É Megan! escrita por HuannaSmith


Capítulo 26
Um Pedido de Mãe


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Mas esse cap, particularmente, exigiu um pouco mais de mim, precisei muitas vezes me colocar no lugar dos personagens para transmitir a real mensagem. Espero q gostem!



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Graças a Deus que a Plugar ficava a poucas quadras de distância, o que Megan fez foi errado mas eu não deveria ter ido embora, eu a conheço e com certeza ela já sabe de tudo, Megan não vive sem dar uma olhada no celular, ficar pensando nisso só me deixa mais arrependido.

Cheguei a festa por volta de uma hora da manhã, a maioria das pessoas já tinham ido embora, restavam apenas alguns desocupados, como a Luene e o Mosca, dançando aos tropeços, procurei com os olhos mas nada da minha bad girl.

Procurei por todos os lados, já estava quase desistindo e ligando para Pamela, quando finalmente, ao fundo do campinho, eu avistei Megan sentada em um banco com Wander, que a segurava a força, corri ao encontro deles.

– Me solte!

– Não, não eu já disse, você fica aqui Megan Marra

Wander segurava Megan contra sua vontade, em quanto ela tentava se soltar com os olhos cheios de lágrimas, é claro que eu não podia continuar observando aquilo sem fazer nada.

– Solta ela Wander!

– Calma ai tigrão, não tá vendo? Ela não te quer mais

Ele levantou do banco obrigando Megan a fazer o mesmo, segurando o braço dela fortemente, ele a estava machucando.

– Eu mandei você soltar ela, vai querer por bem ou por mau?!

Wander soltou Megan bruscamente, mas não era na intenção de deixa-la ir, não achei que ele fosse capaz, por isso nem me importei, estava mais preocupado com Megan, preocupado que ela estivesse machucada, mas o idiota se preparou bem, ou talvez seja apenas por eu não estar prestando atenção, e acertou um murro no canto direito da minha boca, fazendo com que eu abaixasse.

Sem pensar nas consequências, e esquecendo que a minha frente se encontrava um moleque tão bêbado quanto Megan, após sentir rapidamente o sangue escorrendo da minha boca, apertei os nós dos dedos contra a palma da minha mão, e finquei um murro abaixo de seu peito, segurando suas costas para que ele não recuasse, acompanhado de um soco na boca, no mesmo canto que ele me atingiu.

Eu não queria machuca-lo, nós crescemos juntos, com objetivos totalmente diferentes, mas crescemos juntos, só que ele estava bêbado, não entendia ordens simples, eu precisei fazer isso, não podia permitir que ele continuasse a machucar Megan.

Matias e mosca seguraram Wander, evitando um possível golpe por parte do mesmo, em quanto Luene veio junto para tentar me acalmar, mas no momento, respirando compassivamente, eu só queria saber da minha bad girl.

Megan veio rapidamente até mim, envolvendo minha cintura, eu a abracei fortemente, e naquele momento, um arrependimento invadiu o meu peito, o que fez com que eu a abraçasse mais ainda.

Em quanto eu acalmava Megan; Matias, Luene e Mosca levaram Wander embora, ela soluçava abraçada ao meu peito, queria fazer com que aquele choro passasse, mas eu não podia.

– Davi... você viu o que estão falando do meu dad?

Com aqueles pequenos olhos de borboleta, encharcados de lágrimas, me observando, eu fiquei sem palavras, não sabia o que dizer para acalma-la, com um beijo em sua cabeça, eu dei uma resposta muda.

Megan Lily, uma menina decidida, sem limites, que faz de tudo para conseguir o que quer, agora estava chorando em meus braços, a minha bad girl, que retirou a dor de mim quando eu mais necessitava, agora estava precisando do mesmo, só que com minha assinatura.

Peguei a chave, que estava quase caindo do bolço dela, e fomos juntos até o carro, abraçados e as vezes aos tropeços, ela havia quebrado a promessa, talvez eu pudesse revelar isso, dado as circunstâncias em que ela se encontra.

