The way back to you - EM HIATUS INDETERMINADO escrita por allurye


Capítulo 15
Chapter XV — I did not say back


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Estou postando mais um, que vai ser curtinho dessa vez por motivos de que, estou com muita dor no ombro, então perdoem alguns errinhos que eu possa ter deixado passar okay?! ;)
Boa Leitura!!



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Bonnie

 

Nunca pensei muito nisso enquanto ainda estava vida, enquanto ainda era jovem com uma vida-longa e cheia de conquistas. Nunca tinha pensando que minha vida poderia terminar de um segundo para outro. Perda, era uma palavra que minha avó sempre dizia, que ela sempre me dava um sorriso terno, ao dizer, que demoraria bons anos para que eu lida-se ou entendesse o conceito daquela palavra. E por vezes deitei na cama com aquela pergunta na cabeça rondando a minha cabeça até adormecer.

Se alguém que eu amasse morresse amanha? Ou aquela outra que nunca queremos pensar: E se meu último dia for hoje?

Infelizmente soube a resposta para ambas as perguntas cedo demais. Eu não apenas perdi muitos que amava antes de tornar-me adulta, como morri cedo, cedo demais para ter meus filhos e netos e contar a ele o mesmo que minha avó dizia melancolicamente com sua xícara de chá fumegante olhando para horizonte, lembrando de todos aqueles que perdi.

E depois de ver Jeremy partindo pela porta, pensei que derreteria de tanto chorar, que vê-lo finalmente deixar-me ir, seguir em frente. Seria meu golpe de misericórdia. Imaginei que ele estaria indo encontrar sua namorada e viver com ela tudo que eu nunca poderia ter. Eu cairia se não fosse por ele… Damon.

Ele me surpreendeu com beijo terno na testa, com seus braços envolta de mim e minha cabeça apoiada em seu peito. Uma onda de segurança e paz preencheu o vazio que se instalara em minha alma e o medo latente de ser esquecida por todos.

Ele apertou-me contra ele depois de alguns segundos de hesitação, como se estivesse com medo que sumisse ou simplesmente temendo atravessar-me. Não entendia o porquê dele ser o único a poder me ver, ou conseguir me tocar…

Mas depois daquele dia, deixei todas aquelas questões para trás, grata para o que quer que fosse que tenha nos dado aquela ligação. Ser tocada, vista novamente por ele era única coisa que me impedia de enlouquecer. De não deixar a revolta e amargura me dominar. Eu ri ainda abraçada a ele, rindo da ironia que a vida era.

Justo ele, Damon Salvatore.

O homem que odiei e desprezei por anos. O cara que entrou em nossas vidas e colocou tudo abaixo. O mesmo que tirou minha mãe de mim e que destruiria tudo e todos por sua paixão doentia a Elena. Quando raramente nos encontrávamos tudo que conseguia sentir era desprezo e indiferença por ele, mesmo que em alguns momentos ele desse alguns rompantes de bondade, não me deixava enganar. Porque conseguia enxergar além do sorriso cativante e olhos azuis hipnóticos que seduziram suas melhores amigas com facilidade.

 

Ela sempre conseguiu enxergar sua natureza verdadeira, aquela sedenta por sangue que só se importava com seus interesses e não tinha ideia do real valor de uma vida. Todos humanos tirando Elena, eram para ele descartável, alimento ou ferramenta para obter o que queria.

Fui usada por ele muitas vezes. Uma bruxa inexperiente que era seu meio de salvar e manter sua amada vida. Ela se pegou sentindo amargura dentro de si, ressentimento por tudo que ele tinha lhe feito em vida.

Mas as coisas tinham mudado agora. A grande verdade era que ela estava morta. Há três anos ela tinha morrido para salvar aqueles que amava. Ela foi para uma dimensão, céu, inferno ou purgatório, isso não importava mais. Tudo que ela sabia era que ela estava pressa a ele de alguma forma.

