Manu e Gui se conhecem desde nascidos,Gui nasceu primeiro e depois Manu. Deus achou que eles seriam mais completos se tivessem alguém para os completarem. Então um foi feito pro outro e ficariam unidos pra sempre,mas ao chegarem na terra,com tantos problemas e desafios,não foram capazes de suportar,não unidos,mas conseguiram o propósito,juntar Lis e Pedro que estavam firmes e fortes,depois de tantos desentendimentos e falta de diálogo. Manu estava sozinha em casa,deitada no sofá,pensando no futuro,agora não era mais Manu e Gui,era só Manu,Lis se casaria com Pedro e precisariam ficar sozinhos. Depois de tanto pensar,ela pensou em desistir da vida,voltar pro céu,pedir pra Lis e Pedro adotarem Gustavo. Ela não tava mais suportando ser humana,era muitos sentimentos ruins pra pouco espaço no coração. Os dias se passavam e ela começava a ficar estressada e irritada com tudo,Gu e Tita que brincavam e faziam bagunça como toda criança normal,Letícia super protetora e Lis que era muito ausente,ela precisava desabafar com alguém.

Manu(sentando na cama do Gu e pegando Pínho): To sozinha aqui,como você,como não tem ninguém mais pra eu desabafar,então que seja você.

Pínho: Ixi,lá vem balela.

Manu: Eu me sinto sozinha,eu sempre tive o Guilherme comigo,do meu lado,era raro eu não o ver do meu lado. Agora...estou tendo que me acostumar a dormir sozinha,acordar sozinha,conversar sozinha como agora. Eu não sei o que faço,estou muito mal.(chora)

Pínho: Nossa,ela me parece muito triste. Eu sinto muito por não entender o que você sente.

Manu(o abraça): Não quero ficar sozinha pra sempre,eu tenho que ir embora.

Pínho: Que...como...como é?

Manu(o segura forte a sua frente): Eu sei que você pode me escutar,mas também posso estar ficando louca. Cuide bem do meu Guzinho,ele é muito importante pra mim e nada é mais forte do que o amor de uma mãe pelos seus filhos,ele faz parte de mim e sempre fará e por isso deixo ele nas suas mãos e nas mãos das pessoas que eu mais confio que são Lis e Pedro.

Pínho: Não,não.Peraí,mas e sua gravidez?E o bebe que ta dentro de você?Pra onde ele vai?

Manu: Eu vou embora,mas porque não vou ter forças pra cuidar do Gustavo como ele merece,ele merece tudo,mas eu não posso dar tudo a ele,por isso,deixo pra que Lis possa dar.

Manu jogou Pínho num canto e saiu,foi tomar um vento pra clarear a mente e o coração. Gui estava na casa de Pedro deitado no sofá,sem fazer nada,pensando no erro em ter contado pra Manu de uma garota que nem existia,ele pensou em ligar pra ela,mas achou melhor deixar como está. Lis estava atenta as explicações do professor,mas as vezes,se distraía com Pedro que a chamava só pra flertar. Mais dias se passaram e Manu estava mais irritada ainda com tamanha proteção de Letícia.

Letícia: Meu Deus,Manuela. Olha isso,olha. Ela está com um arranhão no braço. Tenho que leva-la no médico. Como você não viu isso?

Manu: Deve ter sido na escola. O Gu não bate em ninguém.

Letícia: Não culpo seu filho,mas é que a minha menina é muito do bem e pequena,não sabe se defender.

Manu: É criança,o que eu posso fazer?

Letícia: Seu trabalho é vigia-la e você não o fez.

Manu: Eu faço sempre quando ela está fora da escola,dentro da escola não sou eu que vigio.

Letícia(senta e passa a mão na cabeça): Meu Deus,o que vou fazer?

Manu: É só um arranhão e você fala como se o olho dela tivesse caído,pare de fazer tempestade em um copo d'água.

Letícia(se levanta): Olha,eu te pago pra cuidar bem da minha filha enquanto eu não estou olhando.

Manu: Eu cuido e estou farta da sua maneira de cuidar. Você é uma ótima amiga,mas péssima mãe.

Letícia(perplexa): O que?

Manu: Você está sufocando a menina e a impedindo de ser feliz.Crianças foram feitas pra se machucarem,cair faz bem,todo mundo cai,todo mundo se arranha e sai sangue,mas ninguém morre. O Gustavo ta cansado de cair no chão e se machucar,mas está aí cheio de saúde.As crianças precisam aprender o que pode e o que não pode,o que machuca e o que não machuca,precisam explorar o mundo onde vivem.Sua filha vai morrer se continuar presa.

Letícia: Se você não está satisfeita com o meu jeito,então te recomendo a porta da casa.(cruza os braços)

Manu(suspira triste e determinada): Ótimo,era isso mesmo que eu estava esperando.

Manu dá a mão a Gu e vai saindo,Gu com cara de tristeza dá um ultimo adeus com a mão pra Tita que tenta correr até ele,mas Letícia a segura,Manu sai pela porta batendo e muito brava,Letícia solta Tita que fica chorando e fazendo pirraça,querendo que Gu volte. Letícia fica olhando a porta,tinha perdido uma grande amiga.

Letícia: Manu...não vai não.

Manu veio arrastando Gu,ele não queria ir,ele queria brincar com Tita,Manu disse que ele nunca mais veria ela e que era pra aceitar isso e parar de chororô.Manu chegou na casa de Lis e deixou Gu sair correndo pro quarto,ela queria conversar com Lis,mas ela disse que não tinha tempo,era muitos trabalhos e foi assim vários dias,Manu precisava conversar e Lis não escutava,não se importava,tinha coisas mais importantes pra fazer do que escutar Manu. Manu se sentiu mais excluída ainda. Letícia,várias vezes,tentou ligar pra Manu,mas ela não atendia,Gu estava um pouco deprimido também,mas Manu estava mal demais pra perceber isso,ela somente cuidava da saúde por causa do bebe que tava na barriga dela e que já tinha 7 meses.

Manu: Lis,preciso falar com você.

Lis(mexendo em vários papéis): Não posso agora, estou cheia de tarefas,é muito trabalho,eu vou me matar assim.

Manu: É rápido,eu preciso mesmo.

Lis: Fala então.

Manu: Eu me demiti do serviço.

Lis: Que?Enlouqueceu?

Manu: Eu estou farta da proteção de Letícia,ela que crie a filha numa casa de vidro,eu to fora.

Lis: E como você vai se sustentar?Não posso te sustentar e sustentar seus filhos sozinha não,Manuela.

Manu(alterando a voz): E o que vai fazer?Me expulsar daqui?

Lis: Se continuar querendo ficar de vida mansa aqui sem ajudar,vai pra rua mesmo.

Manu: Claro,é fácil me jogar fora quando já está com Pedro as minhas custas,isso já está pago pra vida inteira.

Lis: Sua folgada.

Manu: Sua...

Manu não consegue encontrar a palavra certa,então sai e se tranca no quarto. Lis vai até a porta e fica batendo e falando pra ela sair,pois a discussão ainda não tinha acabado. Gustavo chama a mãe e Manu abre a porta com cara de raiva olhando pra Lis,Lis só solta um 'finalmente' e Manu puxa Gu fechando a porta na cara dela. Lis saiu fulminante dali.Enquanto Manu estava deitada de lado acariciando a barriga com Gu sentado a sua frente,ela passava a mão no cabelo dele enquanto ele mexia em Pínho. Talvez,aquele seria o ultimo dia dela na terra.