My Secrets escrita por Yukie chan


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

[1] Festival de flores de cerejeiras

[2] Flor de cerejeira

[3] Espécie de sakura, que tem ramos que caem como os de um salgueiro-chorão, com belas cascatas de flores rosa.


[4] Obaa-san: Avó, vovó.

[5] Obaa-sama: alguém mais velho, uma pessoa muito importante.

[6], Onii-chan, nii-chan, onii-san ou nii-san: Ambos são uma forma carinhosa de chama o irmão mais velho

[7] Onee-chan: Funciona do mesmo jeito que o “onii-chan”

[8] San é usado pra demonstrar respeito a alguém mais distante, seja homem ou mulher.



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Enquanto Miyuki andava por aí sem rumo, alguém a perguntou.
–Você está bem?
–...-ela parou para ouvir o que ela tinha a dizer, mas não respondeu- snif snif...
–Ora, mas o que estou perguntando? –disse ela com um sorriso- É claro que não está né? Quer entrar e beber algo? Ou desabafar sobre a sua “vida amorosa”?-perguntou ela acertando em cheio.
Miyuki concordou com a cabeça.
–Então entre, fique a vontade. -Miyuki pediu licença e entrou na mansão- Meu nome é Alice Elizabeth, já estudamos juntas uma vez, se lembra?
–Sim... mas por que me chamou para entrar?
–Porque você não está bem, e parece estar com cara de quem precisa de ajuda. E eu como sua amiga, irei ajudá-la.
–Você nunca gostou de mim!- Ela foi logo ao ponto.
–O que? Eu? Nunca tive nada contra você, e sim contra a Arisa.
–Por quê?–perguntou ela um pouco “preocupada”- Ela te fez algo?
–Ela é falsa, mentirosa, usa as pessoas para conseguir o que quer, e depois os descarta, como se não fossem nada! Isso não é ce-
–Isso não é verdade!- Miyuki a interrompeu.
–Ah não? Se essa não é a verdade, por que é que isso que está acontecendo? Você não vê que ela te usou para conseguir ter a Asuna ao seu lado?
–...
–Assim que elas se conheceram, elas não te deixaram de lado? E se não foi por que ela não está aqui com você agora, te defendo, e sim eu? Por mais que tente achar uma “resposta” você não vai encontrar, vai ver que eu tenho razão.
–...-ela ficou em silêncio e continuou ouvindo o que Alice dizia.
–Você acha que eu estou errad-
–Não!-interrompeu ela.
–Desculpe... Fui sincera de demais...
–Não, você tem razão...
No dia seguinte, acordei cedo para pendurar o lixo, e quando estava indo, vi que a porta da casa de James estava aberta. Larguei tudo que tinha em minhas mãos para ver se ele estava bem. Algo em mim disse que precisava vê-lo.
Quando entrei, ele estava caído no chão de seu quarto, estava ardendo de febre.
Tive sorte dele estar caído perto de sua cama, se não, acho que não conseguiria coloca-lo ali.
Fui até sua cozinha e preparei uma sopa. Quando voltei ao quarto, deixei a sopa em sua cômoda, e um copo d’água para que ele pudesse beber o remédio para abaixar a sua febre.
–...
–O que foi?
–Não consigo comer...
–Como assim não consegue comer?-
Ele deve estar tirando uma com a minha cara!
–...
–...
Ele ficou me olhando com uma cara de cachorro pidão.
–Ah! Está bem, está bem!-falei sem resistir à carinha dele.
–Obrigado-falou ele dando um lindo sorriso.
Depois que James comeu ele bebeu seu remédio, e bebeu a água ate a ultima gota. Em seguida, me puxou para cama com um sorrisinho, e disse em meu ouvido bem baixinho
–Eu... – murmurou ele tirando o sorriso de seu rosto.
Meu coração disparou, fiquei sem jeito e esperei ele falar o que queria.
–Eu... eu, eu não aguento mais! Estou com muita sede! Me traga um copo d’água, por favor?