Eles estavam pressos um ao outro, com uma linha invisível ao redor deles. Uma linha que a fazia esquecer de todo passado e só lembrar-se de todos momentos em que ele a irritou por diversão, ou quando por breves momentos ela conseguiu ver vulnerabilidade em alguém que ela julgava um monstro. Foi depois de morta que ela entendeu que a vida não era preto no branco. Ela apreendeu que havia o cinza no meio deles, várias variações de cinzas entre elas. Que Damon Salvatore se encaixava ali, entre o preto e cinza. O que ele tinha feito por ela agora, tinha lhe mostrado outra face dele. Uma que ela desejou com todo seu ser que fosse o que ele escondia de todos.

Me depreendi dele quando escutei passos no assoalho. A maçaneta girou revelando Elena que entrou a procura dele é claro, usando Caroline como desculpa. Me afastei dele sentindo o vazio dentro de mim crescer mais um pouco, lembrando de meu antigo amor passando por aquela mesma porta.

Damon se retraiu quando a viu, suas feições mudaram completamente, seu olhar tornou-se mais duro. Ele fitou Elena, com um olhar que nunca pensei que ela receberia dele… Indiferença pura.

Elena pareceu perceber o mesmo e sem dizer nada ela saiu fechando a porta atrás de si. Ele andou até a cama e deitou-se nela com as mão em cima da barriga com os olhos fechados. E mesmo querendo saber o que diabos tinha feito ele deixar de idolatrar Elena daquela forma, quando escutei sua respiração profunda, seus olhos fechados e sua expressão tranquila… Me calei.

Me lembrei dos três anos presos naquele lugar. Deitados fitando o nada, tendo somente a companhia um do outro como bote de salvas vidas. Deitei-me ao seu lado imitando seu gestos; fechando os olhos e imaginando estar novamente lá. Naquela bolha cinzenta que nos protegia da realidade. Ele virou o rosto em minha direção e abriu os olhos, fiz o mesmo que ele. Ficamos assim por um longo tempo: verde no azul e azul no verde.

Mergulhando em nossa própria dimensão particular. Ele o primeiro a sorrir, antes de balançar a cabeça e voltar a admirar o teto, fechando os olhos em seguida. Fiz o mesmo, não querendo pensar no poder que estava depositando em suas mãos, depositando minha fé, minha sanidade nele. Tentei esquecer o caos que ficava sem ele e as sensações que seu simples toque me causava. Fechei os olhos e deixei-me desfrutar de sua companhia sem pensar nós porquês.

 

Caroline

 

Não me lembrava muito bem como tinha chegado naquela situação. Não sabia se a culpa de tudo era da bebida, ou se foi culpa da névoa de desejo, paixão e luxuria que encontrei nos olhos dele que se refletiam nos meus. Com lábios deles contra meus, sua língua morna contra minha. Suas mãos explorando cada parte do meu corpo, seus dedos deixando-me a na borda tão rapidamente que me assustei.

Me assustei por perder o controle, por deixá-lo ultrapassar a linha segura entre nós mais uma vez. Mas com sua língua exigente fazendo estragos contra mim, sentindo o calor inflamando ameaçando me consumir por inteiro quando ele se uniu a mim, ainda contra aquela porta de desconfortável do pequeno quarto de descanso de Emma.

Abandonei o controle completamente e isso deveria me desesperar, deveria recuar correr para longe dele, mas não pude… Com sua língua sobre minha, seu corpo contra meu, pele contra pele percebi que controle era superestimado.

O barulho da música ressoava alto, sendo abafada por nossas respirações ofegantes com nossos gemidos em sincronia. Ele me ergueu um pouco mais, enquanto minhas pernas estavam envolta de seu quadril, ele agarrou com força minha coxa elevando-a um pouco mais para entrar ainda mais profundo dentro de mim. Seus olhos nunca deixando os meus, enquanto eu gemia seu nome sem parar. Tudo que conseguia pensar era no quanto tinha esperado por aquele momento. Ser dele, estar em seus braços e senti-lo dentro de mim, ouvi-lo dizer que me amava. Eram como se tudo antes fosse insignificante até ali, até o agora.

Ele me agarrou minhas nádegas me levando até pequeno colchonete de Emma. Ele me deitou gentilmente antes de entrelaçar sua mão com a minha, sorrindo contra meus lábios entrando em mim lentamente. Fechei os olhos, mordendo os lábios tentando conter a vontade de gritar. Ele estocava em mim cada vez mais rápido enquanto erguia meu quadril indo de encontro ao dele, querendo me fundir a ele. Ele gemeu contra meu pescoço, beijando, chupando minha pele nua.

