Meu nome é Jeniffer sou escritora e atualmente me encontro no interior da Califórnia em um centro para doentes mentais – não, eu não sou louca –, estou aqui a procura de inspiração para o meu novo livro que fala sobre pessoas com distúrbios mentais. Fazem três dias que estou aqui e nesse curto tempo um dos pacientes me chamou atenção, a única coisa que eu sei sobre ele é que ele se chama Adair mas a maioria dos internos chama-o de demônio, ainda não sei o motivo certo sobre esse apelido mas pretendo descobrir.

Meus dias aqui tem sido os piores da minha vida, o ritmo desses malucos são frenéticos – e perturbadores também – mas o que eu não faço para escrever um bom livro ?!

Cinco horas da manhã fui acordada por um barulho estrondoso no patio e eu resolvi ir checar para saber o que havia acontecido, ao chegar lá me deparei com uma cena que me dá ânsia de vômito só de lembrar, vi um dos internos estirado no chão degolado e com cortes na barriga, um dos cortes tinha o formato da letra D como se aquilo fosse uma assinatura mas resolvi tirar essa ideia da cabeça – acho que conviver com esses loucos está me deixando meia maluca também –, quando voltei para o meu quarto ao invés de voltar a dormir – o que não aconteceria tão cedo pois eu havia perdido totalmente o sono depois da cena que eu vi – resolvi escrever, em algum momento em que eu escrevia eu devo ter pegado no sono porque eu acordei deitada sobre meu notebook, quando levantei meus olhos vi Adair me observando pela janela gritei seu nome mas ele apenas me mostrou o dedo do meio e virou de costas saindo apressadamente do meu campo de visão, qual é o problema desse cara?! Depois desse ocorrido fiquei pensando em como ele é intrigante, ele parece ser um poço de segredos, talvez ele seja um bom personagem principal para o meu livro e para que isso aconteça eu preciso descobrir cada um de seus mistérios, confesso que não quero descobrir mais sobre sua vida só por causa do meu livro é que ele desperta uma curiosidade estranha em mim.

Os dias depois do acontecimento do patio foram "normais", eu tentei escrever mas nunca saia nada interessante pois a ideia de ter um suposto assassino aqui me assombra e também aquele maldito D no corpo do morto resolveu atormentar meus pensamentos, quem poderia ter feito aquilo ? Essa é a pergunta que mais me faço esses dias, mas nunca chego a um culpado afinal eu estou cercada de malucos pode ter sido qualquer um deles por qualquer motivo, talvez um surto psicótico ou sei lá. Em um desses dias resolvi ir ao quarto de Adair, eu realmente precisava saber mais sobre ele, quando cheguei lá me surpreendi não era um quarto comum como o dos outros internos – uma cama, um armário de ferro, uma escrivaninha com uma cadeira e a pequena janela – havia vários cds e livros no lugar que deveria ser escrivaninha e ao lado da cama havia um mural com fotos, suas roupas não estavam dentro do armário de ferro ao invés dele havia um trilho de madeira onde suas roupas estavam impecavelmente penduradas em cabides e embaixo do mesmo tinha alguns sapatos e na sua janela havia uns desenhos como se fossem tipos diferentes de símbolos que eram bem legais. Tentei falar com ele mas o mesmo parecia querer fugir, o que não é de se estranhar eu não sei qual é o problema dele, talvez ele tenha medo de pessoas e eu estou aqui invadindo seu espaço. Ele parecia ser um homem culto, tinha aqueles olhos intrigantes que quando se encontravam com os meus parecia que eu estava presa em uma imensidão negra e misteriosa, perto dos outros internos ele parecia o mais normal, qual será o motivo dele estar aqui ?