Fiquei irritada e ainda por cima, fui iludida por um copo d’água! Pensei que ele iria se declarar para mim ou coisa do gênero, fiquei muito, mais muito irritada mesmo! Nessa mesma hora me levantei da cama num pulo só.
–James seu idiota!- gritei com ele me retirando.
Quando estava a caminho de minha casa, me deparei com Hiro.
–Opa!-falou ele assustado.
–Ai que susto!-falei dando um pulo.
–Você esta bem? Você está chorando... aconteceu algo?
Eu? Chorando? Uah! E não é que estava mesmo...
Não poderia deixar que ele me visse daquele jeito. Então, logo entrei em minha casa.
–Er... James a Miura estava chorando agora de pouco enquanto saia de sua casa, aconteceu algo?- perguntou ele sem perceber que James não o dava ouvidos.
–James?- Hiro o chamou, dessa vez olhando para ele para ver se James estava prestando atenção.
James estava encostado na parede de seu quarto abraçando seu joelhos, e escondendo o seu rosto.
Já era segunda feira, e voltamos às aulas. Quando meu olhar e de Miyuki se encontraram, eu disse “oi”, mas ela não me respondeu.
Miyuki ficou me ignorando e evitando o dia inteiro, talvez seja porque ela estava junto com a Alice, ou porque de fato ela não queira mais minha amizade mesmo...
–Miyuki, precisamos conversar!
–Ou não- falou ela com ironia.
–Miyuki, olha, eu vim aqui só para te pedir desculpa, e-
–Já pediu? Posso ir agora?
–E, eu também quero que acertemos as coisas. Podemos gostar do mesmo menino, mas não é só por causa disso que iremos terminar a nossa amizade.
–Ah não?!
–Por favor, Miyuki, vamos conversar... não devemos terminar a nossa amizade...
–Que amizade?! Eu sei que você nunca quis ser minha amiga de verdade!
Enquanto “discutíamos”, o pessoal da escola começou a se aproximar.
–Eu sei que você só me usou!- falou ela tentando conter as lagrimas
–Não é verdade!
–Então qual é verdade? Vai falar o que? Que sempre quis ser minha amiga? Nunca quis ter a minha amizade para poder se aproximar da Asuna? É isso que você vai dizer?
–Não! É lógico que não! Eu sempre quis ser sua amiga! Desde-
–Você prestou atenção no que você falou? –perguntou ela sem conter mais as lagrimas, e se segurando ao Maximo para não tomar decisões precipitadas- Eu sabia... Eu sabia! Você só estava me usando! Desde o começo! Como pôde... Como...?
–Você esta errada!- eu falei, mas o barulho era tanto, que ela não me escutou.
–Você é uma falsa! É isso que você é!!! –Gritou ela levantando sua mão em direção ao meu rosto.
Parecendo que ia me dar um tapa, e foi exatamente isso que ela iria fazer.
Então, fechei meus olhos, já sabia que isso ia acontecer, e não teria mais nada que eu pudesse fazer eu sou mesmo uma inútil, não consigo nem fazer as pazes com minha...
–Você não deveria fazer isso.- disse ele segurando a mão dela, impedindo a de me dar um tapa.
–...-Miyuki não demonstrou nem uma reação, a não ser olhar em seus olhos e chorar mais ainda, só que desta vez, de raiva.
Ele a soltou devagarzinho, e em seguida se virou para mim e me deu um peteleco.
–Sua bobona. Não deveria ter deixado isso acontecer.- falou ele debruçando seus braços em cima de mim, e apoiando sua cabeça.
–O que você queria que eu fizesse?
–Eu sei lá. Só sei que eu não ia gostar que aquela garota ti batesse. E Você também sabe que pode contar comigo, para o que der e vier.- disse ele com aquele sorriso, que é capaz de fazer qualquer garota se encantar
Meu coração acelerou, ele estava me protegendo, e eu nunca pensei que ele faria isso...
