What Happens In Vegas escrita por Alex


Capítulo 8
Poderíamos, por favor, tentar novamente?


Notas iniciais do capítulo

Olá, me desculpem pela demora. Minhas aulas começaram e vocês sabem do resto kjhasjkdh
Boa leitura :)



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Depois de uma longa discussão dentro da sala da terapeuta, o horário de Kurt e Blaine finalmente havia terminado. Eles saíram do prédio de cara fechada, nenhum dos dois dando o braço a torcer até que Blaine resolveu tentar falar com Kurt.

– Vamos lá, Kurt, não foi tão ruim assim – Blaine colocou a mão do ombro do castanho, que apenas se afastou enquanto caminhavam. – Ela só quer que sejamos um casal saudável...

Kurt parou de caminhar e olhou para Blaine, semicerrando os olhos.

Nós não somos um casal – Kurt disse pausadamente, olhando para Blaine como se fosse matá-lo.

Kurt começou a caminhar rapidamente, sendo seguido por Blaine, que permanecia em silêncio.

Quando chegaram no prédio, Blaine subiu para o apartamento onde moravam, porém Kurt ficou na portaria. O mais novo ficou curioso, entretanto não questionou.

...

– Olá – o porteiro cumprimentou Kurt.

– Você é novo aqui, não é? – Kurt indagou, sorrindo. – Meu nome é Kurt.

O homem loiro sorriu, apertando a mão do outro.

– Chandler. Precisa de algo, Kurt?

– Talvez – ele sorriu maliciosamente para Chandler, que sorriu da mesma maneira. – Meu marido não gostou da maneira que você estava olhando.

Chandler abriu a boca para falar, mas ficou em silêncio. Ele franziu a testa e, depois de alguns segundos, finalmente falou.

– Você é casado?

Kurt riu, escorando suas costas na parede.

– Vamos dizer que sim. Quero dizer, levei um pé na bunda, vim para Vegas e descobri que estava casado durante uma ressaca horrível. Ele ganhou 3 milhões de dólares e agora temos que ficar casados por mais três meses para podermos dividir o dinheiro.

O sorriso voltou para o rosto de Chandler, que chegou mais perto de Kurt.

– Então você não gosta dele? – Chandler agora prensava o castanho contra a parede.

– Ei, se acalme, recém nos conhecemos – Kurt o empurrou levemente. – Se eu ficar com outra pessoa durante esses seis meses todo o dinheiro vai ficar com ele.

– Ele não precisa saber...

Chandler se aproximou novamente de Kurt, que revirou os olhos e se afastou.

– Antes de tudo, Blaine é bonito – ele avisou, rindo ao perceber a confusão no rosto do loiro. – Quero que você dê uns amassos nele.

Chandler riu, cruzando os braços. Deu alguns passos para trás e encarou Kurt, com um sorriso sarcástico estampado no rosto.

– O que eu ganharei com isso?

– Um garoto gostoso em sua cama, não é o suficiente?

Kurt não acreditava que estava fazendo aquilo por dinheiro. Já se sentia culpado, sabia que não deveria falar de Blaine – já que que o moreno vinha tentando o agradar – daquela maneira, mas ele precisava que Chandler gravasse o suficiente para que ele ficasse com um valor a mais.

– Ah, Chandler, vamos lá! – Kurt exclamou em um sussurro ao ver o sorriso do outro. – Eu não tenho dinheiro agora, se eu conseguir o que quero eu te dou quanto você quiser.

O homem girou os olhos, mas aceitou. Kurt deu todas as informações necessárias para ele, o horário que Blaine ficava sozinho, o número do apartamento, etc.

...

Kurt entrou no apartamento e foi para o quarto de Blaine, vendo que o moreno provavelmente estivesse lá.

– Blaine? – Kurt bateu na porta algumas vezes.

– Entre.

O mais velho obedeceu, adentrando no cômodo. O quarto era bem organizado, apesar de os apartamentos do prédio não serem os melhores, ambos estavam conseguindo arrumar da maneira que eles gostavam. Vamos dizer, depois de uma grande briga sobre a bagunça de Blaine o moreno começou a ser mais organizado.

– Você está bem?

Blaine estava deitado de bruços em sua cama, estava cansado, afinal eles tinham voltado tarde na noite anterior e ele ainda ficou mais algumas horas sem conseguir dormir.

– Sim, só cansado – ele se virou na cama e seus olhos se encontraram com os de Kurt. – Você está?

