Maktub escrita por Gabriela Cristina


Capítulo 2
Almoço ocm Zilys


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Tô entrando em um novo tipo de escrita, de contar isso, Sei lá. kkk



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Saí de casa depois de dar comida pro meu cachorro e fui pra uma lanchonete perto de casa, a grana tava curta e nem pensar que eu pagaria um restaurante chique. Me sentei em uma mesa perto da janela, gosto do sol nesses dias de vento quando as árvores balançam e deixam a rua cheia de folhas. A garçonete apareceu com seu bloquinho, ela era alta e magra e tinha o cabelo verde curtinho, usava uma maquiagem preta carregada e o batom vermelho fazia sua boca pequena aumentar. Ela usava uma calça jeans roxa e a blusa da lanchonete com um desses logotipos bem clichês de um hambúrguer com o nome da empresa.
– O senhor deseja alguma coisa? – ela mascava chiclete, eu senti o cheiro de uva quando me virei e uma ventania repentina passou pela janela.
– Hã, eu quero um x-bacon e uma soda grande. – eu conhecia a comida de lá.
– Ok, seu pedido sai em uns 10 minutos...
A lanchonete estava meio cheia, ela virou e foi atender uma mesa do lado de fora.
Eu me virei de volta pra frente e vi Zilys. Ela não aparecia há umas duas semanas.
Zilys era um espírito da calma, o meu espírito da calma. Sim, todos nós temos um.
Ela tinha cabelos longos e prateados, e seus olhos azuis era cheios de um sentimento de paz e satisfação. Ela tinha a pele pálida, quase transparente e usava um vestido de saia de tule todo azul, e no pescoço carregava um colar com uma concha branca do mar.
– Olá...
– Oi, por que sumiu Zilys?
– Me desculpe Di – ela sempre me chamava assim e eu adorava – Sabe, as coisas estão meio difíceis em Vallis Sentiendi, eu tenho que segurar as pontas por lá junto com o Cassian, o River, a Raven, o Sebastian e os outros. Você sabe não sabe?
Cassian era meu espírito da raiva, River da bondade, Raven da inteligência, Sebastian do amor e os outros eram espíritos menores de sentimentos mais fracos em mim, espíritos com quem nunca tinha falado.
Nem todos podem falar com seus espíritos dos sentimentos. Algumas pessoas, apenas algumas podem senti-los e ouvi-los. E eu sou um desses, descobri com 7 anos.
– O que está acontecendo por lá? – eu sussurrava, até porque não é muito normal falar sozinho em público.
– Ah Di, eu não posso dizer. É muito difícil, pelo menos por enquanto é um segredo.
Senti um cheiro de bacon e me virei, a garçonete vinha carregando uma bandeja com meu pedido.
Ela colocou na mesa e disse que eu tinha ganhado batatas fritas porque havia uma promoção do x-bacon.
Eu me voltei pra mesa enquanto ela ia embora. Zilys não estava mais lá. Olhei pela janela e vi uma árvore da esquina balançando com o vento.
Quando saí da lanchonete o sol estava mais baixo, estava cansado e meus olhos pesavam. Comecei a andar pela cidade, até passar na frente de uma biblioteca. Entrei eu precisava me distrair com alguma coisa. Peguei um livro chamado Os contos de Beedle o Bardo e saí. Andei mais um pouco com o livro embaixo do braço, vi as horas no celular, quase 14h30min. Cheguei na praça principal, e sentei em um banco na frente do correio. Lá tinha uma árvore gigante que fazia sombra até os bancos do outro lado da pista de bikes á minha frente.
Abri o livro e comecei a ler. Eram vários contos mágicos e eu gostava de livros assim. Senti uma presença ao meu lado. Me virei, era Raven.
Ela era muito branca também, pálida, mas não transparente. Seu cabelo era negro, muito negro e seus olhos grades e pretos como jabuticabas. Usava uma capa preta com capuz, que chega até seus pés. Por baixo usava um vestido azul escuro e all star pretos.
Sua maquiagem era como o da menina da lanchonete, apenas a boca que invés de vermelha, era preta.
– Eae
Eu sorri.
– Oi Raven. Quanto tempo né?
– Sim, a Zilys já te explicou não é mesmo?
– Ahn, mais ou menos. Sabe, ela falou sobre um tal segredo, mas não contou o que era.
– Óbvio, é um segredo. – ela me fez aquela cara de ironia.
– HAHA, eu sei. Estava tentando fazer você contar.
– Eu sei, eu sou seu espírito da inteligência, mas não sou burra como você. Eu só te disponho um pouco da minha inteligência, não toda. Seria demais pra um mero ser humano.
– Ok Raven, não tá mais aqui quem falou...
– O que você tá lendo?
– Se diz tão inteligente e não sabe sequer ler um título? Vamos Raven, faça uma forcinha e você consegue!
– Cale a boca! Os contos de Beedle o bardo? Eu já li. É ótimo. É ligado á Harry Potter sabe? Eu sou muito fã.
– É, eu sei. Também sou fã.
– Tenho que ir Diego, boa leitura. Tchauzinho IR!
Ela me chamava de IR porque era as inicias de Idiota e Retardado. Nós nos tratamos assim mesmo, não quer dizer que a gente se odeia.
Um vento quente bateu e uma fumaça negra se formou ao meu lado dando forma á um corvo que voou até sumir no horizonte.
“This is the show baby, and my job is to make story. If they were not the stars, there would be nothing…”
Meu celular começou a tocar. Número desconhecido.
– Alô?
– Oi Diego. Sou eu, a Sol...sabe? Da rua?
– OI! Quer dizer, oi – eu corei.
Ouvi um suave riso do outro lado da linha.
– Olha, eu sei que vai parecer estranho porque eu te conheci hoje, mas... Eu senti falta da tua voz.
– E-eu – gaguejei – eu também fiquei! – eu sentia minha pele queimar.
Nós ficamos conversando por umas duas horas.
– Ahn, eu tenho que ir. Minha irmã tá me esperando pra ir no cinema. Eu acho que vou ficar de vela, porque ela via ficar com o namorado e tal.
– Ei, você não quer um isqueiro de companhia? Quer dizer, eu posso ir te dar um apoio moral sabe, ser vela sozinho é bem ruim.


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Notas finais do capítulo

Beijo!



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