Good girls go bad escrita por Ann


Capítulo 10
Fucking Hospital


Notas iniciais do capítulo

Então, long time no see, fellas hahahaha desculpem minha ausência, tá difícil por aqui, espero que gostem desse capítulo =)



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Estava sentada em uma sala branca, daquelas que só servem pra foder com a tua mente, mais conhecidas como sala de espera do hospital, Erick andava de um lado para o outro e o homem chamado William estava sentado ao meu lado, estávamos ali há duas horas e nossas palavras acabaram há uma hora e cinquenta e nove minutos.

Confesso que não foi fácil fazer o que Rennan mandou, cheguei em casa com o carro do Lucca e nem tirei as compras do porta-malas, acredite, se eu ignorei meu sorvete que estava derretendo, eu estava mesmo preocupada.

Tirei a roupa ensanguentada enquanto subia as escadas, jogando-as pelo chão, eu ia ficar muito puta comigo mesma mais tarde, mas agora eu só queria tomar banho logo para ir pro hospital. Fiz tudo tão rápido que só parei pra pensar no primeiro sinal vermelho que me obrigou a parar o carro, já no caminho para lá,notei que tinha esquecido de limpar o sangue de Lucca debaixo das minhas unhas, mas não me importei muito no momento.

Então cheguei naquele lugar que em algumas horas era a minha salvação, em outras acabava comigo.

Eu: Alguma coisa? - Perguntei para o pai aflito que chamo de chefe.

Erick: Ele entrou agora na sala de cirurgia.

Porra, cirurgia? Que caralho, meu Deus, não, Lucca não.

William: Mas o médico disse que a maior preocupação era o sangue que ele perdeu.

Isso era pra me confortar????

William: Vai ficar tudo bem.

E aqui estamos nós, duas horas depois, com a filha da puta da recepcionista miando no telefone com algum idiota.

Recepcionista: Hahahaha, jura que ele disse isso?

Me levantei em um impulso.

William: Calma aí, novata.- Ele segurou meu braço.

Sentei e voltei a encarar o mesmo ponto vazio que me ocupava antes.

Não conheço Lucca Chase há muito tempo, mas por incrível que pareça, tenho consideração por ele, não é só a atração física mas sei lá, confiei nele hoje, segui seus passos mesmo colocando minha vida em risco, por que de um jeito ou de outro eu sabia que ia ficar bem, que ele não ia deixar nada acontecer comigo, e eu confiaria novamente, por que sinto que ele vai está lá, exatamente como eu não estava hoje, por isso ele está em uma mesa de cirurgia nesse exato momento, e eu não, que merda de parceira eu sou, deixei uma faca entrar nele, e ainda assassinei um homem.

Eu assassinei aquele cara, foi tudo tão rápido que não consegui processar, mas ele estava morto e por minha causa, eu interrompi o ciclo divino que todos nós seguimos, e nem conheço ele. Não sei se ele é casado, ou se agora mesmo tem uma criança sentada na cama, esperando para dar um beijo de boa noite em seu pai antes de dormir, ou uma mãe que combinou de sair com o filho ligando para o seu celular, sem entender por que ele não chega logo. Não digo que ele era um santo, não. Ele acertou uma faca no meu parceiro, e ia acertar outra... e eu coloquei uma bala em sua testa.

Eu matei um homem e nem sequer vou presa por isso, matei ele e nem sequer sei seu nome, matei e sei que se eu voltasse no tempo faria novamente. Faria quantas vezes fosse necessário, tudo para não perder aquela pessoa que estava lá dentro, em uma sala fria com as costas abertas agora.

Nunca ia confessar em voz alta, mas Lucca Chase conseguiu um espaço em minha vida nesses poucos dias, e entrou para a curta lista de pessoas com que me importo.

Não estou dizendo que sinto algo amoroso por ele, não. Não vou ser idiota como meus pais, nunca.

Mais uma hora se passou até que alguma coisa branca me chamou atenção no canto da sala.

Eu já estava ficando cansada de tanto branco naquele lugar, mas aquele médico me pareceu um anjo, ou um pedaço de pizza, julgando a forma como que eu, Erick e William corremos pra cima dele.

Erick: E então?

Médico: A cirurgia foi um sucesso, ele perdeu sangue, mas está bem, já está acordado.

Nos entreolhamos aliviados e voltamos a olhar para o doutor.

Médico: O horário de visitas acaba em 15 minutos.

