto, eu presumo que seus poderes tenham sido passados para ela. Sinto muito. - Um olhar preocupado tomou o rosto da fada.

- O meu cordão pode ser transferido?

- Como forma de proteção? - A moça acenou. - Temo que não, pode haver resquícios de magia em você. Se der à ela não posso lhe garantir que ficarás protegida, você sabe que não damoraria até chegarem nela.

- Terei que escolher entre proteger a mim ou ela... É isso?

- Talvez seja melhor eu levá-la. Assim você e o rei podem ter outra criança, quem sabe um herdeiro? Um menino completamente normal.

- Não. Quero ela perto de mim, quero estar ao lado dela sempre. Eu tive alguém que me ajudou e que infelizmente por motivos tolos, que você tem conhecimento, não possuo mais junto a mim, ela é minha. Agora responda-me, Azul. Posso dá-lo à ela?

- Sim. - Disse em um sussurro. - Mas recomendo que espere até a menina chegar a uma certa idade. Oito ou nove anos, assim que os poderes começarem a se manifestar, como ocorreu com você.

- Está bem... Mais uma vez muito obrigada e faria-me outro favor?

- É claro. - Disse pensando em um modo de proteger mãe e filha, sem precisar sacrificar uma delas. Mas parecia ser tudo tão impossível. - O que é?

- Avise ao rei que Belle nasceu.
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A pequena menina de cabelos castanhos e brilhantes olhos azuis estava sentada em sua cama nos braços da mãe, tinha apenas uma colcha sobre as pernas e estava, como todas as outras vezes, com a atenção totalmente voltada para um livro, claro que ainda não lia, ao invés disso ouvia com cuidado as palavras que a mãe dizia. O homem as observava com um sorriso bobo no rosto, se a perfeição tivesse forma, peso ou tamanho, seria do jeitinho exato de Belle. A garota era uma mistura sua e de sua esposa, uma pequena criaturinha que ganhara seu coração.

Maurice pigarreou para chamar a atenção da filha e ela só pôde retribuir o sorriso sincero. Ele a chamou para ensinar-lhe algo e obviamente ela relutou, mas logo Elsa a convenceu do contrário. Belle foi o seguindo até o salão de baile, ela nunca havia ido lá, olhou cada lugar com uma certa curiosidade, um brilho nos olhos inexplicável.

- O que fazemos aqui, papai?

- Você já tem quase cinco anos.

- Eu sei disso. Digo, eu sei quantos anos tenho, mas essa não foi a minha pergunta.

- Logo você participará de seu primeiro baile, Belle.

- Logo? Mas a mamãe me disse que eu só terei que ir a um baile quanto chegar o meu décimo quinto aniversário. E pelas minha contas ainda faltam dez anos para que isso ocorra. Posso voltar ao me quarto e terminar de ler o livro com a mamãe?

O rei ficou alguns minutos apenas fitando a pequena sábia a sua frente. Talvez isso fosse coisa de pai, mas ele estava realmente impressionado com a sabedoria da menina. Maurice continuou ainda um pouco extasiado.

- O que tem no seu quarto que aqui não tem?

- Livros. - Ela lhe disse com um olhar traquinas.

- Bem, não. Você ainda não pode voltar. Porque, agora eu vou lhe ensinar a dançar.

- Dançar? - O rosto dela se iluminou de forma tão repentina, fato este que fez seu pai animar-se ainda mais. - E o que estamos esperando?

O velho Murice riu com entusiasmo da menina, poucas vezes a viu assim. Era claro que ele não pretendia ensiná-la a dançar, ao menos não como ela aprenderia anos mais tarde, contudo ele sentia precisar passar mais tempo com a filha. Levantou-a em seus braços e começou a rodopiar no salão com a pequena. Belle apenas ria e tentava imaginar o ritmo da música, pois o pai não pensara em realmente tudo.
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O que aconteceu foi muito rápido na verdade, eles deslisavam pelo salão e de repente a camada de gelo começou a se formar nas paredes. Demorou um pouco até perceber, no entanto quando o chão já estava bem escorregadio e o rei caiu com a menina em seus braços ele viu o que estava acontecendo. Belle esperou o pai lhe perguntar se estava tudo bem, mas nada ocorreu.

- Venha, sua mãe precisa saber o que aconteceu aqui.

- E o que foi? - Perguntou-lhe de forma curiosa como sempre.

- Algo muito ruim.

