Dois dias depois do baile Felicity estava em seu quarto terminando de se vestir. Iria dar uma volta no parque com Ray e Sarah.
Gostava desses passeios, era revigorante sentir o sol no rosto, o calor...

Calor...Recordou do sonho da noite passada e suspirou.
Estava enlouquecendo, era a única explicação para ter sonhado com Oliver a beijando até ficar sem fôlego...
Podia sentir o cheiro dele e a textura da barba.
Sacudiu a cabeça, rindo...é estava ficando louca.
Mas a mera lembrança do sonho aquecia seu coração...
Descendo as escadas entrou na sala de visitas para procurar Sarah e Ray, mas não foi eles quem encontrou.
De costas para ela e olhando pela janela, lá estava o homem que a beijava no seu sonho.
– Oliver?
Ele virou-se com um meio sorriso no rosto.
– Bom dia, Felicity! – ele aproximou-se e beijou sua mão. Esse gesto a arrepiava toda...
– Bom dia! Vai nos fazer companhia no passeio?
– Não estou sabendo do passeio, mas se você me convidar eu a acompanho.
Ela sorriu e seu sorriso levou para longe todas as sombras que havia em seus pensamentos.
– Venha conosco, não vai ser um passeio muito longo. Vamos só aproveitar o sol...
Nesse momento entram na sala Ray e Sarah e os dois cumprimentam Oliver e o convidam para o passeio.
– A Srta. Smoack já me convidou e eu vou sim.
O parque estava cheio, crianças, jovens, casais, idosos...O dia ensolarado parecia convidar a todos para uma volta no parque.
Seu caminho de pedras ao redor do lago, a grama verde e os bancos nas sombras das árvores era um convite a tranqüilidade.
Caminharam perto do lago, Felicity tinha o braço apoiado no de Oliver. Tinha a face corada e sentia uma alegria enorme.
Oliver sentia sua mão aconchegada no seu braço e não resistiu a vontade de lhe fazer uma carícia.
Sentaram-se nos bancos próximos ás arvores e conversaram animadamente entre si.
Oliver a olhava com carinho, ela já estava enraizada no seu coração. E ele no dela, apesar de não terem a exata noção dos seus sentimentos.
Um vendedor de flores passou e Oliver lhe comprou uma rosa amarela. Ela corou quando recebeu a flor de suas mãos.

Oliver queria estar com ela e ao mesmo tempo duvidava que fosse possível, temia colocá-la em risco. E nunca se perdoaria por isso.
Eles riram de uma história da infância das primas onde Felicity acabou caindo na lagoa da propriedade da avó.

Nesse momento uma sombra cobre o sol e Oliver levanta o olhar, e a pessoa que ele vê ali é a única capaz de fazer seu sangue gelar. De medo, de raiva, de ódio...
Slade Wilson
O homem que traiu o país.
O homem que matou dezenas de pessoas.
O homem que quase o matou.
O homem que matou Thommy.

A raiva corria em suas veias. Instintivamente ele se colocou na frente de Felicity, que havia levantando, Ray fez o mesmo com Sarah. Os dois sabiam o verdadeiro caráter do homem.
– Bom dia, meus amigos! Que bom reencontrá-los e com saúde! Bom dia, caras damas! Vejo que estão aproveitando o sol. – seu sorriso tinha um que de sarcasmo e maldade.
– O que você faz aqui, Wilson? È muita coragem, principalmente para você – Oliver disse entre dentes.
– Eu acredito que seja melhor você ir embora. – Era Ray quem falava e seu tom de voz indicava uma violência contida.
Sara e Felicity não estavam entendendo nada, mas como a tensão era palpável resolveram ficar onde estavam.
Ouviram o homem gargalhar e sentiram um arrepio de medo na alma.
– Vamos nos encontrar ainda, Queen. E teremos assuntos para resolver.
– Quando você quiser...
Ele se afastou. Ray e Oliver se olharam e disseram quase no mesmo segundo que era hora de voltar.
Fizeram o caminho em silencio. Oliver tinha o coração pesado e a mente cheia de lembranças ruins. Ray sentia medo pelo amigo, sabia exatamente quais eram os assuntos não resolvidos de Slade Wilson e eles não envolviam somente Oliver, mas ele mesmo e Diggle.
Quando chegaram em casa Ray e Sarah se despediram e foram para o quarto. Felicity acompanhou um Oliver muito tenso até a sala.
– O que houve lá? Quem era aquele homem?
Oliver suspirou e disse:
– Você só precisa saber de duas coisas: esse homem é o responsável pela morte do Thommy e é alguém muito, muito perigoso.
Ela tinha no olhar uma expressão de horror:
– E porque ele não foi punido? Porque não está na prisão?
– Porque não temos provas contra ele. Felicity – ele pegou suas mãos – eu quero que você me prometa que nunca vai ficar perto dele. Me promete?
– Sim, prometo. Até porque ele me dá arrepios.
– Obrigado – ele beijou suas mãos e pôs a sua do lado do seu rosto. Ela fechou os olhos e depois o olhou com ternura – È melhor eu ir.
Ela assentiu, mesmo desejando que ele ficasse.
Oliver saiu de lá sabendo de três coisas: aquela mulher era sua perdição, era a única que poderia fazê-lo feliz, mas para o bem dela ele nunca poderia lhe fazer sua.
Rever Slade trouxe a realidade de volta: enquanto ele não fosse preso ou morto Oliver não teria paz e não estaria a salvo.