The way back to you - EM HIATUS INDETERMINADO escrita por allurye


Capítulo 10
Chapter — X Nothing will be as it was before




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Stefan

Fui caminhando, voltando para aquela boante que me lembrava vagamente de onde era. Minha cabeça parecia ter dado um nó, um giro de trezentos e sessenta graus quando Caroline partiu, foi embora e me lançou aquele olhar triste, mas, ao mesmo tempo, gélido.

Nunca pensei que Caroline pudesse ter aquele olhar, ela era pessoa mais calorosa e positiva que já tinha conhecido. Mesmo quando estava triste despedaçada por dentro, ela sempre contornava tudo com um belo sorriso. Ela sempre fora assim, mas aquele olhar, aquelas palavras duras, mesmo sabendo que merecia cada uma delas. Tinham me quebrado por inteiro.

Eu tinha abandonado ela, pensado somente em mim, na minha própria dor. Eu não tinha se quer notado que seus sentimentos por mim eram outros, até aquele dia. O dia em que ele me beijou, parte do meu cérebro dizia o qual louco era aquilo. Para não dizer absurdo, meu cérebro gritava para me afastar dela, explicar que aquilo era apenas uma confusão.

Mas a outra parte, saboreava o gosto doce de seus lábios, o contado com sua pele aveludada. Ou cheiro de chuva fresca e o mais delicioso aroma floral, que parecia irradiar dela, quando ela balançava os cabelos.

Perdi o controle por alguns minutos, não consegui raciocinar e ignorei completamente os avisos. Porque quando dei por mim, minhas mãos apertavam sua cintura, subiam por seu pescoço trazendo-a para perto, apertando tanto seu corpo que sentia que a qualquer segundo nossos corpos se fundiriam em um só.

Foi como o despertar de um longo sonho. Ou melhor pesadelo, sim era o que se encaixava melhor. Era como se ainda estive preso naquele cofre, com água invadindo meus pulmões me sufocando, com cada órgão sendo pressionado e depois explodindo como um balão. Aquele beijo se assemelhava a isso, como uma mão me tirando daquele tormento, daquela escuridão onde o rosto de Katherine e Elena se misturavam e dançavam nas sombras úmidas daquela represa.

O calor de seu corpo, o doce de seus lábios pareciam te me desperto para vida. Como pude deixar ela para trás, como consegui ficar tanto tempo longe dela?

Sem escutar sua voz, ou vê-la sorrir. Tinha me afundado naquele mar de lembranças dentre elas, uma que mais martelava em minha cabeça. Lexi e todas aquelas insinuações sobre meus sentimentos por Caroline.

E como era de praxe eu não percebi, nem se quer tive tempo pra pensar no assunto. Tudo que conseguia pensar, era na culpa na maldita culpa. Minha vida se resumia a isso e agora eu tinha perdido ela… Ela não queria mais me ter por perto. Enzo tinha razão, o que eu estava pensando? Que quando volta-se ela correria para meus braços e me beijaria, que se declararia apaixonada?

Talvez ela já tivesse superado aquilo. Quem sabe até fora Enzo que a ajudou a colocar uma pedra em cima do meu nome, agora meu nome era lembrança vaga, quase como um agouro que ela tentava esquecer.

Minhas entranhas se reviraram, com aquele pensamento. Eu tentava bloqueá-lo, principalmente a imagem de Caroline sorrindo e dançando com seu belo vestido branco cheio de cristais minúsculos brilhantes com os cabelos presos em coque dançando comigo, mas não era eu ali, era Enzo, Tyler, Klaus qualquer outro menos eu. Eu estava num canto naquele salão entre Elena e Damon e ao fundo ela dançava e sorria para outro. Era como um looping que me levava de volta ao baile de formatura, em seguida para cripta onde um Stefan desmemoriado jurava estar sempre ao seu lado “Você tem a mim” Era o que o outro eu dizia, podia ver meus lábios se moverem ao prometer isso a ela, logo em seguida voltei para aquele dia, ou dias depois quando a roubei de Tyler dançando com ela. No vagão dormindo ao seu lado, segurando sua mão com medo de perdê-la, com calor do seu corpo me confortando, tranquilizando minha mente embaralhada.

