Feelings escrita por Maya Green


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, estava sem nada para fazer, então resolvi escrever uma one rapidinho. Espero que gostem. :2Boa leitura!



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Estava difícil de acreditar que eu havia ficado fora das propriedades do reino de Fiore por mais de três anos. Sequer conseguia imaginar como estava as coisas na pensão Fairy Tail, assim como também nem imaginava como as pessoas estavam—em especial uma certa garota que eu partira o coração...Partira não porque queria, mas por necessidade. Fora preciso que eu fosse embora e, agora que tudo havia voltado ao normal, agora que havia cumprido com meu afazer, pudera finalmente retornar.

Sabia desde aquela época que ela sentia algo por mim, assim como eu também sentia algo por ela, entretanto, também sabia que nenhum de nós havia dado conta de que o que nutríamos um pelo outro era algo bem superior a uma simples amizade.

Apaixonados... Eu havia me apaixonado por aquela garota de madeixas louras que estava perdida e encrencada. Eu a salvara, mas ela também me salvara. Ela me curara, para ser mais exato.

Durante esses longos três anos fora, não passei um minuto sequer sem que pensasse nela. Algumas vezes, frustrado, tentava me fazer esquecê-la, mas enquanto tentava tirá-la de minha memória, lembrava-me que isto seria impossível. Se nem da minha mente conseguia tirá-la, de meu coração é que eu não conseguiria mesmo.

Lucy... Lucy Heartfilia, a dócil garota que despertara meu interesse, que dominara minha mente e roubara meu coração. Sinto-me patético tendo esses tipos de pensamentos tão profundos...

Caminhei a passos ansiosos por todo o restante do percurso até o bar da falecida Mavis.

Como sempre, já se podia ouvir desde antes de aproximar-me o bastante para ficar uns três metros de distância, todo o rebu que aquele pessoa fazia. Com um largo sorriso em resposta ao sentimento de alegria que me entorpecia ao perceber que estava de volta ao lar, acabei com a distância que me separava de meu segundo lar. Escancarei a porta e tomando fôlego suficiente para me fazer audível o bastante, gritei:

— Estou de volta!

Fui correspondido com vários gritos, copos de cerveja sendo levantados e brindados com outros.Algumas pessoas aproximaram-se de mim e me abraçaram, outras me sorriram e cumprimentaram ao longe. Era bom sentir-me novamente em casa.

Rumei em direção ao balcão em que sabia que encontraria a Mira e sabia também que ela teria a resposta para minha pergunta.

Com uma investigada aprofundada por toda a extensão do bar, não encontrei o que procurava ou quem procurava e, de certo modo, isso me deixou um pouco inconsolável. Ela não estava aqui.

Será que ainda vivia aos arredores? O que havia acontecido?

—Natsu, que bom vê-lo novamente. Já faz um tempo.— Mira cumprimentou-me com um abraço desajeitado visto que estávamos sendo atrapalhados pelo balcão que nos separava.

— Ei, Mira, vejo alguns rostos novos por aqui...

— Algumas coisas mudaram desde que você partiu, Natsu.

— Ela também mudou?— Fui direto ao ponto. Minha necessidade de encontrá-la e ver o sorriso em sua face era grande o bastante para que eu ainda tivesse que enrolar Mira e arrancar a resposta de maneira indireta.

— Ela?— Mira parou um pouco para pensar, mas pareceu ter entendido no segundo em que proferiu o "ela".— Ah! Lucy? Bem, depende do que você quer dizer com mudou.

De alguma forma, não gostei muito de receber essa notícia. A maneira como Mira me respondeu foi um pouco esquisita o bastante para me deixar com uma coceira atrás da orelha.

— Lucy ainda mora aos arredores? Naquela mesma pensão?

— Ela mora aos arredores, sim, entretanto, mudara-se daquela pensão faz uns dois anos. Está morando numa casinha no meio da floresta.

— Não está confundindo-a com a Polyushka-san?— Brinquei.

Mira ao invés de sorrir, apenas meneou a cabeça e novamente um alerta se acendeu em minha mente.

— O que está me escondendo, Mira? Aconteceu algo com a Lucy?

