Carolyna escrita por DreamySpace


Capítulo 1
How We Met


Notas iniciais do capítulo

Oneshot bem grandinha, espero que não se cansem de ler.



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Carolyna

How We Met

(Como Nos Conhecemos)

Eu sempre achei intrigantes as armadinhas do amor, como ele surge sem avisar, como ele nos torna pessoas bobas e ao mesmo tempo, felizes. Amar, para mim, nunca será um pecado. Amor é amor, mesmo em suas diversas formas. Alguns são mais complicadas que outras...

Gostaria que essa fosse mais uma das várias histórias de amor...entre uma linda menina e seu príncipe encantado, mas acontece que nem toda garota sonha com um príncipe. Eu sou uma dessas, eu não quero o garoto perfeito, eu apenas quero ela, Carolyna.

Tudo começa com essa garota, conhece-la foi com certeza uma das minhas maiores descobertas.

Carolyna é como um quadro, um belo quadro que merece atenção. É bela e delicada com um...

A primeira vez que à vi foi de relance, apenas reparei em seu curto cabelo negro, sua pele branca e no barulho que seu salto fazia no chão. Foi preciso apenas 10 segundos para eu me apaixonar.

Eu sei, é inacreditável pensar que alguém é capaz de se apaixonar apenas pelos poucos detalhes que tive dela naquela primeira vez, eu sei, mas é claro que eu não sabia que era algo assim na época.

Lembro-me de ficar pensando no toc-toc do seu salto o resto do dia, e eu não entendia o porquê. Tentava colocar na cabeça que era um barulho irritante e chato, mas no fundo, aquele barulho estava longe disso, era como se ele soasse com uma melodia, que apenas eu reconhecia.

Com o tempo, eu comecei a procura-la. A curiosidade de vê-la por completo, de saber quem ela era se tornou grande.

Passou mais ou menos uma semana até finalmente “vê-la” novamente.

O toc-toc chamou minha atenção, mesmo com todos os saltos daquela rua eu reconhecia a melodia do seu. Eu olhei, olhei para os lados, eu precisava tanto vê-la, eu precisava entender o porquê de eu não consegui-la tirar da minha cabeça, e em meio das minhas voltas desesperadas por encontra-la, eu a perdi.

Tão frustrante!

Porque eu queria conhece-la? Eu nem sabia seu nome, naquela época, eu nem havia visto seu rosto.

Era mais uma das armadinhas do amor. De um simples toc-toc surge uma faísca...

A semana que se passou foi complicada. Eu estava cheia de trabalhos da faculdade e com duas prováveis DPs. Minha mãe estava insuportável com os seus problemas no trabalho e para piorar, meu melhor amigo falava que eu tinha que abrir meus olhos, e esquece-la “seja lá quem for essa mulher. ”

De tudo que estava acontecendo, o que mais me deixou chateada era perceber que eu realmente tinha que esquece-la. Devo confessar que eu chorava algumas noites. Aquele choro silencioso, quase inaudível. Eu estava sendo obrigada a mastigar todos os meus problemas e seguir em frente, pois não é assim que a vida é? Não importava como eu me sentia, meus olhos poderiam estar tristes e minha alma despedaçada, mas quem se importava? Eu tinha que seguir em frente.

Brad me fez perguntas, várias...e todas elas eu não soube responder.

Quem é ela?

O que ela faz?

Qual a idade? Ela pode ter 50 anos e você não percebeu.

O que vai fazer quando finalmente encontrá-la?

E se ela não gostar de garotas, for casada, namorar ou algo do tipo?

O que vai fazer quando ver que ela não é nada do que imaginou?

Tudo que eu imaginei estava indo bueiro a baixo. Eu estava revoltada com os professores e suas perguntas nível “você está na faculdade”, cansada da minha mãe, que não sabia separar seus problemas, estava furiosa com Brad, que fez papel de amigo consciente, raiva dela, por existir...e é claro, raiva de mim por ser tão idiota algumas vezes.

E nessas horas eu desejava ser uma garota normal, sabe? Ser uma garota que gosta de garotos, viver um amor convencional. Quem sabe assim, tudo seria mais fácil, até mesmo contar essa história pra você.

Passou-se então, um mês, eu fiz o meu melhor para esquecer as poucas coisas que conhecia sobre ela. Eu queria apaga-la da minha vida.