Abri os olhos encontrando com seu pescoço arranhando suas costas, meus olhos se fixaram em seu pescoço, em sua veia que saltava. Minha gengiva começou a coçar, envergonhada pela sede repentina tentei me concentrar nas maravilhas que ele fazia e esquecer a sede. Ele diminuiu o ritmo para me encarar e como se lendo meus pensamentos, ele beijou-me lentamente antes de virar a cabeça encostando novamente em meu ombro, me permitindo beber dele.

Hesitante, deixei minhas presas saírem, cravei meus dentes em seu pescoço sentindo ele entrar mais profundo e lento, um gemido rouco escapou por seus lábios. E a sensação dele dentro de mim enquanto saboreava gosto do seu sangue era indescritível. Era íntimo de uma maneira que não conseguia descrever com palavras.

Coloquei minhas mão em seu rosto trazendo seu rosto para perto do meu, beijando avidamente compartilhando com ele o gosto do seu próprio sangue. Seus olhos se escureceram quando se abriram. Entendi que ele queria o mesmo sorri assentindo com cabeça.

Ele beijou meu pulso, antes de cravar suas presas nela. Foi rápido como um beijo, ele lambeu a ferida que logo se curou fazendo uma trilha de beijo antes de voltar para meus lábios, descendo pelo queixo e pescoço. E quando ele finalmente cravou os dentes em mim eu gemi alto, sentindo minhas paredes se contraírem sentindo o calor no meu ventre aumentar. Ele aumentou o ritmo e dentro de segundos alcancei meu prazer. Ele gemeu mordendo meus lábios, voltando a entrelaças nossas mão, ele não demorou muito para chegar no topo. Ele continuou por alguns segundos e quando ele saiu de mim lentamente senti o vazio crescente dentro de mim, que ele logo sanou beijando-me.

Um beijo casto, calmo e sem pressa. Quando quebrei o beijo, abri meus olhos encontrando com os dele, orbes verdes salpicadas de avelã, encontrando nelas tanta paixão e felicidade que  não resisti, sorri.

Ele se deitou ao meu lado puxando-me para ele com braços envolta da minha cintura, deitei minha cabeça em seu peito. Enquanto ele beijava o topo da minha cabeça, não demorou muito para que nossa bolha particular de felicidade fosse estourada, pelo barulho da maçaneta se movendo. Alguém bateu à porta, escutei Brandon pedindo a Emma a chave. Me levantei, mesmo que aos protestos de Stefan. Desesperada, levantei procurando minha roupa. Meu sutiã tinha ido parar do outro lado da sala, vestindo minha calcinha corri pegando o sutiã mas não encontrei meu vestido. Quando me voltei para Stefan ele estava deitado apoiado com cotovelos me encarando com sorriso, ele me estendeu o vestido

— Está procurando isso? — ele sorriu docemente para mim, mas o brilho de desejo nos seus olhos não diminuíram nem por instante eu temi ir até ele e ceder novamente, que hesitante estendi a mão pedindo com olhar que ele me devolvesse.

Stefan ainda estava totalmente nu e mesmo não querendo corei com visão, com a bela visão do seu corpo nu, ele sorriu satisfeito com minha reação estremeci quando sua mão roçou a minha. Num movimento rápido, ele me puxou pela mão e me prendeu debaixo dele, senti sua ereção contra minha coxa e mordi minha bochecha tentando conter um gemido. Empurrei ele, mas ele prendeu meus pulsos a cima da minha cabeça

— Stefan, me solta! — ordenei rouca tentando me soltar, eu até poderia se quisesse mas quem disse que meu corpo estava me respondendo? Queria soltar minhas mãos para tocá-lo novamente, e ele sorriu mais ainda. O maldito parecia ler minha mente ou talvez estivesse estampado em meu rosto corado o quanto eu ainda o queria.

— Tsk, Tsk — ele maneou a cabeça mordendo meu queixo, beijando meu pescoço — Você não vai a lugar algum, agora você e minha.