Ou naquele dia em que chorei em seus braços pela morte de meu irmão e pela perda definitiva de Lexi. Sentia o calor de seu corpo irradiar pelo meu corpo, me trazendo um sentimento que a muito não sentia, amparo, segurança. Ela fazia um leve carinho em minha cabeça, vez ou outra dizia quase inaudivelmente que tudo ficaria bem. Ficamos ali, naquele banco duro e desconfortável, a poucos metros da nossa antiga cidade, da nossa antiga vida. A luz alaranjada do alvorecer, começava a despontar pelas árvores. Me sentei me desprendendo de seu colo. Ela forçou um sorriso mais seus olhos estavam mergulhados em uma profunda tristeza e inquietação. Ela não tinha chorado, uma só vez, não tinha resquícios de lágrimas em seus olhos. Fiquei por alguns segundos admirando-a, vendo a luz alaranjada iluminar seu rosto, a brisa balançar seus cabelos. Olhei seus olhos azuis, e detectei uma força que desconhecia.

Quando ela tinha mudado tanto, se tornado tão forte ao ponto que era ela que estava me consolando, me impedindo de cair ou jogar aquele anel fora e me jogar na escuridão eterna?

De repente escutei alguém chamar meu nome, era tão distante que continuei meu caminho para nenhum lugar, ainda com a imagem dela dançando naquele baile, sorrindo para mim, tão bela e cheia de sonhos. A voz agora estava mais nítida parecia familiar mas não parei, continuei andar até que a pessoa que me chamava tão insistentemente me alcançou tocando meu ombro.

Me assustei quando me deparei com Elena, aquelas velhas imagem dentro cofre voltando a tona, dançando se repetindo, aquilo era torturante. Queria voltar com as imagens anteriores. Pisquei uma ou duas vezes tentando voltar para realidade, Elena repetia meu nome, me olhando preocupada.

— Stefan, hein está tudo bem? — afirmei que sim com cabeça, mesmo querendo dizer que não. Ou apenas querendo mandá-la embora e me deixar ali, mergulhado em mim mesmo andando e andando

— Não parece nada bem.

— Não é nada — menti, ela estreitou os olhos me lançando um olhar desconfiado.

— Okay — ela fingiu acreditar na minha palavra, desejei que ela deixa-se por isso mesmo, desce meia volta e desaparecesse, mas não o fez. Ficou parada a minha frente

— Quer algo? — inquiri tentando não ser grosseiro.

Apenas queria voltar para minha solidão e ruminar todas aquelas lembranças que reviravam minha cabeça que fazia rugir algo dentro de mim. Elena estalou os lábios olhando para os próprios pés, parecendo envergonhada.

— Nada… Quer dizer, quero sim uma coisa — ela disse pausadamente o que só fazia minha impaciência crescer.

— O que é?

— Queria te pedir desculpas — disse humildemente, ou, pelo menos, parecia — Sobre a última vez que nos vimos, quando você foi embora

— Não foi sua culpa — respondi sinceramente. Não fora culpa dela, não fora de outra pessoa a não ser minha.

— Stefan eu fiz coisas estúpidas demais, dentre elas…

Segurei seu braço olhando profundamente em seus olhos castanhos, olhando para seus lábios em formato de coração. Tentando puxar na memória como era sensação de estar tão próximo de Elena, qual era mesmo a sensação? Ela apareceu enrijecer com meu toque, talvez pensasse por um segundo que a beijaria e declararia meu amor eterno a ela, quase ri lendo seus possíveis pensamentos.

— Não me peça desculpa, Damon voltou, meu irmão está vivo. Está tudo bem agora.

Disse uma meia verdade disfarçada de mentira. Porque nada estava realmente bem. Pelo visto nem meu irmão estava, já que estava longe de seu grande amor naquele momento. Pensei em Damon, a morte havia mudado ele de algum modo? Seria ele um outro homem agora? Eu tinha morrido por um dia, e aquela experiência ainda me assombrava, as vezes acordava no meio da noite assutado, apalpava meu peito, querendo ter certeza que ainda tinha meu coração ali, que ele ainda batia.

