A Casa Infernal escrita por GuilhermeAndrad


Capítulo 2
A lenda




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Vitória estava com seus sentimentos divididos entre a raiva e a felicidade. O primeiro porque sabia que a Tríade se ofereceu para fazer o trabalho na esperança que ela e seus amigos fizessem o documentário e os levassem nas costas. Já o segundo porque ficaria mais próxima de sua paixão, Leonardo. Isso a deixava extasiada e ansiosa para iniciar o projeto o quanto antes.

O objetivo do grupo agora era definir a lenda que seria relatada no documentário. Os alunos discutiram e discutiram. Cada um queria uma história diferente. Alana queria sobre vampiros. Daniel sobre zumbis. Sara sobre a Bloody Mary. J.P. sobre um game mortal. Henrique sobre lobisomens. Leonardo sobre um brinquedo assassino. Apenas Vitória não tinha opinado uma lenda. Então o grupo a pressionou para expor sua opinião.

Vitória comentou que todas aquelas eram ótimas lendas, mas só isso. O documentário ficaria mais legal se fosse baseado na atualidade e numa história local.

Todos ficaram curiosos para ouvir a história que Vitória iria contar.

_ Alguém aqui já ouviu falar da lenda da casa da rua Boulevard, conhecida como “A casa infernal”?

_ É uma casa abandonada há anos, não é? Perguntou Leonardo, parecendo empolgado com a história que iria escutar.

_ É sim, Léo – Vitória ficou vermelha de vergonha nessa hora – mas nem sempre foi assim... “Em 1921, a família Finnigan comprou um terreno na rua Boulevard. O Sr. Finnigan estava com planos de abrir um  comércio na cidade, e como estavam de mudanças, queria a casa construída o quanto antes. A Srª Finnigan era um doce e uma agradável mulher, fazia bolos maravilhosos. Lility era a filha do casal, uma adorável criança. O que a família Finnigan não tinha conhecimento era para que o terreno, no qual estava sendo construída sua casa, era antigamente. Em meados do século XVI naquele local era onde enterravam os mortos da região. Os corpos sumiram, mas os espíritos permaneceram.

Construída a casa, os Finnigan iniciaram suas vidas em Manhattan. No começo, foi tudo maravilha, como num lar comum, mas não foi por muito tempo... Lility começou a ter uma amiga imaginária, chamada Kesha. Andava, falava e brincava o dia todo com sua mais nova amiga. O Sr. e Srª Finnigan enxergaram mudar as atitudes de sua filha. Ficou mais rebelde e desobediente a cada dia.

Kesha era um espírito de uma criança que morreu afogada há muitos anos atrás e agora tinha visto em Lility uma oportunidade de não ficar mais sozinha, mas para isso se realizar deveria se livrar dos pais de Lility. Aos poucos, Lility fazia tudo o que Kesha pedia, até que se deparou com uma difícil decisão: matar os seus pais e permanecer criança para sempre na companhia de sua melhor amiga.

Lility, com muito esforço de Kesha, foi convencida a fazer o ato final. A pequena menina matou primeiro sua mãe, empurrando-a da escada. Quando o Sr. Finnigan chegou em casa, Lility contou que sua mãe havia tropeçado e depois disso não respirou mais. Seu pai, calorosamente, a abraçou em silêncio. Então, Lility terminou com tudo aquilo. Pegou o canivete que estava no bolso de seu vestido e enfiou na barriga de seu pai. Este teve apenas o tempo de perguntar:

_ Por que você fez isso, querida?

_ Porque não sou mais a Lility, papai. Prazer, sou Kesha.

Depois de dias, foi encontrado os corpos do Sr. e da Srª Finnigan, mas nada da pequena menina.

Após ocorrido, todas as pessoas que moraram por ali dizem terem vivido num verdadeiro inferno, ouvindo barulhos, sussurros e vendo espíritos. Parece que a casa tem uma regra também, pois todas as famílias perderam pelo menos alguém em sua breve estadia na “casa infernal”.

Hoje, a casa está abandonada, esperando novos moradores.”

Todos na sala ficaram enlouquecidos para contar sobre essa lenda.

_ Nossa, parabéns Vitória, é uma história sensacional. – disse Leonardo.

Vitória não conseguiu segurar o sorrisinho no rosto. Sara percebendo o início de um clima, dispara:

_ Claro que a história foi boa. Gente estranha tem o hábito de conhecer e vivenciar coisas esquisitas.

Vitória nem se importou com Sara, estava numa felicidade muito grande para ficar se estressando.

_ JP, você possui muitos aparelhos eletrônicos, deve ter algumas câmeras para usarmos, não é? – perguntou Daniel.

_ Claro. Tenho praticamente todos os aparelhos usados em uma filmagem.

_ Legal. Então quando podemos iniciar? – perguntou uma animada Alana.

_ Só posso na sexta, não posso perder meus compromissos.

_ E o que seria Sara, fazer cabelo, unha e maquiagem? – brincou Leonardo.

Todos caíram na gargalhada, menos a líder de torcida da faculdade.

_ Então combinado, sexta à noite, ok? – Perguntou Henrique.

Todos concordaram e cada um seguiu seu caminho.


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