Demorei alguns segundos para reagir, estava entorpecida ainda sem conseguir acreditar no que ouvi. Stefan dizendo que eu era sua, sorri bobamente para ele que sorriu docemente para mim

— O que você disse? — perguntei novamente querendo ter certeza.

— Eu disse — ele beijou-me nos lábios repetida vezes — Que você é minha… E eu sou seu.

Capturei seus lábios e inverti nossas posições segurando suas mão e beijando seu pescoço, ele gemeu e entrou desprender suas mão mas mordi seu ombro, queixo

— Caroline — ele choramingou querendo me tocar

— Quem disse que eu sou sua? — inquiri, ele franziu a testa em confusão, com uma centelha de insegurança em seus olhos verdes

— Bem… eu… pensei — ele gaguejou, e não pode evitar de rir, ele ficava adorável quando estava envergonhado. Ele franziu tanto a testa que suas sobrancelhas pareciam coladas ao nariz — Ei não zombe de mim.

— Eu não pude evitar — justifiquei rindo do beicinho que ele fazia.

O beijei lentamente, um beijo calmo onde ele enredou seus dedos em meus cabelos direcionando o beijo mais uma vez. Ele parecia ter algum tipo de obsessão com ele, puxando e acariciando. Durante aquela loucura toda ele puxou lentamente meu cabelo, fazendo me inclinar a cabeça para trás para beijar meu pescoço e morder meu queixo, era outro fetiche dele, morder.

Me afastei dele encostando minha testa na dele podendo ver com detalhes as cores de seus olho. Fiquei perdida neles prestes a ceder e deixá-lo tomar o controle mais uma vez, quando escutei Emma perguntando por mim a Brandon. Foi então que despertei realmente. Tomei folego e me levantei de cima dele, deixando-o frustrado e confuso, querendo puxar-me para colchão, mas fui mais rápida pegando meu vestido. Peguei suas roupar e joguei para ele, batendo em sua cara, ele fez uma careta quando ergueu a cabeça em minha direção

— Caroline…

— Se vista logo por favor Stefan — pedi — Brandon vai voltar com chaves e se Emma me encontrar aqui com você eu serei demitida e chutada literalmente.

Ele se vestiu a contragosto. Tentei arrumar o cabelo o máximo que podia, ajeitei o vestido mais uma vez, estava prestes a destrancar a porta quando Stefan abraçou-me pelas costas beijando meu pescoço. Senti minha força de vontade se esvaindo aos poucos, enquanto ele me apertava mais um pouco contra ele.

— Stefan… Para!

— Não me culpe Caroline, você viciante não posso manter minhas mão longe agora e impossível

Ele me virou gentilmente tomando meu rosto nas mãos e me beijando me presando contra a mesma porta em que fizemos amor. A lembrança me fez hiperventilar instantaneamente, engasguei lembrando de tudo que fizemos momentos antes. O empurrei sem delicadeza, querendo manter uma distância segura, ele novamente fez aquela carinha confusa, que me fazia querer cobri-lo de beijos.

— Eu vou sair agora e você fica aqui! — ordenei, abrindo a porta — Espere uns cinco minutos e depois saia e pelo amor de deus, não me procure.

— Como é? — inquiriu ele indignado me puxando pelo braço — Vai fingir que nada aconteceu?

— Isso foi um erro Stefan… Um erro que eu dei inicio, porque… estava bêbada!

— Então quer dizer que só…. — ele não terminou de falar, ele parecia ter levado um soco, logo me arrependi do que disse, mas ele maneou a cabeça me soltando passando as mão pelo cabelo e pelo rosto — Isso não significou nada pra você?

— O que, sexo? Qual é Stefan, foi apenas sexo entre duas pessoas, um homem e uma mulher só isso!

Cruzei meus braços tentando fazer a minha melhor cara de poker face mesmo que estivesse trêmula e rouca com sua proximidade. Ele colou o rosto no meu e me presou novamente contra aquela maldita porta, prendi a respiração quando olhei para ele, um olhar que nunca tinha visto. Ele estava rígido e com brilho meio louco no olhar, um brilho que nunca tinha visto antes, segurou meus pulsos quando tentei empurrá-lo.

