Seria mentira dizer que está tudo bem escrita por Kah Sama


Capítulo 1
Exposição, análise e conclusão


Notas iniciais do capítulo

Levei horas para descobrir que o nome era só ''Heróis do Olimpo'' sem ''Percy Jackson'' na frente.Viz Q, se um dia vier a ler isso, saiba que meu plano de vida atual é um dia te dar um Leason realmente decente e pornográfico.Um dia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529657/chapter/1

Aquilo tinha tudo para dar errado.

Começou errado, no âmbito histórico/mitológico da coisa, no momento em que um filho do glorioso e supremo deus-todo-poderoso-temam-meus-raios, Júpiter, olhou um pouco menos para uma filha de Afrodite e um pouco mais para um filho de Hefesto. Quer dizer, Hefesto é feio o bastante para ter sido jogado monte Olimpo a baixo e Afrodite é linda o bastante para que ninguém realmente se importe com o fato dela ter nascido (literalmente) de um pênis. Mesmo entre deuses, há um pouco de genética a se considerar ai.

Mas, mesmo que se ignorasse esse fato – afinal um filho é feito de pai e mãe (não estamos contando Atenas aqui), pode ser que haja salvação nos outros 50% da genética- a semântica já entregou outro bom motivo para que aquilo desse merda. Está certo que na Grécia (ou Roma) antiga homossexualismo era uma coisa aceitável, até mesmo esperada – tem toda uma lógica de combate por trás de gostar da bunda do seu companheiro de lança. Mas eles estavam em nova Roma/Grécia, em plenos EUA.

Se bem que talvez isso tenha ajudado, provavelmente as pessoas – principalmente a dupla anacrônica de irmãos do submundo- ficariam desconfortáveis se Pipper e Jason tivessem que dormir na mesma cama, mas dois caras- amigos e guerreiros e tudo o mais- dormindo juntos só causou alguns comentários mordazes da parte de Percy.

Bom, não é que eles tivessem muita opção, mais de metade do Argo II estava destruído depois do último combate, eles mal podiam se dar ao luxo de DORMIR, quanto mais de ficar gastando material ou tempo para construir mais camas.

Está certo que se fosse Pipper, Jason não hesitaria em dormir no chão, cavalheiro de armadura brilhante e cabelos loiros ao vento de sempre. Mas, como não era o caso, eles se espremeram no colchão nem tão espaçoso assim.

E ai que entra o outro ponto que justifica o porquê de aquilo só poder dar errado: a física já ensina que dois corpos não ocupam o mesmo espaço, muito menos o mesmo cobertor. Não havia posição que desse certo, e alguém era absolutamente contra uma pequena e inofensiva chama no quarto- em consideração aos sentimentos de Frank, que estava na outra cama que sobrava. Ao menos ele teve a cama inteira, não é como se realmente desse pra dividir espaço com aquele cara. Quer dizer, pensa deitar do lado de um cara, gigante, acordar com uma cobra/panda/rinoceronte/peixe-dourado do lado?

Fazendo uma longa história curta, dali até Leo estar deitado por cima de Jason não demorou muito. Até tinham algumas explicações de área, espaço e volume, mas não é como se o todo-poderoso-eu-sei-voar filho de Júpiter estivesse muito interessado. Seu corpo todo estava tão quente que parecia até que estava sobrecarregado de informação.

A questão era qual o verdadeiro motivo do desconforto: Leo estar em cima de si ou Leo estar por cima de si? Quer dizer, o fato de ter um cara – filho e Hefesto e blá, blá, já falamos sobre isso- deitado em cima dele, ou o incomodo se dava à algum resquício de orgulho masculino americano de ter um homem por cima?

Infelizmente, Jason não parecia seguir um algoritmo simples que Leo pudesse testar comandos e receber respostar à vontade. Na verdade, a cada pequeno teste que ousava fazer, o excesso de dados conflitantes lhe deixava menos perto da resposta.

Uma hora, Jason ficava vermelho de um jeito ‘’sim’’, outras, vermelho de um jeito ‘’não’’. Às vezes olhava para Pipper de um jeito ‘’não’’ e às vezes desvia o olhar de Leo de um jeito totalmente ‘’sim’’.

Justamente por isso não gostava de gente, seres vivos em geral, com sangue ao invez de óleo e articulações ao invés de engrenagens; davam poucos resultados para o tanto de cuidado e manutenção exigidos. Mas que fazer? Ele era um curioso, um engenheiro, um fanático pelo conhecimento, incansável.

No fundo no fundo, ele era só um adolescente apaixonado, mas não sobra muita dignidade quando se bota nesses termos.

Fosse porque fosse, deixou sua mão descer, e ainda pode sorrir quando viu Jason tentando protestar. Adorava analisar o funcionamento daquele fluxo sanguínea que parecia aumentar a temperatura de certos pontos onde Leo aplicava maior pressão. Ainda teve o atrevimento de experimentar de novo o gosto daquela boca- se divertia fazendo um levantamento da resposta sonora diferente que recebia a cada novo movimento.

Em algum momento, um cachorro rosnou, assustando os dois – Leo pode sentir uma aceleração extra no coração de Jason e o tensionamento de músculos por baixo de seus dedos. Frank, O Buldogue, revirava as patas no colchão.

Aquele instante de curta suspensão bastou para destruir todo o ambiente dedicado ao experimento. Jason pegou-lhe os pulsos e disse numa voz baixa que era melhor pararam por ali.

Era isso.

Leo sabia, muito bem, que aquilo simplesmente não podia dar certo.

Se Jason fosse um pouco menos decente, talvez tivesse puxado Leo mais para perto de seu peito e o deixasse adormecer lá. Mas não. Jason era Jason, afinal de contas, e o caso terminou com ele dando a maior parte do coberto para Leo e virando-se para a parede.

Leo podia imaginar os olhos azuis olhando tristemente para a escuridão, o rosto ainda vermelho. Sentiu seus próprios olhos um tanto quanto quentes, mas não disse nada. Pensou vagamente que talvez teria sido melhor ir dormir junto com suas máquinas. Elas também era quentinhas e confortáveis, e bem menos problemáticas.

Aquilo tinha tudo para dar errado. Para se quebrar, destruir, ficar em mil pedaços e completamente inutilizado.

Mas tudo bem.

Dane-se que ele fosse Jason Grace. O grande semi-deus heróico e insira qualquer todos os raios de títulos que ele tinha lá no Acampamento dele.

Ele era Leo Valdez e sua especialidade era fazer funcionar coisas que só podiam mesmo dar errado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Isso é bem diferente do que eu costumo escrever *olhando*.Escrevi mais para tentar quebrar o bloqueio do que qualquer outra coisa, sou uma escritora indigna, ME JULGUEM.Enfim, qualquer coisa, nem que seja para me xingar, mandem review ♥ALIASEu estou REALMENTE aceitando sugestões de capas.Até,Kah.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seria mentira dizer que está tudo bem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.