Diário de Bordo - Hammock Flying escrita por Sasagawa


Capítulo 3
Capítulo #02




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531033/chapter/3

18 de Março de 2118 – Hammock Flying

(Céu Não Específico)

Já fazem cerca de três dias desde que sai da casa de meu tio. Estou começando a ficar com fome. Melhor ver os preparativos que o Senhor Rodrigues e meu tio prepararam para a minha viagem.

Me levantei da cadeira que estava sentado e liguei o piloto automático. Caminhei calmamente em direção à cozinha da nave. Não era tão espaçosa quanto uma cozinha de verdade, mas podia-se trabalhar muito bem nela. Havia um fogão de quatro bocas, uma mesa de azulejo preta com um micro-ondas em cima e um isopor grande com gelo para comportar bebidas e comidas que tivessem que ser preservados em locais úmidos e congelados. Funcionava como uma geladeira. Tudo que estava ali, com exceção do isopor, estava muito bem pregado na parede, de forma que eu pudesse livremente fazer alguma manobra evasiva com a Hammock Flying sem quebrar ou desarrumar alguma coisa.

Ao lado do fogão quatro bocas, era possível avistar alguns caixotes de madeira jogados no canto da cozinha. Alguns já abertos. Aproximei-me dos caixotes para ver seus conteúdos. Como dito antes, Tio Von Kaizer havia deixado um estoque de Dinf... Dunfor... Dertor... Que seja! Ele deixou um estoque daquela bebida estranha que só ele sabe o nome. Nunca bebi nada alcóolico na minha vida, mas acho que já está mais do que na hora de experimentar. Afinal, para que outro motivo Tio Igor colocaria estes caixotes aqui? Segundo ele, esta bebida era destinada somente para os mais bravos guerreiros dos céus. Será que finalmente, a seu ver, eu já poderia ser considerado um bravo guerreiro? E por que uma bebida te avaliaria como um? Haha! Isso me diverte.

Peguei uma garrafa do caixote e a pus dentro do isopor. Enquanto ela gelava, procurava algo para comer. Vasculhei todos os caixotes. Para minha infelicidade e demência de meu tio, havia apenas garrafas “Dintörmunt” naqueles caixotes. Nada de comida ou bebida não alcóolica. Apenas essa droga de licor de caramelo. Mas se pararmos para pensar, eu até que mereço este castigo, pois fui deixar aqueles dois cuidarem do meu “kit de sobrevivência”. Isso que dá não organizar suas coisas após um pouso forçado.

Após algum tempo pensando, resolvi checar para ver se a bebida já estava gelada a ponto de ser consumida. Aquilo era minha única fonte de alimentação. Por algum motivo, flashes e imagens do Senhor Rodrigues passavam na minha mente. Neles, Rodrigues dizia palavras como “Que irresponsabilidade!” ou “Já vi que o senhor não foi instruído como deveria ter sido!”. Aquilo me perturbava um pouco. Sacudi a cabeça rapidamente para me livrar de tais alucinações e pus-me a pegar a bebida no grande isopor. A garrafa de vidro marrom, por sua vez, estava trincando de tão gelada que estava. Aquilo poderia ser a imagem do paraíso para Igor. Mas para mim, era a imagem da minha única forma de sobreviver a seca. Girei a tampinha e entornei o líquido marrom em minha boca, virando a garrafa toda de uma vez. Me senti um pouco tonto. Não esperava que aquilo fosse tão forte assim. Minha cabeça começava a girar lentamente para os lados. Minha visão embaraçava. Meus pés e mãos tremiam de forma que eu não os pudesse controlar. Que sensação estranha era aquela? Estava mais solto, largado. Uma enorme tontura me jogava de um lado para o outro, enquanto tentava caminhar pela nave. Começava a ficar “feliz” sem motivo, abrindo um largo sorriso bobo em meu rosto. Começava a falar baboseiras do tipo: “Que cozinha mais apertada! Parece mais uma – Hic - ...Gina de virgem?!”.

Cambaleava bastante em meu percurso. A nave que a dois minutos atrás me era conhecidíssima, agora não passava de ilusões que me confundiam ao longo da minha caminhada. Não sabia nem mais o que estava fazendo ali. Peguei uma garrafa de “Dintërmenki” do caixote e comecei a falar para mim mesmo:

– Igor, meu bom e velho Tio Igor! Meu amigo de bebedeira nas horas mais necessitadas. Hoje, estou aqui com o maior prazer de toda minha vida para lhe “prorpor” um “brindásso” compartilhado! – Dizia enquanto erguia a garrafa para cima. - Quero-te “prorpor” um brinde. Por ter me mostrado a bebida dos deuses de nosso querido Olimpo! Tudo, absolutamente tudo de lá, é de Deus!

De repente, minha mão parecia ter vida própria. Aos poucos, dando uma leve sacudida, a bebida ia se entornando cada vez mais em minha boca. Aquilo me trazia certa “felicidade”. Cada vez mais, meu sorriso aumentava por conta do líquido que passava entre meus lábios.

– Meu bom e velho pastor “telesguiado” por seus cães “ceslestiais”. Agradeço cada gotinha pura de “Dunskifert” que bebo neste exato de um momento repentino. Quero agradecer também a todos aqueles, que assim como Tio Igor, me incentivaram a entrar de “casbeça” e boca, neste mundo incrível de “asventura”, suspense e terror. Um mundo totalmente livre, sendo um mundo novo de se “oslhar”. “Desvemos” nos “susperar” e principalmente dar um belo de um tapa de boas vindas para a vida entrar em nossas moradas e casas!

Que situação deprimente. Imagine! Eu, um aviador formado e em plena missão importantíssima para salvar um reino, bêbado! E o pior, por apenas UMA garrafa de “Dustörfourtent”. Só espero que isso tudo acabe logo e eu chegue em Sarabasta são e sóbrio...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, para este capítulo, quis mostrar um pouco o lado "bêbum" de David. Não é uma coisa que colocarei recorrente na série, até porque, ele não seria um bom bêbado. xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de Bordo - Hammock Flying" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.