O dia começou fresco,um sol fraco,nuvens espalhadas pelo céu e os passarinhos cantando na janela,só eles pra acordarem Lisandra,que já acorda de péssimo humor. Levantou de sua cama e saiu trombando em quase tudo até conseguir achar o banheiro,passou meia hora no banho só refletindo sobre a vida,saiu enxugando seus cabelos e olhou o relógio,ainda faltava meia hora para as 8 da manhã,que era o horário que ela tinha que chegar em ponto para seu primeiro dia de aula na faculdade de medicina. Sua roupa e materiais de estudo estavam já arrumados sobre um sofá que havia em seu quarto. A casa dos pais de Lisandra era bem ampla e arejada,sua mãe adorava natureza e por isso tinha flores na casa e um belo jardim que Lisandra fazia questão de cuidar. Seu pai que deixou uma bela herança tanto em dinheiro como na personalidade humilde,a ensinou a usar o dinheiro sabiamente e ter auto controle.Lisandra tinha um carro que ganharia de presente dos pais quando fizesse 18 anos,ela o usava,pois o carro de seus pais foi destruído no acidente.Ela terminou de se arrumar e saiu rumo a faculdade,escutava musica em um tom suave,calada e atenta,era muito observadora. Chegando na faculdade,estacionou logo em uma vaga com sombra,afinal,saía as 2 da tarde. Entrou na faculdade e deu oi a todos os conhecidos que cresceram juntos brincando na rua,ótima fase da infância. Parou em uma parede onde havia o numero da sala de cada turma,ela anotou e estava tão atenta as salas que não percebeu que havia outro atento que vinha na mesma direção. Se trombaram e voou livros,papéis,pastas,copo d'água e foi uma zona.

Lis: Ô idiota,não olha por onde anda?

Pedro: Lis?

Pedro que a olhava perplexo com tamanha mudança na aparência,Lis ainda o olhava com cara de brava analisando em seu cérebro,quem seria ele.

Lis: Vai ficar me olhando ou vai me ajudar?

Pedro: Desculpe,mas você também trombou comigo,então nós dois temos que juntar tudo.

Lis: A cada dia que passa o cavalheirismo entra em extinção.

Ambos foram juntando suas coisas,Pedro terminou primeiro e ficou por fitá-la dos pés a cabeça. Lis termina e o olhava estranhando.

Lis: Tá olhando o que?Nunca viu?

Pedro: Claro que sim,fomos namorados.

Lis: Fomos?Quando?

Pedro: Eu fui seu primeiro e único namorado.

Lis: Pedro?

Para Lis,foi difícil reconhecer Pedro,afinal,ela tinha feito de tudo para esquece-lo.

Pedro: Pelo visto me esqueceu.

Lis: Sempre esqueço pessoas insignificantes.

Pedro: Pare de fingir,que você sabe o quão importante fomos na vida um do outro.

Lis: Importantes a ponto de rolar traição?Isso não é ser importante,senhor Pedro.Agora com licença,preciso encontrar minha sala,antes que eu me atrase,afinal,futuros médicos não podem se atrasar.

Pedro: Vai fazer medicina?Eu também.

Lis: Que interessante,principalmente a parte que essa faculdade é de medicina.

Lis saiu andando procurando a sala e Pedro foi atrás. Ela percebeu e parou para fazer uma pergunta,apesar de querer evitar conversas.

Lis: Está me seguindo?

Pedro: Não,estou procurando minha sala,que por coincidência,é aquela ali,perto do banheiro masculino,que sorte.

Pedro sai andando para a sala e Lis fica sem acreditar,não era possível que seria a mesma sala que a dela,ela parou em frente a porta e ficou conferindo os números por 89634538 vezes,o professor que iria entrar na sala,para ao seu lado.

Professor: Senhorita,por que não entra?Vejo em seu papel que o numero corresponde ao mesmo da sala.

Lis:(Por fora)Eu sei.(Por dentro)NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO.

