Hate That I Love escrita por Lia Galvão


Capítulo 1
And I hate how much I love you




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-Idiota...egocentrico...estúpido! Eu...odeio...você. -Cada palavra dita representava um objeto pontudo que fora tacado contra o rosto, ou melhor dizendo, foto de James Sirius Potter. -Como eu pude ser tão estúpida?! -Lisa Carter se lamentou e se jogou na cama abraçando as diversas almofadas espalhadas por ali. -Por quê? Por que eu tinha que me apaixonar logo por você?? Nós éramos bons amigos, qual é a necessidade de mudar isso? -Ela rolou na cama e suspirou.

Eles não eram só bons amigos, eram melhores amigos, foi a primeira pessoa com quem a morena realmente conversou e a amizade foi instantânea. Eles eram parceiros, não tinham nenhum tipo de compromisso e sempre estavam lá quando o outro precisava, estudavam juntos, passavam a maior parte do tempo na companhia um do outro e ele a ajudava com os garotos e vice-versa. Eram praticamente irmãos, Lilian já havia brigado com ele por conta dela, falando que James se importava mais com Lisa do que com a própria irmã, o garoto negou e disse que amava as duas igualmente. Amigos, parceiros, irmãos... Estava tudo tão bem assim, Lisa não conseguia entender o porque de seu estúpido coração ter passado a bater mais forte sempre que o Potter abria a boca.

Um mês, um único mês foi o suficiente para estragar uma amizade de mais de seis anos. Ela não queria isso mas como permanecer perto dele sabendo que ele nunca sentiria o mesmo? Como continuar o ajudando a pegar o telefone de cada garota naquele castelo quando na verdade ela desejava receber a ligação? Como tentar impedir com que as antigas namoradas o envenenassem quando ela queria se juntar a elas e matá-lo por ter quebrado seu coração? Simplesmente não havia como, então eles se afastaram, de pouco em pouco, até que quando perceberam havia um abismo entre eles.

Algumas palavras ainda eram trocadas quando um passava pelo outro, uma curta conversa de "como foi seu dia?" durante o jantar ainda era tolerável mas Lisa duvidava que isso voltasse a acontecer depois de hoje. Ele era tão burro assim ou apenas se fingia de para sobreviver? Como se já não estivesse óbvio o suficiente que estava acontecendo algo de estranho entre os dois ele ainda teve a audácia de pedir para que a morena pedisse para a melhor amiga ir se encontrar com ele no lago negro. A cena feita na comunal foi digna de novela e reuniu uma boa platéia, Lisa falou tudo...bem, quase tudo que estava entalado em sua garganta e deixou o rapaz sem direito a defesa quando se retirou para o quarto. Havia feito um feitiço bom o suficiente que ainda mantinha as colegas de dormitório do lado de fora mas isto não estava importando mais, ela estava simplesmente ferrada e precisava dar um jeito de conseguir se livrar de James o mais rápido possível.

As garotas voltaram a bater na porta e Lisa respirou fundo erguendo sua varinha sem vontade alguma e fazendo a porta se abrir.

-Você não sabe quem me convidou para sair! -Julie Thomas entrou em êxtase no quarto se jogando na cama da amiga que parecia querer tudo, menos ouvir o nome que ela sabia que ouviria. -James Sirius Potter! -A morena informou como se estivesse avisando que eles ganharam a taça de quadribol. -Deus, Lisa, você sabe há quanto tempo eu espero ser uma das selecionadas dele? -Ela suspirou sonhadora. -Vamos nos encontrar daqui uma hora, no lago negro. Ah Merlin eu tenho que encontrar algo para ve..

-JULIE! - Lisa gritou perdendo a paciência e suspirando. -Para com isso, você ouviu o nome que você disse? É James Potter, tudo que você irá fazer é garantir a ele mais um troféu para sua prateleira. Se valorize, você é melhor que isso! Ele é o quê? Um par de olhos castanhos e um charme de tirar o fôlego? Ah vamos lá você consegue coisa melhor que isto. -Enquanto dizia Lisa reparava que era uma maneira de consolar a si mesma e não dar um aviso a amiga, que a olhou com uma sobrancelha arqueada e tornou a se aproximar.

