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– O que você quer? – Jin me perguntou assim que comecei a caminhar ao seu lado.

– Eu? – Coloquei as mãos no bolso, observando o movimento da festa. -... Eu não quero nada. – Falei após um suspiro.

– Então porque você está me seguindo? – Passamos pela pista de dança, chegando ao bar.

– Quem disse que estou te seguindo? – Sentei ao lado do ruivo pedindo uma bebida qualquer.

– Não se preocupe, eu não irei arranjar confusão. – O barman entregou os pedidos, uma bebida de coloração azulada para mim e para Jin uma garrafa de cerveja. Fitei o liquido do copo tentando decifrar que bebida era aquela. Dei os ombros não chegando a nenhuma conclusão.

– Você sempre diz isso ruiva. – Bebi o liquido rapidamente. Jin me olhou furioso. Desviei minha atenção para algumas cadeiras longe da minha, o ruivo acompanhou meu olhar.

– Cadê a Amy? – Encarei Jin sem entender o real motivo daquela pergunta. Depois de alguns segundos eu finalmente me toquei.

– Preocupado com a namorada sasori? – Provoquei sorrindo de lado. Jin bufou emburrado.

–... Eu só achei estranho ela não estar com elas, até porque as três são inseparáveis. – E só então Jin bebeu sua cerveja. Acabei concordando com ele, porque era extrema difícil de ver a rosada longe das outras duas.

– Aham. – Mas não perdi a chance de provocar. – Sei. – Assenti com um sorriso brincalhão no rosto.

–... E você... – Virei minha atenção para o ruivo novamente. – Olhando todo alegrinho para a Arme de rabo de olho. – Engasguei com o comentário do veado.

– Vai encher o saco da Amy! – Ele riu bebericando a cerveja.

– Bem que eu queria, mas eu não acho aquela irritante em lugar nenhum.

– Serve aquela ali? – Apontei com a cabeça para a rosada no meio da pista. Gargalhei internamente com a minha maldade. Fitei o ruivo esperando qualquer movimento da parte dele. Desviei o olhar de Jin rapidamente para ver Amy dançar com um albino.

– Serve. – Murmurou entre dentes enquanto apertava o gargalo da garrafa em suas mãos. Arregalei os olhos perante a reação de Jin.

– Cara... – Tentei conversar com ele, me arrependendo da brincadeira.

– De repente me deu uma enorme vontade de dançar. – Bebeu o restante da cerveja em um gole e a deixou sobre o balcão, passei a mão pelo rosto enquanto o ruivo já ia em direção à multidão.

“Ele não está bêbado, só está irritado.”

Eu repetia isso várias vezes em minha mente tentando inutilmente não me preocupar. Mas quando ele estava irritado era pior.

– Duas vodkas com gelo, por favor! – Uma loira de olhos esverdeados se sentou ao meu lado, fazendo o pedido. – Porque parece que o meu amigo aqui não gostou nada dessa bebida. – Sorriu gentilmente para mim.

– Está tão na cara assim? – Perguntei deixando o copo de lado.

– Pelo jeito que você encarava a bebida... – Fez uma pausa abrindo um lindo sorriso. – Estava sim. – Gargalhou. Sorri.

– E como eu estava encarando a bebida?

–... Com nojo! – Rimos. – Sou Lire, prazer! – Estendeu a mão se apresentando.

– Lass. E o prazer é todo meu! – Beijei sua mão não retirando os olhos dela. Corou.

– Aqui estão as bebidas. – O homem largou os dois copos sobre o balcão e se afastou.

– Você está na mesma turma que eu, não? – Questionei após ter uma breve lembrança da loira.

– Estou. – Ela deu um gole na sua bebida sem desviar sua atenção de mim. -... É algo realmente impressionante... – A encarei confuso.

– O que? – Bebi um pouco da vodka enquanto esperava sua resposta.

– Você é um dos caras mais populares da escola... Se lembrar de alguém como eu é algo realmente impressionante.

– Se esquecer de uma pessoa tão bonita não é fácil. – Ela corou. – E pelo o que eu saiba você também é bem conhecida na escola.

–... Há meninas bem mais bonitas do que eu, acredite. – Brincou.

– Tipo quem? Amy e Mari? –Perguntei. Ela sorriu de lado.

– Você se esqueceu da Arme. – Eu não havia esquecido, só me negava pensar naquela irritante. Pelo menos não naquele momento.

–... Ah, claro! A Arme. – Desviei minha atenção de Lire e olhei para as meninas que estavam conversando com Sieghart... Espera!

–... Lass?

–... Eu não canto com ele. Nem brincando! – Ouvi a voz de Mari, tentei prestar atenção no que eles diziam, mas era impossível com a musica alta tocando no fundo. De repente meu olhar se encontrou com o de Arme. Ela parecia estar furiosa.

– Lass? – Lire me chamou. A encarei por um segundo.

– Eu já volto. – Bebi toda a vodka que restava no copo, que por sinal era muita, e sai em direção a Sieghart que seguia as meninas. Balancei a cabeça sentindo minha garganta rasgar só agora.

– Lass! Lass! – Parei de andar e me virei ao ouvir Lire me chamar.

– Me desculpa, mas é que eu realmente preciso ir... – Tentei me explicar. Ela me interrompeu.

– Tá tudo bem. – Ela sorriu. – É que você se esqueceu o seu celular em cima do balcão. – Cocei a nuca pegando o celular de Jin.

