By Change escrita por Srta Lima


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oláa...primeira fic de vampire academy...espero que gostem =3



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Pov Rose

Joguei minha corda feita de lenços amarrados uns aos outros pela sacada e percebi com satisfação que finalmente a corda chegara até o chão. Eu havia passado os últimos seis meses fazendo aquela corda, afinal eu não podia levantar suspeitas, então os lenços tinham que ir sumindo aos poucos. Foi um pouco difícil convencer meu pai do meu súbito interesse por acessórios mas, como ele estava sempre disposto a me agradar, no final disse que me daria quantos lenços eu quisesse.

Na verdade, meu pai é a pessoa mais amável que eu conheço, me dá tudo o que eu quero e mais. Só tem uma coisa que me irrita nele: ele nunca me deixa sair. Não é como se eu ficasse presa em um quarto, eu tenho a minha disposição uma sala de música, uma sala de artes, uma mini academia, uma sala de estar, uma sala de jantar, uma suíte e um jardim, que é cercado por altíssimos muros. Mas é aí que acaba minha compreensão do mundo, eu nunca pude passar dos muros do meu jardim. Ouvi uma vez alguns empregados dizendo que isso se devia ao fato de minha mãe, que eu nunca conheci, ter ido embora quando eu era um bebê. Aparentemente isso instaurou algum tipo de paranóia no meu pai, que me mantém presa a sete chaves para que eu não siga o mesmo caminho que ela. Infelizmente quando eles me perceberam lá se calaram, pediram mil desculpas e continuaram a trabalhar calados. Ninguém que trabalhava ali falava comigo mais do que o necessário.

Quando eu era pequena esse estilo de vida não me perturbava muito, acho que pelo fato de eu sempre estar fazendo alguma atividade. Meu pai deve ter pensado que se eu estivesse com a cabeça ocupada eu não pensaria em fugir e ,bem , funcionou. Nos últimos doze anos eu tive aulas particulares de todos os tipos de coisas. Com isso, aos dezesseis anos, eu já sabia falar fluentemente inglês, japonês, francês e, minha língua mãe, turco. Sabia também tocar piano, harpa e violão, além de saber três tipos de luta, dança do ventre, ballet, jazz, ser ótima cozinheira e uma excelente botânica. Se eu quisesse poderia ingressar na faculdade, mas como eu não podia sair de casa, isso acabou não acontecendo.

Creio que foi isso que fez com que eu quisesse ir embora, isso e a demissão de Olena, minha babá desde que eu me entendo por gente. Ela era a única pessoa que eu podia chamar de família, já que ,por causa do trabalho, meu pai quase não passava um tempo comigo. Ela foi demitida pois tinha me deixado sair um pouco daquela parte da casa, depois de eu implorar muito, e me levou a uma piscina que eu nem sabia que existia na minha própria casa. Infelizmente fomos pegas e ela foi demitida. Eu e meu pai brigamos feio e então eu comecei a perceber como eu queria sair dali.

E é por isso que sete meses depois, eu me esgueirava ,no meio da noite, pela janela do meu quarto e ia de encontro ao jardim que havia embaixo dele. Quando meus pés tocaram o chão corri até o muro e afastei algumas roseiras para revelar o buraco no chão, que daria até o outro lado. Como eu sempre cuidei do jardim ninguém desconfiou de nada, mesmo eu passando horas ali.

Passei as mãos pelo corpo para ter certeza de que tinha tudo de que precisava. Eu estava usando calças pantalon boule, aquelas largas com um elástico que as prende ao tornozelo, uma blusa de manga comprida, que deixava os ombros nus, no mesmo estilo da calça e calçava um par de sapatilhas. A calça e a blusa possuíam estampas abstratas nos tons de laranja bebê, amarelo e azul marinho. Costurados na minha calcinha estavam meus documentos, que eu havia roubado de um armário trancado, escondidas no forro do meu soutien estavam algumas jóias que eu estava levando para vender em alguma loja e conseguir dinheiro e por último, por debaixo da minha calça, estava amarrado na minha perna meu cachecol de caxemira vermelho com detalhes em dourado, era uma herança de família e meu xodó.

