Amor sem Compromisso escrita por BecaM


Capítulo 22
O Grande Dia




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Assim que cheguei em casa, Jake me abraçou e me deu um beijo na bochecha. Eu teria adorado essa recepção, mas não estava no clima…

– Preparada?

Assenti. Ele me puxou até a sala. Ele havia posto dois cobertores no sofá, que estava aberto como uma cama. Sentamos e ele disse:

– Eu aluguei dois filmes: Como se fosse a primeira vez e De Repente 30.

– Escolhe. - falei deixando minha bolsa no cabide.

– Ally. - chamou ele - O que aconteceu? Parece deprimida…

– Não é nada. Só to… cansada.

– Acho que um filminho ajuda. - disse ele com cara de pidão.

– Ta bem…

Sentamos no sofá, ele pôs o filme De Repente 30. Francamente, eu não prestei atenção, fiquei com a cabeça apoiada no ombro de Jake, apenas pensando no que Austin havia me dito. De repente, uma memória veio a minha mente:

FLASHBACK ON

Austin parou e me olhou, levantei do sofá e andei até ele e disse:

– Eu só… Quero que você saiba de uma coisa… Não importa com quem fique e nem por quanto tempo, eu nunca vou amar alguém com a mesma força e intensidade que eu amo você. - sussurrei para ele.

Pus as mãos em seu pescoço e o beijei.

FLASHBACK #2 ON

– Você está pedindo para eu dar uma chance ao Austin?

– Exatamente. Querida. – disse Mimi segurando uma de minhas mãos – Eu sei quando o meu filho gosta de alguém, ele fica preocupado com o que vestir, pensa muito antes de falar. Mas com você é diferente ele te olha do mesmo jeito que meu marido olhava para mim quando namorávamos, é um olhar especial, mas não é só isso, ele sempre me pergunta o que fazer com “as garotas”. E depois de muita pesquisa percebi que ele não só gosta como é perdidamente apaixonado por você.

FLASHBACKs OFF

O filme acabou e eu nem percebi. Apenas vi Jake tirando o DVD do aparelho e ponto de novo na embalagem. Ele se sentou novamente ao meu lado e disse:

– E aí? Gostou do filme?

– Sim. - menti - É bem legal.

Depois daquele momento, não fizemos mais nada, a não ser ficar no sofá, deitados e abraçados, assistindo Once Upon a Time.

(Dias depois)

Jake e Trish acham que eu estou em depressão. Não saio de casa há quase uma semana. Durante o dia reveso entre a cama, sofá, cozinha e banheiro.

Não vejo Austin desde aquele dia no shopping.

Quando não estou revesando entre a cama, sofá, cozinha e banheiro, sento em uma cadeira em frente a janela, e fico observando a rua, na esperança de ver Austin…

Ligo para ele ás vezes, mas sempre dá caixa postal…

Jake me disse que o dia do casamento já estava marcado, daqui umas duas semanas aproximadamente, esse foi o meu ponto alto da semana, mas nem assim eu saí de casa. Ele brigou comigo por causa do meu comportamento, não demonstro mais tanto meus sentimentos etc. Eu o entendo, só quer me ajudar. Jake ligou para Trish e contou sobre tudo, a mesma veio até em casa e conversou com nós, ou melhor, com ele.

– O que ela tem feito a semana toda? - perguntou Trish.

– Nada. Fica só assistindo TV, se não, está deitada na cama fazendo absolutamente nada. Ás vezes senta em frente a janela e fica lá por algumas horas. Mas raramente puxa conversa ou lê alguma coisa.

– É. Ela ta deprimida.

– Eu não to deprimida! - repliquei.

– Jake, me deixa sozinha com a minha amiga?

– Claro, eu vou pra loja. Qualquer coisa me liga.

Ele veio até mim e me deu um beijo na testa (http://1.bp.blogspot.com/-s3kKSV4oqgc/UYHJp5QTJ7I/AAAAAAAAAfM/XV2a87hx8_w/s1600/tumblr_lpd96d21x91qmxxuio1_500.gif)

Trish se sentou ao meu lado na ponta da cama e disse:

– Vai, fala o que ta acontecendo.

– Meu mundo virou de cabeça para baixo completamente.

– Por quê?

– O garoto que eu mais amei na minha vida me diz que está apaixonado por mim justo quando eu estou prestes a me casar!

– Como assim o Austin está apaixonado por você?

– É. Ele tava me ignorando, aí eu liguei pra ele, nós tivemos meio que uma DR e ele jogou a bomba na minha cara.