Depois daquilo, nunca mais tive aquele pensamento deturbado de que a morte seria melhor solução para minha desolação sobre a vida ou minha existência amaldiçoada. Mesmo não parecendo, eu era grato por estar vivo ou quase isso. Porque eu ainda era uma criatura saída das trevas, que deveria estar morta a sete palmos do chão, com apenas ossos ou apenas sendo agora poeira me juntando a terra como meus antepassados. Ao invés disso, ainda era aquela mesma criatura sedenta por sangue que tinha que se esforçar para não atacar as pessoas na rua, que se concentrava em outras coisas para desviar minha mente das batidas rítmicas dos batimentos das pessoas.

— Sim, vai ficar tudo bem agora — ela disse, mas sem convicção — O Damon voltou — disse mais para si mesma do que para mim.

— Sim voltou — sorri em resposta.

Fui caminhando novamente me sentei na calçada e ela se juntou a mim. Olhei para o céu abarrotado de estrelas sentido-me vazio por dentro. Elena também olhava para o céu, encostou a cabeça em meu ombro suspirando pesadamente

— Somos amigos agora?

— Não sei — respondi sinceramente — Acho que sim.

— Eu sinto muito Stefan — ela murmurou.

Aquela frase me despertou um punhado de lembranças desagradáveis. Mas nenhuma delas envolvia Elena, nem mesmo quando a mesma me deixou em sua escada quando terminamos tudo. Quando pouco tempo depois ela estava na cama com meu irmão. Aquela frase se repetia ao som da minha própria voz, a frase mais estúpida que já disse. A verdade que ela nunca parece estúpida quando dizemos, mas e desoladora quando escutamos. Me lembrei da fúria de Caroline quando disse essa frase. Ela estava certa, era frase mais estúpida para se dizer ao partir, ao perder alguém ou para qualquer coisa que fosse.

— Posso te perguntar uma coisa? — assenti com cabeça — Acha que as coisas podem ser como antes? Acha que ele vai me perdoar?

Aquela pergunta se aplicava a mim, se aplicava a tudo.

— Não sei Elena. Talvez sim talvez não. A única certeza que tenho e que nada vai ser como era antes.

Damon

Aquela baixinha me jogou um monte de coisas. Coisas que queria apagar, era perguntas sem respostas que eu tentava afastar, manter longe. Mas tudo que conseguia pensar era isso. Não que naquele tempo morto, não tivesse me passado pela cabeça que a vida de Elena seria diferente sem mim e Stefan para interferir. Se não tivéssemos voltado para aquela cidade.

Como todos estariam?

Elena estaria casada com Donavan provavelmente ou um cara qualquer que ela conheceria na faculdade. Alaric ainda seria um humano, com sede de vingança pela esposa vadia morta por vampiros nisso nada mudaria afinal. Mas enquanto a ela… Bonnie?

Ela ainda teria provavelmente sua avó irritante, sua mãe ainda estaria vida. Quase todos os seus parentes talvez estivessem vivos agora. Ainda seria a mesma bruxinha irritante que conheci anos atrás.

Voltei para a casa com aquelas questões rondando a minha cabeça. Alaric estava sentado no sofá no breu da sala sem dizer nada. Me sentei do outro lado. Agradecido por ele lidar com suas próprias questões e não me perguntar nada.

Me perguntei onde estaria Bonnie agora? Vagando pela cidade, ou ela estaria do outro lado conformada com aquilo como se fosse um paraíso. Alaric se levantou sem dizer nada e subiu para seu quarto. Não sabia o que o garoto Gilbert tinha lhe dito, mas, com certeza, lhe atingira em cheio.

Continuei ali sentado, com vontade de subir para o quarto de Elena, mesmo tendo certeza que ela não estava. Foi quando adormeci. Foi um breve sonho, estava andando em Mystic Falls algumas coisas tinha mudado. A cidade parecia um pouco fantasma, vazia demais. Olhei para onde ficava o Grill o lugar que eu morri. Tinha construído um tipo de memorial ali. Mesmo curioso não consegui ir até lá. A sensação de morte não era nada agradável. Continuei andando, mas parecia que não controlava meus próprios pés.