— Assim...acontecer, acontecer, não aconteceu, mas desde que você partiu a Lucy está diferente. Ela não é mais a mesma. Diferente do comum, ela tem evitado vir aqui, tem nos evitado também. Para falar a verdade, evita todo tipo de coisa que a lembre você.

— Merda, Mira...

Eu não tinha exatamente o que dizer. Jamais imaginara que a conseguiria abalar tanto assim. Droga, Lucy!

— Me dá o endereço de onde ela mora— pedi.

Assim que Mira me passara o endereço, mal cumprimentei o restante do pessoal no bar e saí correndo em direção a floresta em que Lucy havia resolvido ir morar. Como sempre fazia, resolvi surpreendê-la, ao constatar que ela não estava em casa, entrando pela janela.

Inicialmente, dei uma checada na casa, era bonita, simples, é verdade, mas aconchegante e bela.

Quando cheguei ao seu quarto, não pude deixar de sorrir ao notar os papéis em cima de uma mesinha. Ao menos, ela não parara de escrever.

Aproximei-me da mesa e tomei algumas folhas na mão. Não resisti e comecei a ler.

Tudo o que eu precisava era poder sentir novamente aquele calor aconchegante que sentia toda vez que ele me abraçava, ou mesmo aquele calor satisfatório e relaxante que sua presença me trazia. Sua segurança e palavras doces quando necessárias me faziam desejá-lo ainda mais. Quero-o perto de mim a todo momento e não somente pelo fato de eu ter me acostumado consigo ou porque ele sempre estava me salvando de alguma enrascada, porque não é nada disso, e sim, é muito mais do que eu jamais seria capaz de explicar colocando em palavras. Palavras não seriam o bastante para que eu pudesse dizer o porquê sua presença me é tão importante e porque tornei-me tão dependente dela.

Quando se é fisgado por determinados sentimentos, não há como colocá-los em palavras, sabe-se apenas que sente e isso é tudo...

Sabe, ele não é o tipo de cara pelo qual esperei a vida inteira e, no entanto, o é. Confuso? Certamente, mas acontece que a vida sempre arruma um jeito de nos surpreender.

Veja só, acabei me apaixonando pelo tipo de pessoa que eu jamais cogitei me apaixonar. O tipo de pessoa que sempre tentei evitar. Babacas, idiotas, imbecis e bobões sempre estiveram fora da minha lista de pretendentes e, olha que ironia, fui me encantar justamente por um cara que é tudo isso.

Tudo bem, é verdade que apesar de ele ser tudo isso, há mais nele do que simplesmente as idiotices. Natsu é muito mais do que uma criança no corpo de um homem... Ele pode ser idiota na maioria das vezes, mas ele também sabe muito bem ser maduro quando necessário. Talvez eu tenha sido atraída por essa sua personalidade... não sei; tudo o que realmente sei é que mesmo suas babaquices, eu amo. O amo por inteiro. Não mudaria nada nele. Nada mesmo, porque se mudasse, ele não mais seria o Natsu, seria um estranho qualquer e quem eu amo não é o estranho e sim,Natsu Dragneel em toda sua idiotice e palavras doces, em músculos e sorriso infantil...

Essa noite tive um sonho. Há tempos não sonho com ele. Não sonho porque fiz o favor de arduamente apagar todas as lembranças que compartilhamos juntos. Não porque realmente queria, mas porque era necessário.Obviamente,que elas— as lembranças—,não foram exatamente apagadas, mas estavam lá, enfiadas no fundo da minha memória, deixadas de canto, num permanente banco de reserva, assim como também deixadas para escanteio...

Sinceramente, não sei o que aconteceu para que ele aparecesse em meus sonhos após tanto tempo. Talvez tenha sido uma recaída ante a imensa saudade que sinto de sua presença em minha vida...

