Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 13
Tweedledum e Tweedledee


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal miiiiiiiil perdões pela demora, sério kkkkk vou até excluir outra fanfic pra agilizar essa aqui. Espero que gostem e boa leitura!



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Era difícil se concentrar no caminho. Ou em qualquer outra coisa, quando o seu guia não para de falar. O país das maravilhas já é confuso e passa a sensação de estar andando em círculos.

Ficava até complicado saber se as cartas zumbis se aproximavam. Isso porque o chapeleiro só sabia murmurar uma canção falando de um morcego que piscava.

— Quando ele vai parar? — Jared apertou o passo até chegar ao lado de Alexia, que andava um tanto distraída — Isso está me dando nos nervos! — Ele sussurra, mesmo não tendo tanta necessidade. Dificilmente o Chapeleiro ouviria — Eu sei que os seres no submundo são loucos, mas ele está passando dos limites.

— Talvez tivesse alguma droga em seu chá... ou quem sabe nos chapéus. Você sabia que antigamente, os chapeleiros eram conhecidos mesmo por sua loucura, graças ao material que era usado nos chapéus? Isso explicaria — Alexia começava a tagarelar novamente. Algo muito comum quando se encontrava nervosa.

Jared, sem saber o que responder dava de ombros. Nem ele mesmo sabia o que fazer quando a garota começava a falar. Mas por sorte, não teve que se manter calado por muito tempo. O Chapeleiro sempre inventava algo novo para dizer ou fazer.

Alexia estava extremamente distraída naquele momento. Talvez porque a ficha tinha finalmente caído.

Quanto tempo fazia que estavam ali? O tempo era confuso no País das Maravilhas, e tinha medo de acabar preocupando seus pais.

Mas de qualquer modo, se eles souberem de seu sumiço, com certeza saberão onde ela está. O submundo sempre era como um imã para quem carregava a maldição.

O problema é que Alexia realmente não fazia ideia de como escaparia dessa. Não era como num livro, onde você sabia que no final, tudo daria bem, de um modo ou de outro. Podia acabar ficando louca, como todas as Liddell afinal.

Alexia se perguntava como a sua mãe lidou com o país das maravilhas com o seu pai, Jeb. O que teria enfrentado? O que ela temia para não contar a própria filha que aquele local tão mágico era real?

Medo ela de fato sentia. Ela exalava isso, Alexia conseguia sentir sem esforço algum. Foi ela entrar na biblioteca e encontrar o livro que a sua mãe ficou totalmente desconfiada.

E agora ela estava ali, e provavelmente Alyssa poderia estar surtando agora, nos braços de seu marido. Ou nem tenha notado o sumiço ainda, dependendo de como passa o tempo ali.

Alexia agora sentia falta de seus antigos problemas. Se voltasse para eles, prometia não reclamar nunca mais. Era muito fácil se preocupar com as provocações de Amber do que... bem... sobreviver num local totalmente desconhecido e mortal.

A garota estava totalmente perdida em seus pensamentos, quanto foi parada abruptamente, junto com Jeb, graças ao chapeleiro que estica seus grandes e magros braços. Ele então se virou para eles, com um sorriso perturbador no rosto e aqueles olhos verdes brilhantes.

— Acho que temos companhia... — A sua voz era incrivelmente serena, e Alexia chegava a preferir que ele gritasse do que falasse daquele modo. Era ainda mais aterrorizante quando tentava soar calmo.

Alexia e Jared franzem o cenho confusos tentando ver a ‘’companhia’’ da qual o Chapeleiro dizia.

Não muito longe dali se encontravam dois garotos. Ou seriam homens? Anões? Alexia não saberia dizer.

Eles pareciam estar em uma grande discussão. Era de fato uma figura estranha.

— Será que se jogarmos os dois, descida à baixo eles rolam como uma roda? — Sussurrou Jared no ouvido de Alexia que teve que fazer um grande esforço em conter o riso.

O Chapeleiro virou a cabeça para eles, parecia aborrecido com o comentário de Jared.

— Não deveriam ter dito isso... — Dizia ele sabendo que algo ruim aconteceria.

E como sabia. Aqueles eram os gêmeos Tweedledum e Tweedledee. Famosos por discutir sempre, pelo fato de sempre pensarem diferente um do outro. Eram exatamente o oposto, a única coisa em que se assemelhavam era a aparência.

— Nós ouvimos este comentário impertinente ai atrás! — Gritou com uma voz estridente e muito engraçada um dos gêmeos barrigudinhos. Eles se viraram para Jared e Alexia.

Não apenas seus corpos eram redondos. Seus rostos eram tinham o formato de uma circunferência perfeita, com grandes bochechas e queixo rechonchudo.