–Você queria que eu te falasse que tudo isso é por culpa sua? Que se não gos- fiquei sem jeito, e não sabia que palavra poderia usar para disfarçar o que eu tinha começado a falar.-...
Não!!! Quase que eu falei! E se eu tivesse falado? Ele com certeza iria rir da minha cara, e dizer coisas do tipo, “você gosta de mim? Hahahaha, pobrezinha, minha lista esta cheia e...
–James? Você esta bem? Você esta um pouco- procurei uma palavra para dizer como ele estava porem não encontrei nada-...
–Vermelho? Sem reação?
O que?!! Ele entendeu o que eu ia dizer naquela hora? Ai meu Zeus! Quero sumir daqui agora! O que eu faço? Onde eu me escondo? Ai ai ai! E agora?
ZUP! Ele me puxou para um cantinho, e em um lugar escuro, para que ninguém vesse a gente, colocou meus braços contra a parede se aproximando de meu rosto disse:
–Fico feliz em sabe que você gos-
–James? O que esta fazendo com ela? Larga logo ela, temos aula agora. Vamos para a sala!- ordenou Alice.
Não sei se fico contente ou não pelo ocorrido. Admito que fiquei com um pouco de medo do que James seria capaz de fazer,que bom que a Alice estava lá, mas estou curiosa para saber o que ele ia dizer...
Quando tive tempo, fui conversar com a Alice.
–Alice, desculpa por hoje, não queria te causar problemas. E agradeço também por ter me separado de James (ou não)
–Não esquenta a cabeça com isso, trabalho é comigo mesma!-falou ela sendo muito gentil e sorrindo.
Alice é mesmo uma representante de classe exemplar eu a admiro muito e...
–Não fiz mais do que deveria.- falou ela sendo “um pouco grossa e irônica”- você acha que eu ia te entregar o James de “mãos beijadas”? ai que você se engana que-ri-di-nha.! Não vou perder tão fácil para você ou para qualquer outra.
Ok. Uhum. Não, espera! Queeeeeeee? Você também gosta do James? Mais que praga é essa?
Alice saiu do meu lado, e foi ficar com Miyuki, como se nada tivesse acontecido.
–Miura, você tem algum compromisso hoje depois da escola?
–Não tenho Hiro, na verdade, tenho. Eu quero muito ir em uma padaria que acabou de abrir, e que a maioria das meninas já foram e falaram que é muiiito bom, mas eu posso deixar para ir outro dia.
–Hahahahaha, se eu te contasse, que eu também quero muito ir porque os meninos falaram que é bom. Você acredita?
–Serio? hahahaha
–Então, não quer vir comigo?
–É claro!
Chegando lá, experimentamos de cada doce um pouco, colocamos a conversa em dia, falamos sobre a escola, os negócios, ah, enfim. Falamos de tudo um pouco. Brigamos um pouquinho na hora de pagar, fizemos jo-ken-po para decidirmos, e como o Hiro ganhou, ele pagou...e na volta, ele me levou ate a minha casa.
–Até amanhã!
–Ate!
Alguns dias depois, recebi um convite de Hiro para fazer um pique nique e, aproveitar que estamos no tempo do Hanami Matsuri[1] para comermos embaixo das cerejeiras. Ele deixou que eu escolhesse o local, pensei em um lugar bonito, onde tivesse várias espécies de cerejeiras florescem por toda região, pensei em Parques, Templos e outras áreas de lazer.
Marcamos de nos encontrar as catorze horas, mesmo sabendo que quanto mais tarde chegássemos, mais cheio estaria.
Não queria chamar muito a atenção, então escolhi um vestido simples, no tom rosa bebê, mas com alguns detalhes de renda branca, e mangas três quartos, lembrando aquelas de princesas, porem um pouco mais apertada no pulso, ao invés de apertar o ante braço. Chegava próximo aos joelhos, mas mesmo assim coloquei uma meia calça branca com flores.