Maurice pegou a mão da criança, que estava extremamente gelada e caminhou apressado para o quarto quase arrastando-a. Belle nunca tinha visto o pai de forma tão zangada, talvez ele só estivesse assustado, contudo a menina sabia que algo muito estranho estava acontecendo. E, sem dúvidas estava relacionado a ela. Decediu não fazer nenhuma pergunta até chegarem a Elsa, ao entrarem nos aposentos da garotinha, ela só pode correr em direção a mãe.

- O que houve, meu amor?

- O salão de baile, se transformou em puro gelo. Está acontecendo, Elsa. Eu lhe disse que precisavamos tomar medidas sérias em relação a isso.

Enquanto Maurice quase gritava com Elsa, a filha deles chegava mais perto da mãe, agarrando-a com os pequenos bracinhos e enterrando a cabeça no pescoço dela. A moça que cuidara dela desde que era um bebê, viu que a discução iria se prolongar e a tirou dos braços da mãe com urgência pois a menina já estava assustada demais. Os dois continuaram, agora um pouco mais calmo o rei tentava compreender a situação.

- Sabíamos que este dia chegaria, Maurice. Procure se acalmar.

- Me acalmar? Eu não quero te perder, Elsa. Também não quero perder nossa filha.

- Já conversamos a respeito disso, hoje mesmo eu darei o colar para ela.

- Podemos esperar um pouco mais de tempo? - Ele tentava parecer sensato, mas a verdade era que estava apavorado.

Não houve tempo para resposta, a senhora que cuidava da menina entrou apressada nos aposentos, estava pálida e com um olhar apavorante, até tentara chamar algumas palavras, mas elas não sairam. Recuaram-se todas, sem poder dizer nenhuma. O rei e a rainha correram o mais de pressa possível até o jardim onde Belle brincava com um boneco de neve, a menina lhes olhou sorrindo.

- Olhe mamãe, como o que nós construimos no inverno passado.

Não havia problema, ela era só mais uma criança que adorava a neve, mas a questão era simplesmente que no verão não havia neve. Os flocos começaram a cair rapidamente e sem controle algum, a progenitora a pegou em seus braços lhe sorrindo, tentando esconder as lágrimas que lhe escorriam pelo rosto. Ao contrário de todos os outros presentes que sofriam com o frio, as duas não se importavam. A menina nem notara tal fato, só sabia que havia algo muito errado com sua mãe.

- Estás bem, mamãe? Parece triste. - Disse-lhe assim que adentraram a residência.

- Sim, minha princesinha. O que me importa é que você ficará bem. Limpe o cabelo e troque-se, já passa da sua hora de dormir.
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Passados alguns minutos Belle retornou ao quarto vestindo uma camisola. Travessa com sempre correra até o armário e abrira uma parte falsa, que só ela e a mãe tinham conhecimento.

- Venha, mamãe. Eu quero saber como acaba, a senhora me prometeu.

- Sim, deite-se...

Assim Elsa começou a leitura, faltavam pouquíssimas páginas e quando chegou na última frase a criança parecia indgnada.

- Como assim, mamãe? Acabou?

- Sim. O que há de errado?

- Mas a Odette não ficou como cisne?

- Não, meu amor. Ela teve o seu final feliz. Você não gostou?

- Não entendo. Por que ela não podia ser feliz como cisne? Afinal, ela tinha asas e estava livre, não é?

- Cada final feliz é de uma maneira, muitas vezes pode não ser o que se quer ou o que se espera. Mas ela queria este, então sim, este é o final feliz dela.

- Eu preferia que ela continuasse como cisne. - Disse de maneira sincera, como a mãe bem conhecia.

- Belle?

- Sim.

- Queria lhe dar um presente.

- Um presente? - Elsa acentiu. - E o que seria?

A loira tirou de seu pescoço o colar que usara durante praticamente a vida inteira, sentiu uma onda de magia percorrer o corpo, mas muito menos forte do que havia sido anos atrás. Talvez Cora não viesse atrás dela com mais ambição, talvez ela pudesse viver com a família em paz e visse Belle crescer, talvez. Ela colocou cuidadosamente o colar na menina a sua frente, tentando arrumar os cachos de forma delicada sobre ele.

- Por que razão está me dando isto, mãe?