— Repeti — ele ordenou

— Você… ouviu… muito bem Stefan — gaguejei com as pernas moles quando ele riu maneando a cabeça.

— Então é apenas sexo entre duas pessoas, sexo casual? — assenti com cabeça não gostando nada do seu sorriso ou brilho louco nos seus olhos. Me encolhi um pouco, temendo despertar a personalidade ripper dele. Ele beijou meu rosto demoradamente e me soltou, sem dizer nada ele mesmo abriu a porta para mim. Fiquei tão chocada que não consegui reagir — Você não estava de saída?

— Eu… Eu estava. E você…

— Não sair até cinco minuto e não falar com você de maneira alguma. É… Eu entendi — ele colou as mãos no bolso de sua calça jeans assentindo com sorriso cínico.

Mordi os lábios, querendo xingá-lo por seu sorrisinho cínico, mas eu tinha começado aquilo. Queria bater a cabeça contra a parede por ser tão idiota. Sai desconcertada notando o movimento da boate quase vazia. Quando me virei Stefan fechou a porta na minha cara, fiz menção de bater e xingá-lo pela falta de educação mas me contive porque era minha culpa ele ligar seu modo idiota. Quase bati em Emma quando me virei espumando de raiva.

— Hummm finalmente, apareceu a bonita.

— Emma eu posso explicar.

— Explicar que surtou, deu a louca, ficou bêbeda e dançou até o chão — ela riu — Sabe o prejuízo que me causou?

— Eu sinto muito mesmo, desconta do meu salário

— Ah isso com certeza — ela parou de falar, olhando-me de cima baixo e começou a dar envolta de mim com a sobrancelha levantada — Você estava a onde esse tempo todo?

— Eu? — ela assentiu — Eu estava lá fora tomando um ar

— Por quase duas horas? — inquiriu ela desconfiada

— Bem é, precisava de ar pra voltar ao normal, bebi demais

— Mentirosa! — ela riu e colocou o dedo em riste — Você estava com alguém, aposto que era o seu amiguinho idiota.

— Eu não!

— Conta outra, você fede a ele.

— Ele não fede! O perfume dele e muito bom…

— Rá! Eu sabia, sabia que você ia ceder num piscar de olhos — ela maneou cabeça suspirando — O que eu faço com você?

— Quitão ser uma boa amiga e ser compreensiva — sugeri unindo as mão e batendo os cílios pra ela que riu.

— Tudo bem, afinal a vida é sua. Apenas acho que não deveria ter cedido tão rápido, ele te deixou na lista de reserva por três anos Caroline.

— Eu sei — respondi cabisbaixa ainda não sabendo se estava mais envergonhada por ceder ou por ter agido daquela maneira com ele.

— Que bom que sabe, lembre-se disso na próxima vez. Ah alias — ela pegou meu celular do bolso de jaqueta e me estendeu — Alguém ligou pra você um número desconhecido, eu antedi depois da terceira vez

— Quem era? — ela deu ombros

— Não faço ideia, só escutei alguém chamando seu nome meio… Desesperado e depois a ligação caiu.

Peguei meu celular e fiquei fitando a tela me perguntando quem teria me ligado? Emma já estava no balcão me dando ordens, quando senti um vento atrás de mim. Stefan tinha passado correndo deixando um rastro de perfume no ar. Fazendo exatamente como tinha mandado, indo embora e fingindo que nada aconteceu.

Queria correr atrás dele e me desculpar por minha bipolaridade, mas parte de mim dava razão a Emma. Não poderia ter cedido e esquecido tão facilmente o que ele me fez, eu fui fraca. Me perguntei o que Bonnie me diria agora, provavelmente ela riria e me daria um sábio conselho como siga seu coração, corra atrás dele, deixe o passado no passado”.

A saudade apertando meu peito quando lembrei-me dela. Como queria correr para o campus e encontrá-la. Deitada em sua cama, mordendo a tampa da caneta enquanto fazia suas palavras-cruzadas ou relia seu grimório. Jogar-se em sua cama e compartilhar com ela os detalhes da melhor noite da minha vida. Dizer ela que o impossível aconteceu, que depois de longos anos Stefan Salvatore tinha dito que me amava e eu… Não disse de volta.