– Estou bem. Quer comer alguma coisa? Já é mais de meio-dia...

– Não, obrigado – Blaine sorriu fraco. – Eu vou dormir agora, se não se importa.

– Claro que não, pode dormir.

Kurt saiu do quarto, fechando a porta silenciosamente. Pegou seu celular e deitou-se em sua cama, cobrindo-se com um cobertor não muito grosso.

A tela do aparelho se iluminou e Kurt logo viu que tinha duas chamadas perdidas e algumas mensagens de um número desconhecido.

“Kurt, aqui é o Adam.”

“Podemos conversar? Se puder me liga.”

“Você está aí? Por favor, me deixe falar com você.”

“Você ainda está morando em NY? Podemos nos encontrar?”

“Ouvi dizer que você casou, me diga que não é verdade :(“

“Me desbloqueie no Facebook!!”

Kurt revirou os olhos, colocando o celular embaixo do seu travesseiro. Ficou alguns minutos de olhos fechados, tentando dormir, mas as mensagens que havia recebido não saiam de sua cabeça.

Será que deveria responder? Ele não sabia nem o motivo pelo qual Adam havia terminado o noivado, seria certo voltar a falar com o homem que o humilhou na frente de todos? Pior, o humilhou na frente de todos os convidados da festa que Kurt havia planejado para surpreendê-lo.

Já sabia quem iria o ajudar a responder todas as perguntas que estavam o deixando com dor de cabeça.

...

Após chegar no apartamento de Mercedes e Sam – que havia saído para fazer compras –, Kurt rapidamente contou tudo para a morena, desde a discussão da noite passada até as mensagens de Adam.

– Já terminou de contar?

Os dois sentavam no sofá lado a lado, com os pés descansando na mesa de centro.

– Ahn... Sim – Kurt respondeu, fazendo careta para a pergunta estranha.

– Tudo bem – Mercedes respirou fundo. – QUE MERDA VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – a garota gritou, assustando Kurt.

– Cedes, se acalme...

– ME ACALMAR? E SE CHANDLER FOR UM ASSASSINO?! VOCÊ VAI DEIXÁ-LO MATAR BLAINE?

– N-Não, eu... Uh, eu não quero que matem Blaine.

Mercedes se levantou e ficou encarando Kurt, que não sabia o que fazer. Na verdade, ele nunca tinha visto a amiga ficar tão brava. Ela geralmente era calma, mas quando algo a tirava do sério... Woah. Kurt, porém, nunca havia presenciado um “ataque” de Mercedes.

– KURT! VOCÊ PRATICAMENTE CONTRATOU UM CARA QUE VOCÊ NEM CONHECE PARA SEDUZIR BLAINE!

– Mercedes, não grite, por favor – Kurt pediu, ainda olhando para a amiga. – Não é bem assim.

– CALE A SUA BOCA! CALE A MERDA DA SUA BOCA E VÁ SE DESCULPAR COM ELE! – ela apontou para a porta, ainda gritando.

Kurt ficou em pé e caminhou até a porta, se virando para Mercedes em seguida.

– Eu não vou me desculpar.

– NÃO SE ATREVA A SAIR DES-

Kurt revirou os olhos e saiu, batendo a porta. Quando foi descer as escadas para chegar ao seu aposento acabou esbarrando em Sam, que estava com algumas sacolas nas mãos e tinha um sorriso fraco nos lábios.

– E aí, cara?

– Com licença, Sam – Kurt pediu educadamente, o empurrando de leve para poder passar. – Tome cuidado com Mercedes

– Tudo bem...

Kurt ouviu ele dizendo em um tom confuso, mesmo já estando praticamente no outro andar. Quando entrou no apartamento, viu que Blaine estava – com uma camisa de pijama completamente justa e uma calça de moletom – mexendo no fogão e aproximou-se dele.

– Está tudo bem aí? – Kurt tocou no ombro do moreno.

Blaine se assustou com o toque repentino, fazendo Kurt rir alto.

– Eu não vi você entrar – ele explicou-se, revirando os olhos. – Um pouco depois que você saiu eu resolvi cozinhar algo para nós. Mas sou péssimo nisso.

O mais novo apontou para a pia, onde tinha uma panela com arroz queimado dentro.

Blaine havia cozinhado para eles.

Blaine estava completamente mudado.

Blaine havia mudado por causa dele.

Kurt, sem nem pensar duas vezes, juntou seu corpo com o de Blaine em um abraço forte, jogando seus braços ao redor do pescoço dele.