-Olha Lis, eu sei que vocês brigaram, não sei o motivo e também não preciso saber, mas eu não quero ter que escolher um lado... Você é minha melhor amiga e bem... ele pode ser meu futuro namorado. -Ela disse com um sorriso meigo e sonhador fazendo Lisa revirar os olhos.

-Deus! Vocês são tão burras! Não irei me surpreender se todas se tornarem mães solteiras e frustadas profissionalmente. -Disse jogando as mãos pro alto e se apressando em deixar o quarto.

Lisa passou como um furacão pela comunal, evitando os olhares e murmúrios que várias das pessoas lançavam contra ela. "Oh, ela jogou umas verdades contra um dos Potter, entreguem-na aos dementadores." A morena revirava tanto os olhos que começava a temer ficar vesga, não prestava atenção no caminho que seguia, apenas queria correr para longe daquilo tudo, para longe de James, então não é necessário dizer a surpresa que ficou ao ter que frear os próprios pés para evitar cair no lago negro.

James, seu coração ou até os dois haviam tomado o lugar do cérebro, ela não conseguia raciocinar mais? Isto era um ultraje, o lago havia se tornado praticamente propriedade de James Potter nos últimos anos em Hogwarts e em uma tentativa de fugir dele ela ia logo para onde ele provavelmente estaria? Ela suspirou derrotada e se sentou a beira do lago, não tinha lugar para fugir, eles haviam percorrido cada pedaço daquele castelo juntos, para fugir de Filch ou correr atrás de encrenca, eles estavam sempre juntos, cada corredor, cada árvore, cada centímetro daquele lugar iriam a lembrar dele.

O lago era um dos principais, olhando para a imensidão negra das águas, Lisa quase podia se lembrar com perfeição sua primeira noite por ali.

"Havia acabado de desembarcar do trem e agora aguardava enquanto um cara de uns três metros de altura terminava de organizar os alunos em filas menino/menina. A viagem fora tranquila e havia optado por realizá-la sozinha, tendo meu pedido atendido por todos que tentavam dividir a cabine comigo.

-Estão todos os primeiranistas aqui? -Ouvi o grandão perguntar e olhar além da fila fazendo uma rápida conta. -Ótimo, vamos.

Comecei a caminhar atrás do homem mas não resisti ao olhar pra trás e perceber que vários alunos mais velhos não seguiam a fila. Antes que a pergunta tomasse forma em minha mente ouvi a voz de um garoto ao meu lado e me virei.

-Os mais velhos vão com as carruagens, minha prima disse que é uma maneira de dividir quem vai fazer a seleção de quem já fez. Nós vamos de barcos. -Ele disse confiante.

Outra vez não tive a oportunidade de fazer a pergunta, os tais barcos aguardavam pacientes pelos alunos e meus olhos se arregalaram ao ver a imensidão negra que nos aguardava. Tremi dos pés a cabeça e ouvi o garoto rindo e estendendo a mão para me ajudar a subir.

-Está com medo de um barquinho? -Ele perguntou parecendo se divertir com minha situação.

-Mas é claro que não! -Afirmei, mas confesso que quase morri do coração quando o bote chacoalejou quando coloquei os pés nele. -É só que com a sorte que tenho é possível que isto aqui vire. -Disse me sentando e me agarrando na borda.

O garoto tornou a rir e se sentou ao meu lado. -Está brincando? Você deve ser a garota mais sortuda do mundo! Tantas pessoas aqui e você veio parar logo ao lado de James Sirius Potter! -Ele disse orgulhoso apontando para si mesmo e eu revirei os olhos, mas sem conseguir conter o riso.

-Estou falando sério, não creio que se mergulharmos aqui voltaremos vivos. -Disse em minha defesa, eu adorava água, mar, piscina.. mas aquilo estava fora dos meus padrões.