Meu grande foda-se para isso. Pensei enquanto andava pelos corredores, um pouco atrás dos passos apressados de Erick e William.

Erick abriu a porta e correu para o filho na cama. A cena me comoveu, por mais estranho que pareça. O grande e inatingível Erick Chase com lágrimas nos olhos, eu ainda não havia saído de perto da porta, para não estragar o momento e observei Lucca, pálido, muito pálido com um enorme curativo perto do ombro que possivelmente ocupava suas costas ele sorria de leve, ainda um pouco grogue. Ele me viu e nossos olhares se encontraram rapidamente antes dele voltar a atenção para o pai e para o amigo que estavam preocupados.

Visto que ele estava bem, dei um tempo para os três e esperei do lado de fora, alguns minutos depois Erick e William saíram.

Erick: Winters, será que você poderia ser a acompanhante esta noite? Tenho que arrumar aquela bagunça do mercado.

Novamente com a capa de homem sério e poderoso, Erick Chase havia se erguido e estava pronto para voltar ao seu trabalho. William saiu logo depois, com o semblante um pouco mais animado, disposto a ajudar seu chefe.

Acenei com a cabeça, e depois do som de seus passos desaparecerem respirei fundo e entrei no quarto.

Lucca: At first I was afraid... - Ele brincou, cantando desafinado enquanto eu entrava.

Eu: Idiota. - Sorri, ele deu uma batidinha no canto da cama para que eu me sentasse. - E aí?

Lucca: E aí?- Ele deu um meio sorriso e continuou me olhando.

Se eu não o conhecesse, diria que estava feliz em me ver.

Eu: Que loucura hoje, não?

Sou uma merda quando se trata de puxar assunto em situações como esta.

Ele acenou com a cabeça e ficamos calados.

Boa jogada, Winters, muito boa mesmo sua burra.

Lucca: Obrigada.

Olhei para ele.

Lucca: Por ter sujado as suas mãos por mim. - Encarei seus olhos, o azul ainda mais destacado por sua palidez. - Ele morreu?

Eu: Sim.

Lucca apertou minha mão.

Lucca: Eu sinto muito.

Até estranhei o tom solene em sua voz.

Eu: Você já...

Lucca: Sim.

Não precisei perguntar mais nada, ele sabia exatamente como era. E isso é algo que não tem como explicar, tirar a vida de alguém, não planejava fazer isso nem tão cedo.

E veja só, antes da minha primeira missão deixei um cadáver em meu caminho.

Lucca: Três.

A trilha dele era maior do que a minha, apertei sua mão mais forte.

Lucca: É você que vai ficar aqui?

Eu: Sim.

Ele sorriu e encostou a cabeça no travesseiro.

Eu: Nenhuma piada?

Lucca: Tô guardando para mais tarde. - Ele piscou.- A noite vai ser longa.

Agora sim, estávamos soando normalmente.

Eu: Não foi assim que imaginei passar a noite contigo.- Brinquei com ele.

Ele sorriu.

Lucca: Calma, sou um homem de família então vamos devagar.

Eu: Prometo pegar leve contigo.

Lucca: Não me provoca, Winters...

Eu: Faça o seu pior, Chase.

Lucca: Estamos em um quarto, sozinhos e você tá mesmo falando isso pra mim?

Ri um pouco mais alto e baguncei seu cabelo.

Eu: Ah cala a boca.

Ele riu, mas quando eu tentei levantar ele ficou sério e me segurou.

Lucca: Confessa. - Eu não sabia se ele estava brincando ainda.

Eu: Confessar o que?

Lucca: Que morreu de medo de me perder para uma facada. - Apesar do tom brincalhão em sua voz, seus olhos estavam sérios.

Eu: Claro, só quem pode te matar sou eu.

Lucca: Já quer exclusividade?

Eu sorri, mas no fundo algo me incomodava. Eu não gostava da ideia de estar tão próxima de Lucca, muito menos de querer estar perto dele, isso vai dar merda, sempre dá. Não vou ser essa idiota, e foram momentos como este que foderam minha vida antes mesmo de eu nascer.

Levantei de repente e sentei na poltrona que me acolheria naquela noite, Lucca me olhou, questionando minha mudança súbita.

Eu: Tá tarde, vai dormir.

Lucca: Tem razão, boa noite.

Ele concordou tão rápido que até estranhei.

Estaria Lucca Chase pensando o mesmo que eu?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Sei que estou meio sumida mas mereço saber suas opiniões, não??
hahaha beijinhos meus lindos até a próxima =*



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