Sabe, foi uma passagem rápida a sua em meu sonho, mas ao vê-lo ali, prendi-o naquele momento e sonhei com ele num estado de inconsciência e consciência, porque afinal, já não estava mais dormindo quando dei por mim que ele aparecera. O susto, a surpresa foi grande o bastante para que eu despertasse, mas, como sendo a fraca que sou, tentei dormir novamente para que pudesse sonhar com ele, numa tentativa tola de afugentar um pouco a solidão, o vazio deixado em meu coração.É claro que não consegui nada disso.Não consegui afugentar nada porque aquele Natsu estava longe de ser o que eu queria. Ele não estava aqui para me abraçar e me confortar. Não estava aqui para me dizer "Ei, Lucy, estou de volta, fique tranquila porque tudo vai passar, estou aqui com você. Esqueça toda essa tormenta, esqueça essa tristeza. Vou sanar sua saudade, vou me ocupar desse vazio em seu peito. Estou de volta e não vou mais partir. Não sem você"e, mesmo assim, mesmo sabendo que ele não podia fazer nada, não me impedi de passar horas em cima da cama, com os olhos fechados e imaginando cenas aleatórias num mundo paralelo em que nós dois podíamos ser felizes sem nada que nos impedisse de alcançar o patamar de uma felicidade cúmplice.

Confesso que não foi nada legal fazer isso, afinal de contas, jogou todo meu árduo trabalho de mantê-lo longe de meus pensamentos por água abaixo, assim como também me fez sentir ainda mais necessitada de sua presença...

A dose de lembranças que me assolara foi o suficiente para que caísse novamente na foça. Na nostalgia de relembrar os velhos tempos e na melancolia de sentir sua falta.

Aonde está você, Natsu? O que está fazendo? Sei que se lembra de mim, mas quero perguntar com que frequência pensa em mim. Será que ainda sou importante? Será que assim como eu você também percebe os gestos que as pessoas fazem e de vez em quando depara-se com algo familiar, algo que te faça lembrar de mim? Às vezes isso acontece comigo, sabe?! Por exemplo,estou conversando e de repente vejo alguém falando ou agindo como você por uns segundos e tudo o que consigo pensar é em você, em como é estranho ver outra pessoa fazendo isso,em como é estranho que você não esteja por perto falando alguma besteira, me azucrinando a paciência, enfim...

Quando vejo uma criança sorrindo, automaticamente me lembro do seu sorriso. Você sabe que eu tenho uma queda e tanto por ele, certo?! Bem, é óbvio que não sabe já que não tive tempo de sequer lhe dizer algumas coisas que vim a perceber um tempo depois de sua partida... Mas, sabe, esse seu sorriso inocente e cheio de esperanças me derrete e, mesmo que ele me derreta, ainda assim não foi o suficiente para que a vontade que tive, algumas vezes, de quebrar o seus dentes fosse embora... Já disse que algumas vezes você é babaca?

Incrível, acredito que este seja o texto mais errado que escrevo, já que provavelmente estou misturando passado e presente. É triste, mas devo confessar que não consigo me fazer totalmente acreditar que você não está mais aqui. Às vezes me iludo fingindo que te verei a qualquer momento e logo, me martirizo por isso, afinal, só tenho a perder pensando assim. É provável que você não volte mais...

Sinto sua falta, mas talvez devesse me tocar de que nossa história acabou há tempos e que não tem como ser recuperada. Aliás, ela sequer teve tempo de começar, ao menos, da maneira como eu queria. A verdade é que seguimos caminhos diferentes. Estou aqui e você está em sabe-se lá onde... Seguimos cada umasua estrada. Espero que esteja feliz, porque falando a verdade, não estou nada, nadinha feliz. Não sei se consigo ser feliz sem você ao meu lado. Achei que pudesse, mas estava enganada.

Engraçado, eu que vivia dizendo para os outros que a felicidade não depende de que você esteja ao lado de alguém para conseguir ser feliz, acabei pagando o preço pelo o que disse. É verdade que se pode ser feliz sozinho, entretanto, é um tipo de felicidade incompleta. Sei disso porque quando te encontrei, minha felicidade de alguma forma expandiu-se tanto que mal cabia em mim. Os dias eram mais brilhantes e alegres, tudo era mais interessante e perfeito. Não sei explicar direito, só sei que com você ao meu lado, as coisas tinham mais sentido, a vida era mais magnífica, enfim...

Só queria desabafar um pouco. Desabafar com palavras e lágrimas e não só lágrimas e lembranças.

Acho que só tenho a dizer algo que não te disse e que talvez nunca seja capaz de te dizer:Eu te amo.

PS.: Tentei rasgar esta folha assim que reli, mas não consegui. Não sei o porquê, mas me pareceu errado.

PS².: A observação acima é só um lembrete para quando eu for brigar comigo mesma de o porquê cargas d'água não rasguei essa coisa.

