Era um dia normal. O outono acabava de começar e as folhas, normalmente verdes, ficavam amarronzadas e caiam lentamente das árvores, preenchendo a calçada cinzenta da praça.

A brisa daquela tarde era confortante e se via por todo o local mães e seus filhos, crianças brincando.

Dentre essas crianças, um delas me chamou atenção. Uma garotinha, que aparentava ter uns dois anos, brincava alegremente com uma folha que acabara de cair.

Fiquei pensando em como crianças pequenas conseguiam se divertir com coisas simples, como uma folha.

Pensava no que aquela criança imaginava ser a folha, pois crianças de sua idade possuem uma grande e admirável imaginação. Lembranças semelhantes ao acontecimento me cercavam, como quando era pequeno e conseguia transformar uma simples caixa de papelão em um carro de corrida ou um foguete para Lua ou Marte. Em como o tempo passava rápido.

Nos olhos da garotinha, se via a inocência. Uma inocência quase nunca encontrada em alguém, mas encontrada especialmente nas crianças. Com sua forma de ver o mundo com outros olhos, sem perigos, totalmente inofensivo.

Uma inocência que acho que as pessoas deveriam resgatar em sua vidas.