Me deparei com cemitério, estava diante de uma lapide. Onde tinha a foto escurecida e minúscula de alguém que não conseguia ver porque meus olhos estavam embaçados como se eu estivesse chorando. Uma agonia profunda se abateu em mim. Era uma tristeza misturada com raiva revolta. Foi quando barulho da porta me despertou, mas podia jurar ter lido o sobrenome escrito na lapide é era Bennett.

— Damon — Elena se sentou ao meu lado e Stefan estava logo atrás, ele parecia refletir se entrava ou não, parecia um grande conflito para ele cruzar aquela porta

— Entra Stefan — Elena o encorajou, mas ele suspirou recuando, olhando para um canto na sala, parecendo se lembrar de algo.

— Não e melhor não.

— Porque irmão, ainda não foi convidado? Quem e dona dessa casa? — inquiri olhando para Elena, que pareceu levemente surpresa por estar me dirigindo a ela.

— Caroline — Stefan responde por Elena — Ela é a dona.

— Então entra de uma vez. Tenho certeza que a Barbie já te convidou a entrar aqui.

Stefan olhou para o chão parecendo atormentado.

— Não, eu vou para um motel

— E nossa conversa? — brinquei — Temos quase quatro anos de conversa para colocar em dia irmão. Cadê a saudade que sentiu de mim, sumiu? Stefan forçou um sorriso um tanto triste

— Teremos todo tempo do mundo daqui pra frente, eu vou indo… Agora. Por que Elena não te inteira da conversa agora?

Ele disse quase rindo, fechei a cara o amaldiçoando por isso. Os olhos de Elena brilharam ela sorriu para Stefan em agradecimento. Então me sentei no sofá ainda olhando para a direção que meu irmão sairá. Elena se sentou bem próxima de mim, apertando as próprias mãos nervosamente, alternando o olhar de mim para o chão. O brilho em seus olhos foram se apagando a medida que eu não dizia nada.

— Damon quando vai conversar comigo?

— Quer conversar? — ela assentiu veemente, respirei fundo me ajeitando no sofá — Okay então vamos conversar. O que quer saber?

— Nada — ela respondeu sinceramente — Eu só queria… Queria que me dissesse de uma vez, porque de tudo isso

— Tudo isso o que? — inquiri cinicamente rindo

— Porque me trata assim com tanta frieza, Damon… Não tem ideia do que pensei quando te perdi, de todas as coisas que eu fiz para ter você de volta… Todas as coisas…

Ela não terminou a frase, começou a chorar no meio. Senti um aperto no peito, automaticamente minhas mão foram para seu rosto, secando suas lágrimas, ela sorriu apertando minha mão. Então a distância foi quebrada por ela que me abraçou apertado. Mesmo sentindo raiva, não consegui afastá-la ou simplesmente ser frio. Eu amava aquela mulher, sofri o diabo por ela. Pensei nela em cada maldito segundo enquanto estive morto. Voltei por ela. Mas quando ela estava ali em meus braços, tudo que conseguia sentir era culpa. Não sabia ao certo pelo que, mas era remoço algo dentro de mim queria afastá-la para bem longe. Como se fosse um pecado estar ali agora. Estar de volta e ainda sendo abraçado pela mulher que eu amava.

Talvez seja mesmo — quase saltei com susto de ver Bonnie sentada no outro sofá de braços cruzados olhando entediada para mim e Elena. Que por sinal se desprendeu dos meus braços assutada

— O que foi?

— Nada — fiz menção de puxá-la para outro abraço, mas não o fiz. O que a deixou confusa e desesperada

— Damon — ela choramingou aflita.

Tomou meu rosto entre as mãos e me beijou. Senti o gosto dos seus lábios era indescritível. Mas também penoso, queria agarrá-la de uma vez, rasgar suas roupas e possuí-la, queria que ela fosse minha de novo. Ao mesmo tempo que queria afastá-la, era como aversão a ela, algo que me confundia. O mais estranho que eu tinha imagem nítida dela me beijando na praça e aquilo me desesperava mais ainda. Ela encostou a testa na minha chorando

— Damon, por favor me diz o que está acontecendo…

Ela beijou-me nos lábios várias vezes. Bonnie suspirou se levantando, olhando o pequeno porta-retratos onde os irmão Gilbert se abraçavam. Ela olhava intensamente para o quatro se frustrou quando não conseguiu tocá-lo e recuou um passo pra trás fechando os olhos.