“Parece até o bebê daquela velha malvada do filme A viagem de Chihiro. Só que bem, beeem menor. E talvez um pouco mais gordo” pensou Alexia, contendo a vontade de falar aquilo em voz alta, para divertir Jared.

Mas se o Chapeleiro havia alertado-os, provavelmente era porque não foi certo dizer aquilo. E se não foi certo, é porque eles ficariam ofendidos. Se eles ficam ofendidos... bem, veremos no que dá.

— Impertinente não! Grosseiro! — Gritava o outro também se virando, parando exatamente como o irmão.

— Impertinente! — Gritava o outro, colocando as mãos na cintura e se virando para o irmão.

— Grosseiro! — Retrucava o outro fazendo o mesmo movimento.

— Você está me imitando! — Disse o primeiro dessa vez, aborrecido.

— Grosseir... Quer dizer, você está me imitando! — Disse o outro que em seguida caiu na gargalhada.

Alexia e Jared encarava a cena sem entender muita coisa. Do país das maravilhas foram levados de repente para um sanatório?

Já o Chapeleiro por sua vez se divertia com a discussão, soltando sua risada esganiçada e nada contagiante enquanto batia palmas.

— Qual o problema deles? — Perguntou Jared.

— É coisa de família — Respondeu o Chapeleiro e em seguida gargalhou novamente. Os irmãos estavam resolvendo começar a brigar. Mas as suas pernas e bracinhos eram pequenos e desproporcionais ao corpo redondo.

Imagine uma bola de isopor com quatro palitos de dente. Dois são os braços e os outros dois as pernas. Era tão divertido quanto ver o tiranossauro rex usando suas mãos minúsculas.

Então o Chapeleiro se entediou novamente e pigarreou.

— Hm... Ora meninos, se comportem! Isso é jeito de tratar visita? — Dizia ele parecendo estar irritado. Mas o Chapeleiro nunca conseguiria passar essa sensação. Mesmo que quisesse. Seria sempre o louco chapeleiro do chá.

— Oh — Exclamou um deles — Finalmente chegaram. Pensei que demorariam! Muito prazer, meu nome Tweedledum e do meu irmão é Tweedledee.

— É ao contrário — Disse o outro contrariado — eu sou o Tweedledee e ele é o Tweedledum.

Alexia tinha a sensação de que eles estavam fazendo um grande nó com os neurônios e miolos de seu cérebro. Depois de algum tempo entendeu. Eles não trocaram o nome e sim a ordem.

Talvez ambos tivessem um ego tão forte que não aceitariam ficar por último, nem mesmo nas apresentações mais banais.

— Oh... muito prazer eu me chamo Alexia e...

— Alice! — Exclamou Tweedledee. Ou seria Tweedledum? Eram tão parecidos...

— Não, Alice foi a minha... — Alexia voltava a se explicar, mas foi interrompida novamente.

— Alice! — Desta vez o outro se pronunciou.

— Alexia! — Ela cerrou os dentes irritada.

— Alice! — Disseram os dois juntos e em seguida olharam um para o outro, assustados. Talvez concordar não acontecia com muita frequência entre eles.

— Arrgh, desisto! — Disse Alexia irritada, cruzando os braços.

Chapeleiro soltava outra gargalhada e suspira.

— Meus ilustres amigos, esta é Alexia, descendente de Alice. Este é o seu amigo... hm... mundano, Jared? — Ele olhou para o rapaz com medo que tenha errado o nome. Mas Jared assentiu com a cabeça tranquilizando-o.

— E quem é você? — Perguntava um deles desconfiado.

— Ora, não seja tolo! É a lebre de março! — Disse o outro irmão.

— Pois me parece o Chapeleiro... — Disse o outro pensativo.

— Se te parece, porque perguntou?

— Chega! — Jared gritou. Sabia que havia sido indelicado, porém aquilo estava lhe dando dor de cabeça.

— Muito bem — Suspirou o Chapeleiro — O que estão fazendo, pequeninos?

— Estamos nos preparando para a batalha! — Disse um deles sorridente com um graveto na mão.

Alexia achou estranho. De país das maravilhas para sanatório. De sanatório para o mundo de Harry Potter? Qual seria agora? Nárnia?

Quem sabe talvez não encontre Frodo e o Anel?

— Mas qual batalha? — Perguntou o Chapeleiro.

— O Glorian Day, é claro! — Disseram os dois ao mesmo tempo — A lagarta nos disse que está por chegar!

— Mas a lagarta já completou sua metamorfose, Morfeu não me contou nada sobre isso e... — Dizia ele e em seguida resolve parar de pensar.