Como disse Machado de Assis, a vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

Andar naquela rua nunca mais seria o mesmo. Eu adorava as ruas do centro, eram cheias e tinhas arquiteturas antigas que eu adorava. Desde pequena andava por aquelas ruas observando cada detalhe, e até hoje faço o mesmo, gosto de capitar cada transformação que o tempo causa na estrutura daquele lugar. Mas, depois dela, parecia que as ruas perderam as cores. Agora, eu andava com fones de ouvido no volume máximo, para que o toc-toc dos soltos não me fizessem procura-la.

Tudo que eu queria era pegar de volta todo tempo que passei pensando nela, pegar cada detalhe, lembrança e sentimento e devolve-los para ela.

Ela mudou minha vida, mudou minha rotina, pois, para evita-la, comecei a fazer um trajeto diferente para faculdade.

Agora, eu andava de metrô, coisa que eu não admirava muito. Sempre preferi ônibus, visto que sou uma amadora de paisagens, o metrô me privava disso.

A minha rotina se tornou vaga e chata, cronometrada. E isso estava me enlouquecendo. Todos os dias eram iguais.

Tudo corria “bem” depois de mais duas semanas. Eu não a via, nem a procurava.

Eu estava “satisfeita”, pois eu não esperava encontra-la ali...eu realmente não esperava...

Como eu disse, é intrigante as armadinhas do amor, os caminhos que ele cursa. E o destino? Ele também é brincalhão.

Foi em uma das várias estações, em um dos vários dias do ano, que agora eu não me recordo, em que ela entrou no metrô.

Das várias reações eu que poderia ter, a que me pegou no momento foi a paralisia.

Eu apenas à encarei. Tentei pegar cada detalhe de seu rosto, de seu corpo. Eu sabia que era ela, mesmo nunca tendo a visto. O seu salto causava aquela melodia única quando em contato com o chão. Seu cabelo negro estava maior do que a última vez, seus olhos...de um lindo verde água, eram perfeitos, eu me perdi naqueles olhos, que pareciam mudar de tom, eu estava apaixonada por eles, mas eles ainda não me conheciam.

Ela era uma garota comum, porém, extraordinária. Eu sei que sou suspeita para falar, mas ela era única, aos meus olhos.

Ela me causava arrepios, medo, ansiedade... amor.

Seu estilo ela despojado. Uma combinação de roupas leves, porém escuras. Havia detalhes com um colar em formato de uma cruz, uma pequena tatuagem no pulso, um boton do Kiss em sua bolsa e um livro roxo em sua mão. Todos os detalhes juntos formavam a garota dos meus sonhos.

Fiquei tão concentrada olhando-a que perdi a estação que eu iria descer. Mas, o engraçado, é que eu não me importei, eu apenas voltei à olha-la.

Eu não queria perde-la nenhum segundo de vista.

Ela estava sentada lendo aquele livro roxo, lembro-me de tentar ler o nome do livro, mas não consegui.

Ela era tão delicada passando as folhas, lendo...rindo do livro.

Seu sorriso era fofo e reservado.

Suas caras e bocas, expressões embolsadas pelos acontecimentos do livro me causavam tanta curiosidade.

Eu claramente a amava. Não havia mais dúvidas.

Eu sentia como se eu estivesse esperando por aquela garota toda a minha vida e que a qualquer momento ela poderia ir embora.

Meu desespero ao pensar isso foi tanto que eu me levantei de súbito. A pessoas ao meu lado me olharam questionando meu ato.

Eu andei alguns passos em sua direção...alguns...e quando dei por mim, estava sentada à sua frente, encarando-a novamente.

O amor não devia tornar as pessoas obcecadas pelas outras... isso não é saudável...não é, então como pode ser tão bom?

Como pode, o amor, ser o mais cobiçado dos sentimentos e causar loucura nas pessoas? Como podemos desejar essa loucura? Como tal loucura pode ser tão boa?

“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura. ”

Friedrich Nietzsche

Ela lia seu livro calmamente, até seu celular atrapalhar. O toque do seu celular era nada mais do que AC/DC- Black in Black... há cada detalhe novo que eu descobria mais eu me apaixonava.

Ela pegou o celular e o atendeu...e foi assim que eu ouvi sua voz pela primeira vez.

Diferente de sua postura delicada, sua voz era forte, potente e energética. Foi só ouvir aquela voz para eu me sentir bem

Ela atendeu dizendo :“Hey!”- animada. Tão linda.

