– Olha você toma cuidado com aquela mulher Elena. Não é por que ela voltou que vai ficar boazinha do dia para noite. Katherine não presta e você sabe muito bem disso.

– Eu sei. Só espero não ter que cruzar com ela novamente.

Prendi meu cabelo em um coque mal feito e com a ajuda de Caroline fui recolhendo os brinquedos de Ian espalhados pela sala.

– Então se prepara por que algo me diz que mais momentos como esse vão acontecer, não só com você, mas comigo também. E eu te juro se eu vejo Katherine na rua jogo o carro por cima dela.

– Caroline! – Repreendi.

– Tudo bem – Levantou os braços, rendendo-se. – Eu exagerei um pouco. – Resmungou, enquanto eu ria.

– Olha não é por nada não, mas Damon deve gostar muito dela. Por que só assim para conseguir aturar aquela mulher

– Eu não acho que Damon sinta tudo isso por ela. – Pensou alto.

– Como não? – Franzi o cenho, em dúvida.

– Não sei – Me fitou, parecendo pensativa. – Eu só... acho.

– O que quer dizer com isso?

– Nada, esquece. – Ela voltou ao que estava fazendo. – É coisa da minha cabeça.

Dei de ombros. Me afastei de Caroline buscando meu celular para ver as horas e acabei demorando mais do que previa quando comecei a trocar mensagens com Elijah.

– Você não vai mesmo me contar o que tanto conversa no celular Lens? – Questionou Caroline.

– Como se você já não soubesse...

Ela riu.

– A relação de vocês está evoluindo tão rápido que eu não consigo mais acompanhar. Se cuida em, por que do jeito que vai daqui a pouco ele vai querer te levar para o altar. – Sorriu.

– Não exagera! - Exclamei

– Você que sabe. Agora será que podemos terminar isso aqui? Por que depois que Ian acordar eu não vou mais resistir àquelas bochechas gostosas.

Damon

– Eu preciso que você me traga aqueles documentos de ontem, as duas pastas azuis da reunião e o pen drive lá na sala do meu pai. Ouviu Megan? – A chamei, tirando do transe.

– Pode deixar, Damon. – Sorriu. – Com licença.

No mesmo instante em que ela saiu da sala empinando a bunda Ric entrou.

– Ela não sabe usar uma blusa normal não? – Perguntou, referindo-se a minha secretária e seu decote nada discreto. Eu ri. – Fui almoçar com Jenna naquele restaurante no final da rua. – Comentou, mudando de assunto. Sem esperar uma resposta para sua pergunta.

Puxou a cadeira em frente à minha mesa e sentou-se.

– Adivinha que estava lá almoçando? – Continuo rapidamente. - Elena e Elijah. Ainda por cima chegaram juntos, acredita?

– Eu não sei por que está me contando isso. – Respondi me levantando. - O que quer que eu faça?

– Como eu vou saber? É você que está apaixonado por Elena e não eu. – Exclamou.

– Quer um microfone para falar mais alto? Por que acho que o pessoal lá de baixo ainda não ouviu.

Ric riu, balançando a cabeça.

– Por falar em Elena, ainda tenho que passar na casa dela daqui a pouco para pegar meu sobretudo. – Comentei olhando para Alaric, que tinha acabado de arquear a sobrancelha.

– Ótima desculpa para vê-la. – Sorriu.

– Você está começando a parecer com Stefan.

– Deve ser a convivência. – Deu de ombros, rindo.

Me afastei para atender meu celular que tocava insistentemente em cima da mesa.

– Oi amor

– Oi Kath. – Respondi, vendo Ric olha para mim com uma sobrancelha erguida.

– Podemos jantar juntos mais tarde?

– Não sei Katherine, estou muito ocupado.

– Dá um jeitinho amor, queria tanto passar a noite com você hoje. – Falou com uma voz manhosa.

– Eu vou ver o que posso fazer aqui e te aviso.

– Tá bom. Te ligo depois bebê.

Encerrei a ligação.

– É impressionante como ela não cansa de correr atrás de você.

Eu fiquei calado pensando em algo e acabei não prestando atenção quando Ric continuou a falar.

– Eu já sei o que preciso fazer. – O interrompi.

– Do que você está falando?

– Não posso mais continuar com isso Ric. – Respondi.

– Aonde você vai? – Exclamou confuso enquanto via eu pegar minhas coisas e atravessar a sala em passas largos

– Se alguém perguntar por mim avise que eu não volto mais hoje.

E então eu sai, o deixando sozinho.

(...)

– Vi a barbie lá em baixo.

– Ela estava me ajudando arrumar a bagunça aqui. Os brinquedos de Ian estavam todos espalhados pela casa. – Elena riu.

– Por falar nele, onde está o lorinho?

– O loirinho – Enfatizou. - Passou a tarde toda dormindo e ainda não acordou. – Eu abri a boca para falar mas ela continuou. – E nem pense em o acordar para brincar. Se ele ouve sua voz eu não tenho mais sossego. – Eu ri. – Você sabe que ele é louco por você.

Elena se afundou no sofá e esticou as pernas, colocando-as sobre meu colo.

– E a babá em? Ela é boa mesmo?

– Damon não começa. – Franziu o cenho. - A Mary é maravilhosa. Você a conheceu naquele dia, ela é um doce.

– Eu sei, mas ainda acho que você deveria procurar alguém mais qualificado. Aquelas agencias de babás por exemplo. Ela cuida bem dele pelo menos? – Perguntei, um pouco preocupado.

– Cuida muito bem. Aliás o Ian já está se adaptando com ela. – Sorriu. – Não se preocupe.