-Estou ouvindo um desafio? -Ele se aproximou com a mão no ouvido como se me desafiasse.

-O quê? Não eu...

-Garota você é corajosa! Esta aposta já está ganha. -Ele disse e eu pisquei desentendida.

-Do que é que você es...

-Amanhã na borda do lago negro, antes do almoço, vamos mergulhar, quem voltar primeiro ganha. Se eu ganhar, o que tenha certeza que vai acontecer. -Ele avisou com um sorriso. -Terá que fazer meu dever de casa por dois anos. -Abri a boca e fechei por não ter encontrado palavras, qual era o problema daquele garoto?"

Lisa riu com si mesma e olhou para um determinado ponto do lago, mais exatamente o lugar onde a aposta tomou forma, no final das contas acabou em um empate. Eles foram selecionados para a mesma casa e James só parou de falar no assunto...bem, quando eles estavam na borda do lago. Ela se recusou a participar daquela besteira e então James a jogou no lago, se jogando logo em seguida para "salvar a donzela indefesa" e bancar o herói para a multidão.

Depois daquela, diversas outras apostas vieram e a cada aposta a amizade dos dois apenas se fortalecia. Lisa suspirou com tristeza ao pensar que esta amizade estava desmoronando e abraçou as próprias pernas tentando se lembrar quando passou a ser tão idiota. Lisa era invejada por quase todas as garotas de Hogwarts por dois simples motivos: 1- passar o dia todo ao lado do rapaz e 2- Conseguir fazer isso sem ficar perdidamente apaixonado por seus olhos castanhos. A resposta de quando foi que tudo começou a dar errado a acertou como um raio. Deveriam deixar claro que raiva em excesso provoca amnésia. Um mês atrás, durante a última visita a Hogsmeade...

"-Você ficou doido? -Perguntei em um sussurro enquanto via James despir-se de sua capa e erguer vitorioso duas garrafas de firewhisky.

-Não, mas logo logo vou ficar. -Ele sorriu maroto e jogou a capa em minha direção enquanto abria uma das garrafas e virava um longo gole, estendendo a garrafa para mim logo em seguida.

O encarei brava enquanto enrolava a capa e jogava dentro da mochila. -Eu não vou beber isso. -Disse por fim.

-Ah qual é Lisa! Você não sabe o quão difícil foi para conseguir essas belezinhas aqui. -Disse enquanto tomava outro gole e tornava a me oferecer.

-Nada! Não foi nada difícil, você estava invisível! -Ele sorriu como quem dizia "ops" e eu revirei os olhos. -Você disse que ia a dedosdemel pegar alguns doces.

-E qual era a graça disso? Nós podemos comprar doces a hora que bem entendermos mas isso?

-Isso é errado!

-Certo, falou a garota que sempre anda na linha e nunca desrespeita as regras. -Ele zombou tornando a virar a garrafa em sua boca.

-É diferente.

-Por quê?

Abri e fechei a boca várias vezes, odiava quando ele fazia isso e suspirei derrotada vendo ele me oferecer a garrafa mais uma vez. -Me dá isso aqui. -Disse puxando a bebida para perto e dando um longo gole.

-Essa é a minha garota. -Ele sorriu vitorioso enquanto eu fazia uma careta devido a queimação em minha garganta.

-James, chega. -Disse tentando puxar a garrafa para longe dele.

-Nãaao. -Ele protestou e tentou pegá-la de volta mas estava tão bêbado que caiu de cara no chão.

-Ah vamos lá Jay, eu não tenho filho desse tamanho. -Disse enquanto o empurrava para cima e lutava para deixá-lo erguido. -Olha para mim, James, olha pra mim. -Pedi e ele ergueu o olhar e sorriu. -Fecha a boca, Deus você está fedendo bebida!

-Lis?

-Hum?

-Você tem lindos olhos. Os mais lindos olhos que eu já vi. -Ele disse segurando meu rosto e focando meu olhar no dele.