Não queria me atrasar e nem deixá-lo esperando, então fui dez minutos mais cedo, porém quando cheguei, ele já estava lá.
–Desculpa por ter feito você esperar.
–Não tem nada, eu é que cheguei mais cedo- falou ele com um lindo sorriso- Er... você está muito bonita- falou ele cobrindo seu rosto puxando o capuz de seu moletom.
–Obrigada- falei com dificuldade, e até acho que gaguejei.
–Então, vamos?- perguntou ele me estendendo a mão.
–Ah, olha que casal mais fofo- falou uma das garotas que por ali passavam
–Verdade! -falou a outra concordando- Eles são tão perfeitos!-foram se retirando falando mais e mais de nós.
Ca-ca-ca-casal?! Nós nos combinamos tanto assim? À medida que elas iam falando eu e Hiro ficávamos cada vez mais vermelhos, mesmo já estando acostumados com isso desde de criança, mas desta vez... foi diferente. Meu coração acelerou que acho que até dava para ouvir meus batimentos!
E então, Hiro pegou minha mão e me guiou até um lugar do parque que eu nem sabia que existia. Estávamos na frente de um imenso e lindo lago, com muitas pétalas de sakura[2] sob a água. Hiro se aproximou de uma shidarezakura[3], “abriu as cortinas” para que eu pudesse entrar. Ali dentro estava muito bonito, com algumas pétalas espalhadas pelo chão e com um perfume muito suave.
Coloquei o pano para que pudéssemos sentar, e ele me ajudou a colocar a “mesa”.
–Foi você quem preparou tudo isso?
–Foi sim.
–Tudo parece estar delicioso!
–Só espero que esteja- falei pensando alto.
–Com certeza está- falou ele sorrindo-, você é bem habilidosa, então não se preocupe.
O que há com o Hiro?! Está sempre sorrindo, me deixando sem graça e sem jeito! Será que ele fala essas coisas de verdade, ou só fala por falar?
Por volta das dezessete horas, tivemos um lindo por do sol, que só percebi quando o reflexo de algo bateu em meu rosto.
Quando fui me virar para ver de onde eram aqueles reflexos, percebi que eram dos óculos de Hiro, que me olhava de um jeito calmo, delicado, e ao mesmo tempo sedutor. Nesse momento, nossos olhares se cruzaram, e não conseguíamos olhar para outro lugar, e, admito que senti que algo aconteceria ali, e então, um vento gelado soprou, fazendo com que...
–Atchim!
O que?! Como assim?! Eu espirrei? Não acredito nisso! Só pode ser brincadeira!!!
–Saúde- falou ele tirando sua blusa de moletom.
–Obrigada...
–De nada- falou ele me dando a sua blusa- pegue, coloque-a, está esfriando.
–...
–Pegue Miura- falou de um jeito cavalheiro e preocupado-, não quero que pegue um resfriado- falou ele com uma cara de quem realmente estava preocupado comigo.