Elena se inclinou um pouco, colocando a mão esquerda sobre a minha bochecha e afagou-me o rosto. Cerrei os olhos por um instante sentido o carinho dos seus dedos na minha pele. Abri os olhos:

– Elena... – Eu queria dizer a ela para parar com aquilo.

Queria pedir que ela não me provocasse, por que eu já estava ficando sem forças para resistir. Queria me lembrar de todas as razões que eu tenho para não ceder aos impulsos cada vez mais difíceis de controlar, tudo o que me impedia de beijá-la.

Mas minha mente está em branco.

– O quê? – Ela murmurou, o rosto perto do meu.

– Hum? – Eu já nem sabia mais o que estava dizendo.

– Você disse meu nome. – Ela riu. – O que foi Damon?

Por que o modo como ela diz meu nome é tão sexy?

Vamos lá Damon, fale alguma coisa. Qualquer coisa.

– É... É que eu acho que o Ian ainda é muito pequeno para ficar com uma babá. – Eu disse, buscando tentar mudar o foco da conversa. Ou melhor, o meu foco. Não conseguia me concentrar com o carinho que ela fazia em mim.

– Eu também achei no começo, mas agora acho que vai ser melhor para ele. Afinal eu tenho que trabalhar e não gostaria de deixar ele com meus pais toda vez que fosse preciso sair, entende?

– Vendo por esse lado é melhor mesmo.

– Damon está acontecendo alguma coisa? – Perguntou, arqueando uma sobrancelha. - Você me parece um pouco estranho.

– Não é isso.

Eu estou louco de vontade de te beijar, mas não quero ultrapassar os limites da nossa amizade.

– É algumas coisas na empresa. – Menti. – Não se preocupe.

–Tudo bem, se você diz.

Ela se encostou em mim meio deitada e eu respirei fundo, ficando quieto, sentido seu cheiro doce e delicado.

A televisão da sala estava ligada, então eu supus que ela estivesse assistindo. Só percebi o tempo que tinha passado daquele jeito quando recebi uma mensagem de Katherine perguntando se eu ia vê-la. Elena percebeu que eu mexia no celular se ajeitou no sofá, ficando sentada.

– Já vai? – Perguntou.

– Tenho que ir para empresa. – Menti.

Ela se levantou para buscar meu sobretudo e voltou alguns segundos depois.

– Vê se não esquece aqui de novo! - Eu ri. Segurei se rosto com as duas mãos e beijei a testa dela.

Depois que sai da casa de Elena, liguei para Katherine pedindo para nos encontrarmos no parque. E depois de alguns minutos esperando ela finalmente apareceu.

– Preciso te dizer uma coisa importante. – Eu falei, depois que recebi um selinho dela.

– Importante? – Ela sorria, com os braços em volta do meu pescoço. – Você quer me dizer uma coisa importante?

– É. – Respirei fundo. – A gente precisa ter uma conversa séria.

Ela sorriu mais ainda, se afastando e colocando as mãos sobre a boca.

– Mais já amor? Eu achei que iria demorar um pouco mais.

– Demorar Katherine? – Eu estava confuso. – Eu acho que...

Ela me cortou.

– Mais é claro, minha carreira de modelo já está decolada. Para que esperar mais? – Eu abri a boca para falar, porém Katherine a tampou com dois dedos. - Não fala nada. Eu já sei o que você quer me perguntar. – Sorriu. – Eu aceito.

– Aceitar? Aceitar o que Katherine? – Eu não estava entendendo mais nada.

– Casar com você! – Exclamou. – É claro que eu quero amor. Eu quero um casamento nos conformes. Noiva, casar. E uma enorme festa de noivado, nada de jantarzinho só para família.

O que diabos ela estava falando?

– Katherine...

– Eu sei, você tem que me dar o anel de noivado. – Ela me interrompeu. - Eu quero um anel perfeito, de preferência de diamante sabe? Minhas amigas vão morrer de inveja.

– Katherine pare de falar de noivado. – Disse, em um suspiro.

– Damon! – Ela riu, parecendo se divertir. – Você já quer falar de casamento? – Sorriu maliciosa. -A gente podia passar a lua de mel em Paris, o que você acha?

– Katherine eu não quero falar de noivado e muito menos de casamento! – Exclamei.

Seu sorriso desapareceu.

– Mas você disse que era importante. O que pode ser mais importante? – Murmurou, sem entender.

– Eu vou falar de uma vez, eu não quero namorar, eu não quero noivar e muito menos casar – Eu disse sério.

– Você não gosta de mim? – Perguntou chorosa.

– Gostar eu gosto. Mas eu não estou apaixonado.

– Damon, não pode ser! Eu sou a mais bonita dessa cidade. E você sempre me quis.

– As coisas mudam, Katherine. – Eu a encarei sério. – E eu acho melhor a gente terminar aqui.

Ela estava em choque.

– O que? – Disse, completamente atônica. – É mentira, não pode ser. – Ela riu pelo nariz balançando a cabeça, completamente irônica. - Você não está falando sério, Damon! Por que você está me dizendo essas coisas? É por causa dela não é? É a Elena que fica te colocando contra mim, ela sempre faz isso!

– Isso não tem nada a ver com Elena. E você nunca gostou dela!

– Eu não acredito que você ainda fica do lado dela! – Ela exclamou irritada.

– Katherine, não comece. Esse assunto não levará a lugar nenhum.

– É sempre a Elena, você sempre a escolhe. E todo mundo fica do lado dela, ninguém vê o meu lado. Até a sua mãe faz isso.

Eu já estava ficando irritado com aquela conversa.

— Chega! — Eu estourei.

– Eu não acredito que você está fazendo isso. – Ela riu ironicamente.

– Acabou, Katherine! – Encarei seus olhos, respirando fundo. – Acabou.