Segredos Fatais escrita por DJDCAL


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi oi povo, então aqui está o novo capítulo. sim que sei que ficou pequeno, mas é que eu achei que se tivesse escrito mais a ia acabar perdendo a ideia do final dele! prometo fazer o próximo maior ok?
Agradeço aos comentários da Vanessa e da Manuzz e pela ajuda da minha amiga Ju e da Butterfly!!
comentem por favor, e podem falar a verdade! um pouco de crítica não faz mal a ninguém né??



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530594/chapter/5

“Então é assim que somos recebidos pelos empregados da Monroe Enterprises? Que falta de profissionalismo!” Um homem alto de cabelo grisalho urrou em minha direção.

Eu olhei para Alexander, o desespero piscando em meus olhos, e ele (obviamente) entendeu o meu pedido de socorro.

Mas ele não veio ao meu resgate.

Na verdade, tudo que ele fez foi torcer seus lábios em um sorriso velado de deboche. Sorriso este, que retirou todas as minhas esperanças de salvar o meu emprego. Eu me levantei, cortando a mão em um pedaço da caneca quebrada, e encarei o homem grisalho nos olhos.

Eu estava pronta para dar uma das minhas respostas mais malcriadas. Afinal, qual o propósito de balançar o barco sem derrubá-lo? Mas fui interrompida por Alexander, que percebeu as minhas intenções, e resolveu salvar qualquer que fosse o acordo que ele tivesse com aqueles homens.

“Perdoem a minha assistente senhores, ela é nova e obviamente não sabe o que está fazendo. Sabem como estão esses empregados atualmente, não são capazes nem de olhar por onde andam.”

A tensão se quebrou um pouco quando o homem grisalho abriu um pequeno sorriso e se inclinou para falar algo em voz baixa com Alexander. Eu estava quase completamente aliviada quando eu ouvi o que ele sussurrou para o meu chefe:

“Eu entendo ela ser desastrada, mas você poderia pelo menos ter escolhido uma assistentezinha mais bonita não acha Sr. Monroe? Assim você poderia aproveitar um pouco mais da destreza dela no quarto...”

Ódio puro borbulhou dentro de mim. Minhas mãos se fecharam em punhos e eu senti os meus músculos se tencionando em preparação para o soco que eu ia dar. No entanto, Matt percebeu a minha reação e se posicionou ao meu lado, passando o seu braço ao redor do meu corpo para me segurar no lugar. Eu não achei que dar um golpe nele ia fazer da situação mais fácil, então eu simplesmente concentrei a minha energia em não me mover.

Alexander deu uma gargalhada baixa para o homem grisalho e disse:

“É, acho que nem todas as brasileiras se parecem com a Gisele Bunchen!”

A essa altura minha mandíbula estava tão apertada que eu podia muito bem ter quebrado todos os meus dentes. Matt percebeu e resolveu bancar o herói:

“Bom, todos nós cometemos erros e eu tenho certeza que a Sta. Miller sente muito por ter esbarrado em vocês não é mesmo?” ele me cutucou na costela.

“Com certeza” eu tentei soar absolutamente sincera e submissa, mas isso é difícil de fazer enquanto se imagina milhões de formas divertidas de quebrar o nariz de alguém...

“Então não temos motivo algum para briga, eu tenho certeza que Alexander pagará pela limpeza de suas roupas, não é mesmo Alex?” Matt continuou promovendo a paz.

“Absolutamente, por favor, encaminhem as notas fiscais para o meu escritório e o dinheiro será ressarcido a vocês o quanto antes” Alexander respondeu olhando de lado para mim na última parte. Porque eu tenho a sensação que esse dinheiro vai sair do meu salário?

Os homens resmungaram alguma coisa com Alexander e eu não fiz questão de ouvir, simplesmente me libertei dos braços de Matt e saí com a desculpa de ir buscar alguém para limpar a bagunça. Obviamente ninguém prestou atenção em mim.

Eu marchei até a salinha do café e encarei o armário por uns segundos tentando absorver a raiva que me inundou. Raiva de mim mesma, raiva do homem grisalho (eu não quis aprender o nome dele, me conhecendo eu podia acabar na frente da casa dele com um fio de telefone durante a minha próxima TPM), mas principalmente raiva de Alexander, eu pude ver a dúvida sobre mim em seu rosto desde a primeira vez que nos encontramos e eu estava convencida de que ele estava errado, mas depois dos acontecimentos de hoje... Eu percebi que ele estava certo, e admitir isso acabou com os meus limites.

Eu dei meia volta e fechei a porta que dava para o corredor, agora vazio já que é hora do almoço, e me dirigi novamente para os armários de madeira polida.

E comecei a socá-los.

Isso mesmo, eu não fui afogar as minhas lágrimas em um pote de sorvete, ou chorar no banheiro, eu imaginei o rosto de Alexander e do homem grisalho na porta do armário de canecas e comecei a socá-lo com toda a minha força. Eu sabia que ia ter ao menos uma torção nos dedos, mas eu não podia me importar com o bem estar dos meus dedos, eu precisava fazer aquela raiva sair de alguma forma.