==========

Os minutos pareciam horas na mansão Marra, Danilo não atendia as ligações de Pamela e Jonas ficava cada vez mais irritado, tentando descobrir como o site "Fato Na Rede" havia descoberto sobre sua doença, em meio a todo esse caos, Brian achou que fazer uma purificação no ambiente era o melhor para o momento.

Cansado de toda aquela tensão, Jonas achou melhor ir para o seu escritório, Brian o acompanhou e Dorothy foi para a cozinha, preparar seu famoso chá de alface, para acalmar a afilhada que estava uma pilha de nervos.

O que ninguém sabia, é que Megan já estava na porta de casa, abraçada ao namorado e tremendo de frio. Aquecendo-a com seu casaco, Davi apertou a campainha e em poucos minutos Pamela já estava lá para recebe-los.

– Graças ao mistério vocês chegaram!

Pamela colocou os dois para dentro, os levando até a sala, onde Megan sentou no sofá e cobrou explicações da mãe, com o nariz vermelho, ela falava com dificuldade por conta do choro ainda recente.

– Mom todos estão falando de dad! O que aconteceu?! Tudo isso é verdade?! Onde está daddy?!

O chá trazido por Dorothy veio a calhar, Pamela pegou o mesmo e entregou a filha, forçando-a a beber, disse que faria bem para que a mesma não pegasse um resfriado, desobediente como sempre, Megan tomou apenas um gole rápido e voltou a exigir explicações sobre tudo o que estava acontecendo.

– Eu posso lhe garantir que seu daddy está bem, ok? Agora está na hora de você se desligar do mundo e ir para cama Megan Lily

Jonas estava observando tudo da porta do escritório, fez um sinal para que a filha fosse com ele, Megan levantou e foi ao encontro do pai, que a abraçou e a levou pelo corredor, ainda com o casaco do namorado, ela fazia dezenas de perguntas a Jonas, algumas com sentido e outras desprovidas deste.

Depois que tudo estava como deveria ser, Davi se despediu de todos presentes na sala, indo em direção a porta, mas Pamela pediu para que ele ficasse, dessa vez não era para que ele dormisse em um dos quartos de hóspedes por conta do horário, mas por que ela precisava conversar com o rapaz, como o bom moço que é, ele aceitou.

*********

Já no quarto, Jonas enrolava a filha, deitada na cama, com o cobertor, sentado ao seu lado ele observa com dor o rosto da menina assustada, mas ele não poderia contar nada no momento, ela não entenderia, teria de esperar até o dia amanhecer, mas Megan não parava de fazer perguntas.

– É verdade, dad? O que estão falando?

– É exagero da imprensa meu amor - ele mentiu - amanhã a gente conversa melhor sobre isso

Com um beijo no rosto da filha, Jonas achou que poderia ir para o seu quarto, ter uma boa noite de sono para aguentar o que ainda estava por vir, mas ao fazer o gesto de levantar, Megan puxou o pai pelo braço.

– Fique aqui comigo, como você fazia quando eu era uma baby

– E quem disse que você não é mais minha baby? - ele a enrolou novamente - agora dorme meu anjo

Observando a filha entrar no reino dos sonhos, ele não conseguiu evitar, por mais incrível que isso possa parecer, Jonas Marra deixou algumas lágrimas escorrerem pelo rosto, a única capaz de arrancar este sentimento de Jonas, era uma menina a qual ele apelidou de Peaunuts.

Ainda observando a dona de suas lágrimas, ele pensava no que falar no dia seguinte, para o mundo inteiro, o que ele poderia falar? Que o poderoso Jonas Marra, estava morrendo? Pavão como sempre, isso também o machucava, mas Jonas sempre foi um homem forte, e com toda a certeza, ele vai aproveitar como ninguém o tempo de vida que lhe resta.

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Depois que Jonas levou Megan para o quarto, Pamela e eu fomos até o escritório, ela queria falar á sós comigo, não fiquei preocupado, com toda certeza era apenas para agradecer por eu ter trago Megan para casa, mas isso foi o mínimo que eu podia ter feito, visando que o estado "não sóbrio" dela tenha sido minha culpa.

