Pov. Sakura
Desta vez eu não acordei por causa da claridade ou por causa da insônia, e sim por causa dos gritos. Gritos de quem...?! Os meus. E para completar, lágrimas caíram pelo meu rosto. Lembro claramente o sonho.
Flashback:
Eu tava andando pela escola Eitoku Gakuen, admirava a estrutura que era muito bonita e sofisticada, até que vejo uma sombra atrás de mim. Nesse mesmo minuto, ouço gritos. Saio correndo e entro em uma sala. Vejo meu irmão deitado em uma cama onde tinha aquele menino de cabelos pretos que eu bati... Estava tirando a pele do corpo do meu irmão. Olho pro lado e vejo cabeça dos meus pais fora do corpo e meu irmao gritando:
– Socorro, Sakura! Socorro!
Eu não conseguia me mexer... Ficava parada lá. Até que um menino loiro me pega pelas costas e me coloca na cama... Eu implorava:
– Me mate, mas não mate meu irmão, pelo amor de Deus!
Neste momento, ele enfia uma faca no meu coração e fala:
– Bem-vinda à escola Eitoku Gakuen.
Fim do flashback.
Eu continuava chorando, estava com medo. Não medo desses meninos, e sim medo de perder minha família. Olho o relógio... Já são 5h55. Como eu não iria mais conseguir dormir, fui para o banheiro me banhar.
Assim que saí do banho, vesti meu uniforme novo. Era a coisa mais linda do mundo: uma saia média xadrez, uma blusa branca com um laço no pescoço vermelho e um blazer preto por cima, acompanhado da bota preta de cano médio. Deixei meus cabelos rosa enrolados nas pontas solto; batia um pouco abaixo dos peitos. Passei um batom rosa claro e rímel bem leve... Estava pronta. Não sei por que me arrumei tanto. Acho que é por ser uma escola nova... No meio do primeiro semestre, não posso fazer feio, né?
Desci as escadas encontro dos meus pais e irmão tomando café. Minha mãe me olhou e falou:
– Nossa, como você está linda, minha filha! - os olhos dela ficaram cheios d'água.
Apenas beijei sua bochecha e falei:
– Obrigada, mãe. Vou apenas tomar um café, é melhor não chegar atrasada. - eu fingia estar animada... Coloquei um sorriso no rosto enquanto falava isso.
– Sua mãe fez o seu almoço... Está ali na mesa. Coma bem e estude bem. - disse o meu pai.
– Obrigada. - dei uma um gole no café e beijei meu pai e meu irmão na bochecha - Amo vocês. Vou chegar mais tarde hoje, tenho que repor o turno que não repus ontem. - "Fiquei tão em choque que esqueci de trabalhar ontem", pensei comigo mesma.
– Boa sorte, Sah. - falou meu irmão.
Apenas olhei e acenei com a cabeça. Fechei a porta atrás de mim... Minha barriga doía, estava com medo dessa escola... Estava com medo do que poderia acontecer. Sentei em minha bicicleta e fui à caminho da minha nova escola.

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Carros de luxo chegando, limusines longas, curtas, excessivamente grandes... "Por que os alunos do colégio têm o seu próprio motorista?", me perguntei ainda mais surpresa. Até que sai de um carro Karen, uma super-modelo teen. De perto ela é mais bonita do que nas revistas. "Ai meu Deus!", exclamei sem querer, desta vez em voz alta.
– Este é o lugar onde as celebridades do país estudam. Esta escola tem todos os níveis, da creche à universidade. - disse a menina de cabelos pretos até a cintura, meio que lendo os meus pensamentos. Os olhos da mesma pareciam pérolas de tão lindos. - Oi, eu sou Hinata Hyuuga, prazer.
– Sério? Ela é linda, né? Desculpa, sou Sakura Haruno... Hyuuga? Só pode ser impossível! Da família dona da maior empresa de tecnologia do mundo? - falei, pensando que essa menina deve ser muito rica, ter dinheiro até pra limpar a bunda.
– Sim, as empresas Hyuuga. - disse ela, como se fosse só um pequeno detalhe - Qual é a sua sala?
– Pelo o que vi nos meus livros ontem, sou do primeiro ano B. E você?
Hinata parecia diferente das outras pessoas do colégio. Mesmo muito rica e de uma das famílias mais importantes do Japão, continuava sendo humilde.
– Sou da mesma sala. Acho que seremos amigas, Sakura. - falou, com um sorriso lindo que mostrava seus belos dentes.
– Espero. - disse, esperando mesmo ter alguma amiga nesta escola.

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Estávamos eu e Hinata na sala de aulas. Algumas meninas mostraram seus objetos caros; uma delas pegou o celular que carregava um acessório. O dispositivo tinha rendas e os diamantes eram dois baldes pendurados em uma corda que era aparentemente de prata.
