Cap.21 – Primeira vez

Jacob me levou para casa assim como Alice mandou, e eu ainda estava meio atordoada com os últimos acontecimentos... Haviam várias perguntas que latejavam em minha cabeça, mas uma delas não se calava:
 Onde está a Taylor?
E várias outras que precisavam ser respondidas urgentemente:
Ela estava bem? Com quem estava? Será que os Volturi a pegaram?
Eu queria dar um fim às perguntas, e decidi fazer o jantar antes que meu pai chegasse.
Comecei a preparar uma macarronada – A preferida do meu pai – e enquanto isso vários flashes invadiram minha mente. Lembrei do dia em que saímos de Volterra...

Flashback ON

“- Aqui está, saiam por aqui, e Bella – ele se virou pra mim com um sorriso ameaçador – Eu irei checar.

-Tudo bem Alec, obrigada. - Eu achei bem grosso da parte de Edward dizer isso, Alec havia perguntado para mim.Mas ainda sim não contestei.Eu estava muito cansada, e tudo que eu queria era estar em casa.

Me lembro de Alice me mostrar onde estava o porshe estava, e a última lembrança que tinha era de entrar dentro do porshe e apagar.”

Flashback OF

Então, Alec realmente vinha checar.
Pensei no que Taylor havia me dito, sobre os tios serem bons, e que apenas estavam com os Volturi por conveniência.
A dor assaltou meu peito quando pensei nela... Havia pouco tempo que ela havia sumido, mas a saudade já apertava forte em meu peito recém-suturado...
Me concentrei no jantar, e quando estava quase acabando ouvi a porta se abrir.

- Bells? Você está aí? – Meu pai, é claro. Reconheci a voz e logo depois o vi tirar o cinto com a arma e pendurá-lo.

- Oi pai. – Eu desliguei o fogo e me virei para ele. – Como foi o seu dia?

- Meu dia, bem, normal. A maior parte do tempo ficando jogando cartas... – Ele se concentrou um pouco e depois voltou a falar – Bells... Que cheiro bom é esse? É macarronada? – Ele espiou  por cima de mim e vi um sorriso de satisfação em seus lábios. – Minha preferida... – Ele se sentou e ficou me olhando. Eu me afastei do fogão e peguei um prato pra mim e coloquei um pouco de macarronada.

- Pode se servir, já está pronto. – Eu sorri e sentei-me à mesa. Ele seguiu meu exemplo: pegou um prato, colocou a macarronada e se sentou á mesa.

- Como foi o seu dia querida? – Ele perguntou e deu uma garfada.

- Eu e a Taylor batemos o carro na ida pra escola, nada de mais. Mas mesmo assim fomos até o hospital ver se estava tudo bem... Nenhum dano! – Ri e mostrei meus braços ao ver sua cara de espanto. – No fim das contas nem fomos á escola. As tudo bem, depois eu passo na casa da Ângela e pego a matéria. – Dei de ombros e coloquei outra garfada na boca.

- Nossa Bella, tem certeza que está bem? – Ele perguntou preocupado.

- Sim tenho, perfeita. – Ele estava na metade do prato dele e eu já estava acabando o meu. – Humm, pai. Posso te perguntar uma coisa? – Perguntei meio cautelosa.

- Pode sim... Há. Eu sabia que toda essa paparicação tinha algum motivo... – Ele riu e coçou a cabeça.

- Bem, é que... A Emily me chamou para passar o fim de semana na casa dela... – Olhei sugestivamente para ele.

- Como... Uma festa do pijama? – Ele perguntou dando outra garfada, dessa vez menor.

- Isso, como uma festa do pijama... E eu queria saber se posso ir. – Quando eu ia dar outra garfada percebi que meu prato estava vazio. Deixei pra lá e esperei a resposta dele.

- Bem, tudo bem. Emily é boa pessoa. – Ele deu de ombros e voltou a se concentrar em seu prato. Eu agradeci com a cabeça e me levantei para lavar meu prato, mas ele disse – Deixa a louça comigo, vai lá pra cima arrumar suas coisas para a “festinha do pijama”... –Eu deixei o prato na pia.

- Tudo bem, obrigada pai. Eu vou lá pra casa da Emy amanhã de manhã... – Me espreguicei e voltei a falar enquanto eu ia em direção as escadas. – Vou tomar banho e dormir, tive um dia muito cheio...

- Tudo bem, boa noite garota. Ah, esqueci de te falar, é realmente bom essa idéia de ficar em La Push, eu não vou ficar aqui pelos próximos três dias. Temos um caso de desaparecimentos em Seattle, e a polícia de lá pediu nossa ajuda, então vou ficar lá, espero que não se importe. Só passei aqui para jantar e te avisar...