 

Stefan

 

A loucura parecia assolar aquela casa a aquela semana. Com Damon de bom humor e continuando com seu habito estranho de falar sozinho e não dando a mínima para tentativa desesperada de Elena em usar o tal Carter para fazê-lo com ciúme. Alaric tinha sido convencido por Caroline e Damon a sair com sua aluna e depois disso, ele parecia mais tenso do que nunca com medo que o corpo docente da universidade diria sobre eles caso o descobrissem. É claro, tinha ela: Caroline.

Ela estava me enlouquecendo no sentido literal da palavra depois que dormimos juntos, de ter derramado meus sentimentos por ela e ela por sua vez me mandar embora, fingindo que nada aconteceu. Graças a sua bipolaridade, fui obrigado a fazer algo que odiava: Jogar. Caroline fingia que nada tinha acontecido entre nós, então resolvi fazer o mesmo. A tratei exatamente igual como tratava antes de tudo acontecer, antes de dar-me conta que era apaixonado por ela. O que deixou confusa e furiosa. Acho que ela não previa que entrasse na dela ou que concorda-se em esquecer o que se passou naquela noite. E mesmo que fingir, mentir fosse minha segunda natureza, não estava sendo uma tarefa fácil fingir que  aquela noite aconteceu, mesmo que quisesse muito não seria possível.

Aquela noite se repetia em minha cabeça sem parar. Todas as noites, deitado em minha cama com apenas uma parede me separando dela, era impossível não reviver aquela cena. A doce lembrança de tê-la em meu braços, de beijar cada polegada dela, de agarrar seu cabelo e prensá-la contra aquela porta com suas pernas envolta da minha cintura, enquanto nossas bocas se engoliam. Não conseguia tirar os sons de seus gemidos e a maneira como ela gemia seu nome enquanto arranhava minhas costas.

Ou no momento seguinte em que ele a deixou no colchão e amou lentamente com a testa colada a dela, com seus olhos nunca deixando os dela. E ele sabia que ela pensava naquela noite tanto quanto ele. Ele podia ver o rubor em sua face, sua respiração no engante sempre que se cruzavam pelo corredor. Ele fazia de tudo para parecer indiferente com sua presença, mas ele temia que ritmo descompassado de seu coração o denuncia-se, ou mesmo seus olhos que se perdiam nelas, com memória inundando sua mente o denunciasse.

E naquela mesma tarde depois de ouvi-la convidar a todos presentes para festa de Halloween no Dirty com olhos brilhando em animação por ter organizado tudo. E até poderia ficar feliz por ela, se ela não tivesse me excluído da festa propositalmente. Fazendo questão de citar todos os nomes, menos o meu. Respirei fundo e fingi não me importar, mas aquilo me chateou como inferno, até mesmo Damon ela convidou.

Damon riu pelas minhas cortas e até entrou numa aparente trégua com Elena para zombar de mim. Ele era outro que ainda não tinha perdoado, o ignorava todo tempo e depois de sua sessão de zombaria não surtir o efeito necessário, ele entrou no meu quarto em silêncio enquanto escrevia em meu diário, ergui a cabeça em sua direção mas optei por continuar calado. Ele bufou revirando os olhos

— Tudo bem — ele disse em voz alta, fiquei em dúvida se era comigo.

— Falou comigo? — indaguei confuso, ele revirou os olhos impaciente

— E com quem mais estaria falaria? Por que todo mundo pergunta isso agora?

— Deixe-me pensar… Talvez seja porque você é louco e fala sozinho?

— Rá, rá, rá muito engraçado, seu senso de humor tem melhorado muito vivendo com Caroline — a menção do nome dela me fez respirar fundo e fitar meu diário com seu nome escrito em todas as páginas. Ele deu meio sorriso suspirando como eu por fim — Ela está te dando um tempo difícil não é?

— O que veio fazer aqui Damon? Além de me irritar obviamente.

— Ouch irmãozinho, essa doeu fundo — ele zombou — Eu vim…

— Veio? — indaguei impaciente

— Vim me desculpar — ele disse em voz baixa fitando os pés. Arregalei os olhos em surpresa

— Você disse que veio para me pedir desculpas? — ele assentiu a contragosto — Pelo que exatamente está se desculpando?