A conversa foi rápida, mas deu para perceber que era uma pessoa com quem ela gostava de conversar... poderia ser um namorado?

Ela combinou de ir à um bar chamado Black Pub no sábado. Tentei capitar o máximo da conversa, da sua voz.

Ao final da conversa ela se despediu dizendo: ”ok, a nós nos vemos lá, beijos”. Olhou para a estação que o trem estava e fechou seu livro.

Ela estava claramente se organizando para sair do trem. Guardou o celular no bolso, e o livro na bolsa. Deu uma leve bagunçada no cabelo e se levantou.

Eu iria vê-la novamente ?

Quando ela deu o primeiro passo para a porta, seus olhos encontraram os meus. Foi o encontro de olhar mais magico que já vivi. Ela sorriu para mim educadamente e eu perdi a respiração.

Ela sorriu para mim!

E então, quando o sinal da abertura das portas soou, eu olhei ela caminhar para longe e sumir.

Aquilo definitivamente não seria um adeus.

Eu estava longe da faculdade, e já havia perdido boa parte da aula. Decidi então voltar para casa.

A primeira coisa que fiz foi pesquisar sobre o Black Pub. Era um bar não muito longe da onde eu morava, que, para minha felicidade, era destinado para o público GLS.

Descobrir isso causou uma explosão de fé.

Liguei no mesmo minuto para Luc.

–Nós vamos sair no sábado! - falei assim que ele atendeu.

–Oi pra você também, Jude.- disse irônico – Não estou no ânimo para sair Ju...eu e o Brad...

–vocês brigaram novamente? - eu não queria ouvir toda a história, pois eu imaginava o que era, mas como boa amiga, eu tinha que ouvir.

– Ele não tem vergonha na cara! Me traiu de novo, acredita? - A frequência com que ele me dizia essa frase estava se tornando curta.

–Luc... eu te amo, você é meu melhor amigo…mas, as vezes você um grande idiota! Ele já te traiu 3 vezes, o que te faz pensar que ele mudou?

–eu...você podia simplesmente dizer que ele é um desgraçado.- disse irritado.

– você sabe que eu acho isso de todos os homens...menos de você é claro.- ri

–Droga, Jude...eu gosto desse desgraçado.- suspirou.

–eu sei...- falei pensando Nela.– Luc, eu a vi...a garota.-

–a do salto? - riu

–Sim. Eu finalmente a vi completamente, ela é linda, Luc...e eu to louca por ela.

–Jude...

–Ela vai em um bar esse sábado, Black Pub, e nós vamos também! -

–Obrigado por pedir minha opinião.

–Por favor Luc!- implorei

–...- ele suspirou alto- Jude, e se ela...

–Luc, por favor! Eu sei que ela pode ter namorada, ou que eu posso não fazer o estilo dela...eu só preciso conhece-la.

–Tudo bem... mas depois não diga que eu não avisei.

–Não vou! –Falei feliz.

O tempo não poderia ter passado mais devagar. Dois dias pareceram ser uma semana inteira. Mas tudo bem, era finalmente sábado, eu iria vê-la novamente.

Eu estava tão ansiosa e animada que é até difícil descrever

Devia ser umas 21h quando eu terminei de me arrumar. Segui o combinado e encontrei Luc no caminho. O bar era tão perto que podíamos ir a pé.

Me surpreendi com o bar, ele era maior do que imaginei, e mais bonito também.

O bar estava cheio, a música estava alta, chamando todos para dentro.

Grande parte das pessoas faziam jus ao estilo Rock n´Roll do bar.

–Preparada? - Luc me perguntou.

– Eu não sei.- confessei. Eu estava uma confusão de sentimentos.

–Jude, quando você ver essa garota hoje, eu quero que você desperte a lesbica sedutora que há em você e vá até ela.

Nós rimos juntos.

Entramos não bar, olhando para os lados. Luc à procura de um boy magia para animar sua noite e eu, atrás Dela.

Lembro-me perfeitamente que foram preciso apenas cinco minutos para eu encontrá-la. Ela estava sentada com duas garotas, rindo e bêbedo algo vermelho.

Ela não poderia parecer mais sexy sobre aquela luz florescente azul. Parecia uma daquelas cenas de filmes onde o garoto vê a menina mais linda da balada e a música ao fundo combina perfeitamente com o clima.

