Segredos Fatais escrita por DJDCAL


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então, eu ia deixar vocês só com o prólogo, mas como ele ´muito curtinho eu resolvi postar o primeiro cap também ok??
divirtam-se



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Meu nome é Vanessa Miller, e eu sou louca!

Não louca do tipo que come cabelo, ou repete números aleatórios por nenhuma razão aparente, mas louca do tipo, irresponsável!

Aqui estou eu, no aeroporto de Chicago, esperando pelo carro de um ricaço americano qualquer que aceitou me acolher em sua casa enquanto eu curso algumas matérias na universidade local em troca de trabalhar pra ele e eu nem sei do que se trata o trabalho!

Quer dizer, fala sério, tudo que eu sei é que serei sua assistente pessoal, mas vai saber qual a definição dele de assistente pessoal. Pode ser aquela normal aonde eu saberia mais sobre a vida dele do que ele mesmo ou pode ser aquela aonde eu sou o seu brinquedo sexual disponível 24h por dia 7 dias por semana.

Daí você me pergunta, se essa é uma ideia tão ruim porque você entrou nessa?? Resposta: Quem sabe?? Eu tenho certeza que em algum lugar no meu cérebro eu vi a luzinha vermelha piscando quando eu aceitei esse acordo, quer dizer, mesmo sendo a universidade que me arranjou essa oportunidade eu ainda posso estar encarando um possível inferno na terra assim que eu encontrar o tal motorista nesse aeroporto. Não que eu já não tenha enfrentado o inferno, porque eu enfrentei, mas... perai, esse não e o ponto! O ponto é uma brasileira não deveria simplesmente aceitar ir pra a casa de um americano trabalhar em sabe lá Deus o que só porque não há outra forma de ela conseguir fazer o tão sonhado intercambio. Todo mundo sabe que quando os estrangeiros pensam em brasileiras a primeira imagem que vem a cabeça são as belas modelos de corpo em forma de violão que andam o tempo todo de biquíni e saltos altos dispostas a dançar um samba a qualquer hora.

Se o senhor Alexander Monroe espera uma mulata gostosona pra transar ele vai enfrentar um grande desapontamento porque, alem do fato de eu não pretender ser prostituta de ninguém, eu não sou esse tipo de brasileira. Eu tenho 21 anos, mas tenho a pele de uma garota de 15, cheia de marcas de espinhas e oleosa, eu sou morena, mas não no estilo glorioso da Juliana Paes, tenho os olhos cor de chocolate, cabelo de um castanho mais intenso, não passo de 1,65 de altura e não tenho a silhueta perfeita da maioria das garotas, eu sou naturalmente um pouco mais cheia do que a maioria das mulheres (especialmente as americanas) e acima de tudo, não tenho o menor facínio por biquínis fio dental. Não que eu me ache extremamente horrível, mas eu também não sou o tipo de garota que consegue tudo o que quer com um decote mais fundo.

Respiro fundo e empurro o meu carrinho de bagagens ate o portão de saída e avisto um homem charmoso de terno segurando a placa com o meu nome escrito. Me aproximo dele e ele diz com um sorriso encantador:

“Senhorita Miller?”

“Vanessa, por favor!” eu respondo após uma breve hesitação, cara eu preciso praticar meu inglês.

“Me acompanhe por favor senho... Vanessa” ele respondeu com um sorriso discreto assumindo o controle do meu carrinho. Já gostei dele!

Andamos ate o estacionamento e ele me conduz a um sedan preto lustroso, abre a porta pra mim e vai colocar as minhas coisas no porta malas. Eu já disse que to gostando dele??

“ então, qual o seu nome?” pergunto depois de uns 5 min no transito

“Ryan... Ryan Marks” Ele disse me olhando pelo retrovisor do carro

“ Entao Ryan, você trabalha pra o senhor Monroe a muito tempo?” Eu pergunto. Se ele trabalha com o tal Alexander a muito tempo pode me ajudar a descobrir se eu fui contratada pra fazer café ou rebolar de salto alto.

“Não, meu pai trabalhou pra ele e o pai durante uns 20 anos e agora eu estou trabalhndo pra poder me sustentar na faculdade” ele me disse com um sorriso fácil.

Ok, então ele não pode me ajudar muito, mas não custa perguntar ne?

“Ele é um bom patrão?”

“Sim” ele respondeu sem o menor indicio de hesitação. Bom sinal!

Eu não sabia exatamente como continuar a conversa então ele me dirigiu um sorriso brilhante e compreensivo e disse:

“Não se preocupe, o senhor Monroe é um homem muito justo, honesto e bendoso! Só fique fora da vida pessoal dele e você vai ficar bem!”

“Obrigada!” eu disse suspirando aliviada. Quer dizer, eu ainda estou extremamente nervosa, mas agora eu estou mais preocupada em fazer um bom trabalho do que em acabar no porta malas do carro de alguém.