Então peguei a blusa e a coloquei. Ela parecia um vestido em mim, ela estava bem quentinha, pensei em devolver a blusa a ele, pois estava frio, e ele também poderia pegar um resfriado. Quando fui tentar tirá-la ele me impediu, e me abraçou.
–Se você tirar... ficarei muito bravo.
Ah meu Zeus! Hiro me faz perder a cabeça e a fala, faz com que minhas emoções mudem, e com que eu não saiba o que eu estou sentido! Será que estou apaixonada pelo Hiro?
Ele deveria estar com muito frio! Estava com uma camisa social e uma camisola de lã cinza com o decote em V por cima! Ele definitivamente estava com frio!
–Hiro- falei me afastando-, não seria melhor se já voltássemos para casa?
–...
–Não entenda errado, mas já esta tarde e a cada minuto parece que esta esfriando mais, e assim como você não quer me ver com um resfriado, eu também não quero!
Hiro me olhou com uma cara de surpreso. E estava corado, que fez com que ele ficasse mais fofo.
Eu abaixei para começar a guardar as coisas e ele me ajudou também. Senti algo gelado escorrendo pelo meu rosto. O que poderia ser? Há há há... não poderia ser um coco de pomba... ou poderia?
–Oh!-falou ele “espantado”- Acho que começou a chover!
–O que?!
Ah não! Só pode ser brincadeira! Eu olhei a previsão, nada disso estava previsto! Como se não bastasse o frio, ainda tem a chuva? Então, eu e Hiro começamos a arrumar as coisas mais rápido possível, tivemos sorte dela não estar tão forte, esperamos a chuva passar na frente de uma floricultura. Que bom que não começou a trovejar porque se não... Cabrum!!!
–Kyaaaaa!- dei um grito e me abaixei.
Mas que boca santa a minha hein?!
–Calma Miura- falou ele em um tom que me acalmou um pouco- você tem medo de trovões ou foi só um susto mesmo?- perguntou ele se abaixando
–Se eu falar, você não vai rir?
–Lógico que não!
–Sim, tenho medo... agora que você já sabe... você vai rir, não vai? Com certeza vai, qual quer um iria ri-
–Acontece que eu não sou qualquer um.
Nesse instante relampejou, como se fosse um sinal que logo em seguida viria o trovão, e na mesma hora ele me abraçou... CABRUM!!!
Pensei que a chuva iria embora, mas ela demorou, e quando vi no relógio já era oito e meia da noite.
–Já esta tarde, acho que será meio difícil voltarmos para casa hoje... mas... se você quiser pode passar a noite na minha casa...
–...-fiquei vermelha como um pimentão e surgiram um monte de perguntas em minha cabeça que demorei até um pouco para respondê-lo
–Miura? Está me ouvindo?
–Ah! Sim- falei ainda vermelha-, estou te ouvindo. Melhor não, eu irei acabar atrapalhando ou.... atchin!
–Vamos agora para minha casa!
Eu me esqueci que ele mora aqui perto, mas mesmo assim seria melhor não ir e...
–Com licença, desculpe-me o incomodo, me chamo Miura Arisa, e irei passar esta noite aqui!
Queee?!! Como assim? Irei passar a noite aqui? Eu estava fazendo as coisas sem pensar ou.... seria por que o Hiro estava me olhando com aquela cara de “ou você vai, ou você vai!”?
–Ora, ora. ESSA DAÍ é a sua namoradinha Hiro?- perguntou o irmão mais velho querendo provoca-lo- Ela é muita areia para o seu caminhãozinho- falou ele colocando o seu braço em cima de mim e puxando-me para perto dele- MANINHO- completou ele com uma risadinha.
–E se ela for?- falou ele ajustando os óculos e respondendo o irmão- De fato, ela é muito bonita, e fica cada dia mais a medida que a conheço mais- falou ele com ironia.
Hirooo! Assim você me deixa totalmente envergonhada e corada.
–Tsc!
–Yukio! O que esta fazendo com a nossa convidada?! –perguntou a avó com um tom de voz um pouco alto- Solte-a já!
–Obaa-san[4]? O que esta fazendo aqui?
–E isso importa numa hora dessas?! Solte a menina já! Ou senão... -falou ela começando uma chantagem e ao mesmo tempo uma ameaça.
–Tá, tá, tá, já sei! Já sei! –falou ele com cara de quem realmente sabia o que iria acontecer, e parecia que não seria nada legal... - He He He... não precisa falar- falou ele constrangido e com medo de que ela “revelasse” o segredo- Olha, já soltei- disse ele quando finalmente tinha me soltado.
–Desculpe me pela confusão senhorita, qual era mesmo o seu nome?
–Miura, Miura Arisa.
–A gente não se conhece? falou ela com um sorriso muito gentil.
–Sim, eu vinha brincar quando eu era criança, a senhora se lembra?
–Ah sim! Agora me lembrei, como você cresceu! Você parou de vir aqui depois de um tempo. O que aconteceu?
–Depois da perda da mamãe e o sumiço do papai, tive que assumir as responsabilidades das empresas.
–Ah sim... entendo... Hiro esta se preparando para assumir a empresa, pois o irmão dele é uma cabeça de alga marinha! E o que trás a doce visita dela aqui, Hiro?- perguntou ela de um jeito meigo e gentil. Assim como Hiro faz.
–Obaa-sama[5], devido o tempo, a chuva e os trovões, encontrei algumas dificuldades para leva lá ate sua casa. Haveria algum problema se ela for passar a noite aqui?

