Desafio TWD: Diferente escrita por Claire Redfield


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi, estou muito feliz por estar participando do Desafio, essa é a minha história e espero que gostem!Boa leitura!



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O quanto Lizzie sabia sobre a vida?

O quanto ela sabia sobre a morte?

O que quer que seja, ela era uma garota diferente, via as coisas de forma diferente e isso era notável.

Nunca foi uma garota normal, nem mesmo antes do mundo ruir, já tinha problemas antes, distúrbios e agora não é diferente, os zumbis parecem que vieram para confundir mais a mente perturbada da pequena Lizzie Samuels, para atiçar um lado diferente dela, um lado sómbrio, para fazê-la ver as coisas mais diferentes do que ela já via antes, uma nova visão da vida, uma nova visão da morte.

Zumbis não passavam de pessoas diferentes, querendo uma chance, amigos querendo se aproximar, os vivos eram cruéis, matavam as pessoas diferentes, não os davam as chances de mostrá-los que não são o que o que eles pensam, para mostrá-los que são como Lizzie os imagina, mas era apenas um feitío da mente perturbada da garota. Era apenas sua imaginação fértil e psicopata.

Caminhara devagar sob a luz do luar, um vento gélido batia em suas vestes, seus cabelos dourados voavam enquanto ela percorria a pequena distância da casa até o galpão, onde vivía com Tyresse, Carol, Mika e Judith. O som dos cascalhos se quebrando a cada pisar era notávelmente irritante para os ouvidos da garota que continuara a caminhar.

Assim que chegou abriu com cuidado a grande e velha porta de madeira que rangeu assim que a mesma começou a abrir, ela entrou e foi até a caixa onde deixava os ratos, abriu com cuidado e pegou um pelo rabo, logo fechando-a em seguida. Sorriu enquanto encaminhava o pequeno bichinho até uma placa de madeira e o amarrando cuidadosamente ali.

Uma garota normal teria medo do pobre animal,gritaria escandalosamente,mas Lizzie não era qualquer garota,era de longe muito diferente de todas elas.

Com a sua faca começou a abrir a barriga do animal que fazia um barulho que a incomodava,mas ela não se deixava abater pelo barulho ou pelo nojo,muito menos pelo sangue que escorria do animal,manchando suas vestes. Em sua mente o que era errado era apenas diferente, e o que era certo era errado, era desumano.

Um sorriso diferente se formou sob os lábios da garota enquanto estripava os ratos, um por um, lentamente, adorava ouvir os sons esganiçado que saiam das bocas dos pequenos ratinhos, muitos imaginaria como um pedido de socorro, mas Lizzie era diferente, aquele som a revigorava, a fazia sentir novas sensaçãos, erradas mas de uma forma diferente, de uma forma que a fazia gostar daquilo.

Refez o caminho de volta a casa, trocou a roupa suja e se deitou para dormir, viu Mika ressonar na cama ao lado, tocou a faca no criado-mudo mas repensou, seus problemas não era com os vivos mas sim com os mortos, de uma forma diferente, para ela tudo era diferente. Ficou olhando para o teto, a espera de algum sinal de sono, lembrou da prisão e o quanto tinha um pouco de culpa sobre algumas coisas que aconteceram, o quanto de perigo muitos ali correram com seus atos anormais, ninguém a entendia, nem mesmo a própria irmã.

Mas Lizzie queria fazê-la entender, queria fazer Carol entender e queria mostrar a ela como ela realmente os vê, ou como ela entende que os vê, tudo sempre foi muito confuso.

As horas foram passando e nada de Lizzie conseguir dormir, as coisas erradas vagavam em sua mente, possiblidades se formavam a partir de então, coisas que ela poderia fazer para mostrar a Carol o que os zumbis realmente são, e fazer sua irmã ser diferente como os demais, fazer sua irmã se sentir melhor, não sofrer mais, não sentir dor.

O amor pela irmã era grande, e a partir disso se formou essa vontade, não queria mais vê-la sofrer, chorar, queria apenas que ela finalmente pudesse saber como é ser diferente. Lembrou de Carl e no quanto o garoto a recriminava, chamava-a de anormal, ela queria ter a oportunidade de mostrá-lo que estava errado, que todos estavam errado, mas se ele estivesse vivo e se encontrassem ela iria fazê-lo pensar diferente, o faria mudar a opinião para com ela e para com os zumbis.

