Bella’s Pov

Rolava de um lado para o outro na cama, me enrolando no meio dos lençóis, mas o sono não chegava. Deve ser porque estou estranhando a cama! Será? Será que tem ervilhas embaixo da minha cama? Ah, puf, claro. (Puts, quem nunca ouviu falar da fábula da princesa e a ervilha hein? Má que povo sem cultura, eu hein).

Por algum motivo, que eu não queria saber qual era, não conseguia tirar as investidas de Edward da cabeça! Por que ele faz isso comigo? Por que ele ainda mexe tanto assim comigo? Será que eu ainda gosto daquela Mula Branca? Por que não apareceu ninguém nessa casa ainda? Por que existem pingüins azuis? Perguntas que nunca serão respondidas... Isso me frustra. Sabe o que meu psicólogo receitou pra mim? Criar um diário. Mas eu tenho preguiça de escrever! Então... Vou criar um amigo imaginário. ISSO! Deixa-me ver, como ele será? Terá cabelos azuis... Hum... NÃO. Olhos azuis. Ah, bem melhor! Cabelos castanhos, hum... Ok, estou tentando fazer um Zac Efron, qual é? Vou desistir dessa idéia.

Um ruído me fez interromper meu Blá, Blá, Blá interno... Arregalei os olhos ao máximo, faço isso quando estou apavorada... O que realmente eu estava agora. Uma rajada de vento abriu as janelas, e fez com que as cortinas começassem a se balançar de uma forma assustadora. Já estava o cenário de um filme de terror. Quando a porta do armário começou a se abrir devagar, fazendo um ruído terrível, de coisa velha. Ai mamãe, por que eu não te escutei e fiquei em casa? Assistindo Padrinhos Mágicos e comendo pipoca, por quê? POR QUÊ?

Saltei da cama rapidamente, e corri pra fora do quarto, gritando, e balançando os braços que nem uma maluca.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Um maníaco, socorro! Salvem-me. Help! FBI! CIA! BOMBEIROS! COSMO! VANDA! QUALQUER UM! – Foi quando me choquei em algo parcialmente duro, me fazendo cair de bunda no chão.

Vi pés na minha frente. Pés. Pelo menos era humano. Levantei a cabeça, e me deparo com um Edward recém-acordado, com os cabelos lá em cima, bom... Bem mais do que o normal, Sem camisa... Ok, essa parte eu babei e muito.

Foi quando as outras portas começaram a se abrir, e Alice saiu correndo ao meu encontro.

– Bellinha, o que houve? Oh meu Deus! Seu cabelo está horrível. Se meu cachorro voltasse assim da Pet Shop, eu processava! – Ela colocou a mão na boca. Realmente mereço as amigas que tenho, até por que... Comparar-me com um cachorro, estava nos meus planos. Será que meu cabelo estava muito ruim?

Olhei em volta, e estava Jasper de pijama, ao lado da Alice, Rosalie com bob’s(Não a lanchonete, e sim aquele troço) no cabelo, RÁ, sabia que os cachos dela não eram natural. E Emmett com uma cueca samba-canção do piu-piu. Hã? Cueca do Piu-Piu? Vindo dele, qualquer coisa é possível.

– Tem alguma coisa no meu quarto! Eu sei que tem, eu sei que tem. Eu não volto nunca mais pra lá! – Abracei minhas pernas. Não voltaria nem que um raio caísse aqui. Me sentiria uma vaca dentro de uma caixa de leite lá. Lá não era pequeno, mas seria desconfortável...

– Se você quiser, pode dormir com um de nós... – Edward se abaixou até mim, e tocou a minha mão. Ih, olha a liberdade aí... Daqui a pouco ta até pedindo dinheiro emprestado.

Olhei para todos ao meu redor, não podia dormir com um daqueles casais. Iria atrapalhar todo o processo de acasalamento, e além de que me sentiria sozinha, e não acho que eles iriam querer fazer... Enfim.

– Bom... Pode ser né?! – Então nem ao pior deram a chance de pedir pra ficar com um deles, eles já tinham fechado a porta... Então... Só sobrou a Minha Mula Branca. MMB!

Ele levantou-se, e fez um sinal para que eu o seguisse. Pensei um pouco se realmente deveria ir, ou deveria voltar ao meu quarto, assim amanheceria morta, cheia de arranhões, e ele poderia vingar a minha morte. Que romântico! Tirando a parte que eu estava morta, é claro.

Entrei em seu quarto, e não era diferente do meu, apenas não conseguia enxergar o chão. Mala aberta, Roupas espalhadas, Sacos de salgadinhos fora da lixeira, Uma coca-cola em cima da televisão. Vi até algo se mexendo embaixo de algumas mudas de roupas. Torço para que não seja um rato. Ele riu com a minha inquietação.

– O que houve? Eu não mordo sabia? – Ele não mordia, mas vai que aquele rato ali mordesse? Melhor não arriscar! Com meus dotes de Dayane dos Santos, consegui chegar a cama. E o melhor era que, se ele quisesse dormir no chão, nem precisaria de colchão, poderia dormir em cima das próprias roupas. Mas seria um problema se ele tivesse pesadelos e fizesse xixi, o que eu acho que ele não faz. Acho...

– Tem dentes? Então morde. Enfim, toma o seu lençol, vaza da cama. E boa noite para você. – Ele me olhou com uma cara de incredulidade. E riu debochado de mim. Tipo da minha cara.

– Eu vou dormir aqui na cama também Bella. Nós vamos dormir aqui. É grande o bastante para nós dois. – Meu coração parou.

– O QUE? VOCÊ ACHA O QUE MEU FILHO? QUE TÁ NO PARAISO DAS BIBAS É QUERIDO? VAI DORMIR COMIGO NÃO! Nem ao menos temos nada...

– Quem disse que vamos fazer algo? No que você pensou Bellinha? – Não chega mais perto não mano. Lembra do papel de bala. Levantei da cama, e me aproximei da cabeceira, embarrando na mesma, deixando cair alguns papéis.

– O que é isso? – Falei pegando alguns dos papeis. Edward se jogou em cima de mim para pega-los novamente. E conseguiu né? Acho que ele foi muito para a academia.

– Algumas coisas que andei escrevendo. Nada demais – Ele guardou em seu armário. Hum... Pegarei isso hahaha

– Ah claro, rimando “Amor” com “Dor” e “Me namora” com “Evapora”. – Ele ergueu uma sobrancelha. – Agora, vamos dormir. Mas nem OUSE se aproximar de mim, entendeu? – Me deitei do lado esquerdo da cama, me virando para nem olhar para a cara do imbecil.

– Nunca faria isso Bellinha. – Não pude ver, mas tinha certeza que ele estava dando um dos seus sorrisos. Me odeio por isso.

Seria uma longa noite. Seria longas férias.