Anna sentia borboletas no estômago. Ela atravessou a quadra com a bola em sua mão. Ela jogou para um jogador do seu time e quase errou o passe. Sua mente estava distraída. Ele não conseguia se focar. Era um jogo importante, porém, e ela queria ganhar.

Mas ela é tão malditamente linda, Anna pensou.

No time adversário, havia uma jovem mulher com um cabelo loiro e comprido que havia sido penteado numa trança francesa. Ela era um pouco mais alta que Anna e seus olhos eram vibrantes. Eles faiscavam. Eram azuis como seu uniforme. Qualquer chance que Anna tinha de olhar para aquela misteriosa jogadora rival, ela aproveitou. E, toda a chance que ela aproveitava para olhar para aquela mulher, as borboletas voltavam.

Anna balançou a cabeça, tentando clarear sua mente. Vamos lá, Anna, foco! Foco! Você precisa vencer! Esse jogo é importante. Esqueça a garota em azul... e seu cabelo maravilhoso, trançado e loiro... e seus lindos olhos... e aquelas pernas torneadas tão compridas... e aqueles seios... ah, Deus, aqueles seios...! Anna balançou sua cabeça de novo enquanto corria, apesar de não estar prestando atenção para onde corria.

PARE! FOCO!

Seu companheiro de time passou a bola e ela a pegou. Ela atravessou a quadra, evitando os membros do time adversário. Ela correu e se esquivou entre eles. Passou a bola para outro jogador do seu time. Dessa vez, ela jogou com mais firmeza.

Aí sim, Anna pensou animada. Agora eu estou de volta ao jogo!

A garota misteriosa passou correndo por ela, e tão rapidamente quanto ela havia voltado para o jogo, ela estava fora dele de novo. Anna observou as pernas da garota ficarem rígidas com cada passo que a loira dava. Seus olhos logo encaravam o traseiro da garota linda e loira do time rival. O coração de Anna se agitou. “Oh...” ela balbuciou para si mesma.

Anna balançou a cabeça. Ela bateu as palmas das suas mãos juntas e correu até seu time. Um deles passou a bola e ela estava indo direto para Anna. Querendo vencer, e usando cada grama de força de vontade que tinha em seu corpo e alma, ela pulou no ar e estendeu seus braços. Antes de ela poder pegar a bola, porém, a loira do time adversário pulou para roubar a bola. Seus corpos se encontraram e a jovem e loira mulher foi direto ao chão.

Anna veio ao chão com força e ela olhou a loira do outro time deitada no chão. Pela primeira vez na vida, ela pensou na velocidade da luz. Essa é a minha chance! É A MINHA CHANCE! É um acidente normal! Anna estava quase se firmando no chão, mas ela conseguiu se ajeitar em tempo, e acabou caindo em cima da jogadora loira. Suas mãos abriram e, com a graça sofisticada que ela tinha, ela as pôs diretamente em cima dos seios da loira.

Oh, eles são ótimos...

A jogadora loira imediatamente sorriu quando percebeu as mãos de Anna em seu peito. Anna percebeu o sorriso da loira e corou, sorrindo de volta. Seus olhos se encontraram e Anna se sentiu completamente em sincronia com essa outra jogadora. Ela sentiu como se elas fossem as únicas no estádio inteiro, e isso fez com que o sorriso de Anna ficasse tão aberto quanto possível.

A jogadora loira levantou um braço e por um breve segundo Anna realmente achou que ela ia responder tocando seus seios também. Ela ficou ligeiramente desapontada quando a mão da loira passou do seu peito e parou em seu ombro. O sorriso de Anna nunca vacilou, entretanto.

Quando Anna ficou de pé, ela ajudou a adversária. Ela percebeu um rosa nas suas bochechas. Ela é tão fofa! Eu quero tanto beijar essas bochechas rosinhas! Inferno, eu quero beijar esses lábios finos!

Porém, tornou-se só um sonho porque o jogo continuou. Anna pensou que sua única chance de ficar perto da linda loira chegou e foi embora. O que ela não esperava era o tanto de olhares e flertadas que recebeu da loira durante o resto do jogo.

Quando o jogo acabou, Anna estava com seu uniforme amarelo e suado e sua bolsinha pendurada no pulso. Ela estava quase saindo da arena quando ouviu uma voz a chamando.

“Ei, pera aí!”

Anna se virou. Seus olhos abriram mais quando ela viu que o chamado havia sido da linda loira. As borboletas voltaram ao seu estômago. Anna olhou atrás de si para ter certeza de que ela não estava chamando outra pessoa. A loira riu quando chegou perto de Anna. Ela apontou para ela. “Você! Eu estou falando com você!”

“Oh”, Anna falou com nervosismo, enquanto ela colocava uma mecha do seu cabelo meio ruivo para trás da orelha. “Hm, o-oi”, Anna gaguejou.

A loira apenas sorriu. Enquanto ela olhava direto nos olhos de Anna, ela trouxe seu lábio inferior para trás de seus dentes de cima. Um rosa tomou suas bochechas. “Foi um jogo divertido”, ela disse com um brilho nos olhos. “Mas eu não tinha percebido que nós estávamos jogando beisebol.”

Anna franziu as sobrancelhas. “Hm, quê? O que você quer dizer?” Anna estava realmente confusa.

A loira deu um passo para frente e bateu de leve no ombro de Anna com o punho fechado. “Você sabe, você chegou à segunda base.”

Anna imediatamente percebeu ao que ela estava se referindo. Seu rosto ficou vermelho vivo. A loira ria alto por causa do constrangimento de Anna. “Oh, oh”, Anna entrou em pânico, “E-e-eu n-não quis... hm, é... Eu não-“

“Tudo bem”, a loira riu. “Na verdade, eu meio que gostei.”

Anna sentiu seu coração diminuir a velocidade para uma batida normal. Ela... gostou? “Você... gostou?”

A loira acenou com a cabeça devagar, mantendo seus olhos nos de Anna. “Mas é claro que você não pode chegar à segunda base antes de me levar para jantar...”

Anna travou. Ela quer ir jantar? Ela quer ir jantar! Seus olhos se alargaram e seus lábios curvaram para cima em um sorriso. Ela tropeçou nas palavras. “Oh, hm, hm, hm, cl-claro! Eu adoraria me levar para jantar! Quer dizer, eu adoraria que você fosse jantar. Droga! Eu quero te levar para jantar!”

A loira riu da animação nervosa de Anna. “É um encontro, então.” A loira agarrou o punho de Anna e anotou seu número em seu antebraço com uma caneta que ela havia pegado de sua bolsa. “Esse é meu número. Ligue.” Ela sorriu para Anna e deu uma piscada provocativa. Ela continuou seu caminho para fora do estádio, misteriosamente, segurando sua bolsa.

Anna encarava o número. Eu não acredito que eu tenho o número dela. Eu não acredito que eu tenho um encontro! Ela examinou o número. Ah, merda, eu não sei o nome dela. Anna girou os olhos em pânico. Eu não sei seu nome!

Anna se virou e saiu da arena gritando, “Qual é seu nome?!”