Passado: Uma Caixinha de Surpresas escrita por Ankia


Capítulo 1
O Que Parecia Ser Um Dia Comum


Notas iniciais do capítulo

Deixem suas opiniões e sugestões! E boa leitura!



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A história se passa no exército, o resto vocês terão que descobrir!

"Eu estou aqui! Não se preocupe!"

Manu acordara com uma pequena falta de ar com o bip repentino do despertador. Com o susto, bateu a testa na cama de cima da beliche. Resmungou e massageou o local. Tivera aquele sonho novamente. Era algo que estava virando rotina. Seu primeiro e pior surto lhe assombrava.

Finalmente tomou coragem e levantou, ignorando o chão gelado que fazia contato com seus pés. Foi até o relógio e o desligou. 6:00. Rodou o quarto com os olhos e percebeu que estava sozinha. Como sempre, Charles já tinha saído e a esperava no refeitório.

Desapressadamente, foi até o banheiro. Lavou o rosto, encarando o espelho com seus olhos negros. Penteou os cabelos castanho-escuros e os prendeu em um rabo de cavalo mal-feito. Depois trocou de roupa, colocando uma regata branca, calças camufladas e coturnos militares. Prendeu a soldiertag no pescoço e soltou um longo bocejo.

Dirigiu-se até o refeitório e não demorou muito para ela encontrá-lo. Charles acenava e, pode se dizer, que com seu tamanho e sua cabeça careca não dava para se esconder muito.

A garota suspirou e foi até a sua mesa. O soldados a observavam acuados. Ela deu de ombros e sentou-se a frente dele.

Na mesa jazia duas bandejas. Uma estava cheia de farelos e com uma xícara de café pela metade. Já a outra estava farta. Pão grelhado, torradas e um copo de suco de laranja. Ela olhou para trás, fazendo algumas pessoas pararem de cochichar. E vê em seus pratos uma mistura amarelada.

–Pai, já falei que não é para fazer isso!

–Isso o quê? - Ele sorri, fazendo-se de desentendido.

–Me mimar! Não é isso que estão servindo no refeitório!

–Quem disse? Estão sim, é que cheguei antes e consegui pegar algo melhor!

–Mentiroso, mas tanto faz... - Ela dá de ombros e morde o pão.

–Tem que acompanhar alguma aula à tarde?

–Não. - A garota termina o pão e parte para o ataque, com alvo as torradas.

–Quer ir "treinar"? - Ele fez o movimento de aspas com os dedos, sorrindo. Ela sabia o que significava.

–Claro. - Ela mastiga sua última torrada e percebe o pai olhando no relógio.

–Olha a hora! Estou atrasado! - Rapidamente ele levanta, vestindo um terno verde-escuro que estava pendurado na cadeira.

–Reunião? - Um gole do suco desce goela abaixo.

–É. - Ele revira os olhos e Manu ri. Antes de sair correndo ele tasca um beijo na testa da filha.

O refeitório fica em um silêncio mortal. Sentia todos os olhares voltados nela. Deveriam pensar o porque do marechal se sentar junto de uma simples tenente.

Terminando o suco, ela carrega a bandeja até uma abertura que levava a cozinha e volta ao alojamento com as mãos no bolso, assobiando uma música qualquer. O alojamento, apesar de grande, era dividido somente por Manu e Charles.

Ao passar na frente do espelho, ela repara como seu cabelo estava desarrumado. Faz uma careta e prende-os em uma trança. Fita o relógio. Estava quase na hora da sua aula.

Foi até o local dos seus treinamentos. Todos já estavam lá. Ela fez uma chamada rápida enquanto a turma de alongava. Estranhamente havia um nome que lhe era novo e, misteriosamente, sumia e aparecia conforme ela se concentrava. A névoa. Seu pai havia lhe contado tudo que sabia. Os deuses, semideuses, armas e essa tal névoa. E, ainda por cima, fazia-a estudar mitologia grega toda noite.

Quando a tenente ia dar inicio, um garoto de mais ou menos sua idade, 17 anos, apareceu correndo e se juntou aos demais. Ele irradiava uma áurea estranha, mas ela não comentou nada.

(...)

Passado vários exercícios como abdominais, flexões, corrida de diversos gêneros e obstáculos, a garota ainda estava com uma pulga atrás da orelha. Então propôs um novo desafio. Lutar com ela. Ninguém avançou, nem disseram nada. Todos ficaram imóveis, chegando até recuarem um pouco. Eles tinham medo. Medo de que ela ficasse fora de controle novamente.

–Estão com medo, bando de maricas? Haha, medo de uma adolescente? Uma garotinha? Estão fazendo o quê no exército? Vieram brincar de casinha? - Os soldados começaram a olhar feio para a garota -Isso mesmo! Assim que eu gosto!

A maioria partiu para cima, todos com punhos preparados para a acertarem. Punhos esses que erraram seu alvo. Ela desviou de alguns, acertou com a mínima força possível em outros e derrubou o resto. Apenas um não foi. O novato. A tenente o provocou, chamando com a mão. Ele avançou, mas mudou sua rota, tentando seguir para suas costas e pegá-la distraída. Azar o dele, pois os reflexos dela eram excelentes. Simplesmente deixou o braço na sua frente, fazendo com que o pescoço dele parasse nos músculos dela, derrubando-o facilmente. Todos tentavam levantar, mas ela bateu palmas para chamar a atenção deles.

–O treino de hoje acabou! Voltem para o alojamento de vocês e esperem a próxima aula!

(...)

Depois de mais uma aula com um grupo diferente de soldados, ela foi almoçar e como sempre, vários olhares focavam nela. Charles ainda estavam na reunião, então teve que almoçar sozinha. Após isso, voltou a base e tentou descansar um pouco. Dormiu no máximo duas horas, acordando por causa do pesadelo que se repetia.

Calçou os coturnos novamente e foi até onde costumava se encontrar com o pai. Era um campo aberto, com algumas árvores e poucos soldados iam para lá.

(...)

Após meia hora de espera, lá estava aquela careca brilhante. Já não vestia mais o terno, ele fora substituído por uma regata preta, calças escuras frouxas, sua típica pistola semi-automática presa à cintura e coturnos iguais ao delas.

–Que demora ein?

–Estava conseguindo isso! - Ele balança dois pedaços de papel na frente dela.

–O que é isso? - Ela os pega e lê -Vamos ao cinema? - Seus olhos brilhavam enquanto um sorriso se formava.

–Exato! - Charles sabia muito bem onde a filha adorava ir e sempre fazia o possível para agradar, mesmo sabendo que poderia ser despedido ao tentar tal ato.

Mas essa seria a última vez que ele veria o sorriso de Manu...

(Continua...)


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Muitas dúvidas? O que são esses surtos, quem é a mãe de Manu e o que acontecerá em seguida? Continuem acompanhando para descobrir!



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