-Você também tem olhos bonitos, Jay. Agora me ajude certo? Você consegue ficar de pé? -Tentei fazer um esforço para me levantar e tentar trazê-lo comigo mas ele ainda segurava meu rosto e minhas tentativas falharam.

-Lis?

-O que é? -Disse começando a ficar irritada.

-Olha para mim.

Tornei a focar meus olhos no dele que, com absoluta certeza, eram mais bonitos que o meu, não eram simples olhos castanhos, tinham algumas gotas verdes em sua íris e seu olhar era quase hipnotizante.

-Jayjay, temos que ir, está ficando tarde e você está em um estado deplorável, tem que tomar um bom banho e dormir.

-Você vai me dar banho? -Ele perguntou com o sorriso maroto de sempre no rosto.

-Mas é claro... que não. Por isso temos que ir logo, sei que Alvo volta para comunal cedo e eu não quero te arrastar bêbado pelo castelo a procura de alguém da sonserina que possa te levar até seu irmão.

-Alvo não. -Ele choramingou. -Ele vai contar tudo pra mamãe e pro papai e eles vão me matar. -Ele finalmente soltou meu rosto e deitou a cabeça no ombro.

-Sim, eu sei, prometo que nunca vou deixar seu túmulo sem flores, agora vamos, me ajude a te ajudar. -Mais um esforço mas desta vez o moreno colaborou e consegui nos colocar de pé, tirando a cabeça dele do meu ombro para passar seu braço por eles.

-Lis?

-O que foi James? -Perguntei suspirando enquanto ele se equilibrava e tornava a segurar meu rosto, me fazendo o encarar.

-Eu te amo, Lis.

-Eu também te amo Jay, podemos por favor ir?

-Não, não, não! Eu te amo, Lisa.

-Eu sei Jay, eu também te amo. -Estava prestes a começar a conduzí-lo para o castelo quando ele se afastou.

-Não! Você não está entendendo.

-Entendendo o quê? -Lembrete, nunca mais deixá-lo beber.

-Eu te amo, Lisa. -Ele olhou para mim e sua expressão se assemelhava a dor, me preparei para responder mas ele foi mais rápido, em um simples movimento ele me puxou para perto e selou nossos lábios."

Um arrepio correu pelo corpo da morena ao se lembrar do beijo, no mesmo momento em que ela pensou empurrar James para longe e deixá-lo bêbado e sozinho na casa dos gritos, ela não conseguiu fazer nada além de envolver os braços na nuca do rapaz e corresponder ao beijo. Seu coração parecia ter acordado de um sono profundo e ambos, ela e James, pareciam estar saciando uma vontade que há muito lhes perturbava.

Quando eles se separaram nenhum dos dois disse nada, James deixou que Lisa o levasse embora e o entregasse para Alvo assim que pisaram no castelo. A morena não conseguiu dormir a noite, a sensação dos lábios dele nos seus não deixava sua mente e seu coração não se aquietou nem por um momento. Ela não sabia que o amava mas depois do que acontecera e de como ela reagiu não lhe restavam dúvidas.

No dia seguinte ela estava no salão principal terminando seu café da manhã quando viu o moreno aparecer. Seu corpo gelou e então ela sentiu medo. Ele estava completamente bêbado na noite anterior, tudo aquilo poderia não passar de uma mentira. Mas para ela foi tão real... Quando James chegou ela esperou que ele desse o primeiro impulso e se arrependeu amargamente disto, a simples frase dita pelo moreno :"Minha cabeça parece que vai explodir, não me lembro de nada que aconteceu noite passada" foi o suficiente para destruir o recém-acordado coração de Lisa e começar a afastar ela dele.

Lisa fungou e jogou outra pedra no lago, neste momento um barulho de folhas secas fez com que ela se sobressaltasse e olhasse naquela direção. O que ela viu foi bem pior do que a detenção que esperava.

-James. -Disse frustrada voltando a se focar no lago.

-Eu... me desculpe, não queria te assustar. -Ele disse passando as mãos no cabelo e esperando alguma reação da morena, o que não aconteceu. -É... -Ele começou a falar mas Lisa o impediu de continuar.