Era quase isso, a única coisa que mudava era a música do Matanza tocando, totalmente fora do clima.

– é ela?- Luc perguntou

–...- respirei fundo recuperando o ar. Fiz que sim com a cabeça.

–Droga, Jude, ela é quase uma Katherine Moennig... bonita de mais pra você.- brincou.

–Vai se F! – não pude segurar o riso. Ela realmente parecia Katherine Moennig, tão linda quanto.

Ficamos olhando ela dançar com suas amigas por um tempo.

–Fuck! Como alguém pode ser tão sexy assim...

–vai até ela droga!- Luc ria.

Olhar para ela era como ver um filme pornô, ela era o tesão em pessoa naquela pista.

Claro que uma garota tão linda não iria ficar sozinha a noite toda, eu só percebi isso quando a primeira garota chegou nela.

Devagar, a menina se aproximou, dançando, chamando-a com o corpo.

Não, eu não estava feliz olhando aquilo.

–Eu vou ao banheiro...- levantei e fui. Eu estava com vontade de urinar, mas o que realmente me fez ir foi não aguentar mais ver elas quase se beijando.

Fiz o que estava com vontade e então fiquei me encarando no espelho.

Havia dias em que eu me achava bonita...porém, eu não estava em um desses dias.

Luc disse uma vez que é mais fácil gostarmos de nós mesmos quando tem outra pessoa gostando da gente, e ele tem razão.

Eu gostava mais de mim mesma quando alguma garota dizia gostar de mim. Foram poucas as garotas que fizeram isso.

–Droga!- fui tirada do meus devaneios quando uma garota entrou reclamando no banheiro.

Imagina estar concentrada pensando em uma pessoa... e de repente, essa pessoa está ao seu lado, sagrando.

Algumas vezes na vida eu tenho a imensa vontade de agradecer seja lá quem é o responsável por cursar os caminhos de algumas pessoas.

Eu estava pensando nela e ela surge ao meu lado.

–Eu não acredito nisso...- olhei para ela. O lado direito do seu pescoço estava sangrando, levemente.

Eu pensei em todas as possibilidade de ajuda-la, desde pegar um pedaço de papel higiênico há chamar uma ambulância, mas não fiz.

Percebi naquele momento que ela causa essa imobilização em mim.

Nossos olhares se encontraram pelo espelho. Tentei, em vão dizer algo. E ela sorriu e disse:

–você tá no maior clima com a garota e ela vai e te morde, dá para acreditar? - riu

Ela estava falando comigo! E eu não estava respondendo.

– to com medo de ela me passar raiva.- brincou enquanto limpava o sangue.

Deus, até o sangue dela era sexy.

–n...não está doendo? – gaguejei. Ela olhou diretamente em meus olhos e eu percebi a pergunta idiota que eu havia feito.- desculpa... é claro que está doendo- ri nervosa.

–você por acaso não teria um bande, teria?- perguntou sorrindo.

–acho que eu tenho...um...aqui.- peguei o ultimo bande em minha bolsa. – é da Hello Kit...- rimos.- minha mãe que compra.

–Sua mãe tem bom gosto.- eu não soube disser ser era uma ironia ou não. Talvez ela gostasse de Hello Kit... não descobri isso até hoje.

–e ai? Gostou?- perguntou sobre o bande em seu pescoço.

–... ele ficou perfeito em você- eu sou uma idiota.

Com tantas coisas para dizer, eu disse aquilo. Ela riu e agradeceu pelo bande.

Eu achei que estava tudo perdido, que ela sairia por aquela porta e voltaria para as várias meninas que claramente a queriam, mas ela me surpreendeu...

–meu nome é Carolyna.- estendeu sua mão como cumprimento – prazer.

– J..Jude.- apertei sua mão.

– Hey Jude...- riu- como a música dos Beatles?

–Sim- sorri

– eu amo essa música.

– eu amo essa banda- rimos.

Essa garota me trouxe novos conceitos. Com seu sorriso de covinhas e seu jeito único, ela mexeu comigo.

Minha vida era, sem ela, sorrisos forçados para pessoas estranhas com olhares perdidos e vazios. Mas tudo isso sumiu quando eu vi o seu rosto. Ela me encantou.

Nós estávamos lá, eu e ela, na pista de dança. Rindo uma da outra. Rindo juntas como velhas amigas.

