Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 21
A Irmã Dois e os brinquedos possuídos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Sei que demorei e peço desculpas pela demora! Expliquei melhor o que rolou com o pai da Alexia, espero que entendam. Então, boa leitura e espero que gostem!



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Capítulo 21 — A Irmã Dois e os brinquedos possuídos

— O que você fez?! — Gritou Alexia sentindo seus olhos serem invadidos pelas lágrimas após ver o seu pai cair daquela altura, enquanto olhava para a irmã dois — Por que fez isso?

Alexia estava abalada demais. Não entendia o que levava uma pessoa a invadir um castelo, só para ter o prazer de jogar o pai dos outros do alto de um castelo. Aquilo era maldade demais, o país das maravilhas estava impregnado de maldade, e tudo o que ela queria naquele momento, era voltar para a sua vidinha normal e pacata.

— Eu vim em busca de vingança — Disse a irmã dois entre dentes — Pergunte a sua mamãe. Acho que ela não lhe contou a história inteira — Ela jogava todo aquele pano de sua saia do vestido para o lado, enquanto exibia o quadril de aranha. Caminhou até o local onde Jared caiu, e subiu no parapeito — Vamos! — Ordenou ela, olhando para as criaturinhas que falavam engraçado.

Em seguida, ela pulou dali. Alexia queria poder acreditar que ela poderia morrer daquela maneira, mas não seria fácil assim. Nunca é. A garota se pendurou no parapeito, e viu a Irmã Dois descer o castelo como uma verdadeira aranha, usando de sua teia para se pendurar. Aquela imagem causava arrepios.

Alexia tornou a olhar para trás, e viu aquelas criaturas carregando seus talheres marchando em direção a porta. Ninguém fazia nada para impedi-los. Para vingar a morte de Jeb. A garota até chegou a pensar que a Vermelha merecia reinar. Ela pelo menos sabia ordenar, ninguém entraria em seus aposentos, mataria um de seus convidados e sairia impune.

Mas logo esse pensamento sumiu de sua cabeça. Se o pai de Alexia havia morrido, é por causa da maldade e a corrupção que se encontrava no subterrâneo. Se caso a Vermelha continuasse no trono, inocentes morreriam todos os dias. Mas ao mesmo tempo, a Branca não era capaz de manter o reino.

A garota estava perdida em seus devaneios quando Jared chegou correndo. Ele tinha um rastro de sangue saindo pela sua boca, além de mancar de leve. Porém, ele estava vivo.

— Argh, e eu achando que tinha me livrado — Resmungou Morfeu bem baixinho, para não chegar a ser tão deselegante.

— Jared! — Exclamou Alexia — Onde você estava?

— Espera aí — Disse o rapaz parando para descansar ofegante, apoiando uma de suas mãos em seu joelho enquanto respirava fundo, com o dedo indicador da mão livre levantada. Depois, rapidamente se ajeitou — Eles me prenderam na salinha. Falavam que caso não conseguissem pegar Jeb, me levariam no seu lugar. Só consegui fugir agora.

— Claro, depois que a Irmã Dois vai embora fica fácil — Debochou Morfeu. Nem para escapar de um bando de criaturinhas com garfos na mão ele era capaz, não conseguia acreditar como Alexia conseguia gostar dele.

Jared revirou os olhos, ignorando Morfeu e olhou envolta logo em seguida. Alyssa estava chorando, enquanto se apoiava no parapeito. Alexia sentiu uma pontada de culpa. Seu pai havia morrido. O amor da vida de sua mãe, seu pai... E estava sendo tão insensível. A garota se aproximou de sua mãe, e colocou uma das mãos em suas costas, afagando-a de leve.

— Eu sinto muito, mamãe... — Disse a menina. Alyssa olhou para Alexia com um segundo de força em seu olhar, que logo foi tomado pelo luto e a tristeza. A mulher abraçou a sua filha com força, colocando sua cabeça no peito da menina, enquanto suas lágrimas rolavam.

— Eu não devia ter me esquecido daquela megera.... Não devia ter achado que ela desistiria — Dizia ela soluçando.

