O cão e a aranha da rainha. escrita por AMDSS


Capítulo 3
O primeiro estranho.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe-me NOVAMENTE pelo atraso nas publicações, foram testes, trabalho, exposições, provas e etc que me atrapalharam em mandar esse dessa vez, mas vou fazer o máximo de postar outro até quinta. Boa leitura!



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– Eu disse pra você matá-lo logo invés de ficar brincando com ele- A voz vinha de dentro de uma fábrica supostamente abandonada e parecia não estar sozinha, mais alguém estava lá.
– Ah, ele parecia ser fraco, da última vez que eu brinquei com ele achei que já tinha ido dessa pra melhor.
– Daí você deixou ele solto?!
– Ia dar muito trabalho ter que soltar ele depois, além de que se ele já estivesse morto provavelmente ia estar fedendo e quanto menos tempo eu ficasse perto de coisa fedida melhor pra mim.
– É, muito bem feito seu idiota, você deu a chance de ele fugir e fazer o maior alvoroço, agora a polícia está investigando o caso.
–Desculpa, não queria criar problemas.
–Esquece, não temos mais o que fazer.Droga, eu achei que poderíamos passar mais tempo aqui mas pelo jeito teremos que sair logo. Ouça, eu vou até a cidade novamente ver umas coisas, você volte para onde nos alojamos.
–Certo vou tentar fazer tudo certo desta vez.- O sujeito deu um sorriso tentando ganhar, outra vez, a confiança de seu parceiro mas sem sucesso, seu "amigo" apenas serrou os olhos como se estivesse duvidando e deu as costas.

Os dois homens que a segundos atrás estavam conversando agora estavam de costas um pro outro e cada um seguindo seu caminho. O mais sério saiu pela porta da frente, seus sapatos foram os primeiros a sentir o calor do meio dia, na escuridão que ele estava não se percebia mas na luz dava pra ver o desgaste em seus sapatos social. O indivíduo se dirigiu a cidade como havia dito, o centro da cidade que era onde ele queria chegar fica a vinte minutos de onde ele estava, o caminho até lá não foi nada conturbado, porém chegando lá ele atraiu olhares estranhos, no começou achou que tinha algo sujo ou manchado nele mas depois veio a perceber o que eram de fato suas roupas. Estávamos no verão, na época mais quente do ano se usam roupas leves mas não era o caso dele, usava um terno preto com calça combinando, sapato social marrom e um chapéu apertado escondendo seu cabelo preto brilhante, na verdade tudo era apertado, seu corpo magro e branco era engulido por todas aquelas peças escuras e bem justas no corpo, o rosto não se mostrava muito por causa do chapéu, apenas a boca e o queixo apareciam, se estivesse num baile seria um homem encantador com o qual todas queriam dançar, mas estada nas ruas de Londres e um calor incrivelmente forte, não havia razão para se vestir desse modo.

As pessoas que olhavam pra ele sussurravam com as outras que ele devia ser um turista, não havia outra razão pra alguém estar vestido desse modo, mas ele não tinha tempo pra sussurros e deboches,ele tinha lugares pra olhar.Ele seguiu o caminho suposto pelos policiais que a vítima fez para talvez ver alguma evidencia que a policia deixou pra trás, depois foi olhar o local onde estava o corpo e também não achou nada.Isso já estava começando a irritá-lo então ele se dirigiu para o bar mais próximo, sentou num banco do balcão e pediu uma bebida:
–Isso é um saco, os oficiais levaram tudo, se eles souberem de algo talvez nem de tempo de nos prepararmos e eles já vão estar no nosso encalço- A bebida chegou e ele segurou com as duas mãos e ficou tentando encontrar seu próprio reflexo na bebida, era a única coisa que o fazia esquecer desse trabalho, ele mergulhava em seus pensamentos e em lugares mais sombrios da sua mente, suas lembranças, como ele viveu ou melhor, sobreviveu até o momento de hoje mas ele não queria aprofundar nesses pensamentos então acordou de seu transe e tomou um gole, a bebida ardia na sua garganta como se algo arranhasse ou queimasse dentro dele mas num instante ele não deu mais atenção para a dor. Seus ouvidos acharam algo interessante de ouvir.

