POV Ally

Imagina a minha cara de vitoriosa? É essa mesma. Estávamos no táxi indo para casa, e depois de eu ter contado que todos estavam bem, Austin não tinha tirado os olhos de mim em momento nenhum. O vento balançava meus cabelos e eu olhava a linda Miami ensolarada pela janela do carro, Los Angeles é boa, mas não se compara aqui. Olhei para o lado e Austin ainda estava me olhando, mas quando viu que eu notei disfarçou, tentei não rir e voltei minha atenção à estrada. E de novo ele estava me olhando.

–O que foi? – perguntei tímida olhando para ele, seu rosto estava um pouco vermelho.

–Eu ainda não consigo acreditar que você mudou tanto, Ally você já era linda, mas agora, você tá... – ele pareceu não conseguir terminar.

–Obrigada. – respondi vergonhosa. Chegamos em casa, e Austin fez questão em pagar o táxi. Levamos minhas coisas para dentro e não tinha ninguém em casa. Mas minha mãe tinha mandado uma mensagem para mim quando eu ainda estava no avião.

–Então, você comprou muita coisa né? – ele perguntou olhando para inúmeras malas.

–Pois é, culpa da Trish. - ele riu – Pode me ajudar? – perguntei

–Claro. – E depois de algumas subidas e decidas nós já tínhamos levado todas as malas. – O que você vai fazer agora? – ele perguntou

–Arrumar tudo isso, tenho que arrumar espaço. – perguntei com a mão na cintura analisando onde eu ia colocar tanta roupa.

–Quer ajuda? – eu o olhei com alívio.

–Seria muito bom, só vou trocar de roupa, espera. – falei pegando uma peça de roupa numa mala e caminhando ao meu banheiro. Para minha displicência eu tinha pegado um short curto. Que ótimo. Só que não. Respirei fundo e me vesti. Respirei fundo novamente criando coragem de sair dali.

POV Austin

Por um motivo que eu não consigo explicar eu não conseguia parar de olhá-la. Era quase como um imã, eu tentava, mas meus olhos não me obedeciam. Cada detalhe, cada fio de cabelo cacheado dançando com o vento, as pernas encruzadas fazendo charme, o brilho da boca que me chamava. Opa, calma aí.

Eu estava no quarto dela esperando ela sair para arrumar suas bagagens. Comecei a colocar algumas em cima da cama.

–Pronto vamos começar. – me virei para vê-la, e cara porque é que toda vez que eu viro para vê-la eu paraliso? (Roupa da Ally: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=133861926&.locale=pt-br )

E pausa. Alguém pode me dizer onde ela escondeu aquele corpo? Não estou sendo atrevido, não me entenda mal, mas não tem como não ver uma deusa dessa e não pirar. Ela tinha prendido o cabelo no coque, e estava descalça o que a deixava com a aparência de menina. Mas aquele short... Ai. Chegava a dar pontada no meu coração. Ela caminhou e colocou o vestido e o salto num canto do quarto, e como o previsto eu admirei cada passo seu.

–Austin, vamos? – ela chamou minha atenção rindo.

–Ahn? – despertei – Ah sim vamos! – falei disfarçando.

Ela tirou as roupas velhas do guarda roupa e jogou no chão, abrimos a primeira mala e ela começou a guardar as novas peças. Depois de um tempão, ela tinha guardado todas as roupas. Na verdade a minha ajuda foi muito pouca, mas ela parecia muito satisfeita. Guardou seus novos sapatos e seus acessórios, assim como uma maleta lá, e pronto tínhamos terminado. O quarto estava muito bagunçado, mas aos poucos nós dois o arrumamos.

–O que você vai fazer com essas roupas? – perguntei enquanto colocávamos dentro de uma das malas.

–Não sei, vou deixar minha mãe resolver, mas usar eu não uso mais. – ela falou sorrindo. Continuei a colocá-las na mala e ela andou e sentou na cama, quando eu olhei ela estava com o dedo nos olhos, e parecia frustrada.

