Hoje fazia um ano que Lílian tinha desaparecido completamente de um dia pro outro. Eu me senti culpado, naquela noite tínhamos acampado na praia no mês de julho, logo que nós nos formamos. Eu lembro de ter dormido abraçado a ela, mas de manhã ela já não estava mais ao meu lado. Desde daquele dia eu saio à procura dela todos os dias incansavelmente. Eu não fui o único, meus amigos também tentaram encontrá-la. Sirius se transformou em cão e seguiu o rastro do cheiro dela, mas a partir de um ponto ele não conseguiu mais farejar, como se ela tivesse desaparatado ali. A única coisa que não me deixava ficar depressivo dentro de casa era a possibilidade de encontrar ela. Naquela manhã eu já estava saindo de casa indo ao encontro de Remo, Sirius e Pedro para saber se tinham novidades, quando algo prateado entrou pela janela do meu quarto. Era um patrono em forma de corsa, igual ao patrono de Lílian. Ele se aproximou de mim e escutei a voz dela. James, por favor, me ajude. Eu fui seqüestrada. Venha na rua Caroline Terrace, 714, na Irlanda. Decore esse endereço, sou a Fiel do feitiço Fidelius da casa. Venha rápido.

O meu coração começou a bater rápido de tanta adrenalina. Agora mais do que nunca tinha que encontrar Sirius, Remo e Pedro. Aparatei na mesma hora aparecendo no nosso ponto de encontro, a Casa dos Gritos.

– Almofadinhas, Aluado. Onde está o Rabicho?

– Ele disse que teve um imprevisto de última hora e não pode vir. – respondeu Sirius.

– Bem, então só posso contar com vocês. Eu sei onde Lílian está.

– Pontas, nós até podemos ir com você, mas Lílian só contou a você o feitiço Fidelius, nós não conseguiremos achar a casa. – disse Remo após eu lhes explicar o que havia acontecido e pedido que viessem comigo.

– Não tinha pensado nisso. Será que vocês poderiam ficar aqui e arrumar uma cama e comida para quando ela chegar?

– Esse não é o melhor lugar para isso, não acha? – perguntou Sirius.

– Até acharmos quem fez isso como ela, ninguém vai pensar nesse lugar para procurá-la.

Me despedi deles e aparatei no endereço que ela tinha me dito. Mesmo nunca tido estado na Irlanda eu já tinha visto várias fotos daquele país, o que foi um pouco mais fácil para imaginar o lugar e aparatar. Eu estava de frente para uma casa simples. Lílian deveria estar lá dentro me esperando. Tentei abrir a porta, mas ela não abriu. Se ela estivesse aberta, Lilian não precisaria da sua ajuda, seu acéfalo, pensei. Tentei o feitiço “alohomora” e a porta se abriu.

– Lílian, cadê você...? – não fui capaz de terminar a frase, algo me atingiu. Algo não, alguém. Era Lílian.

– Você veio. Eu estava com tanta saudade. Que bom que você esta aqui, como conseguiu entrar? – ela disse tudo muito rápido, me abraçando forte.

– É claro que eu vim, Lílian. – ela parou de me abraçar e me encarou feio.

– Pra você é Evans, Potter, quantas vezes tenho que te dizer? – vendo minha expressão confusa ela começou a rir – eu estava com saudade de dizer isso, você não imagina o quanto.

– Pelo jeito a Lílian toda certinha está aprendendo a ser marota – falei e dei um sorriso.

– O que você esta fazendo aqui, Potter? – ouvi uma voz conhecida, olhei para trás e o vi.

– Derek? Foi você quem seqüestrou a Lílian?

– É claro, e meu plano foi perfeito até você chegar. Eu consegui seqüestrar e alterar a memória dela durante um ano sem ninguém descobrir. Como você se sentiu quando o sentimento de culpa te invadiu, Potter? Eu, particularmente, me senti excelente.

– Como você pôde, seu monstro? Tudo isso por quê? Porque você é um inseto nojento que não tem sentimentos? Ou não suportou saber que ninguém gostava de você apesar das ameaças que fazia?

– Já chega! Crucio! – Derek sacou a varinha e apontou para mim, me fazendo sentir uma dor excruciante.

Só o que eu consegui ver foi um clarão vermelho e Lilian gritando “Estupefaça!”. Logo recobrei meus sentidos e comecei a lançar os mais diversos feitiços em Derek. Não importava o que fazíamos, ele conseguia desviar de todos os feitiços que lançávamos. Estava uma confusão de luzes até que todas cessaram de uma vez e vejo Lílian caída no chão.

– Eu deveria ter matado os dois quando ainda estudávamos. – então ele apontou a varinha para o corpo inerte de Lílian no chão e começou a murmurar “Avada Kedavra”. Não tive tempo para pensar em mais nada além de me jogar na frente do corpo dela, e antes que ele falasse a segunda palavra do feitiço gritei “Bombarda” com a varinha apontada para cima. Me joguei em cima do corpo de Lílian quando o teto explodiu e caiu bem em cima de Derek, depois disso não me lembro de mais nada além de ver pontos escuros na minha visão.