Sentado no banco e debruçado ao balcão ele tentava ouvir toda a conversa, ele conseguia ouvir bem os dois himens bêbados sentados conversando logo atrás dele e de instante a instante ele bebericava a bebida:
–Estou dizendo, aquele cara... já ouvi falar dele... ele tinha sumido a pouco mais de um ano da cidade dele- Falava um homem magro com cerca de 38 anos, não rinha idade de velho mas as feições sim, sua barba estava mal feita e tinha marcas de expressão perto da boca e dos olhos, olhos fundos e escuros.

O amigo dele parecia mais adorável, um pouco rechonchudo e com as bochechas rosadas e um sorriso bobo estampado no rosto, de dez em dez segundo ele lutava pra manter os olhos abertos e prestar atenção no companheiro de bar.
–E como diabos você conhece ele?
–Eu trabalho como vendedor ambulante, quer dizer, trabalhava, com a evolução tecnológica as pessoas não precisaram mais de mim e eu perdi meu emprego. Durante uma das minhas peregrinações eu passei por uma cidade longe daqui e vi vários cartazes escrito desaparecido e a imagem dele, e agora ele aparece aqui em Londres morto e naquele estado, alguém o arrastou até aqui só pode ser isso.

As mãos do sujeito no balcão tremiam, ele não conseguia segurar o copo corretamente, parece que finalmente percebeu o erro de usar aquelas roupas ele suava bastante, uma de suas pernas que estava mal colocada no apoio vacilou por um instante quase o fazendo cair, a respiração e os batimentos aceleraram, ele realmente quis matar os dois bêbados mas não podia, não agora.
– O pior de tudo é que... eu acho que ele não é o único que deve estar por aqui, já vi vários cartazes de procurado, seja o que for que está levando estas pessoas... é algo grande.- Ele tinha tanto álcool no sangue que falava pausadamente para não sair atropelando as palavras.
–Eu acho que você está se precipitando.- O homem do balcão não aguentava ficar calado, ele sabia o risco que corria falando isso mas naquele momento não era mais ele, a bebida tinha tomado parte do controle.- Não foi apresentada nenhuma prova que mostre a ação de algo por aqui, a ocorrência dos desaparecimentos pode ser apenas uma coincidência.
– Você chama uma sucessão de desaparecimentos uma coincidência? E com que direito você se intromete na minha conversa?- O homem embriagado se levantou para encarar o suspeito sentado no banco.- Se tem alguma teoria melhor pode falar.

Apesar de ter bebido apenas um copo e nem ter terminado, o sujeito sentado no banco já estava sobre curto efeito da bebida e quando ele fica assim o que mais procura é uma briga. Ah como ele queria brigar, sabia que ia ter que enfrentar o amigo gordinho do cara a sua frente mas estava pouco se importando, já tinha imaginado toda a cena.

Ele ia pegar o copo com uma mão e girar na direção contraria pra acertar em cheio a cabeça do homem com força suficiente pra quebrar o copo, ia derrubar o homem na mesa redonda e pulá-la para acertar um muro no gordo antes que ele pudesse fazer algo, ia derrubar a mesa com o homem em cima e depois ia socar várias vezes o gordinho no chão, voltaria para o primeiro homem e o chutaria até quebrar-lhe umas três ou quatro costelas e pronto, fim de luta. Mas isso teria de esperar dentro de sua imaginação, ele não podia se dar ao luxo naquele momento:
–Só estou dizendo... que a ignorância é uma dádiva, uma dádiva que você não tem.- Ele bebeu o que sobrou no copo e se retirou do bar, nem sequer pegou a bebida. Ele sabia que não podia ter feito o que fez, mas pelo menos hoje ele não ia ficar a noite entediado e isso abriu um sorriso no rosto dele, mas isso era algo pra depois, agora ele tinha negócios pra tratar.


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Notas finais do capítulo

Demorei quase um dia pra digitar esse capítulo -.-



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