— Ela quem? O que ela queria vingar? O que você fez? — Alexia insistia. Por mais que respeitasse o luto de sua mãe, continuava precisando de respostas.

— Não fui eu.... Foi a sua avó, Alison — Disse Alyssa fungando o nariz depois de se afastar do peito de sua filha, com os olhos inchados e marejados — Venha, vamos entrar. Não há porque continuarmos aqui fora.

Alexia aceitou sem contestar. Sabia que sua mãe lhe contaria quando se acalmasse, mas não adiantaria nada falar o que queria em prantos. Passavam pelos corredores, a Branca estava auxiliando os seus guardas feridos, junto com os outros que ainda podiam andar. Alyssa ignorou tudo isso, passando direto pelos corredores, procurando por um local mais calmo.

Desceram as escadas e caminharam até a sala onde Alexia estava com Alyssa e Morfeu, antes de descobrirem sobre o ataque. Mas dessa vez, Jared estava junto. Alexia se sentou em uma poltrona, enquanto Alyssa bebia um copo de água um pouco trêmula. Ninguém ousava proferir uma palavra sequer, mas os olhos de Alexia denunciavam sua curiosidade, mostrando que ela precisava urgentemente de uma resposta.

Alyssa respirou fundo e deixou o copo sobre uma mesinha.

— Antes que eu viesse para o país das maravilhas, a sua avó veio. Ao contrário de mim, que só queria descobrir a verdade, ela estava determinada a se tornar rainha desse local. Morfeu a auxiliava — Disse Alyssa dirigindo um olhar para ele — Mas ela encontrou algo que a fez mudar de ideia.

— Que coisa? — Perguntou Jared, mas Alexia lhe dirigiu um olhar mortífero, para que não interrompesse e que tivesse paciência.

— Aqui no país das maravilhas, existe um vale. Neste vale descansam os mortos. Mortos do mundo inferior, e mortos do mundo. As irmãs são encarregadas de cuidar deste local. A Irmã Um é boa, sua parte do vale é bonita, cheia de brinquedos bem cuidados. Mas a parte da Irmã Dois é obscura e com brinquedos quebrados.

— Para que servem os brinquedos? — Perguntou Alexia curiosa.

— As Irmãs colocam as almas dos espíritos mortos nos brinquedos. Mas não é fácil mantê-los lá dentro, eles se irritam. Geralmente são brinquedos perdidos, nunca voltam aos seus donos. Acontecem raros casos que os brinquedos voltam, e aí vem aquelas histórias de bonecas assassinas, mas esse não é o caso.

— Isso é horripilante — Jared estremeceu.

— Para manter os espíritos nos brinquedos, de tempos em tempos elas sequestram uma criança. Ela fica lá, presa numa enorme teia de aranha, sempre adormecida. Seus sonhos acalmam as almas nos brinquedos e só assim elas conseguem manter as almas. A sua avó, Alison encontrou um menino preso na teia quando esteve lá, e o libertou. Os dois fugiram juntos, ela se apaixonou por ele.

— E por causa disso desistiu do trono, deplorável — Morfeu revirou os olhos e Alyssa pigarreou.

— Ela desistiu do trono e se casou com ele. Morfeu apagou sua memória, e ele não se lembrava de nada por aqui, e foi aí que eu nasci. Mas escontrar crianças com bons sonhos não é tão fácil, a Irmã Um foi atrás de outra. Mas a Irmã Dois não. A Irmã Dois ficou certa de que queria vingança. Como não conseguiu pegar o papai de volta, ela começou a perseguir Jared enquanto eu descobria sobre o país das maravilhas.

— Mas — Alexia juntou as sobrancelhas — Do que adianta?

— De nada! Era só uma vingança tola e sem raízes. A simples vontade de pagar uma vida com outra vida. Conseguimos nos safar e viver anos longe dela, mas quando menos esperávamos, ela deu o seu cheque mate...

— Eles conseguiram outra criança para colocar no lugar? — Questionou Jared.

— Muito provavelmente — Disse Morfeu meio impaciente — Não ficariam tanto tempo sem uma criança, demora, mas não tanto assim. Mas a Irmã Dois é movida por sentimentos ruins.