–Lógico que não Hiro, ela pode, e deve. Assim como você falou, esta ficando frio, e não seria bom se vocês...
Ela foi se aproximando de mim para poder me ver melhor, bom, pelo menos eu acho que foi isso. Ate que...
–VOCÊS DOIS ESTÃO ENCHARCADOS MEUS ZEUS! VÃO SE TROCAR! VOCÊS QUEREM PEGAR UM RESFRIADO? ESTAO ESPERANDO O QUE?
Ela ficou muito preocupada com a gente. Ela ate me lembrava a minha mãe... Ah! Mas isso não vem ao caso.
Hiro me pegou pela mão, e subimos correndo para o... Quarto de visitas? Seu quarto? Quarto do seu irmão? De quem era aquele quarto?
Chegamos lá sem fôlego, de tão rápido que subimos as escadas, e de tanto que rimos.
–há há há.... – rimos quase sem fôlego- Fazia tempo que não via a minha avó daquele jeito- completou ele sentando na cama.
–Sua avó é muito divertida- falei recuperando o fôlego perdido- Você... tem certeza que não há problema se eu ficar aqui?
–É lógico qu-
–Atchin!
–Hahahaha, saúde!
–Do que você esta rindo?!
–Você fica muito fofa quando espirra, James tinha razão quando...
Quem? James? Você e o James falam de mim?
–...
–...
É impressão minha ou é aquele mesmo silêncio que vive acontecendo?
–É melhor você ir tomar um banho... esta frio e você... – ele começou a se aproximar de mim, e eu dele...
Desta vez senti que algo ali definitivamente aconteceria, só que desta vez não seria um espirro.
Nossos olhos iam se fechando a cada vez que chegávamos mais perto um do outro...
Tock tock.
Aaaaah não, ah não, só pode ser brincadeira!
Nós nos separamos imediatamente, e Hiro foi atender a porta.
–Onii-chan[6], a obaa-sama me pediu para trazer estas roupas para a Arisa-onee-chan[7]....
–Obrigada.
–Obrigado, Yuji.
–De nada- disse ele com um sorriso igual ao do irmão- Boa noite-falou se retirando.
–Er... bem, esse é o quarto de visitas, o banheiro fica para lá. Tem, uma banheira ali, ela já esta com a água aquecida, então você pode usar. Esse quarto de visitas normalmente é usado pela namorada do Yukio, então, aqui com certeza vai ter tudo que você precisar. Tudo bem ate aqui?
Como assim ate aqui? Tem mais?
–Tudo.
–Eu durmo no quarto da frente, qual quer coisa é só chamar, Yukio dorme no quarto do andar de cima, ele quase não vem aqui, só vem quando sua namorada esta aqui. Yuji dorme no quarto do final do corredor, lá tem uma janela, quando temos uma noite estrelada ou um lindo luar é um ótimo lugar para ver, por isso, se você vê-lo no chão dormindo foi porque ele ficou admirando o céu e acabou dormindo ali. A Obaa-sama dorme no quarto ao lado do quarto do Yuji, ok? Agora eu vou indo para meu quarto. - falou ele se retirando.
–Ok...
Então fui tomar banho, a água da banheira estava bem quentinha, fez até com que eu me esquecesse do frio.
Depois de tudo feito, fui me deitar, mas não conseguia parar de pensar nas coisas que Hiro falou, principalmente na parte “James tinha razão quando...”
–O que ele ia dizer depois disso? James e Hiro realmente falam de mim? Sobre o que? Por quê? Por que entre si? Por que não perguntam coisas sobre mim para mim? Seria por que são assuntos entre “homens”... Eles escondem algo de mi-
–Não é isso minha lady- falou ele encostado na patente da porta.
–Kyaaaa!- dei um pequeno grito de susto, jogando um travesseiro que estava ao meu lado.
–Calma, calma... não vou fazer nada! Pode confiar.
–Posso confiar mesmo Yukio-san[8]?
–Er... na verdade, gostaria de pedir o seu conselho... afinal você é uma garota, e deve entender melhor dessas coisas, afinal você me lembra muito ela... poderia me ajudar em uma coisa?
Sei não, a atmosfera aqui está mudando... O que será que ele quer?
–Eu não sei...- fui me afastando enquanto ele se aproximava.
Ele estava cada vez mais perto... 60cm, 30cm, 10 e por fim cinco, então fui me deitando aos poucos para tentar “aumentar a distancia”, e ele, se aproximando, e se aproximando...
Ele encostou a ponta de seu nariz em meu pescoço dando uma “fungada”, fazendo com que eu ficasse arrepiada, o que seria isso? E a parte do “eu não vou fazer nada”?
–Você está com o cheiro que ela- falou ele mexendo em meus cabelos-, isso me faz lembrar mais ainda dela- falou ele se aproximando “mais ainda” de mim.
–Yu-yu-yu-yukio-san!- falei aumentando o tom de voz e empurrando ele para longe de mim o mais forte possível.
–Oh! Perdão me descontrolei um pouco...
Um pouco?! Como assim “um pouco”?! Você foi muito ousado!
–O que seja, perdão, e PRECISO que você venha comigo- complementou ele-, agora!
