Jake era o que eu chamava de melhor amigo, nós andamos em um grupo extenso de pessoas da nossa reserva Quileute que se encontra perto da cidade Forks a qual estudamos. Quil, Emily, Leah, Sam,Jake e eu éramos como uma família. Onde quer que fossemos íamos juntos sempre. Quil tinha uma espécie de namoro com Emily fazia anos, e Sam estava “paquerando” Leah nos últimos meses. Somos conhecidos como os “Quileutes” o que vinha desde gerações em nossas famílias. Mas o mais próximo de mim sempre foi Jacob, desde crianças  brincávamos juntos porque minha mãe Renée era apoiada desde a morte de meu pai Charlie, por seu incondicional amigo  Billy. Acho que isso que fez com que eu e Jake ficássemos tão próximos com o decorrer do tempo.

-Sim? – Respondi a Jake que se encontrava com as sobrancelhas erguidas.

-Estes caras são estranhos não é? Nunca os vi aqui...

Eu olhei para a mesa onde estava o menino cujo eu analisara minutos antes. Agora eu conseguia notar os demais, como se meus olhos agora tivessem se desgrudado do tal garoto. Eram quatro sem contar com o garoto, uma mulher loira e como todos naquela mesa eram extraordinariamente lindos, ela batia os dedos impaciente sobre a superfície da mesa. Ao lado dela se encontrava um menino cujos músculos davam para se notar de longe, ele era assustadoramente grande, e sorria da expressão da loira. Havia ainda uma pequena menina com o cabelo preto e espetado que tinha o rosto tão delicado quanto o de uma fada. O ultimo era um menino loiro, que tinha o rosto com traços finérrimos e sorria como se estivesse com dor. Eles tinham características próprias, porém seus traços entregavam seu parentesco, todos pálidos como a neve e o sempre presente aspecto de mármore polido.

-Devem ser... Jake quando eu olhei para eles me deu uma sensação de que

Ele disse junto a mim a ultima parte:

-Como se sua vida fosse mudar por completo pelo fato de eles estarem aqui.

Encaramos-nos por uns minutos, absortos. Eu estava pensando que era paranóica minha ou algo do tipo, porém quando Jake disse que tinha tido a mesma sensação, aquilo começou a me preocupar.

-Jake será o que isso quer dizer?

Seus dedos longos e macios passaram pela superfície de meu rosto pálido enquanto ele dizia:

-Não devemos nos preocupar, eles somente são muitos diferentes das pessoas daqui, devemos estar surtando ou algo do tipo.

Eu esbocei um sorriso, ainda não satisfeita. Olhei para os estranhos, com uma atenção a mais para o menino de cabelos de bronze e disse:

-Mas aquele... O menino de cabelos bagunçados em especial... Ele...

Como se eu tivesse lhe chamado o menino de cabelos de bronze olhou-me, nos encaramos por um momento. Eu não conseguia desviar meus olhos de seu olhar de topázio, como uma pessoa poderia ter os  olhos tão bonitos?Depois a expressão do menino foi se desfazendo de curiosidade à frustração como seu não pudesse... Como se tivéssemos mesmo uma conexão, como se ele sentisse o que eu senti quando reparei nele.

            Senti minhas bochechas corando, me virei rapidamente para encarar qualquer outra coisa que não fosse aquele lindo rosto. E o sinal tocou. Retirei-me dali o mais de pressa que pude, eu não queria ter mais nenhuma sensação confusa

.Jake estava logo atrás de mim, quando eu cheguei até a nossa picape. Minha picape e de Jake não era lá um poço de tecnologia, mas também nunca havia nos deixado na mão. Eu adorava aquele carro, ele dizia muito sobre mim e minha personalidade, já Jake vivia se queixando, e chamava a minha picape de “sucata favorita da Bella”, eu achava um desrespeito com um carro que tinha idade para ser nosso avô.

Minhas mãos pálidas eram tensas no volante, eu estava confusa ainda, como se imagem dos desconhecidos pudesse estar embaçando minha mente de forma medonha. Dirigi desatentamente ainda pensando no que havia passado, enquanto Jake murmurava algo sobre meu ritmo lento de dirigir.

-Acha mesmo que foi só paranóia nossa Jake?

Ele revirou os olhos.

-Claro que sim Bella, são só pessoas novas e fora do nosso cotidiano, nós só precisamos nos acostumar com eles, tudo vai ficar bem eu te prometo, ok?

A voz reconfortante de Jake em acalmou um pouco, e para diminuir ainda mais a tensão que ocupava meu corpo, decidi mudar de assunto

-Então, o que vai rolar hoje na reserva, pensei ter ouvido Quil dizer algo sobre uma fogueira na praia?

Os olhos de Jake brilharam animados, e ele disse sem delongas:

-Claro, claro.Você irá não é mesmo? Sam disse que irão rolar algumas histórias de terror, daquelas que eu sei que você adora.