Pamela me deu um copo com água, agradeci e me sentei no sofá, ela preferiu a cadeira bem a minha frente, se inclinou em minha direção e me observou nos olhos, eu respondi com um sorriso de lado, o mesmo de quando estou envergonhado.

– Muito obrigada Davi, por ter trago Megan para casa

– Isso era o mínimo que eu podia fazer, Pamela

– Agora eu vejo que seus sentimentos por ela são realmente verdadeiros, você a trouxe em segurança, cuidou dela, você é um bom rapaz Davi, e é por isso que eu quero te fazer um pedido de mãe - ela se inclinou mais em minha direção - não se afaste de Megan, ela gosta muito de você e eu também, por trás dessa bad girl existe uma menina sensível, que está passando por um momento complicado, longe dos amigos...

– Eu não vou me afastar da Megan - a interrompi - não vou me afastar por causa da briga que tivemos hoje, aquilo... aquilo foi uma grande besteira, quase cem por cento culpa minha, nunca poderia deixar a Megan por uma coisa dessas

– Eu fico feliz que pense assim, mostra que você a conhece de verdade, posso te revelar uma coisa?

– Claro

– Eu admiro o fato de você não ter se aproveitado do interesse dela por você, pelo fato dela ser filha de seu chefe, isso só mostra o seu caráter Davi

– Eu nunca poderia me aproveitar do interesse da Megan, porque fui eu que me interessei primeiro - ela riu

– Está tarde, durma aqui e amanhã você vai conosco pra Marra

– Eu não posso, o meu projeto pro Marra Ideia ainda tá na Plugar

– Não se preocupe, Jonas adiou o Marra Ideia, amanhã ele vai dar uma declaração sobre todas essas notícias

– Por um lado isso é bom, eu e Megan teremos mais tempo para trabalhar em nossos projetos

– Pensamento positivo, I liked!

Depois da conversa, Pamela me levou até o quarto de hóspedes, o mesmo que eu fiquei da ultima vez que a Megan ficou bêbada, já estava com saudades daquela cama e da televisão com mais de mil canais.

Como sempre muito educada, Pamela se despediu e me desejou boa noite, eu fiz o mesmo, mas não conseguia aproveitar nenhuma das atrações daquele quarto incrível, só conseguia pensar em como estava Megan naquele momento, e em como eu havia sido idiota com ela.

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O cheiro da fumaça, o calor das luzes coloridas sobre a pele, o cheiro de álcool e algumas coisas a mais, eu estava realmente precisando daquilo, respirar um pouco do meu ambiente natural, não importa o que ele diga, pense ou permita, eu nasci para isso.

Quando o universo quer que você faça alguma coisa, não são portões ou seguranças que vão te prender, nada pode te prender, a necessidade brota e é praticamente impossível dete-la, é como algo natural, que vem no sangue, você não ficará tranquilo a menos que faça isso, e eu estou fazendo, mais o desconforto ainda teima em habitar meu coração, como se algo de errado estivesse acontecendo, mas como poderia? Tudo está como deve ser.

Isso não é doentio, é uma diversão, não é fora da lei, pelo contrario, deveria se tornar uma, o ser humano precisa do seu ponto de liberdade, precisa sentir pelo menos uma vez na vida que pode fazer o que quiser, isso ajuda as idéias rolarem, mesmo que estas estejam em falta, essa é minha vida, e eu posso fazer com ela o que bem entender.

O bartender encheu o copo até a linha imaginária, que fazia com que ele acertasse sempre a mesma medida, o copo gelado em contato com a minha mão me deu um pequeno arrepio, a bebida ardeu na garganta, a música alta agradava meus ouvidos e provocava pequenos sorrisos, mas por algum motivo, tudo parecia errado.