Não sou o tipo de cara que chora facilmente por coisas sentimentais, entretanto, foi impossível não deixar que algumas lágrimas corressem por meus olhos. Lucy, minha adorável Lucy estava sofrendo...

Ainda segurando a carta em minhas mãos, fazendo uma segunda leitura, não me dei conta de que alguém havia entrado na casa até que ouvi o barulho de algo chocando-se contra o chão. Um tanto quanto que em câmera lenta, virei meu corpo na direção do barulho e me deparei com uma Lucy petrificada e com olhos totalmente arregalados.

— N...Na...Natsu?— Indagou meio confusa.

Sorri em resposta.

— Ao vivo, a cores e em carne e osso.

— Como?— Ela ainda parecia não crer no que via.

Não pensei muito no que fazia, eliminei a distância que nos separava e a aninhei em meu braços. Depositei um beijo em seus cabelos, em seguida afaguei seu rosto. Lucy ainda se mantinha imóvel como que se apenas o fato de se mexer,fizesse com que eu de repente desaparecesse ou algo do tipo, não sei.

— Sou eu, Lucy, é real...— Informei-lhe.

Hesitante, ela movimentou um de seus braços de forma que o prendesse num pedaço de minha camisa a qual apertou com força. Seu rosto, em seguida, afundou-se em meu peito e as lágrimas começaram a descer de seu rosto.

—Natsu!— Murmurara em meio aos soluços.

A abracei com mais força e conforme o choro ia se apaziguando, Lucy ia se conformando de que dessa vez eu realmente estava ali em sua frente. Ia se dando conta de que eu realmente retornara.

Algumas horas mais tarde, após uma troca de conversa que colocara em dia o que fizemos nesses três anos, estávamos nós dois fitando um ao outro, cada um com um sorriso meio bobo no rosto.

— É um pouco inacreditável... Não sei se consigo me fazer crer que você está aqui, que finalmente voltou... Senti saudades, Natsu.

— As coisas não eram as mesmas sem você do meu lado, Lucy— confessei.

Em resposta ela sorriu para mim um tanto constrangida.

—Droga! Ainda acho que a qualquer momento vou acordar e perceber que tudo não passou de um sonho.

— Sinto lhe informar, mas sou euzinho mais vivo do que nunca... Estou de volta, Lucy. Vim especialmente por você.

— Já faz um tempo que eu queria te falar, mas não tive oportunidades para isto.— Arqueei uma sobrancelha, ela me sorriu.— Bem, me desculpe ter demorado a perceber, mas realmente achei que não fosse nada muito grandioso assim. Acontece que é como as pessoas dizem, é necessário perder para dar valor. Bem, no meu caso não foi exatamente assim que as coisas funcionaram, eu te dava valor, obviamente, apenas não percebi algo...

Quando ela não deu continuidade, não pude deixar de bancar o curioso e dizer:

—... perceber algo que seria...?

— Bem, digamos que eu meio que te amo, Natsu.

— Digamos que essa sua declaração de amor foi um fiasco, Lucy. Poxa, como assim você meio que me ama?— É claro que estava pegando em seu pé.

— Sabe, basicamente, ao invés de você bancar o idiota e tentar fazer gracinha com minha forma de expor o que sinto, você clama a reciprocidade do seu sentimento...— Respondeu, um tanto irritada.

— Indiretamente já disse que te amo...

— Deixa pra lá.

Ela levantou-se de cima da cama em que estávamos sentados, entretanto, é claro que quando fora dar um passo adiante para longe de mim eu a impedi e fiz com que voltasse a ficar sentada, só que dessa vez, em meu colo.

— É muito fácil tirá-la do sério, sabia?

Ela bufou e eu sorri.

— Eu te amo, Lucy. Amo tanto que foi impossível passar esses três anos sem pensar em você.— E já sem aguentar mais um minuto sequer, não pude deixar de tocar seus lábios. Eu a beijei. Fiz o que queria desde o momento que dera por mim que a amava. Toquei os lábios que por vezes eu sonhara. Senti a maciez e o gosto da boca da garota que eu amo. A sensação? A mais prazerosa possível.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Comentários são bem-vindos.Até a próxima o/|...Meredith ❤ MOSS...|



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