The Beautiful Girl. escrita por Natalha Monte


Capítulo 43
Capítulo 43 - Conselhos e Kiras Arrependidas


Notas iniciais do capítulo

Oiiiieee! Perdão pela demora. Me desculpem mesmo, mas não tive tempo. Bem, aqui está o capítulo! Amei todos os comentários, e brevemente responderei todos assim que puder! Muito obrigada! Beijão! E enjoooy! 😍😍😍



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POV Austin

Acordei com a campainha tocando. Eu não fazia a mínima ideia de que horas eram. Minha cabeça doía muito e a campainha insistia. Me levantei cambaleando um pouco e desci até encontrar um ruivo sério assim que abri a porta.

–Porque não atende a porcaria do celular? – Ele me perguntou visivelmente irritado.

–Bom dia para você também. – Eu disse irônico dando passagem para ele entrar.

–Boa tarde, você dormiu demais. – Ele falou se sentando no sofá.

–Me desculpe, eu passei a noite inteira acordado, acho que merecia dormir. – Falei com sarcasmo e ele sorriu.

–Eu sei disso. Não precisa dar uma de durão para mim, sarcasmo e ironia não colam comigo. Vamos lá, sou a todo ouvidos. – Ele sorriu, e eu também.

Dez podia ser brincalhão e muito infantil às vezes, mas na hora de falar sério, ele fala.

Lembro-me de quando tinha problemas, e que quando a Ally não tinha como me ajudar, ele me ajudava.

Ele é e sempre será meu irmão. Isso é fato.

–O que quer que eu diga? Sinto muito? – Bufei e me joguei no sofá.

–Jáé um bom começo. Quer dizer que a loirinha linda gosta de mim e você não me diz? Que tipo de irmão é você? – Eu ri.

–Desculpe, mas ela me implorou para que eu não contasse. E eu fiquei com receio de te contar e você acabar afastando a menina. – Ele bufou, mas sorriu.

–Não vou reclamar por isso, você tem razão. Não sou o mestre em relacionamentos como você. – Ele falou.

–E olha como o tal “Mestre” está agora. – Falei passando a mão no rosto cansado, Dez sorriu.

–Nada do que uma conversa não resolva. Como você está? – Ele perguntou apreensivo.

–Como acha que estou? Mal descobriram meu namoro, e ele já não existe! – Ele me olhou incrédulo.

–E você vai continuar com essa palhaçada? Não ouve quando os mais sábios dizem que não devemos tomar decisões de cabeça quente? – Ele disse.

– Não estava lá? Não viu tudo o que ela me disse?! – Eu falei irritado.

–Vi sim, mas você não está totalmente certo.

–Eu não disse isso. – Falei e ele me olhou sínico.

–Não? Então me conta em qual momento da briga você admitiu estar errado também? Alias, onde você acha que errou?

–Eu... Eu... – Tentei falar, mas ele sorriu vitorioso.

–Exatamente. Você não falou porque não admitiu que estivesse errado, porque para você, você não estava.

–Eu, ela me jogou tudo aquilo na minha cara! Ela esqueceu meu aniversário e apareceu a tira colo com o Elliot! Queria que eu pedisse desculpas por isso? – perguntei.

–Ela não esqueceu de propósito. Você sabe que ela não faria isso, e quanto ao Elliot, ela tinha que fazer o trabalho, assim como tinha o projeto.

–Ela sumiu, e eu não falei nada. Eu não a julguei. – Ele me olhou de soslaio.

–Você fala que ela disse tudo aquilo na sua cara, mas você também fez isso. – O olhei confuso – Assim que a raiva subiu você jogou tudo nela. O fato dela não estar disponível, de ter sumido. Você falou tudo àquilo como se fosse culpa dela, mas era a obrigação Austin. Você pode ter se controlado o tempo todo, mas tudo o que ela fez e disse, fez você julgá-la sim. E você sabe disso.

–Você falando desse jeito... – Ele revirou os olhos.