Todos pareciam estar escondidos, muitos rostos conhecidos mas nenhum suficientemente bom para minha companhia, a aglomeração mostrava o destino, Miley deveria estar dançando, ninguém consegue tirar os olhos dela, terminei tudo em um gole e repousei o copo sobre a mesa do bar, estava na hora de uma presença, ela já teve atenção demais.

Desde pequenas nós competimos, mas no fundo nos amamos, ou talvez seja apenas o álcool recente fazendo efeito, só que todos estavam muito sérios, Justin não dançava nem com minha perna sobre a lateral de seu corpo, estavam me encarando, Kristen, Lindsay, Miley, Justin... pareciam estatuas me observando, eu sei que danço muito melhor que Miley mas aquilo já estava começando a ficar like estranho, pareciam querer me contar alguma coisa, mas não encontravam coragem pra isso.

A música parou, as luzes acenderam e as pessoas estavam indo embora, nenhuma reclamação ou brigas, estavam apenas saindo, como uma espécie de luto, Katy estava seminua por algum motivo mas aquilo não era o mais estranho em questão, porque estão indo embora? A festa havia acabado de começar, the party does not last all night?

O silêncio chegava a torturar meus ouvidos, o álcool já havia subido a cabeça, meu MarraPhone começou a tocar dentro da bolça, que estava tão estranha quanto tudo ali, não me lembro de ter adotado um estilo de raposa viva e uma coroa de ossos, mas o gentil animal me entregou o telefone que dançava desesperado.

Hello?!

– Hey princess Shelda! What's up?

Megan eu preciso de você aqui, now

– What? Do you think...

Estava ali, brilhando bem a minha frente, se fosse uma cobra teria me picado, em meio as cabeças que exalavam vento, fixada a parede ela parecia rir de mim, com ar de deboche a televisão brilhava a notícia, "Jonas Marra, o magnata da tecnologia morre de forma repentina".

O celular do ouvido foi ao chão, a força de segurar a bolça não estava mais ali, as lágrimas caminharam naturalmente, foi como se aquele momento, aquele lugar, os meus amigos... foi como se tudo ali ficasse no completo congelamento, sem transmitir o menor ruído possível, como se o chão não estivesse ali, foi como se ele desabasse do mesmo modo que os meus joelhos, os quais cederam sem aviso prévio, como se os batimentos do meu coração, toda a minha vida, perdesse o completo sentido a partir daquele momento.

Eu não podia acreditar que aquele que me ensinou a andar de bicicleta, me ensinou a fazer a melhor lasanha, me observou dormir por tantas noites, havia me deixado, queria poder gritar mas a voz presa no meu peito não conseguia espaço para ganhar sua liberdade, e isso aos poucos foi me consumindo, me asfixiando.

Implorei ao universo, com todas as minhas forças, que aquilo fosse um pesadelo, um certo guru me disse uma vez, quando eu ainda era bem pequena, que se pedirmos com força e acreditarmos, este vira realidade, não sei o que ele fez mas tudo ao meu redor parecia girar, as pessoas se multiplicaram, eu já estava ficando tonta, fiz o meu último pedido a existência... ela me atendeu.

– Megan... Megan Lily...

Acordei com a visão um pouco embaçada, precisei piscar os olhos umas três vezes para que voltasse ao normal, minha cabeça estava pesada, mas pelo menos não estava latejando, de longe uma das melhores ressacas que eu já tive. Mom estava sentada bem ao meu lado, passando a mão suavemente no meu braço para que eu acordasse, ela me chamava.

– Mom?... - pisquei novamente - Eu tive um pesadelo horrível sobre dad

Só me dei conta de que dad estava sentado atrás de mom, na divisória da cama, quando ele falou em um tom um pouco sério comigo.

– Nós precisamos conversar Megan Lily


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Notas finais do capítulo

Parece que Davi já perdoou Megan, mas será que ela vai perdoa-lo? Qual será a reação de Megan ao saber que seu pai está realmente doente? E como será que Jonas anunciará ao mundo, a própria morte? Beijos e até a próxima! Não se esqueçam de comentar.



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