-Se você está pensando que sairei daqui para que você fique se engraçando com Julie para dispensá-la amanhã de manhã. está redondamente enganado. -Disse calma e fria sem tirar a concentração da escuridão a sua frente. -O lago é extenso e...

-Para! Eu não ia dizer isso, só quero conversar com você. -Ele se mexeu um tanto inquieto. -Posso me sentar?

-Não. -Ela disse e bufou ao ver que ele fazia exatamente o contrário.

-Precisamos conversar.

-Eu passo.

-Eu tenho o direito de saber que droga está acontecendo.

-Eu tenho o direito de permanecer calada.

-Lis, escuta..

-Escuta você James Potter, eu já disse que não vou sair daqui, vá se encontrar com Julie em outr...

-Eu não vou me encontrar com Julie! O que tem de errado com você? -Ele gritou se levantando de sobressalto e passando a mão diversas vezes nos cabelos rebeldes.

-De errado comigo? -Ela perguntou finalmente o encarando. -Muitas coisas. -Disse em um suspiro derrotado voltando o olhar para o lago.

O moreno respirou fundo e voltou a se sentar ao lado dela. -O que... o que está acontecendo com nós dois? O que foi aquilo hoje mais cedo?

-Eu cansei, James. Cansei de você. -Ela o encarou para tentar confirmar o que dizia, mas com a dor que tinha no olhar duvidava que havia funcionado.

Ao ouvir aquelas palavras o garoto sentiu como se tivesse sido acertado pela maldição cruciatus, uma dor que ele desconhecia passou a tomar conta de seu peito e por um momento ele se sentiu sem ar.

-O que você... o que você está dizendo, Lisa? Nós... nós somos amigos, parceiros. Me diz o que foi que eu fiz de errado que eu concerto. Eu não quero... eu não consigo ficar sem você. -Ele disse quase em desespero e Lisa virou o rosto para que ele não percebesse as lágrimas que se acumulavam em seus olhos.

-Olha para mim. -Ele pediu mas ela não atendeu. -Hey, se lembra do ano passado? O baile a fantasia? Por um mês inteiro você só conseguia falar naquela festa e então Minerva nos proibiu de ir só porque fizemos todos os livros da biblioteca sair voando pela janela. -Ele esperou mas ela continuou quieta. -Se lembra o que fizemos?

-Você fez. -Ela corrigiu fria mas um pequeno sorriso aparecia no canto de sua boca.

"-O que você está fazendo? Isso não é a poção que o professor Bennet mandou fazer. -Conclui enquanto empinava o nariz próximo a ele para tentar ver os ingredientes ou até mesmo ler a poção, mas James me empurrou para o lado com o ombro.

-A curiosidade matou o gato. -Ele disse e eu fechei a cara, o fazendo rir. -Claro que não é a poção que ele mandou fazer, existem poções muito mais divertidas do que uma estúpida poção do sono, sabia? -Ele disse e ergueu por um momento a capa do livro ao qual usava.

-Volume sete? -Perguntei em um sussurro lutando para fechar minha boca. -Onde arrumou isso?

-Vic estava conversando com as Changs tão empolgada e o livro tava caindo da bolsa dela, eu juro que tentei entregar mas você sabe que depois do meu namoro com a Ruby, Vic prefere que eu fique longe da amiga dela, então ela disse que depois falava comigo e eu fiquei com o livro. -Disse com um dar de ombros.

-James! -O repreendi apesar de estar achando aquilo o máximo, quantas poções nos poderíamos fazer com aquela preciosidade? Percebi que havia falado um pouco alto demais e algumas pessoas nos encaravam então joguei um dos ingredientes na minha poção e encarei o moreno. -Se mexe no sentido anti-horário. -Disse fazendo uma demonstração e logo todos tinham voltado a suas tarefas. -Nós nem terminamos a última detenção, tipo, é claro que podemos fazer as poções daí, todas elas se conseguirmos, mas em sala de aula?