Depois de constatar que nada fora esquecido, tirei um casaco grande e largo de dentro de uma bolsa que estava a minha frente. Depois de vestir o casaco peguei, também dentro da bolsa, uma pá e entrei no buraco. Chegando ao final do buraco tive que cavar com a pá durante uns dois minutos até sair do outro lado. Como previsto o outro lado ainda era parte da propriedade, já havia ouvido Olena contar como era do outro lado do muro tantas vezes que nada me surpreendeu.

Da parte de fora de uma das paredes da minha “casa” saía outro muro, que se estendia em um círculo até mais ou menos cem metros de distancia, onde por um breve momento ele desaparecia para dar espaço a um portão, que eu sabia ser a saída de funcionários. Provavelmente era bastante movimentado de manhã cedo, quando os empregados chegavam, mas á essa hora da noite o lugar estava completamente deserto. Eu sabia que o portão estaria provavelmente trancado, mas nada que um par de grampos não resolvesse.

Apressei meus passos até o portão. Meu coração batia tão depressa que eu podia senti-lo tentando subir pela minha garganta. Quando já estava a uns vinte metros do portão comecei a ficar mais aliviada, enquanto apressava ainda mais meu passo, na ânsia de sair logo para minha nova vida. A mais ou menos dez metros do portão eu já estava me considerando livre quando senti uma mão agarrar meu braço de forma bruta.

Depois de alguns segundos paralisada pelo medo me virei para a pessoa que havia me segurado, esperando ver um homem com um dos uniformes de segurança do meu pai. Mas o homem que me segurava não estava usando o uniforme de segurança e, após falar algo numa língua completamente desconhecida para mim, começou a me arrastar pelo braço. Pensei que ele estava me levando para dentro de novo, o que eu descobri não ser verdade quando ele passou reto pelo muro da minha “casa” e continuou me arrastando.

“Ei, quem é você? Me solta!” - Tentei dizer em todas as línguas que eu conhecia, mas ele só apertava mais meu braço e continuava me arrastando e murmurando naquela língua estranha. Alguns minutos depois chegamos na frente de uma van, na qual ele tentou me fazer entrar pela porta detrás. Nesse momento uma onda de medo me atingiu e eu comecei a me debater e gritar. Foi aí que ele me bateu. Ele me deu um tapa na cara tão forte que eu vi o mundo rodar por alguns segundos. Se aproveitando disso ele me empurrou pra dentro da van e entrou junto, fechando a porta atrás de si.

Só então percebi que dentro da van estavam mais três meninas tão assustadas quanto eu, que se limitavam a olhar pra baixo e uma ainda se atrevia a chorar baixinho. O homem me fez sentar em um banco e falou algo pro motorista que logo nos colocou em movimento. Não sei quanto tempo passei dentro da van pois acabei dormindo e só acordei quando já havíamos parado.

Fomos empurradas para fora da van. Vi então que o sol já começava a aparecer e que estávamos em uma pista de avião. Com certeza não uma pista legalizada, mas ainda sim uma pista. Logo um outro homem veio com uma prancheta até nós e começou a conversar com meu captor naquela mesma língua. Olhou para as três meninas e acenou enquanto anotava algo. Quando subiu os olhos da prancheta novamente os pousou em mim, com clara confusão no olhar. Os dois homens tiveram uma rápida conversa, que meu raptor parece ter ganhado, pois o outro homem assentiu e nos deixou passar. Caminhamos até o avião onde, para meu espanto, havia muito mais meninas.

Sentaram-nos em alguns acentos e não mais de trinta minutos depois estávamos decolando. Eu olhava o chão se afastar de nós enquanto sentia lágrimas caindo pelas minhas bochechas. Pela primeira vez na minha vida eu desejei estar trancada no meu quarto.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram ? =3
Então, eu sou péssima em fazer capas...então se alguém quiser doar uma eu fico feliz xD
Bom, digam se gostaram e talz, postarei o mais rápido possível.
Kisses



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