O dia foi intenso,com muitas anotações,mas Lis sempre foi muito aplicada. Por diversas vezes ela olhava para o lado e via Pedro,ele parecia aéreo e brincava com o lápis equilibrando no nariz,ela sorriu e relembrou que ele sempre foi o mais distraído em questão de estudos. As 2 bateu o sinal e Lis não foi embora,ela foi na cantina almoçar,pois apesar de ser uma bela cozinheira,ela estava com preguiça de cozinhar. Pedro apareceu e pediu um refrigerante,enquanto esperava,fitava Lis outra vez,ela parou de comer por alguns segundos com a colher na boca,o olhou e voltou a comer o ignorando,ele pegou o refri e vazou. Lis chegou em casa as 2:45,se jogou no sofá e deixou materiais e sapatos jogados no chão,ficou a olhar pra cima pensando no futuro,no que estava por vir.Bem longe dali,havia uma festa no céu,4 cupidos haviam se formado e iriam em uma missão na terra. Depois dos outros cupidos que estavam felizes por não terem ganhado a missão,afinal,era uma grande responsabilidade. Manuela,Guilherme,Joana e Gael tiveram uma séria e longa conversa com São Luis,o santo que mandava os cupidos para a terra. Os outros cupidos simplesmente iam e flechavam,mas dessa vez seria diferente. Eles se tornariam amigos dos casais,Gael e Joana tinham a missão de juntar Fabrício e Laís,um casal de grandes amigos que estavam por ter a amizade em risco,Manuela e Guilherme tinham a missão de juntar Pedro e Lis,um casal de ex que brigam demais. Ambas missões eram difíceis e tinham que ter muito cuidado,teriam que se tornarem amigos dos casais e depois de juntá-los,voltariam para o céu. Já no imenso portão dourado do céu,prestes a viajarem para o mundo pela primeira vez,ambos casais estavam nervosos.

Joana: Que medo de ir pro mundo,disseram que lá é terrível.

Manu: Quem disse?

Joana: Os anjos. Você sabe que eles conhecem o mundo mais do que os cupidos.

Gui: Depende dos anjos,tem anjos que já foram pro mundo,tem outros que nunca foram,como os cupidos.

Gael: Não importa,pessoal. O que importa é que vai dar tudo certo e poderemos voltar com missão completa.

Manu: Eu tenho medo desde pequena de ir para o mundo,mas estando com o Gui,vai dar tudo certo,né?!

Gael: Isso porque é seu marido e marido cuida,eu e a Joana,somos só amigos.

Joana: É a mesma coisa marido,amigo. Todos aqui somos amigos.

São Pedro que cuidava do portão e controlava a saída e entrada de pessoas celestiais,abriu e permitiu a saída,mas antes deu um aviso aos 4.

São Pedro: Já sabem,a única maneira de voltarem,é vocês morrendo,mas se morrerem,nunca mais voltarão para a terra. Guardem bem esse aviso na mente de vocês.

Os 4: Ok.

Os 4 chegaram perto de um buraco que tinha entre as nuvens e se jogaram,desceram em queda livre e bateriam as asas quando começassem a chegar na terra. Manu pousou com seu longo vestido branco como uma pétala de rosa,ela olhou de um lado para o outro e não viu Gui.

Manu: Gui?

Guilherme com toda sua delicadeza,pousou igual uma rocha caindo no chão de cara deixando o formato do seu rosto no chão de um beco onde não passava ninguém.

Manu: Pelo visto você ainda não aprendeu a pousar né,senhor Gui?

Guilherme(Se levantando e limpando o terno branco): Não fui delicado?

Manu: você não é delicado nem no nome,Gui. Agora vamos procurar a casa da Lisandro e Pedra.

Guilherme: Não,não.O nome deles é Lisandra e Pedro,não esquece do A e do O que são letras importantes no nome.

Manu: Ai,Gui. Esquece o nome e vamos andando.

Eles saíram do beco e foram andando pelas ruas procurando a casa,eles tinham o numero,o nome da rua e a imagem da casa. Enquanto andavam,as pessoas os encaravam como se fossem dois malucos.

Guilherme: Querida,acho que estão pensando algo errado sobre nós,não param de nos olhar.

Manu: É,acho que estamos vestido errado. O que vamos fazer?

Guilherme: Vamos nos apressar.