–você dança bem.- brincou

–você é uma péssima mentirosa.- Nossos olhos não paravam de se encontrar. E os delas pareciam sussurrar "Já nos conhecemos?"

A conversa brincalhona começa entre a gente. Éramos amigas agora?

A noite estava vibrante, poderia classifica-la como a melhor da minha vida.

Olhei mais uma vez para ela e decide ali mesmo, eu não a deixaria fugir.

– é melhor bebemos alguma coisa, seu rosto está todo vermelho, acho que você vai desmaiar.- brincou.

– você é muito engraçadinha...- ri

Como eu queria que ela soubesse que ela era a culpada pelo corado em meu rosto.

Nós encostamos no bar e pedimos das garrafas de água.

– você veio sozinha para cá Jude?- perguntou

–não, com um amigo.- eu havia me esquecido totalmente do Luc.

–Onde ele esta?- Percorri os olhos pelo bar. E sorri ao acha-lo.

–Ali.- Apontei.- acho que ele encontrou o que veio procurar aqui.- ele estava com um cara loiro e alto, bem ao estilo dele.

Ele me olhou e piscou para mim.

– Jude...- sua voz era maravilhosa e era inda mais perfeita dizendo meu nome- nós já nos vimos antes, certo?

–.. eu acho que sim...- é claro que já nos vimos!

– vem, vamos voltar para a pista!- me puxou.

No fim, ela me fez dançar mais do que e já dancei em toda a minha vida. No final da noite, meu pé estava acabado.

–você quer ir embora agora?- eram 4h da madrugada e eu não queria ir, só queria ficar ao lado dela. Seus olhos verdes pediam para mim dizer não, e eu disse.

– nem um pouco.

– ótimo- ela sorriu e pegou minha mão.- quero te mostrar um lugar.

Corremos e corremos até um pequeno monte não muito longe dali.

Imagine, duas garotas, um pouco alteradas emocionalmente pelo álcool, correndo as 4h da madruga pelas ruas do centro.

Nós escalamos com certa dificuldade aquele monte e sentamos no topo.

–Uau! –foi a única coisa que saiu da minha baca ao ver a paisagem ali de cima, eu amo paisagens!

–é, eu adoro esse lugar.- sorriu- venho sempre aqui.... para olhar as estrelas.

Ficamos bom tempo em silencio, apenas olhando as ruas iluminadas, as estrelas e a lua cheia no céu. Até ela começar a cantar Champagne Supernova do Oasis.

Supernova de Champagne(Champagne Supernova)

How many special people change?

How many lives are living strange?

Where were you while we were getting high?

Slowly walking down the hall

Faster than a cannonball

Where were you while we were getting high?

Someday you will find me

Caught beneath the landslide

In a champagne supernova in the sky

Someday you will find me

Caught beneath the landslide

In a champagne supernova

A champagne supernova in the sky(...)

Droga, parecia que ela era boa em tudo, até mesmo cantando.

Ela olhou para mim e pediu para eu continuar, e eu continuei.

(...)Someday you will find me

Caught beneath the landslide

In a champagne supernova in the sky

Someday you will find me

Caught beneath the land slide

In a champagne supernova

A champagne supernova

'Cause we don't believe

That they're gonna get away from the summer

But you and I, we live and die

The world's still spinning around

We don't know why

Why, why, why, why (...)

E juntas cantamos o resto da música.

O som de nossas vozes juntas pareciam dançar juntas. Será que só eu percebia que éramos perfeitas uma para outra?

(...)Someday you will find me

Caught beneath the landslide

In a champagne supernova in the sky

Someday you will find me

Caught beneath the landslide

In a champagne supernova

A champagne supernova(...)

–Acho melhor nós irmos embora.- olhou em meus olhos. Eu não queria ir...

Caminhamos lentamente pelas ruas, como se não quiséssemos chegar aos nossos destinos, como se quiséssemos ficar juntas por mais tempo.

–bom...acho que é aqui que nós separamos.- disse- eu entro nessa rua...-

Suspirei... eu teria que deixa-la ir?

–ok...- ela sorriu

– foi um prazer te conhecer, Jude.

–o prazer foi meu, Carolyna.- apertamos nossas mão...e ficamos um bom tempo nós encarando.

Eu poderia estar enganada, mas ela parecia sentir algo.