– E você esta confusa.

– Exato. Eu amo o Jake, mas…

– Ama o Austin também?

– É…Eu não sei o que fazer!! - falei enfiando minha cabeça nos travesseiros.

Meu celular começou a tocar. Era o Austin. Eu atendi.

– Alô. Austin?

– Ally, pode passar aqui em casa? Preciso da sua ajuda.

– Claro, mas com o que?

– A Clary.

– Já to indo.

– Valeu.

Assim que cheguei na casa do Aus, ele abriu a porta.

– Que bom que você veio. - disse ele.

– O que aconteceu?

– A Clary. Ela… Terminou com o Dallas.

– Puta merda.

Entramos em casa, aparentemente tudo parecia normal. Mas quando chegamos no quarto dela… Tudo jogado no chão, uma verdadeira bagunça. E em um canto bem escondido do quarto, estava ela, chorando e abraçando os joelhos.

Puxei Austin para fora do quarto antes que ela nos visse.

– Eu não sei se sou a pessoa mais qualificada para falar com ela.

– E você acha que eu sou? Escuta… A Clary ta toda perdida. Hoje mesmo eu encontrei dois maços de cigarro na bolsa dela.

– Austin eu não…

– Ally, ela é minha irmã. Eu não entendo o que ela está fazendo.

– Mas eu sim… - murmurei.

– O que disse?

– Passei pela mesma situação que ela uns anos atrás…

– Por que você… Por que você não me disse nada?

– Eu vou falar com ela.

Entrei no quarto de Clary e fechei a porta.

– Vai embora Austin! - gritou Clary.

– Er… Não é o Austin.

– Ally? - disse ela ao me olhar.

– Oi.

– O que você… O Austin te chamou não foi?

– Sim.

– Não precisa fazer nada para mim só porque o ele pediu.

– Mas eu quero.

– O que veio fazer aqui?

– Te alertar.

– Sobre…?

– O caminho que você ta seguindo.

– Como assim? Você nem sabe o que eu to passando!

– Acredite, mas sei. Eu passei por isso um pouco depois de terminar com o Austin…

Ela permaneceu calada, apenas prestando atenção.

– Eu… recebi uma mensagem do Austin, dizendo que eu fui a pior coisa que aconteceu na vida dele; que ele nunca mais queria me ver e que eu fui apenas uma das inúmeras namoradas que ele teve ou vai ter.

– Que horrível. Meu irmão nunca faria isso.

– Mas fez. Bem, continuando… Quando eu li a mensagem eu me perdi totalmente. Todos da minha escola descobriram isso e eu acabei entrando para um grupo de “amigos” bem diferente do normal. Eles me incentivaram a fazer coisas que eu não queria.

– Por exemplo…?

– Fumar, beber, fugir de casa e arriscar a minha vida. No começo eu até gostava, mas se tornou uma coisa viciante e repulsiva. Eu estaria na prisão ou na reabilitação se não fosse a Maia.

– Quem é Maia?

– Uma grande amiga. Ela me ajudou a sair dessa.

– E com tudo isso você quer dizer que…

– Estou querendo dizer que é uma grande idiotice mudar seu jeito de ser por causa de um garoto. Ele não toma as decisões por você. Ele não pode te controlar.

– O Dallas nunca me controlou.

– Não estou dizendo que ele fez isso. Eu já namorei ele, e sei que ele só quer o seu bem. Ele fez isso por mim, me ajudou.

– Eu não sei o que fazer Ally!

– Eu também não. Mas sei o que pode ajudar.

– O que?

– Você reprovou de ano né?

– Sim.

– Você vai para o colégio, deixa o celular em casa e presta atenção na aula. Quando voltar da escola revise a matéria e depois descanse e faça o que quiser.

– Acha que vai ajudar?

– Foi isso que eu fiz quando estudava. E além do mais, eu fui primeira da classe.

– Mas, e o Dallas?

– Eu falo com ele, pode deixar.

– Tudo bem. Mas se você ficar com ele… - ameaçou ela.

– Esqueceu? Eu to noiva.

– Ah é. Fico feliz por você. Mas…

– Preferia que fosse com o seu irmão?

– Vocês eram tão lindos juntos. Nunca vi ele tão feliz.

– Nem eu Clary, nem eu…

(...)

Deixei Clary sozinha após mais alguns minutos de conversa. Andei até a sala e vi Austin sentado no sofá, ele parecia tenso. Ao me ver ele se levantou.

– E aí?

– Ta tudo certo.