Depois de uns 20 min de viagem Ryan conduziu o carro a um desses bairros de subúrbio que vemos nos filmes de patricinhas e eu comecei a imaginar o quão rico o meu novo patrão é. E tive minha resposta quando o carro parou não frente de um portão enorme de ferro trabalhado entre altos muros cobertos de vegetação, circulando uma área que deveria ser o suficiente para acomodar no mínimo 2 vezes o meu bairro inteiro.

Ryan se identificou com um porteiro e logo o portão se abriu ruidosamente e o carro avançou. A decoração do jardim era no nível da Casa Branca. Chafarizes, um jardim enorme com as mais variadas flores e plantas dos dois lados da estrada e um lago que começava atrás da casa e se estendia. Sorry, eu disse casa? Não, casas são construções de quatro quartos, uma cozinha e um banheiro. Eu estava olhando pra uma mansão de uns 3 ou 4 andares com a fachada completamente em vidro (coitado de quem limpa!) e varias janelas ao redor da construção de forma meio angular. Era a combinação perfeita de antigo e novo em uma so peça arquitetônica. Eu tive que tocar minha boca pra ter certeza de que não estava babando.

O carro parou na frente da entrada principal, eu desci e fui recebida por uma mulher em um uniforme branco com um sorriso de orelha a orelha.

“Boa tarde senhorita Miller, meu nome e Katherine Jones, sou a governanta do senhor Monroe, é um prazer recebe-la em nossa casa!”

Imediatamente eu me senti acolhida e todos os meus medos de assassinato após estupro foram reduzidos significativamente.

“Obrigada senhora Jones, estou feliz de estar aqui também, mas, por favor, me chame de Vanessa” eu disse exibindo o meu sorriso mais simpático.

“Somente se a senhorita me chamar de Kate!” ela retrucou sorrindo amavelmente.

“feito!” eu respondi alegre.

“Bom, vamos Vanessa, Ryan levará a suas malas, deixe-me mostrar a propriedade pra você” ela disse e eu a segui.

A “casa” por dentro era ainda mais fascinante do que por fora. Diferente de outras construções desse porte, ela não foi feita pra parecer um dos castelos pomposos da Inglaterra ou da França. A sua decoração era leve e elegante, com flores de tons claros em vasos de cristal trabalhado que deveriam valer mais do que a minha vida, mobília simples em madeira contrastando em tons escuros e claros e espelhos trabalhados de forma estratégica para que enfeitassem o ambiente, mas não refletissem a luz abundante que entrava pela maxi janela da entrada. E isso era só o saguão!

O resto daquela mansão me fez sentir como a pessoa mais miserável do planeta. Cada obra de arte, móvel, flor me encantava tão profundamente que ao final do tour pela casa eu tenho quase certeza de que estava de queixo caído. Se Kate notou ela não disse nada.

Quando chegamos ao terceiro andar ela parou em frente a um quarto, puxou a chave de seu bolso e abriu a porta para que eu entrasse. Eu paralisei assim que pus o pé pra dentro do meu novo quarto. Ele era enorme, com uma sacada do lado direito com cortinas espessas em um azul profundo, a cama era daquelas no estilo princesa, havia uma penteadeira perto da sacada e um closet gigantesco do lado oposto, ao lado do banheiro, e uma escrivaninha perto da porta. Minhas malas já estavam ao lado da cama, junto ao criado mudo. Toda a mobília era em tons de azul, branco e dourado. Esse e o tipo de quarto que você dá pra políticos, príncipes e celebridades usarem, não uma novata na faculdade!

“Você gostou?” Kate perguntou com um sorriso discreto.

“Você precisa perguntar?” eu disse irônica com um sorriso de orelha a orelha.

Ela sorriu, disse que eu me acomodasse e que descesse às 20h para o jantar e me deixou sozinha para absorver tudo aquilo. Assim que ela se foi eu me dirigi ate a sacada e vi a paisagem estonteante ao meu redor. O lago ficava exatamente a frente da minha sacada com uma mata densa atrás deste, o jardim a minha esquerda e eu podia ver os estábulos ao longe, na minha direita. Uau!

Depois que sai do transe, fui desempacotar as minhas coisas, que não eram muitas, e coloquei tudo em seus devidos lugares. Depois tomei um banho e sai com a toalha enrolada no cabelo e outra no corpo pensando no que usar. Escolhi um vestido azul marinho de maguinhas de renda que podia ser utilizado em situações mais formais e em situações casuais. Ele me fazia sentir leve e bonita então fui arrumar o resto de mim pra combinar com ele. Sapatilhas creme, maquiagem só para destacar os olhos e um perfume cítrico que combinava perfeitamente com a brisa de verão que entrava pela minha janela.

Olhei no relógio - 19:30. Peguei meu celular para me distrair das borboletas no meu estomago. Em menos de uma hora eu conheceria meu novo patrão! Medo!!


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