–O que foi? – Perguntei me aproximando e me abaixando em sua frente– Entrou alguma coisa? – Ela estava quieta, enquanto eu segurava seu rosto e analisava seu olho.

–É que eu estou usando lentes, e tirá-las é horrível. – ela disse forçando um sorriso.

–Lentes? Uau. – exclamei surpreso – Cara você mudou tudo. – ela riu e finalmente conseguiu tirar, seus óculos estavam em cima da cabeceira, e eu os peguei colocando delicadamente nela. – Bem melhor assim. – ela sorriu tímida.

Nós estávamos muito próximos, eu estava com as duas mãos apoiadas lado a lado da cama, fazendo com que ela não tivesse como sair. Meu corpo já não me obedecia mais, e ela me olhava profundamente, e eu retribuía procurando decifrar o que aquele olhar queria me dizer. Aos poucos fui me aproximando, e a nossa respiração não era mais a mesma. E quando estávamos a centímetros de distância, a porta foi aberta.

–Ally meu amor, Ally? É você filha?! – Sua mãe gritou entrando no quarto, me fazendo cair para trás de susto. Olhei para Ally e ela parecia assustada, mas respondeu o abraço da mãe.

–Oi mãe. – ela falou olhando para mim, me levantei rapidamente e segui para a janela, ela me olhou como se não quisesse que eu fosse.

–Bom eu vou indo, vocês tem muito o que conversar, Tchau Tia Penny. – Falei desconcertado, a mãe da Ally mandou um beijo para mim e a morena se desprendeu da mãe dando um passo a frente.

–Austin... – ela me chamou.

–Eu volto depois. – falei sorrindo minimamente e saí.

Mas o que é que deu em mim?

Tudo estava tão claro! Eu realmente estava gostando da minha aproximação com a Kira, e de repente a Ally volta me fazendo me sentir confuso novamente? Ela tem esse poder sobre mim. De me confundir. Eu precisava falar com alguém, ou ia acabar enlouquecer. Desci e fui prontamente para a casa do Dez. Toquei a campainha e comecei a andar de um lado para o outro. A porta foi aberta por ele.

–Austin, oi. Eu acabei de chegar tava comendo e ia agora ver a Ally. – ele falou sorrindo, mas quando notou meu nervosismo parou. – O que houve irmão?

–Eu estou louco. – falei por fim, ele sorriu.

–Austin isso não é novidade. – ele riu.

–Não Dez é sério, eu, eu quase beijei a Ally agora. – ele arregalou os olhos.

–O QUÊ? – Ele gritou – Como assim? – ele caminhou para for e fechou a portam ficando nós dois no jardim da sua casa.

–E não é só isso, essa não é a primeira vez que acontece, e sem ela saber eu já a beijei.

–Meu caro – ele respirou fundo – Sem ela saber, eu namoro a Megan Fox! Você quer me explicar isso?!

–Foi outro dia na rua, nós estávamos correndo e acabamos nos aproximando, mas aí fomos interrompidos por um ônibus, quando nós voltamos para casa nesse mesmo dia eu acabei ficando com ela até ela dormir e quando ela adormeceu eu não me contive e dei um selinho nela. – ele me olhava pasmo – Eu fiquei muito confuso, mas aí antes de ela viajar eu tinha pensado e visto que isso tudo era loucura, que ela era apenas a minha amiga. Aí ela viajou e eu me aproximei mais da Kira como você sabe - ele assentiu – Mas ela voltou Dez, ela voltou! E me deixando confuso de novo, você não tem noção de como ela está agora. – falei vindo em minha mente à imagem dela no aeroporto. – ele franziu o cenho confuso. – E hoje novamente, quase nos beijamos. Sei lá parece que alguma coisa me atrai de um forma que eu não consigo evitar. – bufei irritado, Dez sorriu.