- Para você ter sempre um pouquinho de mim. - Ela sorriu e alisou o rosto da filha, o momento foi interrompido por uma forte ventania vinda de uma das janelas o que fez com as velas se apagassem. Logo ela checou a menina e percebeu que a mesma entrara de repente em um sono profundo. - Belle, querida acorde.

- Olá, Elsa. - Cora, que mesmo depois de tudo ainda tinha um pequeno espaço em seu coração, cominhava até a cama de Belle com um sorriso irônico nos lábios . Ela havia mudado muito desde a última vez que se viram, alguns bons anos atrás, isso não importava no momento, ela só precisava manter o controle e proteger a filha.

- Que fazesses aqui? Vá embora, não és mais bem-vinda!

- É a sua filha? - Ignorou a rejeição e aproximou-se da menina que ainda dormia, observou as feições da princesinha e por segundos lembrou-se da criança que um dia ela tivera que amparar, a criança que mesmo sendo da realeza a tratava de forma indiferente, foi apenas um rápido lampejo de luz. - A pequena é realmente encantadora. O nome lhe cai muito bem.

- Por que veio até aqui?

Cora fez algum movimento difícil de identificar e algumas das velas se acenderam. Elsa sabia o motivo, até mesmo porque ela já tentara fazer aquilo antes, mas agora era diferente, ela quase não tinha poderes e o pinjente que a protegia estava com Belle.

- Perguntas, perguntas... - A mais velha apenas suspirou enquanto posicionou as mãos no pescoço de Elsa. - Agora que está sem ele, você facilita o meu trabalho.

Cora falava do colar logicamente, sem ele era muito mais fácil ferí-la ou até mesmo roubar seus poderes, sendo o último a razão pela qual a amizade acabara e agora ali estava ela, tentando absorver os poderes que a mulher de Maurice possuia ou que ela acreditava ainda possuir, entretanto não teve êxito algum. Não consiguia nem ao menos sentir a magia nela, só algum resquício, o que não serivia para nada. A rainha não tinha mais poderes.

- O que houve com você? Foi aquela maldita fada, ela finalmente conseguiu tirá-lo de você, não é? Ou você o transferiu para alguém? - O olhar de Elsa a entregou de imediato, aquilo não não podia estar acontecendo. - Foi para a criança, é claro, por isso você não precisa mais do colar, não importa mais. - Então, de repente ela começou a rir e se aproximou ainda mais de Belle.

- Não faça nada com ela. Cora, você também tem uma filha, por favor. - Ela suplicava, sua filha não merecia nada daquilo, na verdade nem ela merecia.

- Acalme-se, ela não irá morrer por nada. É uma boa causa, querida.

- Cora...

Então o quarto encheu-se de uma luz roxa que se misturou com outra de tonalidade azul, sendo que a última vinha da criança dormindo, frustrando qualquer plano que a futura Rainha de Copas tinha.

- O que você fez? Como a protegeu? - A mulher verificou o pescoço de Belle e não demorou a perceber o colar, na raiva tentou retirá-lo e logo sua mão queimou. - Você o deu a ela? Pois bem, eu farei o seu destino, se eu não posso ser a mais poderosa de todas essa criança também não será. Consigo ver a escuridão rodiando ela, e sabe o que é pior?

- Cora, por favor pare. - Não havia dor física, mas a tortura psicológica estava quase matando Elsa. Saber que coisas ruins cercavam a menina que ela tanto ama e que ela fez tantos planos não era algo bom, não era nada bom.

- O pior de tudo é que você não poderá ajudá-la. Você foi boa demais para mim, as pessoas não tem esse seu doce coração. - Com essas palavras a mulher enterrou a mão no peito dela e retirou o coração de Elsa, no exato momento em que Maurice adentrava o quarto extremamente apavorado, então ela esmagou-o lentamente enquanto dava o seu adeus a pessoa que mais lhe ajudara no mundo. - Só uma de nós pode vencer e eu presumo que seja eu. Um dia ela vai retirar o colar e eu vou me certificar de estar bem perto quando isso ocorrer. - Assim Cora desapareceu em uma nuvem de fumaça roxa, deixando um rei apavorado e uma pequena princesinha órfã.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Algumas referências do que aconteceu e do que ainda está por vir... Este é só um flashback para vocês não ficarem tão perdido, mas a estória só começa mesmo no próximo capítulo.

Alguém tem algum pedido especial para esta temporada? Se não for algo muito fora do contexto eu posso incluir na estória ou fazer uma one-shot! Obrigada!



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