— E eu tinha esperanças de que ela tivesse esquecido... — Disse Alyssa com os olhos meio distantes. O silêncio tomou a sala, com o luto de Jeb. Mas o luto não durou muito... Logo a Branca entrou junto com um soldado.

— Tenho algumas notícias. E não são muito boas...

Alexia encarou-a e arqueou uma das sobrancelhas. Estava meio irritada com ela, havia sido fraca e não impediu nada naquele aquele ridículo ao castelo. Chegava a dar a impressão de que ela esperava e torcia por aquilo.

— Tá bom — Disse a garota se ajeitando onde estava sentada — Pode mandar.

A Branca respirou fundo fazendo uma careta. Se sentou no sofá olhando para Alexia, enquanto esfregava suas mãos em suas coxas, por cima do tecido do vestido.

— A Vermelha está planejando o seu ataque. Mas ela não quer atacar o castelo. Ela quer uma batalha justa, no Glorian Day.

— Glorian Day? — Alexia arqueou uma das sobrancelhas — O que é isso?

— É uma data comemorativa do nosso reino. Uma espécie de “feriado” — Disse ela fazendo aspas com os dedos — É para comemorar o dia em que a Vermelha perdeu seu trono a primeira vez. Ela quer neste dia porque é irônico retomar o que perdeu no mesmo dia em que comemoram a sua derrota.

— Ta e... Quando que isso vai rolar? — Perguntou Jared.

— Bom... Amanhã — Disse a Branca coçando a nuca.

— O que?! — Disse Alexia se levantando abruptamente — Como vai ser? O que vamos fazer?

— Nós iremos — A Branca deu de ombros — Você decide se quer participar, mas eu não posso negar. Seria uma desonra.

— É claro que eu vou negar — Disse Alexia como se fosse óbvio.

— Espera, Alexia... — Disse Alyssa interrompendo-a — A Vermelha vai usar o Jaguadarte, não vai?

Alexia sentiu um arrepio passar pelo seu corpo, fazendo-a estremecer. O poema que leu não lhe agradou nem um pouco. Se a Vermelha usar o Jaguadarte a coisa ficaria feia, mesmo que agora tenham a lâmina Vorpal.

— Sim.... É a arma principal dela. Procuraremos um guerreiro para usar a espada e usaremos o Capturandam na batalha para dar uma equilibrada.... Mas ainda acho que será difícil vencer — Disse ela meio desanimada.

— Alexia, você precisa lutar! — Disse Alyssa olhando para Alexia. Realmente, só intraterrenos mandariam seus próprios filhos para a batalha, que tipo de pessoa faz isso?!

— O que? — Alexia elevou a voz.

— O Jaguadarte é a fonte de poder da Vermelha! Se você o vencê-lo, ela é obrigada a largar o hospedeiro.

— A sua irmã! — Jared esclareceu.

— E nós temos a arma — Disse a Branca olhando para Alexia — É uma chance e tanto querida, pense.... Mesmo que vençamos essa batalha, a Vermelha não vai desistir, e com o Jaguadarte vivo, não adianta de nada. Esse seria o segredo para pará-la de uma ver por todas.

— Vocês falam isso porque não são vocês que vão lutar com um dragão enorme que pode acabar com você em segundos!

— Alexia, pense bem.... Se não fizer isso, o país das maravilhas nunca vai ficar em paz. E consequentemente, você também não vai! — Disse Alyssa.

— Você só diz isso porque quer a Alice de volta! — Gritou Alexia.

— E eu tenho culpa disso? Meu marido está morto! Minha filha foi tomada de mim quando era muito nova! — Alyssa gritou voltando a chorar — Eu estou desesperada, Alexia!

— É, mas eu acredito que trocar uma filha pela outra não é a melhor opção! Qual é, isso é a mesma coisa que trocar seis por meia dúzia!

— Lexy... — Alyssa tentou argumentar, mas foi interrompida.

— Eu não quero saber. Me deixem em paz, não vou me arriscar de novo — Disse Alexia negando com a cabeça, enquanto sua face demonstrava insatisfação e ódio, antes de sair pela porta e batê-la com força.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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