– Não se preocupe – o castanho sussurrou no ouvido do outro. – Acontece.

– Kurt, está tudo bem? – Blaine estava confuso, porém tinha seus braços na cintura de Kurt.

– Não... Não está nada bem.

Os dois se separaram do abraço e ficaram se olhando, Blaine ainda com seu olhar confuso e adorável que fazia o coração de Kurt derreter.

– Quer conversar sobre isso?

– Adam tentou falar comigo.

Kurt percebeu que Blaine havia fechado a cara e agora parecia estar prestes a socar alguém.

– Acho que preciso ter uma pequena conversa com esse idiota. Quem ele pensa que é? – as sobrancelhas triangulares de Blaine se juntaram, ele estava realmente bravo.

O castanho corou ao perceber que Blaine se importava com ele. Colocou as duas mãos nos ombros dele, na tentativa de o acalmar – o que, pelo que parecia, não estava funcionando nem um pouco.

– Ei, shh, está tudo bem. Não vou falar com ele – falou tentando olhar nos olhos de Blaine, para que o moreno visse que ele estava falando a verdade.

O mais novo suspirou, sorrindo fraco para Kurt.

– Eu vou tomar banho, depois comemos algo, tá? – Kurt anunciou, tirando as mãos dos ombros do moreno. Ao receber um aceno positivo, continuou: – Relaxa.

Quando estava saindo da cozinha, ouviu a voz de Blaine o chamando mais uma vez. Voltou a olhar para o outro, que ainda estava parado no mesmo lugar.

– Sim?

– Eu preciso te contar algo.

Kurt deu alguns passos para a frente, chegando mais perto de Blaine.

– Diga.

– O porteiro esteve aqui, ele estava procurando por você.

O garoto gelou ao ouvir aquelas palavras saírem da boca de Blaine. Soltou uma pequena risada, sem jeito, fazendo um sinal com a mão para que ele continuasse. Entretanto estava com medo do que vinha a seguir.

–Uhm, eu falei para ele que você havia saído, então ele... Me beijou. Algumas vezes. Não conte para ninguém, por favor, eu não quis que isso acontecesse, eu... Meu Deus, isso é horrível, não é?

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, Blaine com um olhar pidão e Kurt com a boca aberta, tentando pensar no que falar.

– Eu sinto muito, Blaine – disse, logo se arrependendo ao ver a confusão no rosto do moreno.

– N-Não foi sua culpa, certo? – Blaine sorriu fraco, meio desconfiado. – Ou... Foi?

– E-Eu...

Kurt tentou formular uma frase, mas nada vinha. Ele já havia praticamente se entregado, não adiantava negar. Ao mesmo tempo, como iria contar para Blaine o que ele e Chandler haviam combinado?

– Vamos lá, Kurt – ele riu, como se tivesse ouvido uma piada, mas logo que entendeu o que estava acontecendo ficou sério. – Você não faria isso... Por favor, Kurt, me diga que você não faria isso.

O castanho ficou quieto, dando certeza para Blaine de que, sim, ele havia feito aquilo.

– Meu Deus, Kurt, eu não acredito! – Blaine levou as mãos ao rosto, incrédulo. – Você... Como eu fui tão estúpido? E eu achei que você talvez, sei lá, gostasse de mim.

– Eu sinto muito, Blaine! Eu gosto de você, tudo bem? Apenas-

– Qual é o meu problema? – Blaine gritou, com lágrimas enchendo seus olhos. – Eu realmente achei que podia confiar em você, que finalmente havia alguém que se importasse comigo! Quer saber? Se quer ficar com o dinheiro, fique com tudo, mas não precisava fazer algo tão infantil.

– Blaine, não... Por favor, deixe-me explicar – Kurt o seguiu até a porta de seu quarto, onde Blaine se virou, passando a olhar Kurt nos olhos.

– Vou ligar para Santana, me deixe em paz – o moreno tentou abrir a porta, mas Kurt segurou seu braço.

– B-Blaine, eu não acho que uma sessão iria ajudar agora, você-

– E eu acho que você não está entendendo – ele limpou as lágrimas, respirou fundo e continuou: – Eu vou pedir os papéis do divórcio.

...

– Como assim eu deveria ter esperado? – Chandler riu. – Ele estava sozinho, apenas aproveitei a oportunidade!

Kurt suspirou, fechando os olhos. Ele tinha estragado tudo. Era tão idiota, não deveria ter inventado tudo isso, Mercedes estava certa. Olhou para Chandler, que o encarava com um sorriso irônico no rosto.