— Você não vai me obrigar a dizer também não é?— afirmei com cabeça e cruzei os braços e arquei a sobrancelha esperando que ele dissesse, ele resmungou algo inaudivelmente antes de responder.

— Sinto muito por ter acusado você.

— Me acusado do que exatamente, porque você fez várias acusações?

— Serio Stefan, não faça caso com isso, você me conhece há mais de cem anos...

— Exatamente, é esse ponto. Eu te conheço há mais de cem anos Damon e não posso dizer o mesmo de você — cuspi — Você não faz ideia de como sofri quando você morreu, não faz ideia do que foi minha vida, do que a dor me fez abrir mão.

— Caroline — ele murmurou erguendo a cabeça e sustentando meu olhar — Você abriu mão dela, por minha causa.

— Sim, e foi a coisa mais estúpida que já fiz na vida. Eu tinha a garota perfeita esperando por mim e me afastei porque me culpei pela sua morte, não me achava no direito de ser feliz quando você estava morto.

— Eu não pedi para que fizesse isso — gritou — Eu fiz aquele plano maluco para te trazer de volta, porque você e meu irmão. E eu sempre pensei que seriamos nos no final de tudo, mesmo nos odiando, ou não. Eu fiz aquilo e não me arrependi porque você merecia viver… Você merece isso muito mais do que eu mereço. Eu posso ser péssimo irmão, ter infernizado você… mas quando pensava no futuro, não era Elena ou Katherine que enxergava ao meu lado… Era você.

Fiquei calado absorvendo sua confissão, sem saber o que dizer depois disso. Damon abaixou a cabeça parecendo realmente culpado.

— Isso foi inesperado… Estou chocado — brinquei, ele revirou os olhos.

— Como diria sua namorada ou quase namorada no presente momento…. Cale à boca! — ele mandou fazendo uma careta. Ele estava prestes a sair quando eu puxei para abraço duro e desajeitado — Okay, okay Bro isto esta ficando muito melodramático. Já entendi que você me ama, sentiu minha falta e não pode viver sem mim…

— Cala boca.

— Falando em “Cala boca” — ele imitou Caroline — Ela não te convidou para festa de Halloween?

— Não — fiz uma careta de descontentamento antes de me jogar na cama

— Mas… ela me convidou — disse ele apontando para si mesmo com testa franzida

— Sim, ela convidou a todos... menos eu — ele assobiou e riu.

— É você realmente mexeu com garota errada, irmão.

Damon riu, ele estava adorando ver meu sofrimento com Caroline. Revirei os olhos pra ele que pegou meu diário mas não se atreveu a lê-lo o guardou assim que mandei.

— E o que pretende fazer sobre isso? Vai deixar ela sozinha com fantasia sexy, naquela boate?

Fiquei calado e com nó na garganta formando-se ao me lembrar de Caroline com aquele minúsculo vestido preto, dançando em cima do balcão com dezenas de caras envolta dela como urubus.

— Okay... Sei que vou me arrepender disso, que deus me ajude, mas…. O que sugeri que eu faça? — Damon sorriu presunçosamente e antes que ele abrisse a boca o cortei — Se me dizer pra agarrá-la eu chuto você!

— Não, não ia dizer isso… Mas é uma boa ideia e funcionou da última vez, não foi?

— O que disse? — ele riu erguendo a sobrancelha sugestivamente

— Ah qual é Stefan, é obvio que rolou entre vocês, qualquer cego pode ver. Você seguiu meu conselho não foi? E deu certo!

Na verdade foi ela que me agarrou, mas não quis dar satisfação a ele ou dar mais munição para inflar seu ego já enorme. Ele se sentou na minha cama elaborando um plano, que claro não seguiria. Mas foi bom finalmente ter meu irmão do meu lado, se esforçando um pouco para tentar ser um irmão melhor. Agora tudo que eu precisava fazer era encontrar um jeito de ir naquela festa e fazer Caroline desistir de me ignorar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Ultimo capítulo que restava para postar, agora atualizo, deus sabe quando :/ Sinto muito :p
XOXO



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