– Onde você comprou este acessório? - perguntou uma menina morena.
– Em Vegas... - a loira disse - foi difícil de conseguir, é edição limitada.
Ela dizia isso como se fosse o prêmio Nobel da paz. Patética.
Todos ouviam atentamente a história da compra... Além dos cabelos loiros, usava óculos e estava toda vestida de rosa. Tinha visto ela sair de um carro totalmente rosa hoje de manhã. Cosplay de Barbie? Olhei com horror da cena.
– Realmente não virão para a escola... - comentou o menino de olhos claros após sentar-se em sua mesa.
A aula começa. O professor era um homem de cabelos grisalhos e um olhar vazio; chamava-se Hayato. Sua aula era muito chata, por isso estes riquinhos ficavam trocando SMS, mexendo no Twitter e Facebook. De repente, ouvimos um grito alto no corredor.
– CARTÃO VERMELHO!
"O que é isso? Por que estavam gritando cartão vermelho?", pensei. Estou confusa, não sei o que está acontecendo.
Todos na sala olharam para cima; sabiam o que era isso. Eu era a única novata na minha sala... Que porra é essa de cartão vermelho???
Vejo um cara correndo freneticamente pelo corredor, gritando a volta do Cartão Vermelho; os alunos olham seriamente.
Vejo um garoto jovem e robusto, de cabelo um pouco despenteado. Estava no chão, olhando para o seu armário, que tem uma folha pendurada de cor vermelha escrita "De F4".
O menino no chão estava apavorado, sua respiração aumentava... Estaria tão apavorado quanto eu? Olhei novamente e desesperadamente a nota.
Um jovem dirigia-se até o salão principal onde estava lotado de estudantes:
– Eles colocaram o cartão vermelho! - gritou desesperadamente Ichiro do segundo ano A. Gritou para toda a escola ouvir. Ele foi marcado com o cartão vermelho.
Vejo-o correr frenéticamente para sair da escola, mas logo uma multidão se aproxima em frente à ele. Virou-se para correr na direção oposta, mas outra multidão seguia-o.
Desesperado, virava-se para todos os lados. Estava encurralado; começaram a empurrá-lo. Ele se defendeu, batia com sua pasta.... Mas isso foi inútil. Foi acusado por deixar desamparado. Uns começaram a gritar, outros a aplaudir.
– Deixem-me em paz! - gritou o menino Ichiro .
– O que há de errado? O que é Cartão Vermelho? - perguntei à Hinata.
– É a declaração de guerra do F4, Sakura - respondeu Hinata.
– F4? O que é? Me explica, Hinata; pelo amor de Deus! - disse, sentindo medo pelo menino.
– Existem 4 mandamentos que controlam a escola; "A flor de quatro". Os quatro flores é se encurtar F4... Quem mexer com eles recebe um cartão vermelho. - Hinata contou.
– Por quê? Quem são eles?
– O líder do grupo se chama Sasuke Uchiha, herdeiro da maior empresa de petróleo do mundo. Seus pais mandam e desmandam no país. Depois vem Naruto Uzumaki, herdeiro da maior empresa de diamantes. Tem também o Gaara, da maior de carros do Japão, e o meu primo Neji.
– Os quatro das maiores famílias do Japão - eu disse, chocada. Parecia uma máfia.
– Sim, conheço-os desde o berçário. São melhores amigos desde que nasceram.
– Então todo mundo presta atenção neles por serem os mais ricos... - disse. Isso só podia ser brincadeira, não era certo.
– Exato, Sakura. - falou Hinata friamente. Enquanto isso, quatro estudantes entraram pela porta do refeitório.
– Tenho uma dúvida. Mas não são todos ricos no colégio?
– Tem uma grande diferença. A escola recebe doações dos pais deles, então os professores não podem fazer nada. Eles tomaram o controle da escola. Somos os donos da escola.
– Até você, Hinata.
Ela também parecia mandar na escola...
– Posso fazer o que quiser aqui, mas nunca machucaria as pessoas, Sakura.
Entre a multidão, a menina loira de óculos gritava animadamente:
– São os F4!
E todos se viraram para eles, começaram a bater palmas e cantar em uníssono:
– F4, novamente e novamente.
"Então eu nunca vou ver eles de uniforme", pensei. As pessoas gritavam com entusiasmo. Os quatro caras vieram, caminharam para o centro do lugar; a multidão abrindo o caminho. Olhavam como se fossem os reis do mundo, aplaudiam seus "líderes".
De repente jogam Ichiro no centro, arrastado para um outro que tinha as sobrancelhas grandes e um corte de cabelo estranho.
– Vamos jogar! - exclamou um jovem loiro com grande arrogância e cinismo.