Eu amava as lendas da minha reserva, eram insanas e as vezes exageradas, porém era uma distração ótima para um fim de tarde na fogueira com os amigos.

-Claro que vou Jake. – Parei a picape na frente da casa de Billy, o destino de Jake – Então, te vejo mais tarde.

Quando vi a enorme figura desaparecer dentro da pequena casa, acelerei o carro.Não ia ser nada bom esse tempo que eu iria passar sozinha, sabia que minha cabeça de um modo ou de outro iria se desviar para a visão que eu tivera naquela manhã, e isso deixaria minha tarde tensa.

Como eu havia previsto a tarde se arrastou em meio a tensão, e eu me perdi em pensamentos.Foi um alivio e tanto ouvir a buzina da caminhonete de Jake em frente a minha casa.Coloquei o bilhete em cima do criado mudo, avisando a Renée que eu iria à praia.Bati a porta do carona , e disse animada:

-Oi gente!

Quil,  e Emily estavam sentados atrás e me cumprimentaram  simpaticamente.

-Onde estão Sam e Leah?

Jake desviou o olhar da estrada para me encarar enquanto me respondia em uma voz divertida:

-Parece que ele está mesmo investindo em Leah...Ele deu uma desculpa qualquer para ir com ela em seu carro.

Eu ri, feliz.Leah era minha melhor amiga e cúmplice, ela já me falara sobre seu interesse em Sam, e agora eu tinha a certeza que ele correspondia, eu estava feliz por ela.

-Eu realmente espero que eles se dêem bem.

Quil colocou o rosto no espaço entre o banco de Jake e o meu, mordeu os lábios e disse presunçoso:

-É parece que agora em nosso grupo todos os casais estão formados, eu e Emily, Sam e Leah e...

Jake pigarreou envergonhado, enquanto eu corava  e minhas mãos se fechavam em punhos, eu estava completamente irritada.Jake e eu éramos amigos, e eu nunca tive nenhum interesse nele que fugisse disso, porém o fato de estarmos sempre juntos despertavam certos comentários, que eu odiava.

Chegamos até a praia, o céu estava meio que nublado.Sam e Leah já haviam chegado e adiantado a fogueira.Comemos alguns petiscos, e Quil tocou algumas musicas em seu violão, estávamos silenciosos quando o meu momento preferido deu sinal de que iria iniciar-se:

-Sam, você irá contar as histórias hoje não é mesmo?- Disse Jacob com sua voz rouca- Bella ficou intrigada com os Cullens hoje, acho que Billy nos contou algo sobre eles não é mesmo?

Cullens? Então o sobrenome deles era esse? A curiosidade ocupou o lugar do constrangimento que eu normalmente teria sentido com o comentário de Jake.

- Bem, então vamos lá. Essa sim vai assustar a todos. Billy nos disse que acredita arduamente que os tais Cullens sejam um clã de frios que nosso bisavô Ephain Black tenha conhecido. Supostamente eles teriam passado por aqui, e nossos supostos antepassados lobisomens, que supostamente são os maiores inimigos dos frios, tenham interceptado a vivencia nessa terra porque eles eram bebedores de sangue, como vampiros de filmes. Mas depois, existiu um tratado que o líder deles fez com Ephain, eles poderiam continuar vivendo em Forks, desde que não pisassem os pés em La Push.

-Sinistro – Comentou Quil.

Então começaram a surtir comentários que eu não prestei atenção, eu estava absorta, algo em mim me alarmava, e eu não sabia o porquê. Eu tentei me distrair, porém a palavra “frios” circulava repetidamente em minha mente acompanhada da imagem do rosto perfeito que havia focalizado de manhã.

Fomos embora após algumas músicas. Minha casa era a mais próxima da de Jake, então estávamos à sós no carro, quando sua voz rouca quebrou o silêncio:

-Notei que você ficou meio quieta a noite inteira Bella – Abri a boca para me explicar, porém ele me interrompeu – Bella, eu sei que você sente vergonha dos comentários de Quil sobre nós dois, mas não se preocupe. Nós continuaremos sendo nós não sobre em que condições estiverem ok?

Eu apenas assenti. Eu não entendi o que ele quis dizer, para mim e para Jake somente havia uma condição: amizade, eu pensava que ele concordava com isso também... Talvez ele concordasse talvez eu não tivesse entendido o sentido da sua frase. Pisquei algumas vezes, confusa, até me dar conta que estávamos em frente a minha casa.

-Até amanhã Bella. – Sussurrou Jake , depois se aproximou e beijou-me no rosto enquanto suas mãos afastavam meu cabelo de meu rosto.Ele aproximou os lábios de minha orelha e continuou – Sempre seremos nós mesmos.

Cambaleei até a porta com um  pouco de dificuldade, enquanto minha cabeça girava, repetindo as intrigantes cenas do meu dia confuso.