Fomos à uma lanchonete ali perto:

Oliviou's Tonknete

Nome estranho para um lugar estranho. James pediu batata frita e eu logo disse que não.

– Mas porque? - Ele perguntou como uma criança.

– James, você quer se matar? Ou pior, perder a perna? - Retruquei irritada.

Ele apenas sorriu e pediu uma salada. Sam ainda estava no banheiro.

– Você é bem mandona sabia? - Ele falou de cabeça baixa.

Abri a boca, mas não falei nada apenas o encarei. Ele levantou os olhos, me encarando, seus olhos azuis brilhando à luz do sol, ele agora provavelmente via meus olhos castanhos e simples.

– Retiro o que disse, acho que foi de mal gosto. - Ele falou abaixando a cabeça de novo.

– James... - Comecei a falar mas ele tinha me encarado de novo.

A menos de 15 centímetros do meu rosto, meu coração acelerou cada vez mais e eu não aguentei, ou foi ele?

Não sei, só sei que estávamos nos beijando. Um beijo doce e calmo, sem pressa e nem um pouco 'selvagem' só um beijo. Ou o BEIJO?

Só sei que me senti realmente como uma estrela cadente, e eu sabia onde queria cair.

Ele me segurou, com seus braços fortes, agora que estava sentado no banco da lanchonete, nem parecia mais doente.

Ele me puxava mais para perto até eu conseguir sentir seu coração, que batia rápido. E ele devia sentir o meu quase pulando do meu peito.

– Casal feliz, eu quero comer sem vomitar. - Falou Sam, e eu me afastei de James com um sorriso bobo no rosto.

Ele se sentou mais próximo de mim.

– Vocês tinham que se beijar enquanto eu comia? - Resmungou Sam mas eu não me importava.

Sorri, e olhei para James que tinha uma expressão abobada.

– America, quer salada? - Ele perguntou me encarando.

– Claro, James. - Respondi pegando um garfo e começando à comer.

De vez em quando nossos garfos se batiam e eu olhava para ele que olhava para mim e logo depois abaixava a cabeça. Voltamos em silêncio para o estacionamento.

– Sam pode nos dar licença? - James pediu e Sam se virou e saiu andando.

– James... eu... - Ele me cortou.

– America... eu realmente sinto muito não sei o que deu em mim, eu sinto muito. Sei como deve ser difícil, já que você ama o Vicent. - Ele falou de cabeça baixa, agora já na cadeira de rodas.

Me apoiei no braço da cadeira, levantei a mão e segurei o queixo de James.

– James, não fique mal. Realmente, você ainda acha que eu gosto do Vicent? - Perguntei enquanto ele me encarava.

– Eu só... quer saber vem aqui. - Ele me puxou, fazendo com que eu sentasse em seu colo.

Ele me beijou, foi melhor que o outro evidente mas não fez meu coração pular... fez ele querer se juntar ao de James. Ele me soltou e me encarou, passando seus dedos no meu cabelo.

– Eu tenho que ir para casa, James. - Falei por fim, eu queria ficar ali o dia todo mas não podia, tinha minha mãe para ajudar e deveres para repor, e hoje... hoje eu iria dormir na casa da Liz, seria uma festa do pijama...

– Tem razão. - Ele me deu um beijo de despedida e um abraço, senti seu cheiro de hortelã e eu sabia que iria ficar em mim, ou pelo menos queria que ficasse.

Me levantei e vi Sam voltando.

– Vamos maninho. - Ela falou empurrando a cadeira dele. - Até mais Meri.

Dei um tchau e fui para a escola, as aulas ainda não tinham acabado e esperei Liz e Julie no estacionamento sentada em minha moto.

Quando estava ouvindo 21 Guns do Green Day elas apareceram.

– Que sorriso abobado é esse? - Perguntou Liz logo de cara.

Sorri.

– Te conto na sua casa, ok? - Falei.

Ela fez que sim com a cabeça e foi para seu carro junto com Julie.

Chegamos 35 minutos depois, a casa de Liz era no mesmo bairro que a de James mas ele não estaria em casa agora, e sim no hospital.

Botei minha moto na garagem de Liz do lado de seu carro e entramos.

– Mãe! Chegamos! Mãe? - Liz gritava enquanto subimos. - Ok... vácuo seu lindo.

Eu e Julie rimos, Liz podia ser bem idiota quando queria.

Fomos para seu quarto, paredes de roxo, cortinas rosa, cama enorme em que cabiam 4 pessoas, TV enorme, tudo enorme.

Botei minha bolsa em cima da cadeira da escrivania.

Tirei meu vans e me sentei.

Liz ainda tirava o seu enquanto Julie se sentava.

– Doce lar... ou quarto? Ah dane-se. - Falou Liz irritada provavelmente por sua mãe nunca estar em casa. - Então Mari? O que houve?

– Queremos os detalhes. - Acrescentou Julie depressa.

Contei tudo à elas.

– Então estão juntos? - Perguntou Liz.

–Não sei...

–Como assim não sabe? Estão ou não? - Perguntou Julie.

– Olha, eu não sei. Pode ter sido só um beijo ou não...

– Dois beijos. - Julie me cortou.

– Ok, que seja. Dois beijos, e se ele só quis por hoje? Não sei...

– É... Mari... você tem razão. - Balbuciou Liz. - Ele pode ter te usado