Ichiro chorou desesperadamente. Eu estava nervosa... O povo começou a gritar repetidas vezes "VAMOS!".
Sasuke estava em pé, seu olhar para os dois que estavam na frente dele. Caminhou lentamente. Todos se calaram, ouviam o som de seus passos, como um grande eco. Ficou em frente à Riki, deu-lhe um auto e de repente soltou um soco. Mas não foi para Riki... Foi para Ichiro. Começou a bater nele mais e mais; o povo aplaudindo e gritando como se fosse um show de rock. Finalmente o derrubou, sorriu torta e arrogantemente como sempre.
– Eu disse que isso iria acabar bem - disse Sasuke, sorrindo.
Olhei pra ele com coragem. Já passou, eu não poderia fazer nada... Seria apenas espectadora. Não suporto este cara.
Enquanto isso, Riki estava muito assustado e chorava. Sasuke ria dele tão alto que parecia ridículo, patético. O menino da sobrancelhas enormes aproximou-se e colocou a mão em seu ombro Parecia que o tempo havia parado... Enquanto Sasuke estava acertando os dois rapazes, recebendo aplausos em massa do povo. Ele levantou o rosto e penteou o cabelo com a mão, dando uma de galã:
– Isto é uma perda de tempo - Naruto falou com muito ego em suas palavras.
– Este é apenas um - Neji comentou primeiro.
– Vamos embora - falou Gaara, parecendo entediado.
E assim todas as pessoas começaram a deixar a área, mas não antes do F4. Aplaudiram o ato bárbaro até que se retirassem. Olhei em volta; a loira-cosplay-da-Barbie olhava com olhos de amor para os meninos:
– Oh, meu Deus... Eles são tão grandes! - disse, totalmente embobada, assim como suas amigas.
Essa menina é patética. Como ela pode achar isso legal? Como pode achar aquilo bonito? Não aguentei ver isso... Ver esse olhar de omg-são-os-ídolos-teen-do-momento. Senti uma raiva muito grande em mim e falei:
– Ei, você!
– Tá falando comigo, lixo? - perguntou a loira com cara de nojo. "ESSA MENINA ME CHAMOU DO QUÊ?!"
– Qual é o seu nome, putinha? - perguntei, copiando a cara dela.
– Me chamo Rafaela e sou filha do maior médico do país. - falou como se eu fosse sair correndo por isso.
– Menina, eu não perguntei de quem você é filha. Você não tem nojo de olhar no espelho e ver a bosta que você é? Porque, por favor, né; ficar aplaudindo esses lixos me dá até nojo. - falei e comecei a rir. Ela estava com uma cara de bosta neste momento.
Quando me movi, esbarrei em alguém e derramei a Coca-Cola que segurava a pessoa. Olho pra cima... É o Sasuke.
– Do que você me chamou, guria?
– Ah, você não ouviu? Além de babaca, é surdo? - falei e comecei a rir da cara dele também.
– Você sabe com quem tá falando? - ele falou enquanto apertava meu braço.
Tirei meu braço dele e falei:
– Se você tocar em mim de novo, eu mato você.
– E agora? - ele diz, agarrando meu braço de novo e com um sorriso cínico.
– Eu avisei.
Solto o meu braço e dou um murro na cara dele. Sasuke estava no chão com o nariz sangrando. Nesse momento toca o sinal de fim de escola. Ele se levanta e eu repito:
– Eu avisei.
E fui embora.

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Estava no trabalho com a Ino; ela estava perguntando como era a escola nova. Era minha melhor amiga... Contei sobre os babacas que estudavam na minha escola e ela perguntou se eram gatos. Dou um murro no braço dela.
De repente, um cara chega e diz:
– O chão está sujo.
Respondi que já limparia. Olho para o chão, me aproximo do rapaz e digo:
– Senhor, o chão está limpo.
Ele, que estava de costas, vira-se e derruba o cappuccino no chão, dizendo:
– Agora está sujo. Amanhã você terá uma surpresa, Sakura.
E vai embora. Era o Sasuke... Começo a gritar:
– SEU FILHO DA MÃE! VOLTE SE FOR HOMEM!
Depois de limpar o chão, vou embora. Ino disse que trancaria a porta.
Cheguei em casa e fui dormir.

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Estava na aula de Biologia... Que tédio! Até que Hinata me chama e fala:
– Sakura, o que você fez foi uma loucura.
Ela parecia preocupada comigo.
– Não tenho medo deles, Hina - digo, bem sincera.
– Deveria ter - ela diz com olhar triste.
Então eu ouço um grito.
CARTÃO VERMELHO!
Todo mundo saiu correndo para ver o nome que estava escrito no cartão... Até que uma menina ruiva, a super-modelo Karen vaca, lê o cartão com um sorriso cínico:
– Sakura Haruno do primeiro ano B.