Srta,

Boa noite,

Eu venho por esta carta dizer, que apenas… Eu gosto de você. E ao menos dizer, por uma vez nessa vida, que essa pessoa é você. Não sei se a quem dedico este amor, é uma sortuda ou se é falta de sorte. Sinceramente não sei. Meu amor é frágil, deixa marcas, promete afagos, carinhos, e uma boa palavra. Se ofende rápido e, desculpa, é um amor inútil. Sim, já sei que ele não é correspondido e, mesmo se fosse, já não adiantaria. Não adianta de nada eu te procurar, te ligar, olhar no meu caderno ou na minha cabeça, lembranças de ti que não vou lembrar. Não vou lembrar porque não quero. Porque não quero e não preciso querer. Você me fez mal, me fez de inútil, me fez de sapato velho, que quando fica sujo, joga-se fora. Nem fui usado. Fui descartado antes mesmo do uso. Não me tirou da caixa, não me vestiu, não me usou. Nem experimentou para ver se era bom. Sim, eu sou mais um que entra para sua lista de excluídos. O que eu ia te oferecer? Uma noite linda, a luz de velas, onde eu ia fazer igual os rapazes da vida. Ia te virar a cabeça, te colocar a pés de mim e te usaria. Usaria mesmo, contra sua vontade. Contra. Me satisfaço com gritos, com tapas e chutes. Te usaria a serviço do meu prazer. Do teu sexo. Aliás… Queria uma pausa para falar do seu sexo que, embora eu não o tenha testado, você parece fraca. Lhe observado de longe você não tem postura de mulher nem posição de cama. Te comparo com outras e vejo que, diferente de ti, as outras tem fogo, atitude, empurram-o cara na cama e falam ”safadezas” no ouvido. Tem palavra, tem voz, tem extinto fêmea no terreno dos lobos. É simples, é mágico, é prazeroso, é angustiante, porém gostoso. Eu cresço na cama na mesma proporção em que você diminui. Te faço de cadela para o meu ego satisfazer e, ao final, te descarto. Assim como um dia, você me descartou.