A Princesa Perdida escrita por Lexy Ferreira


Capítulo 21
Capitulo 20




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Pov. Bella

Mais um dia, e a que tudo se indicava, seria chuvoso. O sol não apareceu naquela manhã e tampouco parecia que iria aparecer pelo resto do dia.

Eu olhava para o céu e aquele tempo escuro e frio me dava até certa melancolia. Eu nunca gostei de tempos escuros, mais aquela tempestade que estava por vir parecia significar muito para mim naquele momento.

Eu sabia que assim como aquele dia, minha vida seria assim: cercada de escuridão e frio. Eu sentia. Eu parecia estar predestinada há algo muito maior que a mim mesma.

Não me arrependia das minhas escolhas, até então. Eu sabia que, agora que estava apaixonada por Edward, eu iria receber toda a retaliação: os falatórios do reino por eu ser plebeia, as moças invejosas por eu estar com ele, o ódio mortal de Tanya...

Só de pensar nisso meu corpo se estremeceu de medo. Nunca tive medo de Tanya, mas de uns tempos pra cá, desde o dia em que ela sumiu há algumas semanas atrás, eu sinto algo diferente. Seu olhar é mais frio que um bloco grande se gelo, um iceberg, e seu ódio é tão cortante, que parece mais afiado do que uma guilhotina no dia decapitação.

Às vezes, eu até pensava que aquela não era Tanya. Bom, talvez eu estivesse pensando besteira.

Na verdade, eu também estava um pouco agoniada hoje. Eu e Edward desde semana passada nos encontrávamos na clareira, todo o dia. Trocávamos risos, carinhos... (mais nada desrespeitoso afinal, eu era uma moça descente e me guardaria até meu casamento, como era o certo). Só que ontem, após nossa conversa sobre o casamento de Rose, ele disse que queria me perguntar algumas coisas. Estremeci. Ele me olhava sério e mentalmente eu tentava relembrar se tinha feito algo de errado.

Desci as escadas e preparei a mesa do café. Isso era algo que eu fazia todo o dia. Limpei a casa, passei as roupas, limpei a prataria, costurei roupas velhas, alimentei os cavalos (já que Liam havia ido a cidade fazer compras), limpei o porão, arrumei os guarda-roupas por ordem de cor (sim, Athenodora era muito detalhista) e enfim, já cansada, olhei pro relógio. Quase 17h00min

Peguei a capa e vi que caia uma garoa fina, mais mesmo assim, continuei. Fui para a floresta e no caminho acabei caindo. Normal- Pensei revirando os olhos, até que de repente sinto braços fortes envolverem minha cintura no intuito de me levantar

– Esta tudo bem, Bella?- disse Edward preocupado e eu apenas sorri

– Sim, estou ótima. Sabe, chuva e grama juntos não são boas coisas para os descoordenados- ele sorriu torto com a minha resposta e aproximou seus lábios dos meus, em um beijo curto.

Ele vivia fazendo isso. A principio me incomodou, mais agora, parecia uma coisa normal entre nós. Não vou dizer que não ficava surpresa quando, às vezes, ele queria mais do que nossos lábios juntos, quando ele queria aprofundar o beijo. Esse pensamento me fez corar e ele largou o sorriso, provavelmente já entendo porque eu corava.

Descobri que, Edward e eu tínhamos uma ligação um tanto estranha. Era como se, ele soubesse sobre o que estava acontecendo comigo e eu a ele só com um olhar.

– Você tem que parar de ter esse amor incondicional ao chão, Bella!!- ele falou dando gargalhada e eu dei um soco em seu ombro fazendo uma carranca e um biquinho. - Sabia que você fica linda com esse biquinho?- então ele se aproximou e me deu mais um selinho, e minha cara de "brava" simplesmente desapareceu e eu só sorri.

Andamos até a clareira como sempre conversando coisas bobas. Estávamos nos conhecendo. Sorri ao me lembrar da pergunta boba que fiz ontem, que me deixou vermelha por um tempão:

Flashback (on):

– Qual sua cor favorita?- eu perguntei a Edward após responder a pergunta que ele tinha me feito, que era: “Qual animal eu mais gostava?". Eu respondi que gostava de cavalos, porque realmente a força deles me encanta, assim como a beleza.

Edward não esperou muito pra responder.

– Marrom.

– Marrom?- perguntei confusa.

– Sim. Eu amo Marrom, porque eles me lembram chocolate.

– Gosta de chocolate?- falei risonha e ele me olhou com intensidade

– Sim, principalmente os dos seus olhos.

Flashback (off)

Eu gostava de conhecer mais sobre Edward. Ele realmente não era só o príncipe. Ele era muito mais. Ele era um homem valente, determinado, sensível, meigo, carinhoso, estudado, cordial... Acho que eu poderia ficar a tarde toda falando sobre ele- Aiai... - suspirei apaixonada.

Edward e eu sentamos no meio da clareira em meio às profusões de flores violetas e rosadas. Frésia, lilases, copos de leite, flor de laranjeira... Eram variados os tipos de flores e aquilo me deixava estupefata.

