Cheguei em casa, tomei um banho e fui para a cama.

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Levantei bem disposta, era sábado! Desci e fui para a cozinha. - Bom dia querida! - Falou minha mãe me dando um beijo na cabeça. Peguei uma maçã e dei uma mordida.

– Bom dia. - Falei sorrindo. - Mãe, hoje eu vou sair com uns amigos.

Ela fez cara de quem está pensando e sorriu.

– Que bom que fez amigos, eu adorei a Liz. Você nem me contou como que foi dormir na casa dela! - Minha mãe reclamou.

– Ah, foi bem legal. Vimos um filme. - Menti. - Fui mãe.

Ela me deu um beijo e fui para a garagem pegar minha moto. Minha casa era um pouco longe da de James, demorei 45 minutos para chegar lá. Ele me esperava sentado no muro.

– Está atrasada. - Ele falou.

– Não marcamos hora alguma. - Retruquei.

Ele sorriu e pulou do muro, andou até mim e subiu na moto.

– Placa de Hollywood por favor! - James pediu.

Fomos até lá e para minha surpresa tinha uma plaquinha lá indicando uma festa.

– Vamos. - Ele pediu.

E descemos o morro lateral que dava em uma mata. Tinha muita gente e música alta, um pequeno lago em que todos estavam pulando de uma corda. Alguns faziam churrasco e tinha bebida de sobra.

– JJ chegou! - Exclamou um menino alto, moreno e com o cabelo raspado. Ele usava calças jeans rasgadas e estava sem camisa.

– Taylor! - James apertou a mão forte do menino.

– Que gata! - Taylor falou me dando um abraço.

– Taylor essa é America, uma amiga. - James me apresentou.

Taylor sorriu e voltou para a mesa. Andamos até a churrasqueira e James fez um pão com ketchup para mim.

– Sem carne? - Perguntou o garoto que fazia as carnes.

– Sou vegetariana. - Respondi pegando o pão.

Nós sentamos com Taylor e mais duas garotas, Julia e Molly.

Molly era namorada de Taylor, uma garota muito bonita, de descendência chinesa. Julia era mais normal, cabelos pretos e olhos castanhos.

– Essa não, cara! - Falou Taylor.

Me virei e James também. Beth vinha andando na direção de James.

– James por onde você andou, quem é essa? Argh! - Ela falou me empurrando.

Taylor me segurou.

– Te interessa? - James retrucou.

– Amor o que é isso? - Ela falou passando as mãos no cabelo de James.

– Pare com isso. Procure Vicent, aposto que ele vai adorar ficar com você. - Falei. Ela me encarou.

– Eu não falo com gente que nem você. - Ela falou empinando o nariz.

– E nem devia, afinal ela é superior a você. - Falou Molly me defendendo.

Beth saiu andando sem dar bola. James riu e todos na mesa.

– Finalmente JJ, você se livrou daquela coisa. - Falou Julia.

– Espero que consiga uma garota melhor que ela. - Falou Taylor.

Sorri e James me olhou.

– Ela não tem um sorriso lindo? - Perguntou ele sonhador.

– Vai me envergonhar assim. - Retruquei.

Taylor me abraçou.

– Tem sim! - Taylor falou.

– America, quer dar uma volta? - James perguntou.

Olhei em volta.

– Ok... - Respondi me levantando.

James estava muito bonito com uma bermuda jeans, blusa xadrez e all star. Ele me levou até uma parte afastada do lago, onde não tinha ninguém.

– Você está bem? - James me perguntou.

– James, se você pensa que sou esse tipo de garota que vai ficar, ou, namorar com você está enganado. - Falei soando distante. James botou a mão na nuca.

– Ah, desculpe. - Ele falou, como se pensasse em qual palavras escolher. - Meus amigos pensam que você pode ser minha namorada, eles... eles pensam algo desse jeito. Mas, você é só uma amiga. Afinal te conheci faz um dia?

Eu sorri, James não era um otário total.

– Acho que tem alguém nos encarando... - Falei olhando para a outra parte do lago. Beth nos encarava.

– Acho que você está na lista negra dela. - Retrucou James.

– Ei! Você também não deve ser o favorito dela. - Respondi rindo.

– Tem razão. Não sou mesmo.

Conversamos sobre algumas coisas, até que a pergunta de James me fez parar de rir.

– Porque você namorava o Vicent? Quer dizer... - Ele levou a mão a nuca. - Porque você gostava dele? O que ele tem que te chamou a atenção.

Olhei para o lago tentando me lembrar do que via em Vicent.

– Ele era bonito, e eu sou nova aqui. Só tenho 4 meses nessa cidade, ele foi bem legal comigo. Me levava para sair, ele gostava das mesmas coisas que eu. - Falei triste. - Ele era o meu "herói" , me defendia e essas coisas.

James pegou uma pedra do chão e jogou no lago com raiva.

– E a Beth? - Perguntei.

– Ela era popular e eu rico. Eu podia dar coisas a ela. Ela também, casal perfeito de uma escola perfeita. - Ele pegou outra pedra e jogou com força.

– Acho que devíamos procurar pela pessoa certa não aquela que achamos que possa ser a certa. - Falei olhando a pedra afundar.

– Preciso esfriar a cabeça. - James falou se levantando do chão e tirando os sapatos. - Você vem? Tirei meus sapatos e James me ajudou a levantar.

Ninguém estava mais na água cristalina, todos estavam bebendo cerveja e dançando.

James me jogou na água e depois se jogou.

Me levantei da água rasa e pulei em cima dele. James me empurrou, se libertando.

