Velha Infância - Berita escrita por Tay Pereira


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Oiê, bom primeiramente quero dizer que não demorei tanto como antes, não é? rsrs, mais não postei antes porque tinha que colocar a matéria da escola em dia.
Obrigada pelos comentários *-*
Espero que gostem do capítulo, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529780/chapter/8

Clarita olha para Beto e para Francis, eles se encaravam como se estivessem prontos para uma briga.

“Briga?” – pensou Clarita.

Jamais eles iriam brigar, não teria motivos para isso. Beto sempre foi seu amigo e Francis...

– Sim, ela tem namorado – disse Francis, atrapalhando os pensamentos de Clarita.

– Como é que é? – Beto e Clarita falam juntos.

– Estamos namorando desde hoje – falou Francis, pegando na mão de Clarita. – E você não tem nada haver com nossa vida – disse, olhando para Beto.

Beto olha para Clarita e em seguida, para Francis.

– Que namoradinho você foi arranjar, hein Clarita – falou o seu amigo de infância.

Clarita respira profundamente e ouve Francis dizer:

– E o que você tem haver com a Clarita? Ela apenas trabalha para o Café do seu pai, você não tem direito de querer saber da vida dela.

– Parem vocês dois! – exclamou Clarita, impaciente. – Se querem saber, nenhum dos dois tem haver com a minha vida. Agora deixe-me ir para casa – e ela começa a andar.

– Clarita! – Francis a chama.

– O Beto foi meu melhor amigo quando éramos crianças – diz ela, virando-se de frente para ele. – Você não precisava ter falado, tudo o que falou. E você Beto, se eu estiver namorando ou não, isso não te interessa.

Assim, Clarita foi em direção ao seu apartamento sem ser seguida por nenhum deles, pelo menos foi o que ela pensou.

– Quem você pensa pra me tratar daquele jeito?

Ao virar-se para ver quem disse essas palavras, Clarita encontra Beto com uma expressão séria no rosto.

– Tratar como? – questionou.

– “Se eu estiver namorando ou não, isso não te interessa” – disse ele, imitando a voz dela. – Eu sou seu amigo de infância, voltei para o Brasil, tento se aproximar de você e você me trata como se eu fosse um desconhecido?

– Você pode ter sido meu amigo de infância, mais isso não significa que devo satisfação da minha vida para você.

Beto riu e questionou:

– Por que você está assim? Desde hoje cedo, no orfanato. Eu pensei que quando nos víssemos novamente, iríamos continuar com a nossa amizade.

– Nós crescemos e mudamos, Beto.

– Ah então você esqueceu que prometemos sermos amigos pra sempre?

Foi a vez de Clarita rir.

– Nós éramos crianças, Beto. Pensei que já tinha esquecido de tudo isso.

– Pelo contrário, eu lembro de minha infância como se fosse ontem.

Clarita abaixa a cabeça, e começa a lembrar da despedida de Beto do Orfanato Raio de Luz.

– Eu também – ela sussurrou.

– Sério? Não parece. Por que você está tão diferente? O que foi que eu fiz?

– Eu estou diferente? – questiona Clarita. – Eu continuo a mesma, quem mudou foi você!

– Eu? – fala Beto. – Claro que não!

– Eu não fui adotada por ninguém, tenho que trabalhar para me sustentar, minha irmã está longe de mim. E você? Foi adotado, seus pais são ricos o que significa que você não precisa trabalhar para se sustentar, não paga aluguel e não tem uma irmã que ainda está no orfanato, pois também não foi adotada por uma família que lhe dê do bom e do melhor. Você não é o mesmo garoto que eu conheci a seis anos atrás!

– Isso não tem nada haver com a nossa amizade.

– Você é filho do meu patrão! – gritou Clarita. – Eu sou uma garçonete, será que você entende isso? Qualquer um que vê que somos amigos irão falar que me aproximei de você por interesse, seus pais não iriam gostar que você seja amigo de uma garçonete como eu, sem contar a sua namorada!

– Pensa que ligo para o que os outros irão dizer? – fala Beto, pegando nas mãos de Clarita. – Apenas o que quero é ter os meus amigos do orfanato novamente comigo. Os amigos que fiz no orfanato foram os melhores que já tive na vida, os outros amigos que tive foram por interesse. Mais eu sei que vocês são diferentes.

– Então, por que não procura o Mosca?

– Por que procurar ele se eu reencontrei a minha melhor amiga, a qual prometi ser amigo pra sempre?

– Desculpa Beto, mais não quero voltar com a nossa amizade.

– Como é que é? – questiona ele, soltando as mãos dela. – Foi aquele imbecil do seu namorado que não quer que a gente se aproxime?

– Primeiro, ele não é meu namorado.

– Não?

– Ele mentiu.

– Por quê?

– Por idiota – Clarita bufou, em seguida continuou: – Segundo, quem não quer sou eu.

– Por quê?

– Eu já falei os motivos. A nossa infância foi boa enquanto durou, mais agora já somos adultos, diferentes em vários aspectos. Não adianta querermos se aproximar por causa do passado, não somos mais crianças.

– Parabéns Clarita! – exclamou Beto. – Conseguiu o que queria. É bom saber que a infância que tivemos, não significa nada para você, pois pra mim significa e muito. Mas não se preocupe, nunca mais vou te procurar pra tentarmos sermos os amigos de antes, afinal tudo mudou, não somos mais os mesmos. Se é isso que você quer, beleza! A partir de agora, eu sou o filho do seu patrão e não o seu melhor amigo por quem um dia você foi apaixonada – e Beto saiu, sem olhar para trás.

Minutos depois, quando entrou no apartamento Clarita se joga no sofá e começa a chorar.

– O que foi que eu fiz? – questionou.

– Clarita! – disse Mili, entrando no apartamento. – O que aconteceu, amiga? – ela abraça Clarita.

– Eu sou uma idiota, Mili.

– E eu vou pra casa! – fala Mosca, que estava na porta. – Até amanhã, Mili.

Quando ficaram sozinhas no apartamento, Mili pergunta para Clarita:

– O que você fez?

– Discuti com o Beto. Falei que não podemos continuar com a nossa amizade de infância, pois somos diferentes e... – Clarita chora mais. – Eu falei tudo, mais...

– Mais...

– O Beto pensa que nossa infância não significou nada pra mim. Eu sempre lembrei desses momentos, porém com Beto de volta ao Brasil, essas lembranças são mais constantes, entende?

– Você está confusa, é só isso – disse Mili, abraçando Clarita e deixando ela chorar livremente em seus braços.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!