-É por uma causa nobre, confie em mim. -Eu ia protestar, mas então ele sorriu daquela forma marota que indicava que estava ok e eu não pude fazer nada.

-Causa nobre?

-Acho melhor usar isso. -Ele jogou algumas patas de sapo no caldeirão e ergueu uma máscara que cobriria meu nariz e boca, colocando uma em si mesmo logo em seguida.

-Mas o quê..? -Comecei a perguntar mas ele revirou os olhos e fez o trabalho de colocar a máscara em mim. Sinceramente, não sei porque após tantos anos eu ainda penso que posso questioná-lo.

-Agora o gran finale. -Ele disse pegando um "ingrediente secreto" e jogando no caldeirão. Instantaneamente a poção começou a borbulhar e soltar uma estranha fumaça laranja em toda a sala.

James começou a gargalhar, tipo aquelas risadas do mal, e meus olhos se arregalaram ao mesmo tempo que cada um naquela sala se transformava em um animal diferente.

-O que você fez? -Perguntei horrorizada e ele deu de ombros, tirando dois frascos parecidos do bolso e me entregando o que continha um líquido amarelado. -Eu não vou beber isso. -Afirmei convicta, mas então ele resolveu me olhar com aquela cara de cachorrinho abandonado a qual eu nunca fui capaz de resistir.

-Você primeiro. -Disse e ele deu de ombros. Assim que a poção parou de borbulhar e criar a fumaça, ele tirou sua máscara e tomou a poção.

-Sua vez. -Ele disse e eu revirei os olhos, fazendo exatamente como ele.

Em meio segundo minhas vestes da grifinória haviam se tornado um longo e rodado vestido amarela, senti que minhas usuais sapatilhas se tornaram um pouco mais altas e meu cabelo, antes preso em um coque, havia ficado apenas meio preso.
Olhei para James afim de questioná-lo o que diabos era aquilo e meu queixo que já estava no joelho alcançou o chão. Ele vestia um terno que misturava azul, amarelo e branco junto a uma calça preta e bem...estava completamente peludo, tipo, peludo mesmo!
-A Bela e a Fera? - Questionei ainda sem conseguir acreditar. -Sério?
Ele deu de ombros, sorrindo. -Se você não vai a festa, a festa vai até você. -Ele disse e com um aceno de varinha, uma música começou a tocar.

Ri desacreditada e olhei em volta observando nossos colegas e professor como animais tentando entender o que estava acontecendo.

-James, você é inacreditável. -Conclui.

-Eu sei, se eu não fosse de verdade, eu seria um sonho. -Ele disse recebendo em resposta um tapa no ombro. -A senhorita me concede esta dança? -Ele perguntou junto a uma reverência."

Tudo correu muito bem... pelos dois minutos seguintes, foi nessa hora em que a poção de James parou de fazer efeito e todos começaram a voltar para sua forma humana e com certeza eles não estavam contentes com aquilo. Lisa diz que foi sua primeira maratona, até porque não era nada fácil correr de uma multidão enfurecida e se desvencilhar do salgueiro lutador de salto alto e vestido longo.

Uma lágrima rolou no rosto da morena mas o sorriso mantinha presença e ela odiou a si mesma por isso. Ele estava usando de todo o seu charme para conseguir o que queria.

-Tivemos que lavar cada banheiro de Hogwarts pelo próximo mês e meio, por sua culpa. -Ela disse enxugando a lágrima que ousara cair e continuando seu ótimo trabalho de evitar o moreno.

-Ah Lisa, qual é! Você disse que foi a detenção que mais valeu a pena na sua vida. -Ele disse angustiado, estava na esperança de que a lembrança daquele dia fosse o suficiente para ao menos eles começarem uma conversa.

-As pessoas mudam.

-Você principalmente! -Ele resmunmgou. -Aquela vez no segundo, quando fomos juntos para a diretoria pela primeira vez.

"Nós tentávamos não manter contato visual já que cada vez que isso acontecia era impossível conter as gargalhadas.