 - Já está indo hoje? – Perguntei surpresa.

- Sim, eles pediram para irmos hoje... Vamos ficar num hotel perto da polícia. Não se preocupe. E você, vai ficar bem?

– Tudo bem pai, eu sei me virar. - Não me virei para ver o rosto dele, apenas fui em direção às escadas. Peguei minha necessérie e meu pijama e fui para o banho, tentando colocar em minha cabeça que essa noite jake não viria...

Deixei a água percorrer o eu corpo enquanto para a dor, deixei que ela me tomasse por inteiro, me fizesse sua escrava naquele momento. Meu peito latejava com idéia de morrer, de ter apenas dois dias de vida... Mas não por exatamente morrer, por tudo que eu deixaria para trás, principalmente Jacob. Porque a vida tem de ser tão complicada? Estava tudo tão perfeito alguns dias, eu tinha uma vida instável, um namorado que me amava e amigas ao meu redor. Mas agora tudo mudou com uma simples notícias: Os Volturi estavam vindo para ver se eu ainda era humana... Os pelos da minha nunca se arrepiaram só de eu pensar nesse nome. A razão da minha morte, o fim da minha vida.
Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha, fiquei me olhando no espelho por um longo tempo, até que decidi enfrentar o mundo lá fora. Vesti meu pijama e fui para o meu quarto, deixei que as lágrimas escorressem pelo meu rosto. Me deitei na cama e fiquei chorando, embriagada pela dor...
Doía tanto pensar que todos os meus pesadelos iam se tornar realidade, que varias pessoas iam se meter em uma luta, apenas por minha causa... Eu não valho tudo isso! Pensei em todos os momentos que passei com Jacob desde o nosso primeiro beijo... Ah! O nosso primeiro beijo... Foi tão inesquecível... Tão perfeito, eu me lembrava como se fosse ontem...

Flashback ON

“Seu rosto veio de encontro ao meu, e em segundos seus lábios estavam no meus.Seu beijo era diferente do que eu estava acostumada -  era quente, quente e reconfortante.Eu não sabia se queria aquilo, não conseguia retribuir o beijo, porque, no fundo, não era ele que eu queria estar beijando.
Mas meus lábios desconectaram-se de meu corpo e estavam retribuindo o beijo.E eu o puxava para mais perto enquanto nossos lábios se moviam de uma forma diferente, eu gostava muito disso.Talvez fosse porque eu não precisava ser cuidadosa com Jacob, e ele certamente não estava sendo cuidadoso comigo...”

Flashback OF

As lembranças me deram um estado de espírito melhor: O choro não cessou, mas pelo menos agora a dor havia diminuído um pouco. Eu não conseguia acreditar que eu ia perder tudo que eu mais sonhava em apenas dois dias...
Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim.
Então de repente eu senti algo me envolvendo, aqueles braços fortes de qual eu tanto precisava agora, estavam lá. Ele nada disse apenas me puxou para si e me aconchegou e seus braços, nenhum de nós dois disse nada, ele apenas acariciava minha cabeça enquanto eu chorava. O sono já estava me embriagando, mas eu não queria dormir, porque sabia que talvez, essa seria a última noite em que eu dormiria no aperto aconchegante de seus braços, que eu sentiria de tão perto o cheiro amadeirado da pele dele, que sentiria o calor que emanava da pele dele... E essa era a parte que mais doía. Não ter ele, com certeza essa era a pior parte de morrer, e não a morte em si.
Então algo veio em minha cabeça, e eu tomei uma decisão. O momento havia chegado, e era tudo o que eu mais queria. Tudo. Mesmo com medo daquele momento (claro, eu era virgem), eu o queria. Enxuguei as lágrimas e me virei para ele.
Minha boca se encontrou com a dele, e senti também o desejo que ele tinha de mim naquele exato momento, pois nós dois necessitávamos daquilo. Nossas línguas se entrelaçaram, e o calor que emanava dele me fazia delirar de amor, como eu amava aquele lobo! Quando percebi, eu já estava sem minha blusa do pijama, e jake descolou a boca dele da minha por uns segundos e os lábios dele foram até minha orelha e sussurraram.

- É isso mesmo que você quer Bells? – Ele perguntou docemente em um sussurro.

- É Jacob, eu quero você, e quero agora. – Nossas bocas voltaram a se colar e essa era uma das razões pela qual eu amava Jake: Ele não negava fogo.