– Bella!- me chamou Edward fazendo com que eu saísse dos meus devaneios sobre flores e me virasse para lhe dar atenção- Sei que parece meio intrometido e que ainda não nos conhecemos muito, mais é que... - ele vacilou

– O que? Pode falar Edward.

– Bella, eu queria saber mais sobre você, sobre sua história, entende... - ele disse meio encabulado e eu sorri.

Já estava na hora de me abrir com ele. Precisava de alguém que ficasse do meu lado. Poderia ser prematuro, mais eu sentia que podia confiar a minha vida a Edward, e principalmente, meu coração.

– O que quer saber?- indaguei realmente interessada em saber as duvidas dele.

– Não me leve a mal, Bella- ele disse passando a mão por seus lindos cabelos bronze revoltos. - mais é que, bem, eu perguntei ao meu pai sobre sua família...

– Minha família?- perguntei confusa

– Sim, os Denali. Achei meio estranho ele não ter falado nada sobre você. Perguntei se sua mãe tinha filhas e ele só me disse que havia uma mais velha e duas gêmeas.

– Ah, entendo... - disse realmente entendo a duvida de Edward- Bom, eu confio em você Edward... - ele sorriu um sorriso gracioso e automaticamente eu sorri meio abobalhada com sua beleza exuberante- E você não sabe sobre mim, porque eu não sou uma Denali de verdade...

– Não?

– Não. Eu só sou adotada. Alistair me encontrou na porta da sua casa quando eu era recém-nascida e ele me criou até os dez anos. Deu-me amor, carinho e tudo o que um bom pai podia me dar, só que depois que ele morreu a esposa, Athenodora, que nunca gostou de mim, resolveu me excluir completamente da família Denali e hoje, o que me restou daquele tempo foi só o sobrenome, pois nem como filha ela me trata.

Edward ouvia a história meio horrorizado. Seu rosto perfeito estava com o cenho franzido.

– Quer dizer que...

– Sim, é isso mesmo. Eu acabei me tornando serva dela. Como não era sua filha sanguínea, ela fez questão de me afastar das minhas irmãs e ensinou a elas que eu era inferior e até hoje elas me odeiam.

– Bella! Isso é horrível!- ele estava boquiaberto. - Mais e seus pais? Não sabe nada sobre eles?

– Infelizmente não. - suspirei cansada- Às vezes, à noite, eu tenho alguns sonhos, e eu sei que não são sonhos qualquer. Eles são lembranças...

– E o que aparece neles?

– Bom, na maioria deles, é uma mulher me apertando no braço e correndo. Eu creio que seja a minha mãe.

– Uau, que história. Mais me diga como conseguiu ir ao baile? Quer dizer, se sua madrasta não gosta de você, com certeza ela não deixou- presumiu ele e eu contei sobre o baile.

Edward ouvia tudo e seu rosto oscilava de Horrorizado, enojado e alegre pelas vezes que me dei bem.

– E pensar que eu dancei com aquela nojenta... - ele falou se referindo a Tanya e se repugnou todo e eu estanquei

– Você dançou mesmo com ela?- perguntei com os olhos arregalados. Será que Tanya tinha razão? Ela tinha conseguido Edward e eu estava atrapalhando agora?

– Dancei-ele afirmou- mais eu sai no meio da dança. Bom, você deve saber que eu estava atrás de uma princesa...

– E ainda está?- perguntei com a voz meio embargada para esconder varias coisas: medo, choro, raiva, timidez...

– Não mais. - ele disse. Minha língua coçou em perguntar quem era mais não precisei falar nada, ele pegou minha mão e me olhou intensamente- Porque eu não preciso mais de uma princesa sendo eu já tenho uma escolhida. Porque ela está aqui na minha frente!- O QUE? Arfei com as palavras dele. Isso quer dizer que...

– Eu te amo, Isabella!

Pov. Tanya

– Eu te amo, Isabella!

Droga! NÃO, NÃO!! VOCÊ NÃO A AMA! É MENTIRA!!

Eu ouvia toda a conversa dos dois atrás das arvores. Meus olhos estavam vermelhos pelas lagrimas que eu segurava e a raiva tomou conta de mim como uma doença infecciosa que se pega rapidamente.

Olhei para baixo: Eu não estava mais com minhas roupas chamativas pelas quais eu tinha saído de casa e seguido Isabella. Eu estava com um vestido negro que tinha uma gola grande feita de pena de pássaro, possivelmente urubus, negros. E uma coroa estava em cima da minha cabeça. Naquela hora eu sabia, que quem predominava era Victória, mais principalmente, o seu ódio.

E naquele momento, ambas estavam com sede de vingança. Sedentas por poder, predestinadas a guerra, a luta e principalmente ao banho de sangue.

O sangue de Isabella.

Aquela maldita iria me pagar por pegar o meu príncipe. Edward é meu. O meu príncipe perfeito, o futuro pai dos meus filhos. EU SOU A PRINCESA!! EU!!

Eu olhava os dois sentados se beijando e minha ira só aumentou. “Aproveite bem servinha, pois seu momento vai chegar!”


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