Então Morfeu era a lagarta...

— Por que ele diria isso? — Alexia arqueou a sobrancelha desconfiada. Será que era apenas porque ela se encontrava ali. Pois assim que o ver de novo, faria questão de mostrar para ele irá embora o mais rápido possível!

— Não faço ideia, minha querida — O Chapeleiro deu de ombros.

— Bem — Continuou um dos irmãos — Soubemos que a Vermelha está se preparando para a batalha, assim como a Branca. A vermelha está furiosa, mandando suas cartas para todos os cantos, procurando por algo que não sabemos.

Alexia engoliu em seco. Obviamente o tal de Glorian não sei das quantas tinha a ver com o fato de ela ter chegado no local.

— Ela até liberou o Capturandam! — Disse o outro estremecendo de medo — Vocês estão nos atrapalhando! Temos que vestir nossas armaduras!

— Mas que armaduras? Não sabia que vocês tinham! — O Chapeleiro indagou.

— Nós mesmos criamos! É a de melhor qualidade! — Disse o outro irmão.

— Sim, o único problema é coloca-las — Disse o outro.

— Nós podemos... ajudar! — Disse Alexia e em seguida olhou para Jared e O Chapeleiro, com seus olhos pidões.

— Tudo bem, tudo bem... — Chapeleiro suspirou derrotado.

— Ótimo! — Os irmãos disseram juntos e foram buscar a sua tralha.

Alexia teve que se segurar para não rir quando eles voltaram cheios de travesseiros.

— Essa é a armadura de vocês? — Debochou Jared.

— Sim, essa mesma! — Disse um dos irmãos contentes, aparentemente não percebendo o comentário com uma pontada de maldade de Jared.

— Vamos, eu ajudo vocês — Alexia disse se aproximando, gargalhando.

Eles tinham também um grande rolo de fita isolante. Alexia pegou um dos travesseiros e envolveu um dos braços de um deles e enrolou com a fita. Jared então foi ajuda-la, mas com o outro irmão para poupar tempo.

Em seguida, Alexia pegou outro travesseiro e colocou na barriga do senhor barriga. Como uma não era suficiente para envolve-lo, ela pegou outro e colocou em suas costas, juntando tudo na fita isolante.

Depois fez o mesmo com as pernas e colocou uma outra em cima da cabeça, presa em suas orelhas.

— Estão prontos — Dizia ela reprimindo o riso.

De fato, se eles não conseguiam se mover muito bem antes, agora estava praticamente impossível. Alexia achava que não seria possível eles ficarem mais gordos até fazer isso. Mas se eles insistiam... não ia conseguir fazer aquilo sozinhos.

— Muito obrigada, Alice! — Disse o outro sorrindo. Alexia tentou não se incomodar pelo fato de trocarem os nomes. Eram tão teimosos quanto mulas!

— Não há de quê e... — Ia dizendo até que escutam barulho.

Marchas.

E lanças batendo no chão.

— Eles estão perto demais para conseguirmos fugir dessa vez! — Disse Jared preparando suas armas.

— E aparentemente não tem nenhum penhasco por aqui! — Disse Alexia irritada, sacando o arco e a aljava de flechas. Já podia vê-los, marchando bravamente.

— Eles estão vindo, eles estão vindo! — Gritavam os gêmeos colocando os braços para cima, começando a correr em círculos, de um modo extremamente desengonçado. Como se não pudesse ficar melhor, se chocam um contra o outro e caem no chão, começando a rolar.

— Isso responde a sua pergunta, Jared? — Disse Alexia se dando o luxo de rir num momento tão crucial.

Ele assente com a cabeça e dá um sorriso torto, e volta a olhar para os inimigos.

Eles não estavam esperando rendição. Chegavam para aniquilar. E Alexia não estava nada a fim de ter a sua cabeça desgrudada de seu corpo.

Pegou uma flecha em sua aljava, posicionou no arco e mirou em um deles. Contraiu o abdômen, flexionou o braço que segurava a flecha e puxou a corda até o seu queixo. Não era tão difícil. Olhou para a sua primeira vítima. Se sentiu tentada a fechar um dos olhos, para enxergar melhor, mas ouvira dizer uma vez que o certo era atirar com os dois olhos abertos.

E então soltou a flecha.

Ela saiu zunindo em direção ao alvo. Mas não o acerta, acerta o que está do lado.

— Ah, fala sério! — Pragueja Alexia e Jared começa a rir.

— Olhe pelo lado bom, não foi um tiro perdido...

— Mesmo assim! — Resmungava ela pegando outra flecha. Odiava errar.