[...]

– Lizzie, a Carol e o Ty estão demorando, acha que algo ruim aconteceu a eles? - Perguntou a pequena Mika Samuels enquanto distraía Judith - Lizzie?

Lizzie dispersou seus pensamentos e se virou para a irmã,sorriu para ela logo tocando a faca que permanecia em sua cintura mas afastou a mão dali e se sentou ao lado da irmã.

– Como se tivessem sido atacados pelos vivos? - Perguntou Lizzie arqueando as sobrancelhas e Mika revirou os olhos.

– Como se tivessem encontrado os mortos! - Exclamou Mika - Os vivos são um problema mas acho que a Carol e o Ty são capazes de se esconder, lidar com isso.

– Não são mortos, são diferentes! - Falou Lizzie ainda calma, respirou fundo e encarou a loira - Porque não gosta deles?

– Não sou eu quem não gosto deles, são eles que não gostam de nós, não são diferentes! Estão mortos.

Mika disse mas Lizzie continuou sã, queria saber até onde essa conversa as levaria, a que decisão as duas tomariam a partir de então.

– Eles não fazem mal algum, eles apenas atacam porque somos nós quem assustamos eles, somos sempre nós quem estamos invadindo o território deles. Eles não pediram para ser assim, apenas aceitaram ser assim, se diferente de nós e realmente as pessoas são muito ruins, preconceituosas com todos que são diferentes.

– Acha que eles sabem o que estão fazendo? Que eles sabem que somos nós? - Mika ficou de pé e começou a gesticular enquanto o tom da sua voz se alterava - Se nosso pai estivesse aqui, agora, transformado ele não reconheceria você, ele te mataria Lizzie, ele não estaria mais vivo, não seria mais ele. Ele não ia estar diferente.

– Você não sabe o que está falando! - A voz de Lizzie saiu embargada, sentia as quentes lágrimas inundando o seu rosto e Mika se agachou, separou uma mecha loira dos cabelos da irmã mais velha os colocando para detrás da orelha e enxugou as suas lágrimas enquanto caía em um choro sôfrego.

– Respire fundo Lizzie, olhe para as flores, se acalme!

Lizzie respirava fundo e olhava para as flores enquanto uma voz em seu subconsciente dizia que agora era a hora para mostrar a Mika que ela poderia ser diferente, que poderia entender o que ela tentou mostrá-la.

Mika quando percebeu que Lizzie havia colocado a mão sobre a faca ficou de pé e deu um passo para trás.

– Você não precisa ser assim Lizzie, você mesma disse que é diferente, não precisa fazer isso - Mika também chorava,se afastava mais da irmã enquanto ela caminhava devagar em sua direção.

Lizzie não era mais sua irmã mais velha, Lizzie agora era alguém a se temer, Mika sabia disso desde o começo, sabia que sua irmã era diferente mas ela achava que os problemas dela não era com os vivos, mas sim com os mortos.

– Acha mesmo que estão mortos? Já falei que são diferentes é difícil para você entender isso Mika - Lizzie dizia caminhando lentamente até sua irmã que chorava desesperada - Você precisa entender, você precisa ser como eles para saber como é isso!

Nesse momento a mente de Lizzie ficava mais confusa do que já era. Seria certo isso? Para ela sim, para Lizzie tudo sempre foi diferente.

– Lizzie, você mesma disse que quer ser diferente dos outros, mas está fazendo as mesmas coisas que eles, você não precisa ser assim!

– Eles matam!

Lizzie gritou dando outro passo para a irmã que ficou mais nervosa do que já estava.

– Eu sou diferente, eu não mato, você matou as pessoas diferente que vieram aqui, você. Por causa de você eu tive que atirar em um, eu não queria. - Lizzie gritava mais ainda enquanto seu olhar mudava. - Você matou, eu não, você vai ser diferente e eu vou fazer as pessoas verem que ser diferente não é ruim, não é uma escolha.