Palavras sujas em todas as 3 línguas em que eu sou fluente, além do inglês, saíram pela minha boca para acompanhar os meus rosnados, o barulho das canecas se chocando umas com as outras dentro do armário e o som das batidas do meu coração. Nesse momento tudo o que existia no mundo eram eu e o meu ódio.

“Sabe, existe terapia para o controle da raiva...” eu ouvi uma voz familiar atrás de mim.

Virei-me lentamente e encarei os olhos verdes-escuros de Matt Jonhson. Respirei fundo antes de retrucar em um tom gelado que surpreendeu até a mim:

“Se eu não soubesse como controlar a minha raiva, todos aqueles homens estariam indo ao dentista agora... com exceção do grisalho... ele estaria no pronto-socorro!”

Matt começou a fazer uma piada qualquer, mas o sorriso zombeteiro dele desapareceu quando ele viu a situação sangrenta de minhas mãos. Eu não sei se pela forma com que o sangue saía de pequenos cortes dos nós dos meus dedos ou pelo olhar assassino que, eu tenho certeza, estava no meu rosto, mas ele pareceu acreditar em mim. Sem mais nenhuma palavra ele simplesmente abriu um pequeno armário abaixo da pia, no lado oposto da cozinha em que eu estava, e puxou de lá uma pequena caixa branca com uma cruz vermelha pintada em cada lateral.

Eu comecei a protestar quando ele pegou o antisséptico e passou no algodão, mas o seu olhar me calou. Era um olhar de súplica e advertência, como se ele quisesse dizer: “Eu quero te ajudar e você não tem escolha a não ser me deixar!”, mas eu não podia ter certeza de que era isso que ele queria dizer. Pelo menos não do jeito que eu sempre tinha certeza sobre Alexander. Matt era muito bom em camuflar suas expressões. Ele era difícil de ler.

Eu deixei que ele limpasse os meus cortes, enchesse as minhas mãos de curativos e depois usasse o álcool para limpar as manchas de sangue que ficaram na porta do armário. Assisti tudo em silêncio, levemente surpresa com a habilidade dele com tudo isso afinal, na minha cabeça, riquinhos como ele e Alexander não sabiam fazer nada que não evolvesse analisar o movimento do mercado de ações ou comprar relógios superfaturados.

Ele percebeu o questionamento em meu rosto, abriu um pequeno sorriso de canto e respondeu à minha pergunta silenciosa:

“Meus pais são separados, eu cresci com a minha mãe em Houston, Texas. Eu sei até como lavar roupa, acredite se quiser!”

Eu dei uma gargalhada baixa antes de comentar:

“Impressionante!” nossos olhos se encontraram e ficamos nessa posição uns segundos a mais que o socialmente aceitável.

“Venha almoçar comigo... para me desculpar apropriadamente pelo comportamento de Alex” ele pediu.

“Eu tenho que ir, tenho aula essa tarde ainda...” eu disse levemente desconcertada. Em que parte dessa conversa eu dei a entender que queria ser convidada pra sair? Eu admito que os olhares foram um pouco fora de hora, mas são razão pra isso?

“Antes de almoçar? É assim que os brasileiros fazem?” ele perguntou levantando apenas uma sobrancelha (eu sempre quis fazer isso).

“Não, na verdade o almoço é uma refeição muito importante no Brasil, tanto quanto o jantar é pra vocês americanos, mas eu não tenho tempo hoje. Sabe como é, primeiro dia de aula.” Eu disse e com um pequeno sorriso acrescentei: “Além do mais, eu não acho que sair com o melhor amigo do meu chefe, mesmo que seja por motivos diplomáticos, seja a melhor forma de salvar o meu emprego!”

Suas pupilas dilataram em compreensão e eu fiquei tanto desapontada quanto aliviada. Eu não acho que teria resistido se ele tivesse insistido, mas o meu ego queria muito que ele insistisse.

“Bom, eu acho que simplesmente vou ter que esperar até que ele não possa mais viver sem a sua assistência para te convidar novamente, não é mesmo?”

“E quem disse que isso vai acontecer? Nostradamus?” eu brinquei. Eu não realmente acreditava que Alexander me manteria empregada depois de hoje. Na verdade eu já estava calculando o quão rapidamente eu poderia empacotar as minhas coisas e despachá-las de volta pra casa.

“É só um pressentimento... Até a próxima Srta. Miller” ele gracejou de volta e beijou a minha mão, como um cavaleiro faria em um filme da Távola Redonda e depois saiu da pequena cozinha sem nem me dar a chance de formar uma frase de despedida.

Ele me deixou lá, de boca aberta e coração acelerado... Sério mesmo, o que há com os homens nessa cidade??


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até a próxima povo!!