Yukio, tapando meus olhos, me guiou ate o quarto andar. Ele tomava cuidado para eu não tropeçar ou cair, segurando em minha cintura. O que me deixava muito nervosa.
–Pronto, chegamos- falou ele tirando a mão de meus olhos.
Estávamos numa estufa fantástica, nela continha uma infinidade de espécie de flores, desde as mais simples, até as mais clássicas. Então me deitei na grama que cercava aquele lugar, com um projetor de imagem virado para o teto de vidro do quinto andar, era possível ver muitas constelações que fazia com que o ambiente ficasse “mais romântico”.
Ele se deitou ao meu lado, para observar as estrelas.
O modo em que ele as olhava, era de um jeito de “pena” talvez... com um olhar distante, triste, e ao mesmo tempo cativante...
E sem perceber, era possível ver um par de lágrimas escorrendo pelo seu rosto, elas começaram a cair sem parar, fazendo parecer com que ele se tivesse lembrado de algo que não queria, e que o machucava. A cada gota que caia, me doía mais de vê-lo chorando. Parecia que eu sentia mesma dor que a dele, e talvez por impulso, o abracei.
Yukio me apertou bem forte, como se tudo que ele quisesse naquele momento fosse de fato um abraço.
Tentei acalma-lo, ou entender o que se passava, então falei.
–Está tudo bem,- falei passando as mãos em seu cabelo- está tudo bem...
–Não, não esta! Vou perdê-la, não quero perdê-la... não posso... não posso...
Essas palavras me lembraram o momento em que Miyuki revelou que gostava de James, então de certa forma eu entendia o “medo” que ele tinha de perde-la.
Esperei até ele se acalmar , para que pudéssemos começar um dialogo.
–Bem...- falou ele se acalmando e recuperando as forças- eu... el...
–...?
–Nós estávamos prestes a nos tornamos noivos... até ela querer terminar comigo.
Por que será hein?! Talvez por que você estivesse saindo com varias garotas ao mesmo tempo?
–Eu estava saindo com suas melhores amigas, três vezes na semana, e ela começou a desconfiar de mim e de suas amigas. E chegou a conclusão de que estávamos a traindo.
Tá vendo! Acertei na mosca! Então de fato você estava a train...
–Coisa que não é verdade!
Queeee?! Como assim não? Qual será a sua desculpa agora?
–Eu estava preparando uma surpresa...
–E que surpresa seria essa?
Agora você não escapa!
–Iria pedi-la em casamento,
Onwt! Que fofo! Não, espera! Queeee?! Casamento?
–Por isso estava saindo com suas amigas, elas estavam me ajudando com os preparativos, o vestido, e os doces, já seus pais com a lista de convidados, os salgados e as medidas do vestido. Iria dar tudo certo... mas agora, não tem mais jeito. Tudo foi em vão, não há nada que eu ou você possamos fazer...
–Se não há, por que pediu a minha ajuda?!
–...
Enquanto pensava em alguma maneira de “juntar” os dois novamente Hiro passava pelo corredor, conversando com alguém no celular. A voz parecia ser de James...
–Calma James! Seria trapaça eu lutar por ela, enquanto você não estiver aqui- ele deu uma pausa para ouvir o que James dizia-
–ENTÃO JÁ ESTOU INDO AI!
–O que?! Agora? Mas agora são onze horas... - ele guardou o celular em seu bolso- obrigado por desligar na minha cara- falou ele nada satisfeito pelo ocorrido.
Quando cheguei a pensar que não teria uma solução, ele entrou na estufa, e seguiu em minha direção.
–Deve haver alguma coisa.... tem que ter...- ele parou na minha frente- Ah! Já sei!
–Sério?- perguntou Yukio cheio de esperança
–Sim, e aqui esta um pedaço para resolvermos esse problema!- falei dando um “tapinha” nas costas de Hiro. - Você vai nos ajudar néh?
–Ãh? Que problema?- perguntou ele sem entender nada- Ajuda no que?- perguntou ainda mais confuso.
–Só diga que sim! Eu imploro! Depois te conto tudo! Apenas diga que si-
O celular dele tocou, era James o ligando.
–Alo? James? Você tem certeza de que vai vir passar a noite aqui tambe-
–DESCE LOGO E VEM ABRIR ESSA PORTA!
–Hein? Cadê o respeito?- falou ele tirando sarro.
–James esta aqui?- perguntei entusiasmada e ao mesmo tempo um pouco nervosa.
–É a voz da Miura! Ufa.... fico tão feliz de saber que ela esta bem....
–Você acha que sou o que? Um monstro? Um alienígena pervertido? Hahahahahaha- perguntou ele saindo da estufa, para ir abrir a porta para nosso “querido convidado”
–Ah, vai lá sabe neh? Hahahahaha
–Eles são muito amigos, você não acha Yukio-san?
Ele já estava dormindo, e estava em um sono profundo... Que estava dando em mim ate um soninho...


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