– Eu tenho uma escolha, não cabe a você decidir! - Mika gritou enquanto as lágrimas desciam descontroladas por seu rosto. - Minhas mãos estão limpas, fiz aquelas coisas para proteger você.

– Eu também tenho uma escolha, eu também decidi! - Lizzie falou mudando o tom de voz - Você vai me agradecer quando voltar!

Lizzie então caminhou até a irmã que já não conseguia mais andar, estava assustada com tudo aquilo, a segurou pela mão mas a garota resistiu, Lizzie novamente puxou-a pela mão e caminharam até onde Judith estava.

– Deite-se, vai ser rápido, eu prometo!

Mika sem escolhas deitou-se e fechou os olhos, estava ali desistindo de tudo, estava fazendo as vontades da irmã assim como sempre fez, estava mais uma vez obedecendo ordens, mas dessa vez era uma ordem definitiva e imposta pela sua irmã. Mika não passava da sombra de Lizzie, fazia tudo que a mais velha mandava e a protegia mesmo assim, havia prometido isso a Carol e agora estava descumprindo essa promessa, ela não aguentaria ficar viva para ver o monstro que Lizzie iria se tornar. Não queria sofrer mais vendo as atitudes da irmã, não gostaria de assistir mas um dos atos doentios de Lizsie Samuels

"Vai ser rápido, eu prometo"

Era essa a última promessa de Lizzie para com a irmã, queria poder cumprir, fazer isso rápido para que a irmã não sinta dor, mas depois tudo seria diferente, Mika seria diferente e não sentiria mais dor, não sofreria mais.

Lizzie então começou seu ato doentio, sua irmã não gritava e nem se debatia, chorava em silêncio, um choro sôfrego e silêncioso, estava ali acabando uma etapa de sua vida, e iniciaria ali uma nova etapa, sem dor e sem sofrimento.

Assim que Mika deu seu últimosuspiro, Lizzie, olhou para Judith, iria fazer o mesmo com a pequena mas então ouviu as vozes de Carol e Tyreese e ficou de pé, ergueu a cabeça e sorriu assim que viu os dois. Iria amostrá-los seu feito, e eles iriam entendê-la.

Os dois paralisaram assim que viu a cena, Carol observara tudo espantada e horrorizada, Tyreese estava estático, não sabia o que fazer.

– Não se preocupe, ela vai voltar! - Foi o que Lizzie disse.

E por mais incrível que a garota achou, Carol a entendeu, ou ao menos fingiu que entendeu a mente perversa dessa criança.

– Está tudo bem Lizzie! - Carol disse.

Carol a prometeu que iria esperar, conversou com Lizzie e a levou até o lado de fora, tentou fazer a garota entender o certo ou o errado mas Lizzie perseverava, para Carol aquela mente doentia não tinha mais como se corrigir, os atos já haviam sido feitos, Lizzie não servia para esse mundo, era apenas mais uma mente perversa que traria problemas, Lizzie nunca serviu para o mundo.

Lizzie tentou entender o modo de Carol pensar, de Carol agir, se esforçou ao máximo para tentar sentir um pingo de culpa sobre aquilo mas achava que estava certa sobre tudo e não conseguia pensar de outra forma.

– Eu te amo Lizzie e tudo se resolve do jeito que deve ser! - Carol disse para Lizzie que chorava em um choro sôfrego - Apenas olhe para as flores!

Lizzie assim fez, virou-se e encarou as flores, tentou ali buscar alguma paz interior, se acalmar, sempre era Mika quem a mandava olhar para as flores e Lizzie assim se acalmava, assim ela se sentia leve e plena.

Assim que se foi ouvido o som do disparo feito pela arma de Carol o corpo inerte de Lizzie caiu por entre as flores, apagando ali qualquer sonho, qualquer esperança, agora era apenas mais uma morte, mais um corpo para ser enterrado.

Lizzie era apenas uma menina que precisava de ajuda psicológica, Mika era apenas uma garota doce que não merecia sofrer, duas irmãs totalmente diferentes e dois destinos totalmente iguais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, se possível deixem um comentrio!Obrigada ♥



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