–Os dois erraram. Ela te julgou, você também. Ela te acusou sem te ouvir, você terminou de cabeça quente. Os dois erraram, e pode acreditar, eu entendo o motivo de ambos. E só quero ajudar, decisões precipitadas não ajudam em nada. Você a ama Austin, pense direito no que está fazendo. – Apoiei a cabeça nas mãos.

–Como ela está? –Perguntei e ele sorriu torto.

–Magoada. Muito magoada. – Ele disse.

–Então estamos quites. – Falei e ele assentiu concordando.

–Precisam se acalmar, e depois conversam com calma. Eu vou indo, preciso conversar com certa loira. –Eu ri.

–O que você sentiu quando descobriu que ela gostava de você? – Eu perguntei.

–Não tive como sentir nada de imediato. Não sei se lembra, mas tinha um loiro e uma baixinha irados gritando um ao outro bem na minha frente. – Eu ri.

–Desculpe, por não ter contado. Mas ela me implorou Dez, ela me fez horas e horas de perguntas sobre você. Do que gosta, do que não gosta. Ela me fez contar tudo, desde a sua infância! Você não tem noção do quanto eu fiquei estressado. - Ele gargalhou alto e eu também.

–Foi difícil falar do quão Divo eu sou né? Eu te entendo. -O olhei sério e depois cai na risada.

–Você Divo?Me poupe, eu tive que contar todas as loucuras que você já fez, me surpreende isso fazer ela gostar mais de você. Acho que ela também é louca. -Ele riu.

–Eu gosto dela Austin, na verdade eu gosto dela desde que a conheci. Mas nunca achei que ela poderia gostar de mim, afinal, eu sou o Dez. – Ele disse meio cabisbaixo.

–Não diga isso cara, - eu o repreendi – Ela gosta de você exatamente pelo o que é. Eu nunca vi! Ela fala de você de dois em dois minutos. É incrível, e acho que você deveria agir. – Eu pisquei para ele e ele sorriu.

– “Então estamos quites.” – Ele tentou imitar minha voz e eu sorri. – Não a perca Austin, não faça isso. – Ele disse e se levantou me deixando pensativo.

Eu não sei o que fazer! Não sei como olhar nos olhos dela depois de ontem, eu não posso, não agora.

Decidi comer algo, a fome mandou lembrança.

POV Autora

Enquanto Austin estava perdido em seus pensamentos e nas lembranças das palavras ditas na noite anterior, Ally estava no seu último dia no projeto. Ela se despedia das crianças, e sua mente estava dividida: Em se despedir das crianças que ela se apegou muito rápido, e em se despedir do amor de sua vida. Ainda estava mais divida em saber se iria ter coragem de fazer isso.

Ela não sabia como depois de tudo iria olhar para ele e dizer que estava partindo. E que não o veria por anos. Isso porque Austin não tinha escolhido o curso que iria fazer e ela tinha quase certeza que independente disso, ele não queria mais vê-la. Afinal, ela já não era mais a sua namorada.

Respirando fundo ela tentou se concentrar em sua aula. Logo quando a tarde chegou ao fim, a dona Clarissa a agradeceu por toda a sua ajuda no projeto, e disse que alguém a estava esperando do lado de fora da escola. Ally estranhou isso. Ninguém nunca tinha vindo na escola que ela dava suas aulas, e ela não fazia a mínima ideia de quem seria.

Ao sair ela encontrou uma morena encostada a um muro, fitando a rua intensamente. Ally respirou fundo para se aproximar e com a expressão impassível e ilegível falou.

–Porque me procura Kira? – Seu tom foi calmo e neutro, ao ver a morena em sua frente a imagem do beijo dela e de Austin atingiam sua mente com uma atmosfera de bombas. Kira se virou surpresa em sua direção, mas quando viu a feição quase sombria de Ally, ela pensou ponderadamente no que dizer.