Beija ela dê uma vez, não é isso que quer? Bonnie surgiu atrás de mim. Tinha algo de diferente nela.

Elena ainda se mantinha em meus braços beijando meu pescoço minhas mãos desciam por sua cintura. Tentei ignorar o fato de ter uma alma penada parada no meio da sala, olhando para nós. Puxei Elena com ânsia, ela se surpreendeu de início mais abriu o mais belo sorriso com minha atitude repetindo que me amava, entre lágrimas ela abria os botoes de minha camisa com desespero, olhando como se não pudesse realmente crer em tudo aquilo. Mas cometi um erro voltando a prestar atenção em Bonnie. Na mesma que dava voltas pela casa. Ela foi até a janela, e maneou a cabeça sorrindo.

— Vocês terão companhia — ela alertou, a campainha tocou logo em seguida.

Elena não deu importância para isso, continuou me beijar, me silenciando com beijo de urgência, mas a pessoa do outro lado era insistente.

E melhor subir com ela Damon.

Me desprendi um tanto sem folego e relutante dos lábios de Elena querendo saber quem era, Bonnie suspirou maneado a cabeça

Suba de uma vez, com ela!

Elena notou meu olhar fixos na porta a campainha tocou novamente. Ela se afastou desconcertada, ao mesmo tempo que furiosa. Bonnie ficava murmurando consigo mesma algo como

Anda vai embora!

Quando Elena abriu a porta irritada, ela empalideceu logo em seguida. Um boque de rosas vermelhas, e atrás um rapaz loiro alto com queixo retangular e olhos verdes encarava uma Elena estática

Eu disse para levá-la para cima Bonnie ralhou desanimada.

— Surpresa! Como não tem ido ao hospital, resolvi vir até você.

— Ca-Carter o que está fazendo aqui? — gaguejou ela nervosa

Ele não esperou outra resposta lhe deu um beijo nos lábios. Eu me levantei de imediato, partindo pra cima dele, mas Bonnie segurou minha mão com força. Senti o choque percorrer meu corpo de imediato

Nem pense nisso!

— O que foi? — ele acariciou o rosto de Elena — Eu fiz algo errado? — ele olhou para sala, agora percebendo minha presença ali. Ele alternou o olhar entre mim e Elena e suspirou — Ah, agora eu entendi… Eu já vou indo.

— Não vai me apresentar seu namorado Elena?

Elena parecia em choque, ela alternou o olhar entre nos dois, desesperada. Engoliu seco, querendo se explicar

— Não somos namorados — ele respondeu por ela calmamente

— Claro que não! São apenas amigos, eu estou certo? — ele assentiu nervoso — Então costuma beijar e presentear com flores suas amigas?

Está sendo ridículo sabia? Bonnie retrucou revirando os olhos

— Cala boca — gritei irado. Elena arregalou os olhos e Carter franziu a testa confuso. Bonnie por outro lado começou a rir, o que estava deixando-me louco.

— Damon me deixa explicar…

— Explicar o que?

— Ela não tem que explicar nada — Carter retrucou com firmeza — A culpa foi minha, creio que seja o Damon?

— Bingo — respondi irritado — Ela falava de mim enquanto…

— O tempo todo, me dizia que tinha alguém. Mas que ele havia ido embora… Eu forcei a barra não e culpa da Elena.

Elena respirou fundo, parecia aliviada por ter a culpa sendo tirada dela. Lançou um olhar de agradecimento a Carter, mas se encolheu quando percebeu que notei. Mordeu o lábio, olhando para o imbecil que tentava se mostrar para ela, integro, defendendo a donzela. Elena podia ser tudo menos uma …

Patético, patético Bonnie caçou de mim —Você e um grande imbecil!

— Já disse pra calar essa maldita boca!