Soltamos a mão uma da outra com pouca vontade, pelo menos da minha parte.

Ela deu um último sorriso e começou a andar.

Vê-la distancia-se despedaçou meu coração.

Eu não poderia deixa-la escapar pelas minha mãos assim.

Agora, ela fazia parte da minha vida,do meu coração. O destino à colocou no meu caminho, e eu faria com que ela permanecesse.

– Carolyna!- gritei. Ela parou no mesmo instante e se virou.

– O que ?-

–Eu quero te ver de novo! – confessei.

Ela sorriu, o sorriso com os seus dentes brancos e lindos. Eu me senti livre em confessar algo assim.

Ela caminho de volta e parou poucos centímetros a minha frente.

– O quanto você quer me ver de novo?- ela adorava brincar comigo. E eu amava isso.

– A vontade é do tamanho daquele prédio.- ri

–uhu! É grande... eu também quero te ver de novo- ela causava estragos na minha mente, em meu corpo– eu não tinha reparado em como seus olhos são bonitos...- será que ela tinha ideia do como ela me deixou feliz com aquilo?

–eu acho que você nunca olhou seus próprios olhos.- sorrimos uma para outra.

–me dá seu celular.- pediu.

Sem questionar, o peguei.

Dei-o para ela e ela me deu o seu.

– Coloca seu número, e eu coloco o meu.

Trocamos nossos números.

Assim que destrocamos os celulares, ela me deu as costas e começou a andar.

Virando o rosto para trás disse:

– quem chegar primeiro em casa manda a primeira mensagem. –sorriu.

Ainda sem acreditar em tudo que estava acontecendo, olhe ela se distanciar e corri para casa.

Foi só eu chegar em casa e meu celular automaticamente se conectar no wi-fi para a primeira mensagem dela chegar.

Meu coração disparou.

“Hey Jude, ganhei! Eu só fiz essa aposta por que eu sabia que ganharia; p eu queria lhe dizer tanta coisa.

isso não é justo! Rsrs

a vida não é justa, por que eu seria?

não sei...existe motivos para se ser honesta?

bom... eu acho que honestidade não vem com motivos. Ela é mais uma obrigação do ser humano.

Você não cumpri com suas obrigações mocinha? ”

rsrs eu sou uma menina irresponsável, você não percebeu ainda? Você não devia andar comigo Jude, eu vou corroer sua inocência. ”

Como eu queria isso!

“eu não sou inocente...”

“Jude, você tem esse ar...fofo de inocência , e eu gosto disso em você.”

“ok, se você gosta, eu sou inocente rsrsr”

Carolyna conseguia passar por cima de tudo que eu admitia conhecer sobre o amor.

Ela me tronou uma pessoa irracional, tudo que me importava agora era ela.

Eu a amo... e está se tronando algo incontrolável.

Não imagino, não quero e não posso mais viver sem ela, e isso me assustava.

já ta dormindo?

não...to pensando em algo”- respondi

ta pensando em mim, pode falar ;)”

“e se for, convencida?”

“eu diria que bom, por que eu to pensando em você também... é estranho...”

“por que é estranho?”

“por que nós acabamos de nos conhecer...e eu sinto que nós já nós conhecemos... ”

“Eu tenho que te falar algo, eu sinto que não estaria sendo honesta...Se eu não disser isso agora eu certamente enlouquecerei......”criei coragem é falei “eu sinto como se eu tivesse esperado por você a minha vida toda, como se fosse...a garota certa para mim.”

Ela demorou para responder, me deixando agoniada.

“...”

“Desculpa, eu sei que é algo estranho de se ouvir de alguém que você acabou de conhecer... desculpa.”

“é estranho...mas eu gostei de ouvir :^ )”-“ Jude.. eu acho que NÓS estávamos esperando uma pela outra...é estranho ouvir e falar rsrs”

Ela me causou tanta felicidade naquela madrugada.

Mesmo não sendo uma pessoa religiosa, eu rezei para que aquela fosse apenas a primeira página onde nossa história começava.

Antes de cair no sono pensei:

Definitivamente esse amor que eu sentia por ela não era o amor mais convencional, muito menos o amor mais aceito, contudo, quando dois corações batem numa mesma sintonia, nada os impede de formar uma bela canção



The End?


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Notas finais do capítulo

Espero realmente que alguém tenham gostado, venho tentando escrever essa Oneshot a muito muito tempo.