Aparentemente, as flechas não causavam nada além de furos nas cartas. Mas era o melhor que Alexia podia fazer por ora.

Posicionou a flecha, puxou a com força. Mirou em outra carta e a soltou. Porém errou novamente. A flecha foi em direção a uma árvore que estava exatamente do lado do alvo.

— Ah, fala sério! — Dizia ela irritada.

Jared via que pouco estava adiantando e tentava pensar em algum outro modo de ajudar Alexia. Então olhou para os gêmeos e sorriu com uma grande ideia.

— Me desculpe, pessoal — Disse ele indo até os irmãos.

— Desculpa? O que vai faze... — Dizia um deles quando se sentia sento literalmente chutado por Jared contra os inimigos. Rodava como uma bola de boliche em direção aos pinos.

Antes que o outro conseguisse gritar em protesto, Jared o chuta também.

E foi certeiro. Conforme rolavam, conseguiam velocidade e ao se impactarem contra as cartas, todas caiam, uma atrás da outra, como efeito dominó. Chegava a ser um tanto irônico, afinal era... bem... cartas.

Alexia riu baixinho e pegou outra flecha e então pensou consigo mesma.

“Bom... Eu mirei em uma carta e acertou a do lado. Mirei em outra carta, e acertou na árvore ao lado...”

E então resolveu tentar algo maluco. O melhor jeito era mirar em outra árvore.

Alexia procurou por uma árvore que tivesse uma carta do lado. Tinha que ser rápida, porque a carta se locomovia.

Então ela esticou a corda com força e soltou com um ato de desespero.

Bingo!

A flecha acertou a carta, e não árvore.

— Ah meu Deus, não é possível — Ela dizia e não sabia se ficava irritada ou se ria — Eu devo ter nascido com algum tipo de deficiência!

Jared ria, mas no fundo estava preocupado, os gêmeos deveriam estar irritados e perdidos. Mas não machucados, a armadura os defendeu, por mais absurdo que isso possa parecer.

Porém o número de cartas ainda era grande. E Alexia não conseguia êxito com o que estava fazendo.

Já o Chapeleiro estava parado, sem mover apenas um dedo.

— Seja o que Deus quiser — Disse então Jared, baixinho.

Alexia por outro lado já estava frustrada, percebendo que não estava adiantando. Que outro tipo de arma poderia ajuda-la?

Fogo queimava papel, mas não tinha fogo. Água molhava, mas não tinha água. E nem vento para derruba-las, não tinha poder sobre os quatro elementos.

Mas então se tocou. Poderes!

A cena do beijo com Morfeu passou quase que na velocidade da luz na cabeça da garota. Ela havia o prendido com as plantas. Podia usa-las ao seu favor nesta batalha!

Alexia então num ato de desespero fecha os olhos e tenta se concentrar.

— Alexia! O que está fazendo?! — Gritou Jared preocupado. Ela tinha enlouquecido de vez?

A garota ignorou-o e deixou o poder fluir. Ele queimava nas suas veias e corria rapidamente.

Alexia estava cada vez mais assustadora. Seu cabelo já estava bagunçado, e parecia flutuar. Suas marcas no rosto brilhavam em vermelho, e pareciam queimar assim como as suas asas. Quando abriu seus olhos, estavam extremamente brilhantes, chegavam a parecer neon.

— Finalmente — Sorriu o Chapeleiro. Ela havia liberado sua loucura. Hora da histeria.

Alexia então olhou em volta. Em um piscar de olhos, o gramado criou vida, segurando os pés das cartas, que puxavam suas pernas tentando se libertar.

Jared não acreditava no que estava acontecendo. Parecia até o começo do filme A casa monstro. A grama criou vida?

Mas então logo se lembra que está no País das Maravilhas, e que tudo é possível.

Alexia em seguida olhou para as árvores. Os galhos tomaram outro rumo, para dificultar a passagem, e os cipós seguravam os braços das cartas. Elas tentavam se soltar, mas a cada vez que insistiam, as árvores e os cipós apertavam mais, amassando o papel.

Alexia ainda tinha consciência, mas para Jared, parecia que estava completamente assustadora. Mesmo assim se aproximou devagar.

— Lexy? — Disse ele com a voz mansa e ela sorriu cambaleando para trás, sorrindo. Ele a segura.

— Conseguimos — Disse ela entusiasmada.

Mas antes que pudessem contar vitória, se escuta um grande e estrondoso rugido. Alexia arregala os olhos e olha para Jared.

— Cap... Capturandam! — Disse o Chapeleiro e dessa conseguiam ver o pavor em seus olhos.


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Notas finais do capítulo

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