— Sim já disse, mas não me calarei, não até que saiba que a culpa.... Que Elena não tem culpa de nada.

— Então a culpa sua? Admiti isso? Deu em cima da minha, ex namorada? — frisei a palavra ex apreciando a dor nos olhos de Elena, mas ela bem merecia isso.

— Sim admito.

— Então tudo bem — sorri e parti pra cima dele lhe atacando no pescoço, estava com sede e furioso e por que não? O idiota que estava pegando Elena enquanto eu estava morto, estava ali dando sopa, eu estava com sede, principalmente do pescoço daquele imbecil.

— O que está acontecendo....

Jeremy e Caroline surgiram na porta. Caroline me jogou longe e Elena continuava estática na parada em frente a porta. Carter se contorcia com o olhar desesperado.

— Elena, faça alguma coisa! — Caroline ordenou tentando me manter longe do imbecil. Elena pareceu despertar e se desesperou, rompeu em lágrimas murmurando desculpas desconexas a Carter. Se ajoelhou mordendo o pulso lhe fazendo tomar.

— Por que fez isso Damon? — ela gritou olhando desesperada para o rosto pálido, para camisa ensopada de sangue.

Tinha dor em sua voz, era carregada de angustia e culpa. Então percebi o quando ela se importava com aquele imbecil. Caroline me empurrou contra a parede, gritando por Alaric que me segurou atordoado com a cena. Bonnie suspirou se aproximando

Chega Damon, já não é o suficiente?

Me desprendi a pulso de Alaric e Caroline e sai dali passando quase por cima daquele imbecil.

— Damon — Elena gritou — Damon volta aqui!

Não lhe dei ouvidos, nem voltei para trás, se volta-se arrancaria o cabeça dele e chutaria longe. Agora aquela imagem de Elena dentro de um carro vermelho, beijando apaixonada outro cara fazia sentido.

Então era essa a grande dor pela minha perda? Era tão fácil assim seguir em frente e me esquecer? Eu demorei cento e cinquenta anos, esperando por Katherine, lutando para encontrá-la. E Elena, aquela.... Que jurava que me amava. Mal esperou dois anos pra se jogar nos braços de outro. Me surpreendi por não ser Stefan ali. Talvez fosse ele que não quisesses isso pra si.

— Sabe que por um momento eu pensei que você tinha mudado? — Bonnie riu maneando a cabeça

— Suma daqui Bennett, some agora. Volte para a droga do inferno suma antes que eu…

— Me mate — ela completou seria — Então venha, você pode me tocar — ela me encorajou — Ande, venha!

Ela inclinou o pescoço me provocando. Mesmo sendo estupidez, não segurei a ódio e voei em sua direção cai estatelado no chão escutando a risada zombeteira de Bennett que se divertia com a cena

— Desgraçada — sibilei sem me levantar

— Não fique assim Damon, tente de novo, estou aqui esperando por você. Venha me pegar — ela zombou

Não me levantei, fiquei deitado com os olhos fechados. Além da sede que só aumentara, ainda me sentia estúpido por tentar brigar com um fantasma.

— Exatamente, viu até você admiti sua estupidez

— Estupidez foi eu mesmo não ter te dado a passagem pro outro lado — Bonnie riu dando ombros estendeu a mão pra mim — E alguma piada isso?

— Anda levanta, não vai ficar aqui e jantar algum inocente. E melhor pegar minha mão — ela ordenou.

Ignorei Bonnie e continuei deitado, mas ela puxou meu braço e me levantei aturdido por isso.

— Como isso é possível? — ela suspirou, logo deu um sorrisinho presunçoso

— Eu posso controlar, se quero ou não ser tocada, principalmente quando e gente como você.

— Que ótimo, então agora você está no estado tocável?

Ela assentiu, sorri e logo tentei tocá-la mais ela desapareceu feito fumaça apareceu do outro lado da rua rindo, indo em outra direção se divertindo com tudo aquilo.

Caroline

Eu pensei em ir para casa, me trancar dentro do meu quarto, me esconder em baixo das cobertas e esperar que ela me engolisse. Esperava que não doesse tanto, cada passo que eu dava na direção oposta a ele.