Peguei água com as mãos e joguei nele, que retrucou jogando mais água.

Comecei à rir.

Ouvimos um barulho de sirenes. James me levou para perto de uma moita. Peguei meus sapatos e ele os dele e nos abaixamos.

– Fica de cabeça baixa. - Ele pediu.

Ouvimos os passos do policial descendo.

– Esses baderneiros! - Falou uma voz rouca. - Já foram e ainda deixaram tudo sujo.

Olhei por entre os matos e vi um policial chutando uma lata.

– Vamos... - Falou a mesma voz rouca.

James agora me olhava. Ouvi três assobios.

– Vamos embora, é melhor... - Falou James calmamente.

– Concordo. - Respondi me levantando.

James se levantou e subimos morro acima para pegar a minha moto. Deixei James em casa.

– Tem certeza que não quer entrar? - Ele me perguntou.

Olhei para a casa, peguei meu celular e fui ver a hora. Ainda estava cedo.

– Okay... - Respondi.

Botei a moto no gramado. Uma garota veio correndo na direção de James.

– James! - Ela gritou. Estava de biquíni e tinha cabelos loiros... muito bonita.

– Sam! Você voltou mais cedo! - James a abraçava.

– Claro maninho! - Retrucou Sam. - Vejo que tem companhia...

Ela me olhou de cima em baixo.

– Sam, essa é America. - James me apresentou. - Uma amiga da escola.

– Uau... você tem bom gosto America, Red Hot é vida! - Sam me deu um abraço.

Fomos para a piscina de novo, dessa vez eu não entrei. Me sentei na borda e vi Sam e James jogando bola.

– É James você é um total fracasso jogando. - Falei rindo.

– Fracasso? Ele está mais para o pior dos piores. - Sam falou rindo.

– Ok... ok... garotas podem parar de me amar. - James falou imitando o Elvis.

Eu e Sam rimos. Depois tomamos chá da tarde no jardim, James vinha de uma antiga linhagem de ingleses.

– Então Sam você estava na Inglaterra? - Perguntei tomando chá logo depois.

– Sim, fui visitar uns parentes. - Ela respondeu, olhando o celular. - Agora eu tenho que ir, foi um prazer America.

– E eu? - Perguntou James.

– Tchau! - Respondeu ela.

Eu ri. Ela saiu correndo pelo jardim.

– Sua irmã é bem legal.- Falei por fim.

– Ela é maluca. - Ele retrucou rindo.

Me levantei.

– Tenho que ir James, até segunda. - Falei me levantando.

– Eu vou com você até o portão. - Ele afirmou se levantando também. Andamos até o portão.

Demorei somente 25 minutos até em casa.

– Como foi America? - Minha mãe perguntou assim que abri a porta.

– Bem legal. - Respondi subindo as escadas.

Eu só queria meu quarto. Dormi um pouco e só acordei no outro dia.

Meu celular apitava que nem um louco;

" America, pode vir aqui? -J " 9:12

" Você morreu? - J " 9:25

" America pelo amor de Deus me responda! -J " 10:9

" Ok estou com problemas - J " 11:45

" America você pode vir aqui? Eu realmente preciso de você! -J " 11:50

Me levantei e escrevi um testo rápido:

" James, eu não posso. Vou visitar meu pai hoje, qual o problema? "

3 minutos depois ele me respondeu:

" America! Quebrei a perna e estou no meio do nada! Eu fui para uma praia e acabei quebrando a perna. -J "

Entrei em desespero, onde ele poderia estar?

" Qual a localização? "

" Placa de Hollywood, vire a direita e venha até a praia, depois vá para esquerda. Eu estou sentado na pedra 12 contando da praia para o mar. - J "

Eu ri... Me vesti e peguei minha moto.

Cheguei na placa rápido, deixei ela em uma moita bem escondida.

O caminho era de pedra e eu quase caí.

Cheguei na praia e saí correndo, James realmente estava sentado na pedra. Pulei de uma em uma, cada pedra maior que a outra.

– America... - Ele falou baixo.

Olhei para sua perna e não estava muito bonita. Toda arranhada e sangrando muito.

– Venha James. - Falei. Estendi minha mão e o puxei, ele urrou de dor. Se apoiando em mim e eu nele fomos até a areia.

Sentamos.

– James já volto. - Falei me levantando.

A praia era deserta e cheia de árvores. Fui até a água onde madeiras eram trazidas pelo mar. Peguei dois pedaços, um retorcido e um o mais reto que pude encontrar. Peguei água com o retorcido e fui até James.

– Isso vai doer um pouco, mas o sal vai fazer com que o sangramento pare um pouco. - Falei.

– Pode jogar. - Ele falou.

Joguei e ele urrou. Liguei para a emergencia. Fui até a mini floresta que nos cercava e peguei: uma folha de bananeira e alguns cipós. Usei a folha, a madeira e os cipós e fiz uma tala emprovisada.

– É só para imobilizar. - Tentei tranquiliza-lo.

– Eu sei... America eu não tenho dois anos pelo contrário, tenho 17! - Ele falou irritado.

– Que menino irritadinho. - Falei apertando uma de suas bochechas.

A emergência chegou alguns minutos depois e levaram James em uma maca morro acima. Eu fui direto para a casa do meu pai depois.

Quando voltei liguei para James mas uma moça atendeu e disse que ele estava pondo os ossos no lugar. Fiquei muito mal, mas não podia botar a vida de um desconhecido na frente da minha.

Dormi muito mal. Amanhã era escola, ou melhor hoje.