–Eu te procurei pela escola inteira hoje. Acredito que você tenha evitado me encontrar, por isso descobri onde você dava aulas. Eu preciso falar com você. – Ela disse num fio de voz, Ally se manteve calada. – Primeiro de tudo: Eu não fazia ideia de que você e Austin estavam namorando. Eu te via com o Elliot, e todo mundo sabia que você estava saindo com ele. Eu não desconfiava de você e Austin juntos. – A morena limpou a garganta, tentando se controlar e continuar. – Vim aqui te pedir desculpas, e dizer que se eu soubesse que ele era seu namorado, eu nunca teria o beijado. E eu sinceramente quero sumir, eu, eu sinto muito Ally. – Ela disse desviando o olhar da castanha que fitava algum ponto em outra direção. – Por favor, Ally, diga alguma coisa. Eu, Eu não quis... E... Eu não sabia.

–Você gosta dele. – Ally falou friamente. – Sou sincera a dizer que eu já sabia disso, desde que te conheci. Ele sempre teimou dizendo que só era coisa da minha cabeça, mas ele não é mulher. Não entende. Eu já sabia, mas não achei que você tivesse coragem de fazer algo assim. De Elliot, talvez, mas você não. – A morena desviou o olhar, e depois a encarou.

–Eu não quis trazer problemas para vocês. Ao que eu o saiba era solteiro, e não tinha nada que me impedisse de beijá-lo, a não ser que ele não quisesse. Acredite quando eu digo, se eu soubesse de vocês, isso não teria acontecido. Sim Ally, eu também sou sincera a dizer que eu gosto dele, e muito. – Ally travou o maxilar se controlando. –Mas acima de tudo tenho respeito, e sei-me pôr em meu lugar. Se ele gosta de você, eu o esquecerei. Eu vim aqui para lhe dizer isso, e realmente espero que me desculpe. – Ela falou e saiu, deixando Ally presa em pensamentos enquanto voltava para casa.

Em casa, Piper tinha decidido limpar a cozinha depois de ter feito um lanche. Ela dançava acompanhando a música que tocava em seu fone de ouvido. Ela lavava os pratos e cantava animadamente.

–Oh oh oh oh oh oh oh Sing! – Ela cantava e ao virar deu de cara com um ruivo que a encarava divertido. Ela gritou e deixou o prato cair ao chão.

–Me desculpe, eu não quis assustá-la. Eu preciso falar com você. -Dez tentou tranquilizar a loira que tentava acalmar as batidas do peito, ela estava assustada e com vergonha do ruivo que a olhava minuciosamente agora.

–E-eu... Tudo bem. -Ela disse e passou reto por ele indo em direção a sala. O ruivo controlou o riso ao vê-la tão corada que poderia comparar as maçãs de seu rosto a uma tomate. – Dez eu peço desculpas, o Austin gritou aquilo para todo mundo ouvir, e não era assim que eu queria que você soubesse. –Piper falou cabisbaixa. Ela estava com muita vergonha.

–Não importa como eu fiquei sabendo, eu só acho ruim ter demorado tanto para saber, assim eu já tinha te chamado para sair a muito tempo. – Dez falou e a loira o encarou surpresa. – Eu quero fazer isso desde que te conheci. Eu também gosto de você Py, desde que te vi, mas sempre achei que você nunca se interessaria por mim. Afinal, eu sou o Dez. – Ela sorriu.

–É por você ser o Dez, que eu gosto de você. – Piper tomou coragem e falou, fazendo dessa vez o ruivo se surpreender.

–Eu não quero te perder, por isso quero fazer as coisas direito. Senhorita Salvatore, aceitaria sair comigo? – Dez tentou ser cavalheiro, e até que funcionou, pois Piper sorriu abertamente.

–Aceitaria sim, seria uma honra.

...................................

Dez se despediu, e ficaram de combinar o dia de sair.

Ally ao chegar em casa se jogou no sofá e espremeu os olhos. Ela estava cansada, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Seus pais ao vê-la, se sentaram e esperaram que ela desabafasse.

Ally contou sobre a faculdade e sobre a viagem. Foi uma surpresa e tanto para eles. Penny e Lester sabiam que ela iria fazer faculdade, mas não imaginavam que seria tão rápido, e que tudo já estava praticamente pronto. Penny começou a chorar se imaginando sem a Ally em casa, mas com certeza a apoiaram. Esse realmente é um passo muito importante na vida de cada um, e agora Ally sabia que precisava contar a mais uma pessoa. Ela só não sabia como.