Senti raiva de mim mesma por sentir tanta culpa e remorso. Quando era ele que devia sentir isso, certo?

Eu estava dando voltas na rua, próximo aquela pracinha. Me sentei no banco, chorando silenciosamente, vez ou outra as pessoas passavam cochichavam entre si.

Talvez estivessem tentando chutar, o porquê das minhas lágrimas e soluços. Alguns com certeza pensaria:“Essa com certeza foi chutada”. O que não deixava de ser verdade, mas porque ainda me sentia culpada?

Fiquei ali por um bom tempo, sem muita coragem de levantar e ir para casa. Quando alguém sentou-se ao meu lado em silêncio, por um segundo meu peito doeu, uma pontadinha aguda e chata, esperando me virar e ele estar ali. Ao mesmo tempo que queria que ele sumisse partisse-se, mas para sempre dessa vez.

Mas quando me virei era Jeremy. Com as mãos metida em seu casaco, olhando para o nada, com uma expressão vazia

— Jer… Como me achou aqui?

— Não achei, não estava te procurando — respondeu com rispidez. Me fundei novamente no banco. Em geral eu ignoraria, sorriria e tentaria ser compressiva, mas hoje não.

— Então por que está aqui?

— Sei lá — respondeu dando ombros

— Okay Sr. “sei lá”. Então por que não vai fazer nada em outro lugar? — ele franziu a testa surpreso intrigado com meu tom seco.

— Porque a praça e publica, fico aqui o quanto quiser

— Eu estava aqui primeiro Jeremy, então se manda! — Jeremy suspirou depois riu.

— Não — ele teimou, senti vontade de estrangulá-lo naquela hora, mas fiquei calada. Pensei em Bonnie, para manter a calma. Sempre funcionava, mas naquela hora não funcionou. Voltei a chorar em silêncio e depois de longos minutos Jeremy disse algo

— Está assim porque ele voltou?

— Ele quem? — Jeremy revirou os olhos, com minha tentativa infantil de fingir que Stefan não existia, coisa que obviamente eu não conseguia.

Jeremy ficou em silêncio, fiquei grata por isso. Por ele não fazer perguntas, não perguntar o motivo do meu choro.

Me levantei indo para casa, ele foi junto. Tinha que pegar algumas coisas que ficaram em casa para levar para o apartamento do Matt. Tentei persuadi-lo a voltar, mas ele estava irredutível, não queria morar sobe mesmo teto que Damon o que era compreensível, pelo menos pra mim.

Fui caminhando em passos lentos, com a voz dele se repetindo, dizendo meu nome. Queria dar meia volta, quando cheguei, temi que ele estivesse ali. Conversando com irmão, mas não tive tempo para conflitos internos. Quando entramos nos deparamos com Damon fazendo de Carter seu jantar, Elena estava paralisada para variar, olhando incrédula e assustada pra cena. Empurrei Damon para longe, o pobre rapaz caiu no chão agonizando. Eu lutava para conseguir segurar Damon que parecia possuído. Eu avisei a Elena, disse que seria pior esconder, mas quem disse que ela dava ouvidos.

Gritei que ela socorre-se o quase namorado, ela pareceu despertar, curou ele em seguida e gritou com Damon. Ele saiu logo em seguida, quase passando por cima dos dois.

Elena tentou compelir Carter, mas como sempre as lágrimas a impediam disso. Então Alaric o compeliu a esquecer tudo. Elena subiu para seu quarto, Alaric fez o mesmo quando Jeremy se recusou conversar com ele. Fiquei sentada na poltrona, olhando a mancha de sangue que se estendia pelo carpete. Foi quando percebi que ele não estava ali.

Onde ele estaria? Será que fora embora de novo?

Me levantei indo para lavanderia, pegando um balde e esfregão. Esfreguei a mancha no carpete, mas ela só se espelhava mais. Ficava mais evidente por mais força que colocasse mais manchado tudo ficava, enquanto tentava em vão retirar a mancha tudo que conseguia pensar era em onde ele estaria agora.


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Notas finais do capítulo

Pronto gente, depois desse só ep inéditos que postarei em breve, prometo!
Xoxo