– Obrigada Ally. Sério.

– Pra ela…

– Ahn?

– Ta tudo certo, pra ela.

Ao falar isso ele entendeu na hora.

– Por que você me disse isso justo agora? - perguntei. Ele ficou quieto - Achou que eu ia mudar de opinião sobre o casamento.

– Não. Mas não ia conseguir viver com esse peso nas costas.

– Desde quando?

– Desde sempre… Nunca deixei de gostar de você… E nunca vou parar.

Então ele não mandou aquela mensagem… Se não foi ele, quem mandou?

(...)

Trish me levou para a loja de sua tia, Vestidos De La Rosa, para escolher qual eu usaria no casamento. Depois de três dias de pesquisa, decidimos ficar com um bege.

Meus pais, Maia e alguns de meus amigos vieram para Miami só para o casamento.

Depois de dias e dias, chegou o dia. Jake havia dormido na casa de Dallas junto com Dez; Trish, Maia e Kira ficaram comigo na minha casa.

Elas me ajudaram com o meu cabelo, maquiagem e meu vestido. Meia hora antes do casamento, meu pai passou em casa para me buscar. As meninas fecharam os olhos dele até que eu descesse, quando me viu ele disse:

– Quem diria. Minha única filha se casando com o primeiro namorado dela que eu aprovo.

– Pai. - falei rindo e abraçando-o.

Depois de algumas fotos, seguimos para a cerimônia.

Durante o trajeto, vi a última coisa que eu queria ver. Austin. Ele estava sentado em um banco na praça, com seu skate aos seus pés. Quando nosso carro passou, ele me viu pela janela e tentou nos seguir, FAIL.

Chegamos no local da cerimônia em quinze minutos, já estavam todos lá. Maia, Kira, Trish, meus pais e eu ficamos em um lugar mais escondido para que ninguém me visse.

A cerimônia começou, Jake entrou na igreja e logo depois entraram Dallas, Maia, Dez e Trish. Alguns segundos depois da entrada deles, meu pai me segurou pelo braço e me levou até a entrada.

Ao chegar na porta, senti todas as combinações de sentimentos possíveis: ansiedade, tontura, nervosismo entre muitos outros.

Começamos a andar, a cada passo eu me sentia muito mais nervosa e confusa. Vez ou outra o rosto de Austin aparecia no lugar do de Jake. Eu tinha uma imensa vontade de chorar, mas não conseguia. Em vez disso eu sorria levemente.

Ao chegarmos ao altar, meu pai beijou minha testa e entregou minha mão à Jake.

O padre começou a falar sobre casamentos, Deus e outras coisas, francamente, eu não prestei atenção. Mas ouvi com certeza a frase: “Quem se opõe a essa união, fale agora ou cale-se para sempre.”

Olhei para a entrada, e vi Aus parado olhando para mim, ao ver que eu o olhava, ele saiu.

– Agora, os noivos falarão seus votos e suas respostas a seguinte pergunta, - ele se virou para Jake e disse - Jake Madson Carter, aceita Allyson Ellen Dawson como sua esposa?

Jake se virou para mim e disse:

– Ally, desde que eu vi O Diário de Uma Paixão pela primeira vez, eu disse a mim mesmo “Não quero um amor limitado, quero um de cinema, para a vida toda.”. E quando eu te conheci, eu pensei, “É ela, a protagonista do meu filme. O amor da minha vida”. - ele olhou para o padre disse - Aceito.

– Allyson Ellen Dawson, aceita Jake Madson Carter como seu marido?

Virei para Jake, olhei para todos presentes, e senti o peso do mundo nas minhas costas.

– Jake - comecei a dizer - Quando eu me mudei para Sidney, achei que nunca mais fosse amar alguém. Aí você apareceu, com esse cabelo bagunçado, o estilo de bad boy e um coração de ouro. Você foi o meu melhor amigo quando eu precisei, um concelheiro quando eu sofri, um professor quando eu reprovei e um namorado quando eu me apaixonei. Eu te amo, Jake. - ele sorriu - Mas… não o suficiente. - e o sorriso sumiu - Você me faz muito feliz, mais do que eu queria, e isso é bom, mas eu não sou boa o suficiente para retribuir. Eu sinto muito.

Olhei para todos presentes, ninguém se atreveu a dizer nada. Olhei de novo para Jake, depois para meus pais, e para Trish e Dez, que tentavam conter um sorriso.

– Me desculpa. - murmurei.

Não pensei em mais nada. Apenas saí correndo, para onde o destino me levasse.


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