Era para ter sido uma vez... escrita por Taichan


Capítulo 1
Nico dá as caras...


Notas iniciais do capítulo

Nico não tem a normalidade de viver sempre no acampamento como vários campistas. Mas, quando resolve dá as caras, os campistas resolvem atormenta-lo pela primeira vez, por um motivo que ele não sabe qual...



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Nico estava irritadiço. Acabaram de jogar bombas fedidas em seu chalé, sendo assim ele tinha que procurar outro local no acampamento para passar o tempo. Ele pensou como estaria o Submundo, mas não iria voltar para lá tão cedo: A velha com cara de trigo queimado acabara de fazer visita para sua filha Perséfone, enchendo-a de cereal. Se Nico ficasse lá, acabaria igual a madrasta.

Ele poderia começar a zanzar por aí, mas seguiu para a Arena de Combates e sentou na platéia, que estava vazia com exceção dele e mais duas garotas. Sentou-se o mais longe possível.

Ali em baixo, Percy ensinava uma menina lutar. Mal Nico percebeu que uma menina da platéia era Annabeth, com óculos escuros e uma toca, resmungando coisas para alguém ao lado.

Nico a olhou de lado, assombrado. Annabeth já era sinistra rindo, e com ciúmes? Era demais até para ele.

Afastou-se mais um pouco e desviou o olhar para Percy, que começava avançar entre os bancos sem perceber as mulheres do outro lado. Quando chegou ao seu lado, disse, quase gritando:

— Ahn, e aí, Nico? Quer lutar?

Nico pensou um pouco. Mesmo indiferente, cerrou os olhos, desconfiado. Percy não sabia enganar muito bem.

— Tanto faz — ele sacou a espada, já que não havia motivos para Percy aprontar com ele. Ou teria?

Percy desceu com a mesma dificuldade que subiu.

— Vou pegar leve com você — Percy disse, levantando a espada. Deu alguns passos para trás, fazendo gestos para Nico avançar.

Foi o que ele fez, sem perceber que seu cadarço estava desamarrado. Sua cara foi de encontro com o chão, com um pequeno plof!

Percy riu, dando desculpas:

— Cara, você está desnutrido. Melhor fazermos uma boquinha no refeitório.

Certo, o que tem haver minha desnutrição com sapato desamarrado?

Nico levantou-se envergonhado e irritado. Queria se ajoelhar no chão e gritar à Zeus por que toda aquela desgraça, mas apenas seguiu Percy até o refeitório. Annabeth e mais alguém — que reconheceu mais tarde como Piper — continuavam a observar, seguindo com o olhar os passos dos dois.

No pavilhão, Percy sentou-se na mesa de Hades por mais incomodo que fosse. Serviu Nico e o observou comer por cima da lata de coca, esperando algo. Foi quando Nico arrotou algo azul, depois houve um ronco em seu estômago. Ele colocou a mão na barriga.

— Quê...?

Saiu correndo para o banheiro. Enquanto atravessava o campo, uma filha de Afrodite colocou a mão em seu ombro, parando-o. Ele pensou que ela iria perguntar o que havia com ele, mas disse, afinal:

— Justin Bieber?

Ele franziu a testa e a empurrou de lado para passar. A garota gritou, chamando algumas filhas de Afrodite. Elas começaram a gritar. Até no banheiro elas fizeram uma grande algazarra.

Nico fechou a porta depressa antes que elas entrassem no banheiro. Elas eram loucas. Loucas!

Nico ouviu os gritos finos delas se dissiparem. Já estava em uma situação difícil antes, e agora outra. Será que Percy havia armado para ele, e dado uma poção que pudesse fazer seu estômago borbulhar? Já era demais; mas como obra do diabo, sempre precisamos de um temperamento para nosso dia-a-dia. Alguém começou chutar a porta.

— Droga, eu estou usando o banheiro! — gritou Nico. O que Hades eles queriam?

— Dane-se! — retrucou Travis.

Quando o filho de Hermes conseguiu arrombar a porta com seu irmão, Connor, Nico já estava lavando as mãos. O cheiro era terrível.

— Cara... — começou Connor, franzindo o nariz. — Que diabos vocês comeu? Peixe cru?

Travis tapeou o ombro do irmão.

— Peixe cru e estragado. Pelos deuses! — Botou uma mão no nariz e balançou a outra, afastando o cheiro.

— Se vocês se incomodaram tanto — disse Nico, envergonhado, mas com raiva. — Por que tentaram arrombar a porta?

Eles não responderam, apenas se retiraram e seguiram Nico para todos os lugares.

— Vocês querem parar, droga? — Nico estava quase xingando.

Os dois irmãos se olharam e deram os ombros, continuando com a perseguição. Nico reagiu àquilo. Invocou seu portal negro e entrou nas sombras. Antes, virou-se com um sorriso forçado e mostrou-lhes o dedo.

— Adeus, otários!

Ele acabou parando no castelo de Hades, para uma recaída de decepção, pois Deméter ainda estava lá. Seu pai estava sentado com uma das mãos na cara, entediado, observando Deméter falar com Perséfone com voz de bebê. A mesa estava cheia de sacolas com cereal, enquanto a madrasta estava com cara de vômito. Quando percebeu a presença de Nico, a pupila de Deméter dilatou.

— Nico! Que bom que você veio! Trouxe cereal de sobra para seu...

— Estou fora — disse o garoto, a cortando. Se era para comer cereal até ficar igual Perséfone, era melhor cheirar as bombas que estavam em seu chalé. Entrou nas trevas e parou no acampamento novamente. Campistas deveriam estar correndo para lá e para cá, mas uma grande parte estava parados em um semi-circulo. Pareciam discutir algo.

Nico inclinou-se para a frente ao propósito de ouvir, e tudo que prestou atenção foi:

— ...e se não?

— Lá está ele, oras!

Todos viraram-se para Nico, que estava os encarando como se planejasse matá-los. Talvez fosse verdade. Annabeth sorriu, e em coro, começou:

— Feliz aniversário, Nico di Angelo!

— Triste! — corrigiu Travis, aparecendo na sua frente e assoprando uma língua-de-sogra.


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Notas finais do capítulo

Eu tentei fazer com que ficasse parecido com a personalidade do Nico e do Percy, além de tentar dar humor. Acabou dando nisso. Se tiverem sugestões para melhora, teeeell me!