Scream For Me escrita por Camila


Capítulo 1
Droga de apocalipse


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Esse capítulo está um pouco pequeno, é mais uma introdução para o que vem a seguir. Bom, espero que gostem da história ;)



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Já se faziam um mês que eu estava sozinha. Um mês sem ver pessoas vivas. Bem, eu acho que é um mês, mas podem ser dois meses ou duas semanas, eu não sei ao certo, é difícil contar os dias quando a dor no coração é grande demais.

Perdi as pessoas mais importantes na minha vida, eram eles que me guiavam e me faziam continuar em frente enquanto o mundo desmoronava. Agora, já não sei pra onde ir. Então, é assim que tudo acaba, é assim que estava escrito no grande livro chamado destino. Eu, sozinha no fim do mundo, apenas com uma mochila nas costas que não tem nada de muito útil e uma arma na cintura. Grande merda! Droga de apocalipse.

Nesse ultimo mês venho vagando por aí, tentando não ser comida viva. Tenho ficado em casa abandonadas, topei com muito walkers nesse tempo, e não dormi quase nada. Talvez seja o fato de que me sinto culpada por tudo o que aconteceu. Talvez seja o meu sub consciente me dizendo que eu sou uma péssima pessoa, e que só péssimas pessoas conseguem sobreviver nesse fim de mundo, afinal estar vivo enquanto os mortos voltaram à vida é um castigo, além de ser uma piada de muito mal gosto. A terra agora seria o purgatório ou o inferno? Bem, tanto faz. Estou sozinha mesmo. Não vou durar muito, e nem pretendo.

Andei por toda essa pequena cidade a procura de não sei o quê. Suprimentos? Walkers? Sobreviventes? Quem sabe? Encontro um carro legal abandonado na rua em frente a uma casa amarela manchada de sangue na varanda da frente. Isso me lembra mostarda e catchup. Péssima comparação para se fazer a essa altura. Me aproximo do carro olhando ao redor em busca de alguma coisa suspeita. Nada. Nadinha mesmo. Tudo deserto. Não sei se isso me deixa aliviada ou me preocupa mais. Inspeciono o interior do carro antes de abrir a porta com cuidado. Sem alarme. Legal. Chave no contato. Legal. Parece que hoje é o meu dia de sorte. Entro no carro, jogo a minha mochila no banco do passageiro e giro a chave na ignição. O carro pega na hora, fazendo o painel se acender a minha frente, eu tenho 3/4 do tangue de gasolina cheio, mais uma ótima noticia. Vai dar para andar bastante antes de ter que parar em algum posto para abastecer.

Começo a fazer o meu trajeto para fora da cidade enquanto penso para onde vou. Não tenho para onde ir, nada e nem ninguém no mundo, nenhum lugar onde eu possa ter esperança de dias melhores, nenhum lugar onde eu possa encontrar a paz. Nem me pergunte por que eu continuo seguindo se não mais nada que vale a pena. Eu também não sei. Talvez eu tenha alguma semelhança com os walkers, talvez eu seja uma andarilha também. Paro o carro na estrada, pego uma garrafa de água na minha mochila e bebo um gole. A tarde hoje está quente o suficiente para eu me lembrar de tirar a jaqueta. Guardo a garrafa na mochila novamente e abro o porta-luvas do carro procurando por algo útil. Óculos de sol aviador, um creme cheiroso para as mãos, um mapa da Virgínia, um bloco de notas, caneta, e camisinha. Sim, camisinha. Como se eu fosse usá-la num futuro próximo, ou até mesmo num distante. Rio amargamente. Droga de apocalipse.

Tiro os óculos de sol da caixinha e os coloco, me olho do retrovisor do carro e dou um sorrisinho. Bonito, gostei. Pego o mapa e o examino com cuidado. Para onde ir? Em que direção seguir? Em que furada me meter? Staunton. Não é uma cidade muito grande, mas também não é minúscula. Okay, será Staunton então. Observo o mapa mais uma vez, prestando atenção no caminho e o guardo no porta-luvas. Ligo o carro e continuo na estrada por mais aproxidamente uma hora e meia, só paro quando vejo quatro carros parados no meio da pista, atrapalhando a travessia. Era só isso que me faltava. Nenhum dia podia ser completamente tranquilo, incrível. Olho atentamente para a frente tentanto entender o que estava acontecendo ali. Se fossem só poucos walkers, tudo bem, de boa. Eu podia ir lá dar um tiro na cabeça deles e acabou o problema, tiraria os carros dali e seguiria em frente. Se fosse uma horda, eu estaria ferrada, mas poderia virar o carro e voltar pela estrada a 120 km/h. Se fosse qualquer outra coisa diferente da cena que eu estava vendo a minha frente, eu ficaria bem, mas com isso não sei se consigo lidar. Humanos. Pessoas vivas. Um grupo delas. Gente discutindo e gesticulando com armas nas mãos. Droga de apocalipse.


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Notas finais do capítulo

E aí? Como foi? Gostaram? Espero de coração que sim! Bom, vou postar dia sim, dia não, portanto o próximo capítulo sai na quarta feira! Beijos e até lá ;)