– Você gravou pelo menos? O que ele disse?

O sorriso de Chandler agora parecia estar prestes a rasgar seu rosto.

– Acho que você vai adorar ouvir.

O loiro tirou seu iPhone do bolso e o aproximou do rosto de Kurt, para que ele pudesse ouvir o que havia sido gravado.

“– Eu posso falar com Kurt?

Ahn, Kurt saiu. Mas se você quiser eu posso dar o recado.”

Kurt rapidamente percebeu que Blaine estava tenso no momento em que falou com Chandler, apenas pelo tom de voz.

Não, obrigado... Blaine?

Sim, Blaine. Você é o novo porteiro, certo?

Exatamente. Chandler. Posso entrar?”

A gravação ficou em silêncio por alguns segundos, então Kurt ouviu Blaine fazer um som com a garganta, confirmando.

Então, você-“

Blaine havia sido interrompido e Kurt já sabia o motivo. Ele só precisou olhar para o sorriso assustador de Chandler para saber que ele e o moreno estavam se beijando.

“– Wow, Chandler, não. Não vai rolar. Não, n-”

A voz de Blaine foi cortada mais uma vez.

Pare! Escute, eu sou... uhm, comprometido.

Ele não vai saber de nada, prometo.

Não. Eu o amo, tudo bem?”

O coração de Kurt pareceu parar de bater por alguns segundos. Fora tão idiota em tentar tramar algo contra Blaine, o moreno o amava. Ele não tinha apenas uma queda, ele o amava e Kurt não conseguia raciocinar. Blaine estava realmente apaixonado e Kurt havia estragado tudo, logo quando ele percebeu que o moreno poderia ser uma boa pessoa para conviver.

Empurrou levemente a mão de Chandler que segurava o celular perto de seu rosto, queria que aquele áudio estúpido acabasse logo. Não queria saber o que mais Blaine havia falado, aquilo já era o suficiente.

Saiu correndo em direção ao elevador, ignorando a voz de Chandler chamando pelo seu nome. Apertou o botão algumas vezes, mas não estava com paciência para esperar. Subiu pelas escadas o mais rápido que pôde, tropeçando algumas vezes por estar indo tão rápido.

Quando entrou no apartamento, foi direto para o quarto de Blaine. Colocou o ouvido contra a porta, que estava fechada, e conseguiu ouvir alguns soluços.

– Blaine? Posso entrar, por favor? – pediu, ainda com o ouvido colado na madeira.

– Não, Kurt. Não acho que seja uma boa ideia – Blaine falou com uma voz embargada, quebrando o coração do castanho em mil pedaços.

– Por favor. Olha, eu sei que te magoei e você tem toda a razão para estar bravo, mas eu realmente sinto muito. Eu gosto de você, tudo bem? Me deixe entrar, nós podemos conversar e então tudo vai ficar bem...

Blaine abriu a porta. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, o pijama amassado e os cabelos bagunçados. Kurt queria o abraçar naquele momento, mas não tinha certeza qual seria a reação do outro.

– Você é um idiota – disse, com um sorriso forçado no rosto. – De verdade, como você tem coragem de fazer isso e então falar que tudo vai ficar bem? Eu estava começando a confiar em você, achei que poderíamos viver esses três meses que restam em paz.

– Eu sei que sou um idiota – Kurt murmurou, olhando para o chão. – Prometo que vou dar meu braço a torcer a partir de hoje e nós vamos fazer isso funcionar. Quando acabar o nosso tempo, podemos continuar sendo amigos, ou até mesmo-

Amigos? De maneira alguma. Não quero amigos que briguem comigo e paguem dinheiro para o porteiro dar em cima de mim.

– Blaine, me desculpe. Eu imploro – Kurt agora tinha lágrimas escorrendo pelas bochechas e queria, de alguma forma, escondê-las de Blaine. Entretanto, sabia que se saísse dali, o moreno não o perdoaria.

– Como você espera que eu confie em você? – gritou, ignorando o fato de que Kurt estava em prantos.

– Eu sinto muito! – respondeu no mesmo tom de voz, tentando controlar sua respiração. – Me d-desculpe, ok? Olhe para mim, eu estou arrependido, você não sabe o quanto estou.

Kurt agora falava com uma voz mansa, levantando o rosto de Blaine para que seus olhos se encontrassem.

– Nós temos mais cerca de noventa dias, Blaine. Poderíamos, por favor, tentar novamente?

...


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Notas finais do capítulo

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