-Hey Lis. -James chamou e eu o olhei. -Se lembra de como ele ficou? -Então ele fez sua melhor expressão de "professor com cara de trasgo surpreso" me fazendo cair na gargalhada.

-Posso saber do que estão rindo? -Uma voz arrastada soou na sala e logo sua velha dona marcou presença defronte a mesa do diretor.

-James contou uma piada muito, muito boa, fala pra ela Jayjay.

-Então, três vampiros fizeram uma aposta..

-Calados. -Ela ordenou e instataneamente paramos com as risadas. -Me façam entender, porque eu tentei, mas não consegui, como vocês conseguiram alterar todo o estoque de poções do professor Bennet para suco de abóbora sem que ninguém tenha visto?

-Se ninguém viu, como a senhora pode afirmar que fomos nós? -James perguntou e eu chutei sua canela.

-Não falaremos nada sem a presença do nosso advogado. -Disse chutando outra vez para que ele não risse e observando a cara de confusa da professora Minerva.

-Como? -Ela perguntou parecendo estar insatisfeita com ambas as respostas.

-Tudo que eu disser pode e será usado contra mim no tribunal. Eu assisto CSI, professora McGonagall.

A velha se mostrou ainda mais irritada. -A senhorita gostaria de ser expulsa?

-Ouvi dizer que Beauxbatons é melhor mesmo. -Disse com um dar de ombros. -PROTESTO! -Gritei logo em seguida pulando da cadeira ao mesmo tempo que James caia da dele de tanto rir. -A senhora persuadiu minha cliente a dizer algo que ela não queria. -Disse e estava usando de todo o meu auto controle para não rir da cara de pamonha da diretora. -Sou Lisa Carter, advogada de defesa de Lisa Stella Carter e James Sirius Potter. -Disse correndo até James e o ajudando a levantar.

-Senhor Potter. -Disse antes que Minerva pudesse reagir, já que levaríamos detenção de qualquer jeito, que valesse totalmente a pena. -Levante sua mão direita. Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade. -Disse olhando para o teto, caso contrário iria cair na risada e estragar o disfarce.

-Eu juro. -James disse cruzando os dedos da mão esquerda.

-O senhor e sua parceira, Lisa, realmente realizaram o crime do qual são acusados?

-Não.

-Caso resolvido, vamo…

-CHEGA! -Minerva gritou batendo as mãos ossudas na mesa.”

-Quase fomos expulsos, por sua culpa. Já me viu reclamando? -James disse mas apesar do tom em sua voz ele sorria, Lisa se mexeu desconfortável. -Me ajuda a entender o que está acontecendo porque, sinceramente, eu não sei!

-Você não se lembra mesmo, não é? -Ela se virou para encará-lo, algumas lágrimas marcavam seu rosto.

-Lembrar o quê?

Ela riu a contragosto. -De quando você me beijou e disse que me amava, James. -Disse fungando. -Quer saber o que tá acontecendo com a gente? -Perguntou se levantando. -Eu descobri que amo você, e não consigo lhe dar com isso. -Disse se virando e começando a andar.

James estava sem reação, quando ele tinha feito ou dito aquilo e porquê não lembrava? Ele se odiava por não lembrar. -Aonde você vai? -Foi o que ele conseguiu perguntar.

-Falar com meus pais e pedir uma transferência para Minerva.

-O quê? Por que vai fazer isso? - Ele perguntou, também se levantando e indo atrás da morena.

-Por que eu não faria? - Ela retrucou, parando a caminhada e o encarando.

-Porque eu te amo, Lisa Carter. -Ele disse com um sorriso maroto no rosto, ciente que desta vez não esqueceria ele passou um braço pela cintura da morena e a puxou para perto. -Eu sempre amei.

-É isso que você diz para todas? -A morena perguntou, sabia que não era e seu coração em breve abriria um buraco em seu peito mas, ela não era tão fácil assim.

-Você é a única. -Ele disse e antes que a garota pudesse rebater, a beijou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *-* E se gostaram, o que acham de me contar com um review? 'u'



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