POV Ally

–Três dias filha? E você tem lugar para ficar lá? – Minha mãe perguntou depois de ter se acalmado.

–Sim mãe, eu ficarei no campus da universidade. Eu irei ajudar no evento que terá de despedida dos alunos que estão se formando, assim como na formatura. – Eu disse. – Dona Clarissa me ligou e disse que já está providenciando minhas passagens, eu preciso fazer as malas. – Eu disse cansada.

–E para estudar, quando você irá? – Meu pai perguntou.

–Isso eu ainda não sei, provavelmente apenas em janeiro, mas não é certo ainda. Eu não sei como funcionam as coisas lá, só sei que só falta eu apresentar o trabalho de biologia, porque no resto eu já estou passada. – Eu disse e os dois sorriram orgulhosos.

–Essa é a minha menina, - Meu pai disse ao beijar minha testa – Você tem certeza do curso? Tem certeza que é isso que você quer fazer? – Ele me perguntou sorrindo.

–Tenho sim papai, não há outra coisa que eu queira fazer a não ser música. – Eu afirmei.

–E Austin? Você já falou com ele? – Minha mãe perguntou receosa depois de um tempo, os dois me olharam atenciosos.

–Não, não falei. E nem sei como vou dizer. Mas afinal, não acho que ele vá se importar tanto, já que eu não sou mais a namorada dele. – Meu pai bufou.

–Você está sendo infantil. Vocês brigaram, ponto. Todo casal briga. Agora por ele ter agido precipitadamente, não quer dizer que ele não te ame e não se importa com você. Assim você está duvidando do que ele sente Ally, e isso não é justo. Eu sei que quando ele souber que você está indo embora, ele será o mais afetado. Não seja injusta com ele querida. – Meu pai me aconselhou, e eu suspirei, sabendo que ele tinha razão.

–Eu preciso de um banho, estou exausta. Boa noite, e obrigada. – Falei e beijei o rosto de cada um. Eles sorriram em resposta, e me olhavam enquanto eu subia as escadas procurando força para entrar em meu quarto.

Passei reto para o banheiro, pegando uma roupa no caminho. Adentrei no chuveiro, querendo que a água levasse meus problemas embora, mas foi totalmente em vão. Vesti uma camiseta preta, e um short jeans simples. Calcei minhas sandálias e penteei meu cabelo, o secando e depois o prendendo em um coque frouxo. Sai do quarto, e assim que olhei para fora da varanda, meu olhar cruzou com o dele. Ficamos alguns segundos sem saber o que dizer, mas eu tinha que contar, então eu tomei coragem.

–Oi. – Eu disse quase inaudível.

–Oi. – Ele respondeu praticamente no mesmo tom.

–Eu preciso falar com você, tenho algo para te contar. – Falei desviando o olhar dos seus olhos. As coisas que ele me dizia por eles, eu não suportei olhar por muito tempo. Segundos depois ele estava em minha varanda. O cabelo úmido, o cheiro de Austin pós banho.

–O que houve? – Ele me perguntou receoso.

–Eu... Eu vou viajar, por três dias. E minha ida para New York está pronta. Eu irei me mudar. – Ele deu um meio passo para trás, como se tivesse processando o que eu tinha dito. – Eu só não queria que você soubesse por outra pessoa, por isso estou dizendo. – Eu disse tentando não soar fria, o que acho que não consegui.

–Foi só por isso? – Ele perguntou, a pontada de esperança em sua voz.

–Foi. – Eu limpei a garganta depois que respondi. Seu olhar direcionado a mim foi magoado, e eu me arrependi do modo que falei no mesmo instante. – A-aus... – Ele me interrompeu.

–Faça boa viagem, e obrigada pela consideração. – Seu sarcasmo ecoou no quarto e ele se virou com raiva e foi embora.

Suspirei pesadamente lutando contra as lágrimas, peguei minha mala e comecei a preparar a minha bagagem.

Mas isso sem conseguir tirar Austin Moon do meu pensamento.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Comentem, beijos e até o próximo! 💓