Cap 4 - Fanfic Ravenclaw – Rony

Atualmente, a única coisa boa na vida de Rony Weasley era sua namorada. Fred estava morto e A Toca, silenciosa. Jorge se trancara no quarto por dias e só saiu quando Gina foi chamada. A irmã tinha uma empatia com ele maior do que todos e após muitas horas no quarto, o convenceu a descer. Jorge não queria ficar n’A Toca, mas também não queria voltar para o apartamento acima da loja. O sr. e a sra. Weasley decidiram enviá-lo para morar um tempo com Carlinhos na Romênia. O gêmeo pedira a Rony que ele cuidasse da Gemialidades Weasley enquanto estivesse fora, e, surpreso, ele aceitara.

Depois, ser auror era bem mais complicado do que ele imaginara. Os outros aprendizes observavam a ele e a Harry, tentando aprender alguma coisa.

O problema é que Rony não tinha muito que ensinar. Durante a caça às horcruxes e na batalha, agira praticamente por puro instinto. Hermione era o cérebro do trio e sempre procurava a lógica nas coisas. Já ele, agia impulsivamente, sem pensar muito. Muitas vezes dera certo, não? Ter que pensar em um feitiço apropriado e executá-lo em segundos antes de ser visto era mais difícil do que parecia. Como saber se conjurava uma distração ou se se disfarçava? Preparar uma poção polissuco sem a ajuda de Hermione? Nem pensar. Sempre acabava com um líquido ralo ao invés da aparência de lama. O treinador Robards lhe lançava olhares desapontados, que só serviam para destruir a autoconfiança de Rony.

Apesar de todos os problemas, Rony escondia tudo da família, de Harry e de Hermione. Sabia que era uma atitude idiota, mas o que mais poderia fazer? Não suportaria o olhar de decepção de todos.

Sentia saudades do tempo que Hermione lhe preparava roteiros de estudo e os três passavam as noites na sala comunal. Na sua última carta à Hermione, decidira desabafar tudo. Contou-lhe das notas baixas e das práticas no quartel que geralmente resultavam em catástrofe. De fato, a única vez que se dera bem em uma prática foi quando Harry se deu mal. Ele se sentiu péssimo por tirar proveito do fracasso do amigo e contou isso para Hermione. Ela com certeza lhe entenderia e lhe apresentaria alguma solução. Rony decidiu que não se deixaria abater e resolveu correr atrás do prejuízo. Pegou um pouco do dinheiro da Gemialidades e foi à Floreios e Borrões. Falou com o atendente e se informou sobre os melhores guias para o treinamento de auror. Comprou um para si e foi para o apartamento de Fred e Jorge, agora vazio. Pegou pena, tinta e pergaminho e escreveu cartas aos professores McGonagall e Flitwick e ao ministro Quim Shacklebolt, ex-auror e muito amigo do seu pai, pedindo conselhos. Sentou-se à mesa e estudou por horas à fio. Quando já era meia noite, foi para casa. A Sra. Weasley estava sentada no sofá, esperando-o.

– RONALD WEASLEY, PELAS BARBAS DE MERLIM, ONDE DIABOS VOCÊ ESTAVA? - a senhora começou a berrar.

– VOCÊ FAZ IDEIA DO QUANTO EU E SEU PAI FICAMOS PREOCUPADOS?

–Mãe, eu já tenho 18 anos, sou maior de idade, a senhora não precisa ficar me esperando acordada. Eu saí para dar uma volta, comprar uns livros...

– Ronald, desde quando você compra livros?? Eu nunca te vi gastar um nuque sequer com um livro e agora você chega em casa de madrugada me dizendo que saiu pra comprar livros? Me diz onde é que você estava, AGORA! Era no Cabeça de Javali? Estava bebendo uísque de fogo? Roniquinho, eu já lhe disse que não quero você bebendo essas coisas...

– MÃE! Eu NÃO estava bebendo uísque de fogo e, SIM eu estava comprando livros! – ele balançou a sacola da Floreios e Borrões no ar.

– Ah, Rony, querido! – suspirou a sra. Weasley, abraçando-o.

– Você sabe como eu fico preocupada com essas coisas desde que o Fred... – Ele já estava com as orelhas vermelhas de vergonha. Meio hesitante, colocou os braços ao redor da mãe e permitiu-se voltar aos tempos de menino, quando ela lhe abraçava e lhe assava tortinhas de abóbora. Fechou os olhos e inspirou aquele cheiro familiar. Eles se afastaram depois de uns instantes. A mãe olhou-o nos olhos.

– Nunca mais faça uma coisa dessas sem me avisar, ouviu? – Rony revirou os olhos. A mãe lhe deu um tapinha na cabeça.

Ele já se virara para subir as escadas quando os escutaram o ruflar de asas. Uma belíssima coruja das torres pousara na janela e piava baixinho. Rony correu para abrir a janela. Reconheceu a caligrafia de Hermione e ficou animado. Soltou a carta da perna da coruja e deu-lhe um pouco de água e alguns petiscos de Pichitinho. A ave comeu e bebeu, e agradeceu-lhe com uma bicada afetuosa na mão, antes de abrir suas asas e voar para a noite. Rony deu um beijo de boa noite na mãe e subiu as escadas, louco para ler a carta. Trancou a porta do quarto e se atirou na cama. Rasgou o envelope e leu:

"Ronald Weasley, COMO DIABOS VOCÊ SE METEU NUMA SITUAÇÃO DESSAS E NEM ME AVISOU!!! Ah, eu te mandaria um berrador agora se eu pudesse, mas não tive tempo para achar um. Ok. Vamos pensar juntos. Eu vou pedir um recesso à Profª McGonagall no Halloween e vou imediatamente ai para te ver. Ainda nem acredito que você demorou isso tudo para me contar! Te mato, sua peste. Agora, vamos falar sério. Eu sei que você não gosta quando as pessoas te comparam com o Harry ou te chamam de "fiel escudeiro" ou seja lá qualquer outra babaquice que a vaca da Skeeter tenha publicado ( odeio essa mulher!), mas isso é normal. Você é o melhor amigo dele e normal sentir ciúmes de vez em quando. Fale com ele, tenho certeza que ele vai te entender e mover o céu e a terra pra te ajudar. Sugiro que você compre a coleção do professor Valentino Vazquez, "preparando-se para auror", que está cheia de dicas muito úteis para você usar. Também recomendo que fale com o Quim, ele é amigo do Sr. Weasley e gosta muito de você. Tenho certeza que vai dar tudo certo e você vai se recuperar em breve. Sobre Hogwarts, as novidades são poucas. Eu e a Profª McGonagall temos conversado muito sobre a reconstrução do castelo e sobre o que eu quero fazer da minha carreira. Luna e eu nunca estivemos tão próximas e é ótimo. Ela até me deu um par de brincos de rabanete para combinar com os dela! Tenho que ir, muitas saudades de todos, principalmente de você.

Com amor, Hermione."

Rony sorriu ao terminar de ler a carta, pois fizera exatamente o que Hermione tinha sugerido. Em total êxtase, Rony pegou papel e pena e começou a escrever uma resposta.