Noite sem estrelas. escrita por Little G


Capítulo 1
Noite sem estrelas. - Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá, escrevi isso a alguns meses, então, hoje, tive a ideia de postar. Boa leitura!
Nhaaw ~



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O silêncio era inevitável, ninguém se atrevia a dizer nada. Talvez por tamanho choque, por falta de palavras, por estarem com o coração partindo-se ou por algum motivo não explicado.
– NÃO! – gritou Percy, soltando-se de Jason e correndo.
Quando chegou perto do corpo caído de Annabeth, as pernas dele falharam, e o filho de Poseidon caiu de joelhos no chão, sentindo sua pele queimar em contato com os cacos de vidro que estavam espalhados no chão, mas ele não se importou.
Como?! Como ela teve coragem de deixá-lo?
Mas a culpa não era dela, afinal. Os deuses não prestavam, as Parcas não prestavam.
Ele sentiu as lágrimas virem com força, enchendo seus olhos, e não tentou pará-las. A filha de Atena mantinha os olhos fechados, o cabelo loiro estava espalhado pelo chão, como uma cortina. Estava coberta de sangue, arranhões e machucados. Os quais ele não poderia curar, assim como o doloroso buraco que havia em seu coração. Como as profundezas do próprio tártaro.

Percy se lembrou da conversa que ambos tiveram, dois dias antes, em uma madrugada no Argo II.

Enquanto todos dormiam e os dois não conseguiam, pois o medo de perder um ao outro expulsava qualquer possível vontade de dormir.
– Percy, o que você acha que vai acontecer? – perguntou ela, olhando para seu rosto.
Estava escuro, mas ele podia ver um pouco de seu rosto, graças a lua que brilhava no céu sem estrelas.
Annabeth nunca perguntava para ele o que iria acontecer, em relação a tudo. Sempre ela que tinha as respostas, sempre ela que era a mente do relacionamento dos dois. Um leve sorriso brotou nos lábios do rapaz, não por ter sido questionado, mas porque sabia a resposta. Era um dos poucos momentos em que sabia a resposta de algo que ela não sabia.
– Eu acho que daqui a duas semanas estaremos aqui, nesse mesmo lugar, contemplando as inexistentes estrelas – soltou uma leve risada, olhando de relance para o céu, antes de voltar a fitá-la – E estaremos sorrindo. Porque estaremos voltando para casa. Todos nós.
Annabeth gostou da resposta. Gostava do modo de Percy pensar positivo, gostava do modo que ele falava, gostava do fato de que incluía todos os membros do Argo II, não só eles, afinal, eles eram uma família. Gostava de tudo em Percy.
Não conseguiu não sorrir, por mais que soubesse de todos os perigos e desafios que estavam por vir. Ela sorriu, finalmente – em todo aquele tempo – mostrou os dentes de uma forma sincera, esquecendo por alguns segundos a dura realidade que cercava todos ali. Agradecia mentalmente, todos os dias, por ter Percy consigo. Sabia que não conseguiria passar por aquilo tudo sozinha.
– Você tem razão. – concordou, e o puxou pela camisa, beijando-o, sem saber que finalmente as estrelas se fizeram presentes no céu escuro.


O moreno chorava alto, violentamente, sem nenhum controle de si mesmo. Todo seu corpo tremia. Nada mais importava, Annabeth havia partido. Ele não acreditava, não conseguia acreditar! Eles lutaram tanto! Mereciam ficar juntos, mereciam ser felizes, ao menos isso. Mereciam fingir por pelo menos algum tempo, fingir que eram normais. Mas a felicidade que eles mereciam ter?! Ela não seria forçada, não seria fingida.
Mas também não era real, nem seria, não mais. Percy abraçou o corpo ensanguentado da loira, não se incomodando com o fato de que ela estava completamente suja. Apenas se importava com o fato de que ela não respirava mais. Ele queria que ela abrisse os olhos, que ela o chamasse de Cabeça de Água, falasse que aquele sangue era falso e que tudo não passou de uma pegadinha de Leo. Queria que ela apenas estivesse dormindo, sonhando com projetos de arquitetura e corujas.
Mas isso não aconteceu, Annabeth continuava ali, imóvel.
– Por favor... por favor, volte pra mim. Não me deixe, Annie, por favor... – ele murmurava, várias lágrimas repletas de dor rolando por seu rosto – Annie! Fale comigo! Eu sei que você vai acordar, eu sei que vai! – ele se afastou, então começou a sacudí-la, em várias tentativas inúteis de acordá-la.
Não acreditava naquilo. Aquilo não era real, era apenas mais um pesadelo típico de semideus. Ele iria acordar. Iria.
Ele precisava acordar!
Alguém pôs a mão no ombro do filho de Poseidon. Uma mão gélida, de dedos finos. Não parecia querer oferecer conforto, parecia querer acordá-lo para a realidade.
– Percy. É inútil. – murmurou Nico, abaixando os olhos.
– NÃO! – ele se recusava a acreditar.
O filho de Hades se ajoelhou ao lado dele.
Então, Percy fez algo que surpreendeu a todos os presentes, abraçou Nico. Como se sua vida dependesse disso. Ele soluçava, chorando mais e mais. Nico o abraçou de volta, um pouco desajeitado, fechando os olhos. Fazia tempos que não recebia um abraço, a não ser o de Hazel. Ele podia claramente sentir a dor de Percy.
– Tudo ficará bem. – sussurrou, sem ter certeza disso. Apenas queria dizer algo, e não ficar ali em silêncio. Queria tentar, ao menos, confortá-lo.
Percy não parecia notar a presença de seus amigos ali.
Hazel chorava baixinho, o rosto enterrado nas mãos, sentada na grama.
Frank estava ao seu lado, acariciando seus cabelos delicadamente, os olhos fechados. Uma lágrima tímida e solitária rolou pelo rosto dele, fungando um pouco.
Jason estava parado, abraçado a Piper. Ela chorava, soluçando e gritando coisas que eram abafadas por conta de que ela estava de encontro ao peito dele. O filho de Júpiter estava chocado demais para fazer algo. Não chorava, não se mexia. Estava calado, perplexo. Então, uma lágrima silenciosa caiu, seguida de outras. Ele viu Leo encostado em uma coluna, e o chamou. O garoto estava sozinho, solitário.
Foi até ele, abraçando seus dois melhores amigos, chorando, os olhos fechados.
Reyna observava todas aquelas cenas, a cabeça baixa, tentando se manter forte. Nos últimos dias, ela e Annabeth haviam ficado muito próximas.
Percy se afastou de Nico, e olhou para Annabeth, os olhos inchados e avermelhados.
– Eu te amo – sussurrou, sabendo que ela não ouviria.
Ela nunca ouviria.
“Eu também te amo, Cabeça de Alga” ele ouviu em sua mente.
E, assim, Annabeth Chase se fora.


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Notas finais do capítulo

E então? Estou com pena dos fãs de Percabeth, tadinhos!
Já pensou se isso realmente acontecer? Gostaram?
Obrigada por lerem, beijos.
Nhaaw ~



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