Ao encontrar a casa de Lis,já era fim de tarde.

Manu: Eu li no livro que se chama alguém na casa tocando campainha ou batendo palmas.

Guilherme: Eu toco campainha,é isso aqui,eu já vi a imagem no livro a mil anos.

Manu: Querido,você guarda tudo na memória.

A campainha tocou duas vezes e nada,na terceira vez Lis olhou pela janela,ela acordou do seu cochilo da tarde e isso a deixava de mal humor.

Lis: Pessoas de igreja?Nem posso fingir que não estou,a casa está toda aberta.

Ela se ajeitou e saiu para atende-los.

Lis(abrindo o portão): Posso ajudar?

Manu: Você é a Lisandra?

Lis: Hããã...Quem gostaria de saber?

Manu: Eu. o.õ

Lis: E quem seria você?o.õ

Guilherme: Eu sou o Guilherme e ela é a Manuela.

Lis: E o que desejam?

Manu: Queremos falar com você,te ajudar,entende?

Lis: Claro,duas pessoas estranhas vestidas de branco dizendo que querem me ajudar. Isso acontecesse sempre.

Manu: Que bom,aí você não vai pensar que somos dois malucos. :D

Lis: o.õ

Guilherme: Tenho a sensação que ela está pensando sim que somos dois malucos.

Manu: Por favor,confia em nós. Sabemos que você precisa de ajuda.

Lis: Por favor,vão embora antes que eu chame a polícia.

Manu: Acredita em nós,precisamos falar com você e não vamos sair daqui enquanto você não conversar com nós.

Lis: Então não saiam.

Lis fechou o portão e entrou,Manuela e Guilherme ficaram do lado de fora esperando por um tempo de pé,depois se sentaram no chão encostados na parede. Passou o dia e já era 7:45 da manhã,hora de Lis ir para a faculdade,ela saiu com o carro e os viu sentados a encarando. Ela encarou de volta e saiu rumo a faculdade.Voltou no mesmo horário de ontem e os viu dormindo sentados em um sol forte. Lis guardou o carro e voltou para conversar com eles,ela sentia que eles não iriam embora. Ela parou na frente deles e os cutucou.

Lis: Com licença,poderiam sair da frente da minha casa?

Manu: Não,enquanto você não aceitar conversar com nós.

Lis: Desculpa,mas eu não converso com estranhos.

Lis saiu andando e Manu se levantou as pressas parando na frente dela a impedindo de passar.

Manu: Sabemos que você sofre pela morte de seus pais,que se sente sozinha e ainda sofre por um antigo amor,agora confia em nós?

Lis: Agora confio menos,me deixe passar.

Guilherme(Se levantando): Lisandra,somos cupidos e queremos juntar você com esse antigo amor,se estamos aqui,é porque essa história ainda não está terminada.

Manu: Não somos maus,confia em nós.

Lis: Vocês?Cupidos?Daqueles que juntam pessoas apaixonadas?Tão de zoa?

Manu: O que teremos que fazer para você acreditar e confiar em nós?

Lis: Confiança se conquista ao longo do tempo,mas provar que são cupidos....sei lá,poderiam voar,cupidos tem asas né.

Manu olha para um lado e para o outro e a rua não tinha ninguém.

Manu: Tudo bem.

Manu vai para o meio da rua e faz suas asas aparecerem,grandes asas que derramavam brilho ao se mexerem. Manu voa com delicadeza e pousa ao lado de Lis. Ela que estava de olhos arregalados e boca aberta.

Lis: Meu deus,eu vi isso mesmo?Não é efeito de computação?

Guilherme: Computa...O que?Não,não. É real,se quiser,pode tocar.

Guilherme faz a asa aparecer.

Guilherme: Toca.

Lis toca,passa a mão,puxa e não sai,parecia muito real,até pediu para ele tirar o paletó e a blusa que ele usava para ver se estava agarrado na pele dele.

Lis: Uau,como?Quando?Porque?Eu estou perdida.

Manu: Agora acredita que somos cupidos e que só queremos ajudar?

Lis fica em silencio olhando os dois,mil pensamentos se acumulavam em sua cabeça. O que faria?