– Na verdade é do meu amigo cabeça oca, talvez na hora que ele tenha ido dançar se esqueceu dele... Mas de qualquer forma, muito obrigado! – Sorri colocando o celular daquele idiota no bolso.

– Te vejo na escola? – Perguntou docemente.

– Claro. – Respondi rapidamente. – Até! – Me despedi.

– Até! – Acenou.

Voltei a andar, tentando procurar Sieghart, mas acabei perdendo o moreno de vista.

– Que merda. Cadê você Sieghart?

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Assim que sai do banheiro fui tentar achar Amy para poder falar com ela, no entanto, eu não estava a achando em nenhum lugar.

– Porra! – Soltei após esbarrar em alguém. Fechei a cara ao notar que era Lass.

– Sua idiota. – O empurrei após seu comentário.

– Sabe onde tá a Amy? – Questionei rapidamente.

– Sabe onde tá o Sieghart? – Perguntou ao mesmo tempo.

– Talvez eu saiba onde Amy está.

– Onde? – Segurei seus ombros. Ele riu. – O que foi?

– Você está desesperada.

– Você também.

– Menos que você.

– Não tanto.

– Sabe onde o emo tá?

– Sei, mas me diz primeiro onde a chicletinho tá.

– Vai que eu diga para você onde ela está e você me deixa na mão.

– Não vou deixar.

– Quem garante.

– Eu!

– Assim não vale.

– Ah! – Gritei largando seus ombros. – Isso tá parecendo uma rapidinha. – Me referi ao jogo de perguntas e respostas rápidas.

– Rapidinha pra mim é outra coisa. – Sorriu de lado me lançando um olhar malicioso.

– Seu tarado! – Bati em seu braço. Ele riu. – Não conseguiu fazer a rapidinha com a loira? – Me fitou confuso. – A Lire. – Ele gargalhou me deixando furiosa.

– Sério? – Riu.

– Sério o que garoto? – Cruzei os braços.

– Que você está com ciúmes? – Arregalei os olhos. Gargalhei exageradamente chamando atenção das pessoas em volta.

– Eu com ciúmes de você? – Ri.- Você é um ótimo piadista.

– Não estou brincando. Muito menos fazendo piada.

– Pra mim pareceu.

– Ficou toda enciumada. – Cutucou minha bochecha.

– Não vem me irritar seu veado! – Retirei sua mão da minha bochecha.

– Do que você me chamou? – Estreitou os olhos.

– Veado!

– Quer ver o veado? – Me desafiou.

– Tô vendo um na minha frente. – Brinquei.

– Vamos ver o veado então.

– Vai me levar no Zoológico? – Brinquei novamente, ele sorriu.

– Só quando eu te provar que não sou veado. – Se aproximou, cruzei os braços.

– Tipo nunca.

– Tipo agora. – Me puxou colando seu corpo no meu e me beijando. Fiquei sem reação, apenas deixei que ele me beijasse. Após alguns segundos sem saber o que fazer, e se fazer, acabei colocando minha mão na sua nuca e puxando levemente os seus cabelos brancos. Ele puxou meu cabelo gentilmente e antes de nos afastar terminou o beijo com uma mordida no lábio inferior.

“Respira!”

– Quem é o veado mesmo? – Sorriu. Iria rebater, mas minha voz acabou sumindo.

– Arme! – Amy me chamou, agradeci mentalmente por ela ter me tirado dessa. Ao me virar pra rosada, percebi sua maquiagem borrada e seu rosto vermelho. Ela soluçava baixo, mostrando que havia chorado.

– Cadê aquele maldito do Azin? – Perguntei entre dentes.

– Esquece. Eu vou embora. Esquece a aposta. Avisa a Mari que ela está liberada. – Soluçou. Tentei interromper ela, mas ela não deu ouvidos. – Ela pode ficar com Sieghart, não vou cobrar a aposta. – E assim ela passou por mim como um furacão.

– Aposta? – Lass me questionou puxando meu braço quando eu ia atrás dela.

– E-Eu tenho que ir. – Me soltei dele e fui atrás da rosada.

– Amy! – Corri até ela e segurei seu pulso. Ela parou enquanto secava os olhos.

– Eu não quero falar sobre isso. Não agora. Não aqui. – Pediu voltando a soluçar.

– Ok. Eu vou chamar Mari. – Ela assentiu fracamente. Fomos em direção ao palco, Mari estava se preparando para subir, chamei seu nome.

– O que aconteceu? – Nos encarou, Amy segurou meu braço.

– Ela não quer falar... – Comentei. – Vamos embora?

– Vamos. – Ela se virou para o moreno. – Emo eu tenho que ir embora. – Sieghart iria soltar alguma piadinha, mas Mari apontou para Amy que estava atrás de mim mirando o chão.

– Tudo bem. – Assentiu. – Mas você me deve uma música.

– Como quiser. – Nos despedimos de Rey e fomos até a saída da casa.

– Leva ela, eu vou com o meu carro. – Falei passando a mão pelo rosto.

– Você também? – Mari me perguntou baixo. Balancei a cabeça.

– Nada demais. – Comentei. Apontei para o carro da azulada e ela seguiu meu olhar, Amy estava encolhida no banco do passageiro. – Vai lá, tô atrás de vocês. – Suspirei. Mari assentiu e entrou no seu carro. Fui em direção ao meu.

– Quem é o veado mesmo?

– Você com certeza que não é. – Deixei uma risada maliciosa escapar enquanto fechava a porta do carro.