–Não tem confusão cara, será que você não vê? Você gosta dela, por mais que pareça louco, mas é verdade. Seus ciúmes, e toda essa confusão em sua mente sobre ela é porque você gosta dela de verdade, e eu não entendi como assim ela está agora? – eu ri

–Você vai ver. – falei enterrando a mão no bolso da calça. – Isso é loucura Dez, ela gosta do Elliot. Tenho certeza que ela mudou por ele. – falei essa última frase quase como um pensamento, por isso Dez não escutou. – Eu preciso parar com isso tá? Eu vou acabar a magoando, ou magoando a Kira, ou até a mim mesmo me iludindo. Eu não posso fazer isso. – falei respirando fundo.

–Você que sabe, não vou te dizer o que fazer. Você vai comigo? – ele perguntou.

–Não. Vou para casa, e, por favor, não pire, mesmo sabendo que vindo de você isso é impossível. – eu falei sorrindo. Ele me olhou estreitando os olhos.

–É mesmo não é? - ele me perguntou estreitando os olhos, me fazendo gargalhar. Caminhamos lado a lado em silêncio, enquanto ele ia vê-la, e eu ia para casa.

POV Ally

Depois do surto que a minha mãe teve em me ver, foi à vez do meu pai. Quando ele me viu parou por alguns segundos, talvez processando o que estava havendo. Eles ficaram tão feliz, e a empolgação da minha mãe não vou nem comentar, ela ficou histérica.

Depois de tantos interrogatórios, como o previsto, nós descemos para a sala. Eu estava inerte pelo quase beijo que o Austin ia me dar, cara será que ele gosta de mim? Porque nessas duas vezes não fui eu que me aproximei a ponto de beijá-lo e sim ele. Sorri instantaneamente com esse pensamento, mas só em pensar que nós vamos ter que conversar sobre isso me dá um embrulho no estômago. Estava lá contando as novidades para meus pais, quando a campainha tocou. Abri a porta e dei de cara com o Dez.

–DEZ! – Gritei dando um pulo e o abraçando, eu estava com muita saudade do ruivo maluco.

–Ahn, oi? – ele pareceu não me conhecer, abafei o riso. – Com licença eu quero ver a Ally. – Meus pais que assistiam tudo gargalharam, e ele não me reconheceu rápido porque a luz não colaborava e eu tinha tirado os óculos quando me sentei junto aos meus pais.

–Dez sou eu. – Eu disse rindo

–Sim, eu sei que você é você. Seja lá quem você seja - Ele falou revirando os olhos - Mas cadê a Ally? – Não me aguentei e cai na risada.

–Sou eu Dez, Ally. – Ele se aproximou do meu rosto me analisando com os olhos estreitos enquanto eu ria. De repente ele gritou estrondosamente pondo a mão na boca em sinal de surpresa.

–Cara você é a Ally. – ele concluiu, enquanto eu e meus pais rimos.

–Não diga. – falei o óbvio – Vem cá ruivo senti sua falta. – o abracei de novo e dessa vez ele respondeu calorosamente.

–Cara você tá uma gata, que é isso? O que houve? Já sei você chamada para participar de um programa de mudança de visual lá em Los Angeles! – ele gritou animado, depois que eu o puxei para dentro e fechei a porta.

–Não Dez essa transformação foi graças a Trish e ao meu cartão de crédito. – Meu pai disse me fazendo rir.

–Uau. – ele falou me rodando, enquanto me analisava. – Ainda bem que você mudou, porque seu visual era muito caído. – ele falou contente.

–Dez! – Eu o repreendi – Você não dizia isso antes. – falei levemente irritada.

–Claro, não queria que você me batesse, ou que você se magoasse. – ele falou piscando – É sério você está perfeita Allyzinha. – Estirei língua para ele enquanto ele ria. – Bom eu só vim te ver, estava com saudades. – ele beijou o topo de minha cabeça, e se despediu de meus pais.

Quando ele saiu, nós três rimos e ficamos conversando por um tempo, na verdade um bom tempo. Meus pais foram dormir e eu subi também, fui tomar um banho para me preparar para dormir também, e quando saí do banheiro, um certo loiro me esperava.