Narrado na 3º Pessoa.

Fazia apenas dois dias que Hope estava em New Orleans e o estoque de sangue da família já chegara ao fim. Por um lado ela ficava triste com isso, preferia caçar, sentia falta de encontrar vitima. Mas isso implicaria no seu plano de manter tudo no ''controle''. É claro que em uma cidade controlada - mesmo que indiretamente - por Klaus, qualquer movimento fora do tabuleiro seria do seu conhecimento.

– Hora de apressar um pouco as coisas. - a garota disse a si mesma.

Os cabelos longos e castanhos estavam presos em um rabo-de-cavalo, o conjunto preto e justo devidamente vestido serviria como camuflagem. Klaus não saberia que ela estava fora do quarto até que Hope decidisse. Plano mal executado.

Ela deu um longo olhar para a janela do seu quarto, a altura era boa, uma queda certamente mataria uma pessoa normal, mas ela não era normal. Olhou para a porta mais uma vez e viu se estava devidamente fechada, pegou o celular e tratou-se de sair daquela casa.

Em um pulo, sentiu seus pés tocarem com firmeza o chão. O pátio que uma vez fora capturada, estava vazio, se senti o sortuda naquele momento, mas não iria vacilar novamente. Foi rápido para a saída tentando chamar o mínimo de atenção, de repente se viu a frente de uma silhueta, era Klaus.

– Klaus. - Hope falou em um tom quase divertido.

– Onde pensa que vai, amor? – Klaus, porém não esboçou nenhuma surpresa. Ele já estava esperando o momento da fuga da filha.

– Andar. Passear. Explorar. Se alimentar. Qualquer palavra que se encaixe com o meu humor, que acredite, não está muito bom hoje. - ela sorriu cínica.

– Eu acredito. - Klaus semicerrou os olhos. - Também acredito que você não pretende sair nas ruas de New Orleans sem nenhuma...proteção.

– Você acha que eu não sei me proteger sozinha? Você é a prova viva dos meus danos. - informou irônica.

– Ah claro...Também lembro que você quase não conseguira se soltar dos meus braços. - ele riu sem humor.

– Escute aqui Klaus. - Hope se irritou aproximando-se dele. - Faz dois dias que estou trancada naquela droga de quarto, sem ao menos senti o sol na minha pele, me alimentando com bolsas de sangue! Então tente entender que me manter presa não te ajudará em nada, pois cada dia que passar eu sentirei menos afeição por você. - terminou praticamente cuspindo as palavras.

– Você é minha responsabilidade. - Klaus confessou.

– Eu nunca fui a sua responsabilidade.

– Niklaus. - uma voz elegante surgiu em meio a conversa, Elijah se aproximava de pai e filha com um sorriso no rosto.

– Seria mais apropriado se ninguém mais estivesse ouvindo a conversa. - Hope disse ignorando a presença do tio.

– Realmente, isso não é do meu feito. - o próprio declarou. - Mas, queria trocar algumas palavras com meu irmão.

– Estou em meio a uma conversa Elijah. - Klaus interrompeu.

– Claro, claro. - Elijah olhou para Hope. - Acho que deveria liberar a saída de Hope, Niklaus. - a garota olhara para o tio curiosa, depois sorriu minimamente. - A mantê-la presa não ajudará em seu projeto de família feliz.

– Sabe que existe perigos Elijah. - Klaus disse inquieto.

– Não se preocupe com isso. - o irmão foi direto e trocou olhares com Hope. - Pode ir. Mas...se qualquer pessoa perguntar, seu nome é Annabeth. - ela olhou com deboche, de onde ele tirara aquele nome?

A garota deu as costas aos dois caminhando para a saída, o sorriso mal cabia no rosto.

Klaus esperou a presença da filha sumir para tirar satisfação com o irmão, mas suas palavras foram interrompidas.

– Antes de começar a falar irmão, tente não repeti a história de Rebekah com sua filha. Se não...Também a perderá e dessa vez para sempre. - Elijah foi a caminho oposto de Klaus e parou, como se houvesse mais algo para dizer. - Não se preocupe, Marcel cuidará dela. - as palavras do irmão mais velho deixou Klaus mais a vontade, porém, ele não deixara a filha sem mais segurança.

(...)

A garota andava apressada pela rua, em passos humanos, o que a deixava mais impaciente. Havia tantas pessoas naquela rua que ela precisava manter as aparências.

O sol estava forte, o vento fraco, entretanto isso não impedia Hope de perambular pela cidade toda de preto. Ela observava cada loja que passava. New Orleans era certamente a cidade das culturas.

Turistas se aglomeravam no que parecia uma apresentação de bruxas. Hope achara aquilo muito engraçado, e se todas aquelas pessoas soubessem que aquilo era real? O que aconteceria?

Ela se aproximou sorrateiramente da multidão, até que uma garota esbarrou nela. Era uma garota muito bonita, tinha uma expressão divertida no rosto. Os cabelos negros encobriram o sorriso largo que estava estampado em seu rosto e seus olhos castanhos fixados nos de Hope.

– Oi, oi! - a desconhecida disse apressadamente, ela tinha um sotaque diferente, certamente era uma turista. - Eu estou visitando a cidade, estou meio perdida e...

– Isso não é problema meu. - Hope a interrompeu e depois tentou sumi de vista.

– Meu nome é Samantha e o seu? - falou a garota seguindo Hope e a mesma respondeu com o silêncio. - Tá bom, vou falar de novo: Meu nome é Samantha e o seu? - Hope rolou os olhos demostrando irritação, mas dessa vez decidi o responder.

– Ho...- a mesma se interrompeu. - Annabeth. - disse se lembrando das instruções do tio.

– Você prefere que eu te chame de Anna ou Beth? - Samantha disse quase que animada.

– Annabeth. - respondeu com um sorriso falso no rosto.